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Questões de Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre


ID
121036
Banca
FCC
Órgão
AL-SP
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Representatividade ética

Costuma-se repetir à exaustão, e com as consequências
características do abuso de frases feitas e lugares-comuns, que
as esferas do poder público são o reflexo direto das melhores
qualidades e dos piores defeitos do povo do país. Na esteira
dessa convicção geral, afirma-se que as casas legislativas brasileiras
espelham fielmente os temperamentos e os interesses
dos eleitores brasileiros. É o caso de se perguntar: mesmo que
seja assim, deve ser assim? Pois uma vez aceita essa correspondência
mecânica, ela acaba se tornando um oportuno álibi
para quem deseja inocentar de plano a classe política, atribuindo
seus deslizes a vocações disseminadas pela nação inteira...
Perguntariam os cínicos se não seria o caso, então, de não
mais delegar o poder apenas a uns poucos, mas buscar repartilo
entre todos, numa grande e festiva anarquia, eliminando-se
os intermediários. O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava,
com a acidez típica de seu humor: "Restaure-se a
moralidade, ou então nos locupletemos todos!".
As casas legislativas, cujos membros são todos eleitos
pelo voto direto, não podem ser vistas como uma síntese
cristalizada da índole de toda uma sociedade, incluindo-se aí as
perversões, os interesses escusos, as distorções de valor. A
chancela da representatividade, que legitima os legisladores,
não os autoriza em hipótese alguma a duplicar os vícios sociais;
de fato, tal representação deve ser considerada, entre outras
coisas, como um compromisso firmado para a eliminação
dessas mazelas. O poder conferido aos legisladores deriva,
obviamente, das postulações positivas e construtivas de uma
determinada ordem social, que se pretende cada vez mais justa
e equilibrada.
Combater a circulação dessas frases feitas e lugarescomuns
que pretendem abonar situações injuriosas é uma
forma de combater a estagnação crítica ? essa oportunista aliada
dos que maliciosamente se agarram ao fatalismo das "fraquezas
humanas" para tentar justificar os desvios de conduta do
homem público. Entre as tarefas do legislador, está a de fazer
acreditar que nenhuma sociedade está condenada a ser uma
comprovação de teses derrotistas.

(Demétrio Saraiva, inédito)

O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava (...): "Restaure-se a moralidade, ou então nos locupletemos todos!".

Transpondo-se adequadamente o trecho acima para o discurso indireto, ele ficará: O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava que

Alternativas
Comentários
  • EXPLICAÇÃO MAIS QUE PERFEITA:

    http://www.algosobre.com.br/redacao/discurso-direto-e-indireto.html
  • Discurso indireto: Por meio do discurso indireto, a fala do personagem é filtrada pela do narrador (você, no caso). Não mais há a transcrição literal do que o personagem falou, mas a transcrição subordinada à fala de quem escreve o texto. No discurso indireto, utiliza-se, após o verbo dicendi, a oração subordinada (uma oração que depende da sua oração) introduzida, geralmente, pelas conjunções que e se, que podem estar elípticas (escondidas).

    Exemplos:

    Fala do personagem: Eu não quero mais trabalhar.
    Discurso indireto: Pedro disse que não queria mais trabalhar.

    Fonte: http://falabonito.wordpress.com/2006/12/13/narracao-discursos-direto-indireto-e-indireto-livre/

  • Quadro da transposição dos tempos verbais quando mudamos os discursos:

    Direto                                                                    Indireto

    presente indicativo                                        preterito imperfeito indicativo
    preterito perfeito indicativo                           preterito mais que perfeito indicativo
    futuro do indicativo                                         futuro do preterito indicativo
    Imperativo                                                        preterito imperfeito do subjuntivo

    Bons Estudos!
  • Para transpor o discurso direto encontrado no trecho “O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava (...): "Restaure-se a moralidade, ou então nos locupletemos todos!”, será necessário fazer as seguintes modificações: - transpor a forma “Restaure-se”, flexionada no imperativo, para a estrutura de voz passiva analítica (SER + PARTICÍPIO), flexionada no pretérito imperfeito do subjuntivo “fosse restaurada”; - transpor a forma “locupletemos”, flexionada no imperativo, para o pretérito imperfeito do subjuntivo “locupletássemos”. Dessa forma, a transposição do discurso direto para o indireto seria: O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava que fosse restaurada a moralidade, ou então que nos locupletássemos todos. 


    Gabarito: B. 

  • ORDEM DIRETA: Restaure-se (ESTA NO IMPERATIVO, pois EXPRESSA ORDEM)

    ORDEM INDIRETA:fosse restaurada (Pretérito imperfeito do subjuntivo)


ID
176941
Banca
ESAF
Órgão
MPU
Ano
2004
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Entre as diferentes versões do mesmo texto, escolha a que representa a melhor opção estilística.

Alternativas
Comentários
  • Alternativa D

    A Estilística estuda os processos de manipulação da linguagem que permitem a quem fala ou escreve sugerir conteúdos emotivos e intuitivos por meio das palavras. Além disso, estabelece princípios capazes de explicar as escolhas particulares feitas por indivíduos e grupos sociais no que se refere ao uso da língua.

  • a) Errado. Cacófago em .. pioneiros da conquista do trópico..
    b) Errado. Cacófago em .. pioneiros da conquista do trópico..
    ...forçoso é reconhecer que eles foram não somente os portadores efetivos como os portadores naturais dessa missão.
    deveria estar escrito
    ...forçoso é reconhecer que eles foram não somente os portadores efetivos, como os portadores naturais dessa missão.
    c) Errado: Os portugueses é que foram os ... linguagem coloquial
    d) correto
    e) Errado. ...tiveram a maior missão histórica deles... cacófago... tiveram sua maior missão.
  • Questão muito difícil sobre estilo.

    Vamos aos comentários de quem conhece:

    http://www.editoraferreira.com.br/publique/media/toque_decio_20.pdf
  • Português não é para os fracos ...

  • A estilística estuda a emoção como é passado o texto , forma de manipulação tbm é uma delas.


ID
176944
Banca
ESAF
Órgão
MPU
Ano
2004
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Entre as diferentes versões do mesmo texto, escolha a que representa a melhor opção estilística.

Alternativas
Comentários
  • Alternativa A

    A Estilística estuda os processos de manipulação da linguagem que permitem a quem fala ou escreve sugerir conteúdos emotivos e intuitivos por meio das palavras. Além disso, estabelece princípios capazes de explicar as escolhas particulares feitas por indivíduos e grupos sociais no que se refere ao uso da língua.

  • Segue na integra uma belissima explicação. 

    http://www.editoraferreira.com.br/publique/media/Decio_Toque_21.pdf
  • Rangel! Muito bom, se não, excelente a explicação contida no link por vc postado.
    Caso siga os passos, dificilmente erra-se a questão!
  • Rangel, foi removido a explicação.

  • Rangel, poderia postar novamente o link?


  • A explicação em outro link:  https://www.editoraferreira.com.br/Medias/1/Media/Professores/ToqueDeMestre/DecioSena/21.pdf
  • qual erro da c?

     


ID
207967
Banca
FCC
Órgão
TRF - 4ª REGIÃO
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ao se dirigir ao juiz, pediu-lhe o advogado de defesa que adiasse a sessão, informando ao magistrado que sua principal testemunha estava adoentada e, por essa razão, impossibilitada de comparecer.

Indique a afirmação INCORRETA sobre o texto acima.

Alternativas
Comentários
  • Letra D

    Um filósofo chamado John Lock, desenvolveu o pensamento empirista. Segundo ele todo ser humano nasce absolutamente sem nenhum conhecimento ou impressão, tudo é adquirido através da experiência. Esse nada que o ser humano é, ele compara a uma Tábula rasa, (madeira lisa, mesa lisa medieval). A idéia serviu para nivelar a humanidade e as classes sociais da época(Monarquia X Burguesia).

    Na questão, não estaria indicando respeito ao magistrado e sim o igualando a si.

    Já Ipso facto é uma frase latina, que significa que um certo efeito é uma consequência direta da ação em causa, em vez de ser provocada por uma ação subsequente, como o veredicto de um tribunal.

    Essa parte está certa!

  • provavelmente há um erro de digitação na letra b)

    "uma vez que minha principal testemunha encontrase( encontra-se) adoentada, o que a impede de comparecer."

  • Marcar letra d (item incorreto)

    Por exclusão já dá para achar o resultado pois essa é a letra que parece mais estranha.
    Tabula rasa quer dizer folha em branco e ipso facto significa por causa disso, por essa razão (está certo no item).
  • Pra quem ficou triste por não ter acertado esta questão e não irá fazer prova para especialidade Taquigrafia e afins.

    Transcrevo o trecho do Edital desta Prova :


    PORTUGUÊS:
    Comunicação  e  expressão  em  língua  portuguesa:  Gramática  (fonética,  morfologia  e  sintaxe:  construção  frasal, concordância,  regência,  crase,  colocação  e  emprego).  Semântica.  Estilística.  Interpretação  de  textos.  Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). Figuras e vícios de linguagem. Pontuação: pontuação e  estrutura  sintática,  pontuação  ênfase;  particularidades  em  textos  normativos  articulados,  em  enumerações,  em citações  e  em  transcrições.  Terminologia  jurídica,  expressões  usuais  na  linguagem  jurídica, 
    latinismos  jurídicos, vícios e impropriedades da linguagem judiciário-forense.

  • Este texto não é narrativo? Por que a letra A está errada?
  • Luiz, a questão pede pra marcar a alternativa incorreta.

  • Harmonia Sempre você fumou maconha?

  • A) Resposta correta. Segundo as lições de tipologia textual, a presença de personagens é imprescindível à narrativa, isto é, sem personagem não há narração. No excerto, as personagens são o juiz, o advogado e a testemunha. Essa tipologia textual também é marcada pela progressão temporal entre os enunciados, sendo característica de toda história narrada: Ao se dirigir ao juiz, pediu-lhe ...”. 
    B) Resposta correta. No discurso direto, as personagens apresentam suas próprias palavras, o que ocorre no trecho apresentado na assertiva B. 
    C) Resposta correta. Toda narração é marcada por uma progressão temporal, ou seja, contém uma exposição, em que se apresentam a ideia principal (adiamento da sessão), as personagens (juiz, advogado e testemunha) e o espaço (tribunal – ideia implícita); um desenvolvimento, em que se detalha a ideia principal, que se divide em dois momentos distintos: a complicação (pedido de adiamento da sessão) e o clímax (a testemunha estava adoentada); e um desfecho, que é a conclusão da narrativa (o não comparecimento da testemunha).
    D) Resposta incorreta. A expressão latina tabula rasa significa “ser humano ser desprovido de qualquer conhecimento ou impressão. Logo, seria desrespeitosa com o magistrado. Por sua vez, o latinismo ipso facto significa o “efeito em consequência da ação em causa”. Por isso, seria adequado ao contexto, assumindo o sentido de por essa razão.
    E) Resposta correta. No trecho “sua principal testemunha estava adoentada e, por essa razão, impossibilitada de comparecer.”, ocorreu o emprego da vírgula devido à elipse (omissão) da forma verbal “estava”, evitando sua repetição no texto. 
    Gabarito: D. 

  • sobre a letra "c": Há um encadeamento causal nesta sucessão de eventos: estava adoentada, impossibilitada de comparecer e pediu-lhe o advogado de defesa que adiasse a sessão.

    Há uma sucessão de eventos na alternativa, não necessariamente a sucessão de eventos da parte destacada, já que primeiro o advogado pediu que o juiz adiasse a audiência, depois é que explicou o motivo do seu pedido.


ID
256258
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-SP
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

WikiLeaks contra o Império


A diplomacia americana levará tempo para se recuperar
da pancada que levou da WikiLeaks. Tudo indica que 250 mil
documentos secretos foram copiados por um jovem soldado em
um CD enquanto fingia ouvir Lady Gaga. Um vexame para um
país que gasta US$ 75 bilhões anuais com sistema de segurança
que agrupa repartições e emprega mais de 1 milhão de pessoas,
das quais 854 mil têm acesso a informações sigilosas.
A WikiLeaks não obteve documentos que circulam nas
camadas mais secretas da máquina, mas produziu aquilo que
o historiador e jornalista Timothy Garton Ash considerou
"sonho dos pesquisadores, pesadelo para os diplomatas". As
mensagens mostram que mesmo coisas conhecidas têm aspectos
escandalosos.
A conexão corrupta e narcotraficante do governo do Afeganistão
já é antiga, mas ninguém imaginaria que o presidente
Karzai chegasse a Washington com um assessor carregando
US$ 52 milhões na bagagem. A falta de modos dos homens da
Casa de Windsor é proverbial, mas o príncipe Edward dizendo
bobagens para estranhos no Quirguistão incomodou a embaixadora
americana.
O trabalho da WikiLeaks teve virtudes. Expôs a dimensão
do perigo representado pelos estoques de urânio enriquecido
nas mãos de governos e governantes instáveis. Se aos 68 anos o
líbio Muammar Gaddafi faz-se escoltar por uma "voluptuosa"
ucraniana, parabéns. O perigo está na quantidade de material
nuclear que ele guarda consigo. Os telegramas relacionados com
o Brasil revelaram a boa qualidade dos relatórios dos diplomatas
americanos. O embaixador Clifford Sobel narrou a inconfidência
do ministro Nelson Jobim a respeito de um tumor na cabeça do
presidente boliviano Evo Morales. Seu papel era comunicar. O
de Jobim era não contar.
A vergonha americana pede que se relembre o trabalho de
10 mil ingleses, entre eles alguns dos maiores matemáticos do
século, que trabalharam em Bletchley Park durante a Segunda
Guerra, quebrando os códigos alemães. O serviço dessa turma
influenciou a ocasião do desembarque na Normandia e permitiu
o êxito dos soviéticos na batalha de Kursk.
Terminada a guerra, Winston Churchill mandou apagar
todos os vestígios da operação, mantendo o episódio sob um
manto de segredo. Ele só foi quebrado, oficialmente, nos anos
70. Com a palavra Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando
trabalhou em Bletchley Park: "Minha grande tristeza foi ver
que meu amado marido morreu em 1975 sem saber o que eu fiz
durante a guerra". Alan Turing, um dos matemáticos do parque,
matou-se em 1954. Mesmo condenado pela Justiça por conta de
sua homossexualidade, nunca falou do caso. (Ele comeu uma
maçã envenenada. Conta a lenda que, em sua homenagem, esse
é o símbolo da Apple.)


(Elio Gaspari, WikiLeaks contra o Império. Folha de S.Paulo. Adaptado)

Ao se passar para o discurso indireto, sem alteração de sentido, o trecho - Com a palavra Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park: "Minha grande tristeza foi ver que meu amado marido morreu em 1975 sem saber o que eu fiz durante a guerra." (6.º parágrafo) - obtém-se:

Alternativas
Comentários
  • Macete: Quando for para passar para o discurso indireto aumenta sempre um verbo.

    frase: Com a palavra Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park: "Minha grande tristeza foi ver que meu amado marido morreu em 1975 sem saber o que eu fiz durante a guerra." 
    a) Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park, disse que sua grande tristeza havia sido ver que seu amado marido morrera em 1975 sem saber o que ela tinha feito durante a guerra.

    Nas demais opções não ocorre isso.

    Só acertei com esse macete após reler o início da questão: 
    Ao se passar para o discurso indireto...
  • amigos,ddesculpe a pergunta boba mas:
    discurso indireto é a msma coisa que voz passiva?

    Obrigado
  • Guilherme Wolff ,
    A sua pergunta não é boba não. Ademais, estamos aqui para ajudarmo-nos uns aos outros.
    Vou começar tentando explicar VOZ PASSIVA, comparando-a com a VOZ ATIVA.

    VOZ ATIVA....................................................VOZ PASSIVA
    Roubaram o meu relógio..................... .....O meu relógio foi roubado.
    O diretor promoveu Pedro a gerente...........Pedro foi promovido a gerente pelo diretor.
    Cabral descobriu o Brasil..........................O Brasil foi descoberto por Cabral.

    Na voz ATIVA o sujeito age, pratica a ação, é agente, é ATIVO.
    Na voz PASSIVA o sujeito sofre ou recebe a ação. O sujeito é PASSIVO. (Para maiores esclarecimentos pergunte a algum gay seu conhecido se ele é ativo ou passivo, ou seja, se ele recebe a "ação" ou se ele faz alguém receber a "ação" dele. É a mesma coisa na gramática).

    DISCURSO DIRETO X DISCURSO DIRETO:
    DISCURSO DIRETO:
    Dona Abigail: "Sonhei que vai faltar [ou faltará] feijão".
    DISCURSO INDIRETO:
    "Dona Abigail sentou-se na cama, sobressaltada, acordou o marido e disse que havia sonhado que iria faltar feijão." (NOVAES, Carlos Eduardo. O sonho do feijão)
    No discurso DIRETO o próprio personagem fala. No INDIRETO, alguém conta o que a pessoa falou.
    Espero ter esclarecido. Bons estudos!
  • O discurso indireto é definido como o registro da fala da personagem sob influência por parte do narrador. Nesse tipo de discurso, os tempos verbais são modificados para que haja entendimento quanto à pessoa que fala. Além disso, costuma-se citar o nome de quem proferiu a fala ou fazer algum tipo de referência. Neste tipo de discurso narrativo o narrador interfere na fala da personagem. Este conta aos leitores o que a personagem disse, no entanto o faz na 3ª pessoa. As palavras da personagem não são reproduzidas, e sim "traduzidas" na linguagem do narrador. Também é sem travessão. No fundo são apenas a junção dos dois modos verbais. A pessoa não pergunta de verdade, é o narrador que faz a pergunta com o nome do personagem.


    Fonte:  Wikipedia

  • Estava em dúvida em a "A" e a "E" mas reparei que na "E" está ..."sem saber o que ELE havia feito na guerra" ao invés de ELA

  • No texto original, "foi ver que morreu" está em modos verbal igual. Estao ambos no preterito perfeito.
    Pode-se concluir que ela viu de fato que ele morreu, ou seja, na mesma hora.

    Entao a ordem do contexto foi: ela viu que ele morreu, na mesma epoca, e depois ela fez algo na guerra, que ele nao viu.

    a)Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park, disse que sua grande tristeza HAVIA SIDO ver que seu amado marido MORRERA em 1975 sem saber o que ela tinha feito durante a guerra.

    CORRETA - Catherine viu que o marido morreu, "havia sido" e "morrera" esta no mesmo modo verbal. Portanto, coerente.

    b) Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park, disse que sua grande tristeza FOI VER que seu amado marido MORRERIA em 1975 sem saber o que ela faria durante a guerra.

    ERRADA - Nesse caso, o sentido muda, pois "foi ver" esta no preterito perfeito e "morreria" no futuro do preterito, o que indica uma situacao que ocorreu depois. Ela viu que ele iria morrer e nao que estava morto, nesse caso.

    c) Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park, diz que sua grande tristeza FOI VER o seu amado marido morrer em 1975 sabendo o que ela HAVIA FEITO durante a guerra.

    ERRADA - Muda o sentido tambem, pois nesse caso ela teria feito algo antes dele morrer, pois "havia feito" esta no preterito mais que perfeito. 

    d) Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park, disse que sua grande tristeza FOI VER que seu amado marido MORRER em 1975 sem saber o que ela faria durante a guerra.

    ERRADA. Aqui ela reparou que ele morreu, depois que ele morreu, bem depois. 

    e) Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchey Park, disse que sua grande tristeza fora ver que seu amado marido morreu em 1975 sem saber o que ele havia feito durante a guerra.

    ERRADA. Quem fez algo durante a guerra foi ela e nao ele.

  • Matou a pau a letra E....notem que está escrito "ele"....e eu preocupado com a regência....kkk

    Correta A

  • Gabarito A

    .

    "Minha grande tristeza foi ver que ...... [discurso direto]

    foi -->> Pretérito Perfeito

    .

    .------>>> o verbo foi vai para o particípio.---->> sido

    .

    .

    .

    .

    ..... disse que sua grande tristeza HAVIA sido ver que [discurso indireto]

    .

    ( acréscimo do verbo HAVER )

    HAVIA --->> Pretérito Imperfeito

  • Assertiva A

    Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park, disse que sua grande tristeza havia sido ver que seu amado marido morrera em 1975 sem saber o que ela tinha feito durante a guerra.

  • indireto: fofoca

  • discurso indireto é definido como o registro da fala da personagem sob influência por parte do narrador. Nesse tipo de discurso, os tempos verbais são modificados para que haja entendimento quanto à pessoa que fala.

    https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao/discurso.htm#:~:text=O%20discurso%20indireto%20%C3%A9%20definido,quanto%20%C3%A0%20pessoa%20que%20fala.

  • Ao se passar para o discurso indireto, sem alteração de sentido, o trecho - Com a palavra Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park: "Minha grande tristeza foi ver que meu amado marido morreu em 1975 sem saber o que eu fiz durante a guerra." (6.º parágrafo) - obtém-se:

    Compilação:

    A) Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park, disse que sua grande tristeza HAVIA SIDO ver que seu amado marido MORRERA em 1975 sem saber o que ela tinha feito durante a guerra. [Gabarito]

    HAVIA (Pretérito Imperfeito) SIDO (Particípio do Verbo Ser)

    MORRERA (Pretérito mais que perfeito)

    -------------------------------------

    B) Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park, disse que sua grande tristeza FOI VER que seu amado marido MORRERIA em 1975 sem saber o que ela faria durante a guerra.

    Nesse caso, o sentido muda, pois "foi ver" esta no pretérito perfeito e "morreria" no futuro do pretérito, o que indica uma situação que ocorreu depois. Ela viu que ele iria morrer e nao que estava morto, nesse caso.

    -------------------------------------

    C) Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park, diz que sua grande tristeza FOI VER o seu amado marido morrer em 1975 sabendo o que ela HAVIA FEITO durante a guerra.

    Nesse caso, o sentido muda, pois "foi ver" esta no pretérito perfeito e "havia feito" esta no pretérito mais que perfeito.

    Muda o sentido também, pois nesse caso ela teria feito algo antes dele morrer.

    -------------------------------------

     

    D) Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchley Park, disse que sua grande tristeza FOI VER que seu amado marido MORRERA em 1975 sem saber o que ela faria durante a guerra.

    Nesse caso, o sentido muda, pois "foi ver" esta no pretérito perfeito e "morrera" esta no pretérito mais que perfeito.

    Aqui ela reparou que ele morreu, depois que ele morreu, bem depois. 

    -------------------------------------

    E) Catherine Caughey, que tinha 20 anos quando trabalhou em Bletchey Park, disse que sua grande tristeza fora ver que seu amado marido morreu em 1975 sem saber o que ele havia feito durante a guerra.

    Nesse caso, o sentido muda, pois "fora" esta no pretérito mais que perfeito e "morreu" esta no pretérito perfeito.

    Quem fez algo durante a guerra foi ela e nao ele.

    By: Bruno Henrique Guedes


ID
641440
Banca
UNEMAT
Órgão
SEFAZ- MT
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa incorreta em relação à correlação necessária entre tipos e gêneros textuais e formas de tratamento.

Alternativas
Comentários
  • ALGUÉM SABE INFORMAR O ERRO CONTIDO NA ALTERNATIVA "E"?

  • ...substituídos para assinalar a segunda pessoa do discurso.

  • Bem dito, Fábio Eismann.

    Em toda a questão, uma única palavra errada: "terceira". O correto é SEGUNDA pessoa do discurso.
  • O pronome “você” corresponde à segunda pessoa do discurso, mesmo que se relacione à terceira pessoa gramatical, tendo em vista a forma verbal que a ele é atribuída.


    As chamadas pessoas do discurso se definem pelo seu posicionamento frente ao ato comunicativo, ou seja: primeira, representando aquela que fala (eu/nós); segunda, representando aquela com quem se fala (tu/vós/você, o senhor); e a terceira, demarcada por aquela de quem se fala (ele/eles/ela/elas). Como percebeu (ou seria como percebeste?), o pronome “você” retrata uma das opções que a língua portuguesa oferece para designarmos a pessoa com quem estamos falando, portanto ele integra a chamada “segunda pessoa indireta”.


    https://m.brasilescola.uol.com.br/gramatica/voce-segunda-ou-terceira-pessoa-discurso.htm


ID
655021
Banca
COMPERVE
Órgão
UFRN
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

As questões 15 e 16 referem-se ao livro Vidas secas, de Graciliano Ramos.

No romance, uma das funções do narrador é dar voz a seus personagens. Em Vidas secas, isso acontece, principalmente, por meio do discurso indireto livre, o que se verifica no trecho:

Alternativas

ID
697603
Banca
FMP Concursos
Órgão
Prefeitura de Porto Alegre - RS
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: As dez questões que seguem, em seu conjunto de alternativas, compõem passagens retiradas da revista Veja, edição especial de 11 de dezembro de 2011. Leia atentamente o enunciado de cada questão e escolha a alternativa que melhor responda ao que se pede.

ATENÇÃO! Para as respostas relativas a situações gramaticais modificadas pela Reforma de 2009, são válidas as regras anteriores ao decreto.

Qual a passagem que exemplifica o discurso direto?

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra "D" para quem não é assinante

    - Discurso direto é quando o próprio personagem da voz a fala, o narrado fala o que o personagem está pensando no momento.

    - Discurso indireto é quando o narador fala pelo personagem, existe a fala do personagem porém é falado pelo narrador.

    - Discurso indireto livre é uma mistura dos dois tipos de dircurso, onde existe a fala do próprio personagem junto com a do narrador. 

     


ID
807799
Banca
FAURGS
Órgão
TJ-RS
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Considere o trecho abaixo.

Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro:
– É o senhor o hóspede que se fantasiou de fantasma durante a festa?
Assinale a alternativa que apresenta a correta transposição do trecho para o discurso indireto.

Alternativas
Comentários
  • No discurso indireto:

    A regra manda que o presente passe a imperfeito, e o perfeito, a imperfeito.

    É, muda para, era (É o senhor - se era o senhor) - pronome apassivador + verbo ser

    Foi, muda para, tinha sido (Foi o senhor - se tinha sido o senhor) - pronome apassivador + verbo ser

    https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/o-presente-e-o-preterito-perfeito-no-discurso-indireto/32711

     

  • Nossa, passar do discurso direito p/ o discurso indireto é uma das questões mais chatas que existem. Poupem-nos!

     

    Presente do Indicativo ---------------> Pretérito Imperfeito do Indicativo.

     

    Pretérito Perfeito do Indicativo ---------------------> Pretério MAIS QUE PERFEITO do Indicativo.

     

    Futuro do Presente do Indicativo --------------------> Futuro do Pretérito do Indicativo.

     

    Vida longa e próspera, C.H.

  • Complementando o comentário do Concurseiro Humano,

    Imperativo------------------->Pretérito imperfeito do subjuntivo

    Pronome demonstrativo na primeira pessoa------------------>Passa para a terceira pessoa

  • discurso indireto sempre tem ARA-RA


ID
809032
Banca
FAURGS
Órgão
TJ-RS
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Considere o trecho abaixo.

Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro:
– É o senhor o hóspede que se fantasiou de fantasma durante a festa?


Assinale a alternativa que apresenta a correta transposição do trecho para o discurso indireto.

Alternativas
Comentários
  • No início era o verbo...

    Discurso Direto para o indireto ----> pula dois tempos para trás.

    FANTASIOU ----> FANTASIARA

    FORMA COMPOSTA DO TEMPO MAIS QUE PERFEITO -->

    VERBO TINHA OU HAVIA NO PRETÉRITO IMPERFEITO + PARTICÍPIO

    =

    TINHA FANTASIADO OU HAVIA FANTASIADO SEM PREJUÍZO DA COLOCAÇÃO PRONOMINAL DO TEXTO.

    Assim elimina-se a letra A e a C.

    Por semântica sai fora a E, quem havia se fantasiado? Não foi bem isso que ela perguntou.

    olhando ainda para os verbos ---> ERA (pretérito imperfeito)

    A forma composta tinha sido é a composta do verbo ser no +Q perfeito (FORA).

    Diligitis et Labore.


ID
991162
Banca
IFPI
Órgão
IF-PI
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                               Governo quer proibir venda de horário na TV
       O governo prepara decreto que muda a legislação de concessões de rádio e TV. Batizado de novo marco regulatório da radiodifusão, o projeto prevê o fim de um "mercado paralelo" no setor, informa Julio Wiziack. Uma das mudanças de maior impacto é a proibição do aluguel de canais e de horários da programação. A lei atual não coíbe a prática de forma explícita, o que gerou a proliferação de programas religiosos e comerciais. (Folha de São Paulo, ANO 92, Nº 30.377, 03 de junho de 2012)


Com relação à linguagem empregada no texto, é INCORRETO afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Lertra E. O discurso indireto não permite que as personagens se exprimam livremente, uma vez que as falas das personagens são apresentadas pelo narrador.. o que não é observado no texto.

  • GAB dado como letra E..

     

    Não captei muito bem que era a 'e', mas segue..

     

    Na 'c' fala em texto escrito em prosa: Prosa é um gênero de texto escrito em parágrafos. O termo deriva do latim prosa, que significa discurso direto, livre, em linha reta. As metáforas são exploradas visando criar uma imagem objetiva e concreta da realidade, o que o diferencia do texto poético. Porém, a linguagem da prosa não é pura denotação. Quando a obra chega ao seu epílogo, e termina a narrativa, a conotação se manifesta fortemente. Portanto, a prosa faz uso da linguagem denotativa conotativa, ao contrário da linguagem poética, que é predominantemente conotativa.

     

    No discurso direto, o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala do personagem. O objetivo desse tipo de discurso é transmitir autenticidade e espontaneidade. Assim, o narrador se distancia do discurso, não se responsabilizando pelo que é dito. Pode ser também utilizado por questões de humildade - para não falar algo que foi dito por um estudioso, por exemplo, como se fosse de sua própria autoria. Ex: Utilização dos sinais de pontuação - travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas. Inserção do discurso no meio do texto - não necessariamente numa linha isolada. https://googleweblight.com/i?u=https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Prosa&hl=pt-BR https://googleweblight.com/i?u=https://www.todamateria.com.br/discurso-direto-indireto-e-indireto-livre/&hl=pt-BR

  • Acredito que a colega Ana Paula quis dizer que predomina o discurso indireto!

     

    A primeira vez que li não entendi muito bem, mas é isso mesmo, já que o direto se evidencia pelas falas propriamente ditas e expontaneas por uma pessoa citada no texto. Nesse texto específico, o autor cita de forma limitada a informação de alguém, porém o faz sutilmente com controle do que é dito sem que isso caracterize ou predomine no momento e ocorre a permanência do seu posicionamento de narrador. 

     

    Espero ter contribuído e QQ equívoco nesse e em outros comentários, avisar no privado. #Gratidão.


ID
1068802
Banca
IFC
Órgão
IFC-SC
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1
                 O futuro do trabalho
       “[...]
            Seja como for, é preciso resolver os problemas do desemprego e da informalidade, que são mais acentuados nos países subdesenvolvidos. O caminho é estabelecer políticas de geração de empregos, além de garantir melhores condições para os trabalhadores em ocupações precárias.
            Uma das saídas é a redução da jornada de trabalho: as pessoas trabalham menos para que se abram vagas para as desempregadas. Outra estratégia é instituir programas de formação profissional e de microcrédito para trabalhadores autônomos, desempregados e pequenas empresas.”

Vestibular-Editora Abril, nov., 2002.




Texto 2

                    Conflito de gerações
“- Marquinhos... Marquinhos! [...]
O filho tentou disfarçar, lá no fundo do quintal, tirando meleca do nariz, mas, quando
a mãe chamava assim, era melhor ir. Na cozinha, a mãe ao lado da geladeira
aberta, com uma garrafa e um saco plástico vazios nas mãos:
- Você comeu toda a salsicha?!
- Não é bem verdade...Eu só usei as salsichas pra acabar com a mostarda. Já
estava até verde! Alguém ia acabar comendo estragado e ficar doente.
[...]
- Você tem resposta pra tudo, não?!
- Não é bem verdade... é a senhora que sempre pergunta.
- Você é uma gentinha! Só uma gentinha, tá entendendo?
O filho ficou olhando praquela mãe batendo com o pé no chão, bem nervosa
mesmo, mais alta que a geladeira e tudo. Aí foi obrigado a dizer:
- É... isso eu acho que é verdade.”

BONASSI, Fernando. In: Folha de São Paulo, 23 nov. 2002.

Ao analisar a linguagem e o discurso do texto 1 e do texto 2 respectivamente. Assinale a alternativa CORRETA:

Alternativas
Comentários
  •  c)

    no texto 1, a linguagem é mais formal, obedecendo à norma culta; consegue-se ainda identificar um discurso indireto, aplicado interpretativamente às questões sociais. Já no texto 2, além de uma linguagem informal, em que se notam repetições e frases, ocorre, também, um diálogo entre mãe e filho. 


ID
1106596
Banca
COPEVE-UFAL
Órgão
ALGÁS
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A primeira característica a ser ressaltada na poesia de João Cabral é sua linguagem poética: bastante concisa e econômica, é completamente isenta de sentimentalismos. Os substantivos prevalecem sobre os adjetivos, surgindo assim poemas despidos de qualquer acessório sentimental, com predominância, portanto, da objetividade. É o que se vê no seguinte texto, no qual o poeta fala de poesia: 

Lição de poesia 

A luta branca sobre o papel 
que o poeta evita. 
Luta branca onde corre o sangue 
de suas veias de água salgada. 
A física do susto percebida 
entre os gestos diários; 
susto das coisas jamais pousadas 
porém imóveis — natureza. 
E as vinte palavras recolhidas 
nas águas salgadas do poeta 
de que se servirá o poeta 
em sua máquina útil. 
Vinte palavras sempre as mesmas, 
de que conhece o funcionamento, 
a evaporação, a densidade 
menos que a do ar. 


          A esta preocupação com uma linguagem precisa e econômica, que se atenha ao essencial, a poesia de João Cabral soma uma outra grande preocupação com o corte do poema, que volta a ser construído com formas rígidas e regulares. Este cuidado formal que se manifesta na obra do poeta pernambucano já se patenteia em alguns títulos de suas obras: O Engenheiro, Psicologia da Composição. A menção a “engenheiro" e “composição" reflete o ato poético de João Cabral, que está muito mais próximo da matemática e geometria do que da oratória e da retórica 

                                                                                                                                        (Lajolo & Clara)  


Dadas as proposições a seguir sobre o texto,

I. A respeito da tipologia textual, o excerto anterior pode ser caracterizado como predominantemente expositivo, pois nele o objetivo fundamental é a explicação do estilo poético de João Cabral.

II. Como parte de um texto predominantemente expositivo, a citação da poesia de João Cabral ilustra informações constantes no primeiro parágrafo, podendo ser desconsiderada para efeito de um resumo do texto de Lajolo e Clara.

III. Infere-se da leitura do texto que a prevalência de substantivos sobre adjetivos em um texto a este confere objetividade e racionalidade.

IV. O emprego do pronome demonstrativo no último parágrafo do texto mostra-se incorreto para referir-se às características da poesia de João Cabral apontadas no primeiro parágrafo.

verifica-se que

Alternativas
Comentários
  • Todas são verdadeiras, inclusive a última proposição, pois onde se lê "A esta preocupação..." deveria ser "A essa preocupação..." tendo em vista que se refere a algo que antecede o parágrafo.

  • O ITEM  III  EU DISCORDO.

     

     


ID
1141057
Banca
FEPESE
Órgão
MPE-SC
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Considere o trecho extraído do texto 1 e analise as afrmativas a seguir, tendo em vista a norma padrão da língua portuguesa.

“Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.”

1. Trata-se de um discurso direto, que tem como interlocutores as pessoas presentes no velório e como finalidade homenagear o morto.
2. A expressão “meus senhores” é um vocativo e pode ser deslocada para o início do enunciado, ou para imediatamente após o pronome inicial, mantendo-se isolada por vírgulas.
3. A forma verbal “têm” não poderia estar no singular “tem”, pois estaria ferindo a regra de concordância segundo a qual o verbo deve concordar com seu sujeito.
4. As palavras “sombrio”, “escuras” e “azul” estão empregadas como adjetivos.
5. As duas ocorrências de “tudo isso” fazem remissão anafórica a “Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo”, e funcionam como aposto resumitivo.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Comentários
  • Prova cancelada, estamos aguardando remarcação!

  • Mas a afirmativa três esta correta ou não, afinal? E a 5?

  • Acho que a três está errada.

    "vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade"

    Se o tem ficar no plural... acabará tendo como sujeito "a natureza". Não estará errada, só vai ter alterado o sujeito.

  • O tem pode concordar com "um" ou com "belos caracteres", por isso está errada!

  • Eu entendi o item 3 como um caso de Concordância facultativa envolvendo expressão partitiva/coletiva:

    UM DOS QUE
    Ex. Ele foi um dos colegas  que mais me apoiaram.
    Ele foi um dos colegas que mais me apoiou (Quando se quer destacar o indivíduo dentro do grupo, emprega-se o verbo no singular)

    A MAIORIA DOS/DAS
    eX: A maioria dos aposentados se descuida.(concordância lógica)
    A maioria dos apostentados se descuidam. (concordância atrativa/estilística)
    A maioria das residências possui/possuem grades.
    (Mas cuidado : se a expressão partitiva não estiver determinada pela  flexiona. Ex: A maioria se descuida com a própria saúde; A maioria possui grades)

    GRANDE PARTE/NÚMERO

    EX: Grande número de trabalhadores ganha pouco.
    Grande número de trabalhadores ganham pouco.

    UM E OUTRO
    Um e outro procurou/procuraram o juiz.
    (Mas cuidado com a reciprocidade, que mantém no plural: Um e outro abraçaram-se.)

    NEM UM NEM OUTRO
    Nem um nem outro falou/falaram sobre o assunto.
    (Mas cuidado com a reciprocidade, que mantém no plural:Nem um nem outro agrediram-se.)

    ----ATENÇÃO----CUIDADO-------
    MAIS DE UM (EM REGRA, SINGULAR). Ex: Mais de uma pessoa estava ali.
    EXCEÇÃO : vai para o plural quando:
    -repete: Mais de um cantor, mais de uma atriz apresentaram seus trabalhos.
    -reciprocidade: Mais de um aluno abraçaram-se no auditório.

    Espero que seja por aí, se não, me corrijam, por favor..

  • Resposta letra D

    1, 2 e 5 corretas.

  • Eu acho que a número está errada, veja a questão:

    "1. Trata-se de um discurso direto, que tem como interlocutores as pessoas presentes no velório e como finalidade homenagear o morto." - PLURAL


    Veja o trecho: "que levou um daqueles féis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: - “Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre fnado.”
    Bom e fel amigo!" ESTÁ NO SINGULAR"


    Não foram interlocutores, mas apenas um interlocutor!

  • 1. Correta.
    2. Correta.
    3.  O tem pode concordar com "um" ou com "belos caracteres", por isso está errada!
    4. A palavra“azul” esta empregadas como substantivo, com sentido de céu, por isso está errada!
    5.  Correta.

  • errei porque essa merda de "aposto resumitivo" está mais com cara de sujeito da oração, daí pensei: "se é sujeito, não pode ser um aposto"...f*ck!

  • adjetivo comparativo de superioridade analítico: comparam duas caracteristicas de um mesmo ser. 

    ex: Saul é mais inteligente do que bonito

    adjetivo de superioridade sintetico: comparam dois seres. 

    ex: Mr. White é melhor do que Pinkman


ID
1142926
Banca
FGV
Órgão
FUNARTE
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                       A GRATIDÃO


     Desta vez, trago-vos algumas histórias e fico grato pelo
tempo que possa ser dispensado à sua leitura. Falam-nos de
gratidão e poderão fazer-nos pensar no quanto a gratidão fará,
ou não, parte das nossas vidas. Estou certo de que sabereis
extrair a moral da história.
    Uma brasileira, sobrevivente de um campo de extermínio
nazista, contou que, por duas vezes, esteve numa fila que a
encaminhava para a câmara de gás. E que, nas duas vezes, o
mesmo soldado alemão a retirou da fila.
  Aristides de Sousa Mendes foi cônsul de Portugal na França.
Quando as tropas de Hitler invadiram o país, Salazar ordenou que
não se concedesse visto para quem tentasse fugir do nazismo. 
Contrariando o ditador,  Aristides salvou dez mil judeus de uma
morte certa. Pagou bem caro pela sua atitude humanitária. 
Salazar destituiu-o do cargo e o fez viver na miséria até o fim da
vida. Diz um provérbio judeu que “quem salva uma vida salva a
humanidade". Em sinal de gratidão, há vinte árvores plantadas
em sua memória no Memorial do Holocausto, em Jerusalém. E
Aristides recebeu dos israelenses o título de “Justo entre as
Nações", o que equivale a uma canonização católica.
      Quando um empregado de um frigorífico foi inspecionar a
câmara frigorífica, a porta se fechou e ele ficou preso dentro
dela. Bateu na porta, gritou por socorro, mas todos haviam ido
para suas casas. Já estava muito debilitado pela baixa
temperatura, quando a porta se abriu e o vigia o resgatou com
vida. Perguntaram ao vigia-salvador: Por que foi abrir a porta da
câmara, se isso não fazia parte de sua rotina de trabalho? Ele
explicou: Trabalho nesta empresa há 35 anos, vejo centenas de
empregados que entram e saem, todos os dias, e esse é o único
funcionário que me cumprimenta ao chegar e se despede ao sair.
Hoje ele me disse “bom dia" ao chegar. E não percebi que se
despedisse de mim. Imaginei que poderia lhe ter acontecido algo. 
Por isso o procurei e o encontrei.
     Talvez a gratidão devesse ser uma rotina nas nossas vidas,
algo indissociável da relação humana, mas talvez ande arredada
dos nossos cotidianos, dos nossos gestos. E se começássemos
cada dia dando gracias a la vida, como faria a Violeta?           
                                                                           (José Pacheco, Dicionário de valores)


“Perguntaram ao vigia-salvador: Por que foi abrir a porta da câmara, se isso não fazia parte de sua rotina de trabalho?”

A forma de discurso indireto que substitui convenientemente o segmento sublinhado é:

Alternativas
Comentários
  • Alguem comenta essa questao?

  • Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens ganham voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso permite que traços da fala e da personalidade das personagens sejam destacados e expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, entre outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzidas e elas ganhem vida, como em uma peça teatral.

    Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito comuns durante a reprodução das falas.

    Ex.“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá na língua dele - Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...”

    “- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”


    Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala, e reações das personagens. É escrito normalmente em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para reproduzir aquilo que foi dito pela personagem.

    Ex.“Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de Assis)

    “Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto)


    FONTE: http://www.infoescola.com/redacao/tipos-de-discurso/

    ------------------------------------//------------------------------------------//----------------------------------------


    Nessa questão, vale-se perceber um macete: Na resposta correta, o pronome possessivo se encontra na 3° pessoa. As demais se encontram na 2° pessoa. Com exceção da "E", que embora esteja na 3° pessoa, o verbo não concorda com o do enunciado.

    a)por que tinha ido abrir a porta da câmara, se aquilo não fazia parte da rotina de trabalho dele;

    b)por que fora abrir a porta da câmara, se isso não tinha feito parte de sua rotina de trabalho; 

    c)porque tinha ido abrir a porta da câmara, se isso não tinha feito parte de sua rotina de trabalho;

    d)porque abrira a porta da câmara, se isso não fizera parte de sua rotina de trabalho;

    e)por que abrira a porta da câmara, se isso não fez parte da rotina de trabalho dele.


  • Por que foi abrir a porta da câmara, se isso não fazia parte de sua rotina de trabalho

    1º passo: averiguar o tempo verbal

    foi = pretérito perfeito do indicativo - para D. Ind. muda p pretérito + que perfeito

    fazia = pretérito imperfeito do indicativo - já está no discurso indireto

    Até a vírgula, tanto a letra A como a letra B estariam corretas (estão no pretérito + que perfeito). No entanto, pela regra, isso converte em aquilo. Nao poderia ser a letra B tbm pq tinha feito é pretérito mais que perfeito, em que só é usado se no discurso direto a frase estiver no pretérito perfeito.

     

     

     

     

  • por favor, indiquem para comentário ou alguém comente melhor

  • Na passagem do discurso direto para o indireto há alteração:

    a) nas pessoas e pronomes (da 1ª e 2ª pessoas para a 3ª)

    sua rotina = rotina dele

    b) nos tempos verbais (do pretérito perfeito para o mais-que-perfeito)

    foi abrir a porta = tinha ido abrir/fora abrir

    c) nas noções temporais e espaciais

    se isso = se aquilo

  • Galera, há algumas semanas, comecei utilizar os MAPAS MENTAIS PARA CARREIRAS POLICIAIS, e o resultado está sendo imediato, pois nosso cérebro tem mais facilidade em associar padrões, figuras e cores.

    Estou mais organizado e compreendendo grandes quantidades de informações;

    Retendo pelo menos 85% de tudo que estudo;

    E realmente aumentou minha capacidade de memorização e concentração;

    Dicas e métodos de aprovação para carreiras policiais, instagram: @veia.policial

    “FAÇA DIFERENTE”

    SEREMOS APROVADOS!

  • Identifiquei os "PORQUES". O porque junto e sem acento é de afirmação, separado e sem acento é de pergunta. Só aí já deu para eliminar duas questões. O restante é a forma de leitura. Direto é falando direto com a pessoa, indireto é falando de uma terceira pessoa. Bem fácil.

  • Adiantando - Gabarito: A

  • GAB : A

    RESOLVI DA SENGUINTE FORMA :

    Por que foi abrir a porta da câmara, se isso não fazia parte de sua rotina de trabalho?”

    por que tinha ido abrir a porta da câmara, se aquilo não fazia parte da rotina de trabalho dele;

    1º Transpor o verbo pretérito perfeito para mais que perfeito

    Transpor o pronome demonstrativo isso para aquilo .

    Fonte :gramatica Alexandre Soares

  • CORRELAÇÃO DE TEMPOS VERBAIS GALERA

    1º pretérito perfeito do indicativo (ele foi) -------> 2º pretérito imperfeito do indicativo (AVA) Cantava, comia ou partia

    OBS;

    pretérito perfeito : cantei, comi ou parti --- tbm pode ser formado por ter ou haver MAIS + o particípio

    o que é o particípio mesmo? CANTADO, COMIDO OU PARTIDO.

    Colocou = tinha / havia COLOCADO.

    ok

    enfim, morri.

    algumas correlações minhas anotadas:

    pres. do indicativo ---> pres. do indic

    pres. do indicativo ---> pres. subjuntivo

    pret. perf. indi ---> pret. imperf. do indic (AVA) - questão

    pret. imperf. indicativo ---> pret. imperf. Subjuntivo (sse)

    Futuro. presente ind ---> Futuro do subjuntivo ex: eu viajaREI mais QUANDO EU PASSAR em um concurso público.

    Fut. preterito. do indic. --->Pret. imperfeito do subjunt. ex: eu viajaRIA mais SE eu passasse em um concurso público.

    TATAKAE.


ID
1146628
Banca
FATEC
Órgão
FATEC
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O labirinto dos manuais

Há alguns meses, troquei meu celular. Um modelo lindo, pequeno, prático. Segundo a vendedora, era capaz de tudo e mais um pouco. Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefonar. Abri o manual, entusiasmado. “Agora eu aprendo”, decidi, folheando as 49 páginas. Já na primeira, tentei executar as funções. Duas horas depois, eu estava prestes a roer o aparelho. O manual tentava prever todas as possibilidades. Virou um labirinto de instruções! Na semana seguinte, tentei baixar o som da campainha. Só aumentava. Buscava o vibracall, não achava. Era só alguém me chamar e todo mundo em torno saía correndo, pensando que era o alarme de incêndio! Quem me salvou foi um motorista de táxi.

- Manual só confunde - disse didaticamente. - Dá uma de curioso. Insisti e finalmente descobri que estava no vibracall há meses! O único problema é que agora não consigo botar a campainha de volta!

Atualmente, estou de computador novo. Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. Comprei um livro. Na capa, a promessa: “Rápido e fácil” - um guia prático, simples e colorido! Resolvi: “Vou seguir cada instrução, página por página. Do que adianta ter um supercomputador se não sei usá-lo?”. Quando cheguei à página 20, minha cabeça latejava. O livro tem 342! Cada vez que olho, dá vontade de chorar! Não seria melhor gastar o tempo relendo Guerra e Paz*?

Tudo foi criado para simplificar. Mas até o micro-ondas ficou difícil. A não ser que eu queira fazer pipoca, que possui sua tecla própria. Mas não posso me alimentar só de pipoca! Ainda se emagrecesse... E o fax com secretária eletrônica? O anterior era simples. Eu apertava um botão e apagava as mensagens. O atual exige que eu toque em um, depois em outro para confirmar, e de novo no primeiro! Outro dia, a luzinha estava piscando. Tentei ouvir a mensagem. A secretária disparou todas as mensagens, desde o início do ano!

Eu sei que para a garotada que está aí tudo parece muito simples. Mas o mundo é para todos, não é? Talvez alguém dê aulas para entender manuais! Ou o jeito seria aprender só aquilo de que tenho realmente necessidade, e não usar todas as funções. É o que a maioria das pessoas acaba fazendo!

Entre as características que definem uma crônica, estão presentes no texto de Walcyr Carrasco:

Alternativas

ID
1251973
Banca
CETRO
Órgão
CHS
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia a oração abaixo, que se apresenta em discurso direto, e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sua transformação correta para o discurso indireto.

                    – Não faça nada – disse ao colega.

Alternativas
Comentários
  • reposta correta a) Disse ao colega que não fizesse nada.

  • a) Disse ao colega que não fizesse nada.

  • Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala, e reações das personagens. É escrito normalmente em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para reproduzir aquilo que foi dito pela personagem.

    Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a história, mas as personagens têm voz própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim é uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem.

    http://www.infoescola.com/redacao/tipos-de-discurso/



ID
1300957
Banca
FEPESE
Órgão
MPE-SC
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Considere o trecho extraído do texto 1 e analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a norma padrão da língua portuguesa.

Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.”


1. Trata-se de um discurso direto, que tem como interlocutores as pessoas presentes no velório e como finalidade homenagear o morto.
2. A expressão " meus senhores" é um vocativo  e pode ser   deslocada para o início do enunciado, ou para imediatamente após o pronome inicial, mantendo-se isolada por vírgulas.
3. A forma verbal “têm” não poderia estar no singular “tem”, pois estaria ferindo a regra de concordância segundo a qual o verbo deve concordar com seu sujeito.
4. As palavras “sombrio”, “escuras” e “azul” estão empregadas como adjetivos
5. As duas ocorrências de “tudo isso” fazem remissão anafórica a “Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo”, e funcionam como aposto resumitivo.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Comentários
  • Essa prova foi reaplicada pela banca. Mas segundo o gabarito preliminar a resposta correta seria a letra D e não a letra C, conforme informado pelo QC.

  • 3) UM dos que-admite tanto a forma plural quanto a forma singular, então, tanto tem como têm estão corretas, por isso o erro dessa assertiva.

  • Complementando as respostas anteriores, notadamente em relação às assertivas que tive maior dificuldades:

    Quanto à hipótese 4 da questão, os vocábulos "sombrio" e "escuro" realmente foram empregados como adjetivos. No entanto, o vocábulo "azul" é substantitivo, pois, no texto, está precedido de "O".

    Na hipótese 5, infere-se que o "tudo isso" foi empregado para referir a parte anterior do texto, tal como consta da assertiva, o que de fato constitui função anafórica.


ID
1309078
Banca
FGV
Órgão
SUSAM
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Cafezinho

   Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.

   Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:

   — Ele foi tomar café.

   A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir tomar um "cafezinho". Para quem espera nervosamente, esse "cafezinho" é qualquer coisa infinita e torturante. Depois de esperar duas ou três horas dá vontade de dizer:

   — Bem, cavalheiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho.

   Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e vago:

   — Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.

   Quando a Bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:  

   — Ele está? - alguém dará o nosso recado sem endereço. Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo:

   — Ele disse que ia tomar um cafezinho...

   Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão:

   — Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu
dele está aí...

   Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar.


    Quando vier a grande hora de nosso destino nós teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.

                                                                                                                                      (Rubem Braga)

"Ele disse que ia tomar um cafezinho...". Essa frase está em discurso indireto; a forma de discurso direto que reproduz a forma correspondente dessa mesma frase, é

Alternativas
Comentários
  • Ele disse: - Eu vou tomar um cafezinho.


  • Por que não pode ser a ''c'' ?

  • Acredito que não possa ser a C porque na frase do texto existe uma locução verbal: verbos ir e tomar. Logo, passando para o discurso direto a estrutura tem de permanecer.

  • Gab.: D

  • Gabarito: d)

    Na transposição do discurso indireto do pretérito imperfeito do indicativo, a forma correspondente é o presente do indicativo.

    "Ele disse que ia tomar um cafezinho...".  (pretérito imperfeito do indicativo)

    Eu vou tomar um cafezinho. (presente do indicativo)

    Transposição do Discurso Direto para o Discurso Indireto

    Mudança nos tempos verbais:

    Verbo no presente do indicativo passa a pretérito imperfeito do indicativo: – Não quero água – afirmou a menina. => A menina afirmou que não queria água.

    Verbo no pretérito perfeito passa a pretérito mais-que-perfeito: – Perdi meu diário – disse ele.=> Ele disse que tinha perdido seu diário.

    Verbo no futuro do indicativo passa a futuro do pretérito: – Irei à escola amanhã. => Ele afirmou que iria à escola no dia seguinte.

    Verbo no imperativo passa o pretérito imperfeito do subjuntivo: – Marchem! – ordenou o sargento. => O sargento ordenou que marchássemos.

    Fonte: https://www.infoenem.com.br/discurso-direto-para-discurso-indireto/

  • Ia tomar - Vou tomar.

    Tomei!

  • Tem que se atentar se o verbo exprime uma possibilidade, uma ação ou se indica passado.


ID
1310602
Banca
FEPESE
Órgão
SJC-SC
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Como funcionam os presídios nos Estados Unidos

A palavra “prisão” não é uma palavra difícil de ser entendida: é um lugar onde sua liberdade, seus movimentos e seu acesso a basicamente tudo é restrito,em geral como uma punição por ter cometido um crime. Mas para quem já foi condenado, uma prisão é muito mais do que isso: é um lugar onde dignidade, privacidade e controle são entregues aos guardas e administradores da prisão, onde isolamento e tédio podem deixar alguém louco e onde a mais simples das necessidades parece um luxo. Nos Estados Unidos, mais de dois milhões de pessoas estão em presídios e mais de 400 mil trabalham neles.
(…)
As pessoas costumam pensar em prisões de segurança máxima quando pensam em como seria a prisão. No entanto, apenas um quarto de todos os presidiários dos Estados Unidos está em presídios de segurança máxima. Esse tipo de prisão é reservado para infratores violentos, para quem já fugiu (ou tentou fugir) ou para presos que podem causar problemas em prisões de menor segurança. Elas são rodeadas por muros altos e cercas farpadas.


                                        Fonte: < http://pessoas.hsw.uol.com.br/presidios.htm> acesso em 20.10.2013

Observe as frases.

A. Recebi flores de presente. Ela disse que recebeu flores de presente.
B. “Não gosto disso”, disse o garoto. Disse o garoto: – Não gosto disso.
C. Faça a tarefa, rapaz! O professor ordenou que o rapaz fizesse a tarefa.
D. A natureza é bela. É bela a natureza.

Sobre as frases, é correto afirmar.

1. Em A e C temos discurso direto na primeira frase e indireto na segunda.
2. Em B temos dois exemplos de discurso indireto.
3. Em D temos discurso direto em ambas as frases.
4. Todas as frases apresentam verbos no modo indicativo.
5. Em B temos verbos no presente e no passado.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Comentários
  • A. Recebi flores de presente. Discurso direto representado pela fala do personagem.

    C. O professor ordenou que o rapaz fizesse a tarefa. Discurso indireto representado pela fala do narrador.

  • TEMOS QUE TOMAR MUITO CUIDADO NESTAS CONSTRUÇÕES.

  • Gabarito: Letra B

    Em A e C temos discurso direto na primeira frase e indireto na segunda

    Em B temos verbos no presente e no passado.

  • Gabarito Alternativa (B)

    Resolvi por eliminação

    -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.

    Exemplo: A aluna afirmou: - Preciso estudar muito para o teste.

    discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

    Exemplo: A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.

    Obs: conceito retirado do site: normaculta.com.br

    -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Item 1= CORRETO / Elimino as alternativas: (c) e (e).

    Item 2= ERRADO, pois ambos os discursos são direto. / Elimino as alternativas: (a) e (d).

    Já chegamos a resposta, porém termine de analisar as demais alternativas para confirmar o gabarito.

    Item 3= o discurso é o indireto

    Item 4= Não, pois na frase da alternativa (c) encontra-se no Imperativo.

    Item 5= Verbo gostar está no presente do indicativo e o verbo dizer está no pretérito perfeito do indicativo.


ID
1333399
Banca
FCC
Órgão
TRT - 13ª Região (PB)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      

Em 1973, um livro afirmou que as plantas são seres sencientes que têm emoções, preferem música clássica a rock'n'roll e podem reagir a pensamentos não expressos verbalmente de seres humanos a centenas de quilômetros de distância. Entrou para a lista de best-sellers do New York Times, na categoria não ficção.
      A Vida Secreta das Plantas, de Peter Tompkins e Christopher Bird, apresentou uma fascinante miscelânea de ciência botânica autêntica, experimentos fajutos e culto místico da natureza, que arrebatou a imaginação do público numa época em que o ideário new age começava a ser assimilado pela cultura dominante. As passagens mais memoráveis descreviam os experimentos de Cleve Backster, um ex-agente da CIA especialista em detectores de mentiras. Em 1966, porque lhe deu na veneta, Bakster ligou um galvanômetro - medidor de correntes elétricas - à folha de uma dracena plantada num vaso do seu escritório. Ficou pasmo ao constatar que, quando ele imaginava a dracena pegando fogo, a agulha do polígrafo se mexia, registrando um surto de atividade elétrica indicador de que a planta sentia estresse. “A planta leu a mente dele?", indagam os autores. Backster teve vontade de sair pelas ruas gritando: “As plantas pensam!"
      Nos anos seguintes, vários botânicos sérios tentaram em vão reproduzir o “efeito Backster". Boa parte da ciência em A Vida Secreta das Plantas caiu em descrédito. Mas o livro deixou sua marca na cultura. Norte-americanos começaram a conversar com plantas e a tocar Mozart para elas, e sem dúvida muitos ainda o fazem. Isso pode parecer inofensivo - provavelmente sempre haverá uma veia sentimentalista a influenciar nosso modo de ver as plantas -, mas, na opinião de muitos botânicos, esse livro causou danos duradouros a sua área de estudo. Segundo o biólogo Daniel Chamovitz, Tompkins e Bird foram responsáveis por emperrar “importantes pesquisas  sobre o comportamento das plantas, pois os cientistas passaram a desconfiar de qualquer estudo que sugerisse paralelos entre sentidos dos animais e sentidos dos vegetais”.

(POLLAN, Michael. “A Planta Inteligente", In: Piauí, maio de 2014. p. 63-64)

“A planta leu a mente dele?”, indagam os autores. Backster teve vontade de sair pelas ruas gritando: “As plantas pensam!” (2° parágrafo)

A transposição correta para o discurso indireto do trecho acima está em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Letra C.

    1ª Frase: Passando para a ordem correta: Sujeito (Os autores) + Verbo (indagam) complemento (se a planta teria lido a mente dele).

    2ª Frase: Backster teve vontade de sair pelas ruas gritando ISSO. 

    Isso o que? Que as plantas pensam.

    Bons estudos!

  • A questão quer a ordem direta do seguimento destacado.
    Ordem direta = Sujeito + Verbo + Complemento + Advérbio.

  • Perdão amigos, mas discurso direto e indireto não tem a ver com a ordem das frases,

    Discurso direto é transcrição literal da fala, com travessãou ou dois pontos e aspas e o indireto é a descrição da fala. Ocorre mudança nos tempos verbais quando se passa do direto para o indireto. Deem uma pesquisada

  • Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens ganham voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso permite que traços da fala e da personalidade das personagens sejam destacados e expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, entre outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzidas e elas ganhem vida, como em uma peça teatral.

    Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito comuns durante a reprodução das falas.

    Ex.

    “O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá na língua dele - Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...”

    “- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!” 

    Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala, e reações das personagens. É escrito normalmente em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para reproduzir aquilo que foi dito pela personagem.

    Ex.

    “Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de Assis)

    “Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto)

    http://www.infoescola.com/redacao/tipos-de-discurso/

  • Meu sonho é aprender uma questão como essa, se alguém poder ajudar, agradeço, especialmente porque a fcc ta cobrando isso.

  • Luziane .. é meu sonho tbm! kkkk... 
    Uma dica, que pra mim geralmente funciona, é observar se a semântica do texto não foi alterada. Note que ocorre alteração da ideia original nas alternativas incorretas.
  • Regras de transposição do discurso direto para o indireto:

    DIRETO – Enunciado em primeira pessoa: Disse o aluno: – Eu não confio mais no
    professor.
    INDIRETO – Enunciado em terceira pessoa: O aluno disse [que ele não confiava
    mais no professor.]

    DIRETO – Verbo no presente do indicativo: – Eu não confio mais no professor,
    disse ele.
    INDIRETO – Verbo no pretérito imperfeito do indicativo: Ele disse [que não confiava mais no professor.]

    DIRETO – Verbo no pretérito perfeito: “Eu não falei nada!”, exclamou.
    INDIRETO – Verbo no pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo ou no
    pretérito mais-que-perfeito: Exclamou [que não tinha/havia falado (ou falara) nada.]

    DIRETO – Verbo no futuro do presente: “Protestaremos contra ele de qualquer maneira.”
    INDIRETO – Verbo no futuro do pretérito: Declararam [que protestariam contra ele de qualquer maneira.]

    DIRETO – Verbo no imperativo, presente ou futuro do subjuntivo: “Saia da minha sala”, ordenou o professor ao aluno.
    INDIRETO – Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo: O professor ordenou ao aluno [que saísse da sua sala.]

    DIRETO – Pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos de 1a pessoa (eu, nós, meu(s), minha(s), nosso(a/s), este(a/s), isto): “A esta hora não responderei nada”,
    disse ele.
    INDIRETO – Os mesmos pronomes, de 3a pessoa: Ele disse [que àquela hora não responderia nada.]

    DIRETO – Advérbio aqui e cá: “Daqui eu não saio tão cedo, até que eu fale com o diretor.”
    INDIRETO – Advérbio ali e lá: Disse [que dali não saía tão cedo, até que ele falasse com o diretor.]


    fonte: A gramática para Concursos Públicos, Fernando Pestana

  • Essa questão pode ser facilmente resolvida só observando o sentido da segunda frase. Observem que em todas as alternativas erradas o sentido muda.

  • ALGUEM SABE PORQUE A "D" ESTA ERRADA??

  • O FOCO DA QUESTÃO NÃO ESTAVA SOMENTE NA TRANSPOSIÇÃO,MAS TAMBÉM NO SENTIDO DA PARTE FINAL DA ORAÇÃO.


ID
1341157
Banca
IDECAN
Órgão
DETRAN-RO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto  

                                        Retrato falado

    Uma das coisas que não entendo é retrato falado. Em filme policial americano, no retrato falado sai sempre a cara do criminoso, até o último cravo. Mas na vida real, que nada tem de filme americano, o retrato falado nunca tem o menor parentesco com a cara do cara que acaba sendo preso.

- Atenção. Aqui está um retrato falado do homem que estamos procurando. Foi feito de acordo com a descrição de dezessete testemunhas do crime. Decorem bem a sua fisionomia. Está decorada?
- Sim, senhor.
- Então, procurem exatamente o contrário deste retrato. Não podem errar.
 Imagino os problemas que não deve ter o artista encarregado dos retratos falados na polícia. Um homem sensível obrigado a conviver com a imprecisão de testemunhas e as rudezas da lei.
- O senhor mandou me chamar, delegado? 
- Mandei, Lúcio. É sobre o seu trabalho. Os seus últimos retratos falados...
- Eu sei, eu sei. É que estou numa fase de transição, entende? Deixei o hiper-realismo e estou experimentando com uma volta as formas orgânicas e...
- Eu compreendo, Lúcio. Mas da última vez que usamos um retrato falado seu, a turma prendeu um orelhão. 
O pior deve ser as testemunhas que não sabem descrever o que viram.
- O nariz era assim, um pouco, mais ou menos como seu, inspetor.
- E as sobrancelhas? As sobrancelhas são importantes.
- Sobrancelhas? Não sei... como as suas, inspetor.
- E os olhos? 
- Os olhos claros, como os...
- Já sei. Os meus. O queixo?
- Parecido com o seu.
- Inspetor, onde é que o senhor estava na noite do crime?
- Cala a boca e desenha, Lúcio. 
E há os indecisos.
- Era chinês.
- Ou era chinês ou tinha dormido mal.
E deve haver a testemunha literária!
- Nariz adunco, como de uma ave de rapina. A testa escondida pelos cabelos em desalinho. Pelos seus olhos, vez que outra, passava uma sombra como uma má lembrança. A boca de uma sensualidade agressiva mas ao mesmo tempo tímida, algo reticente nos cantos, com uma certa arrogância no lábio superior que o lábio inferior refutava e o queixo desmentia. Narinas vívidas, como as de um velho cavalo. Mais não posso dizer porque só o vi por dois segundos.
Os sucintos:
- Era o Charles Bronson com o nariz da Maria Alcina.
- Tipo Austregésilo de Athayde, mas com bigodes mexicanos.
- Uma miniatura de cachorro boxer, comandante da Varig e beque do Madureira.
- Bota aí: a testa do Jaguar, o nariz do Mitterrand, a boca do porteiro do antigo Fred's e o queixo da Virgínia Woolf. Uma orelha da Jaqueline Kennedy e a outra, estranhamente, do neto do Getty.
- A Emilinha Borba de barba depois de um mal voo na ponte aérea com o Nélson Ned. E há as surpresas.
- Bom, era um cara comum. Sei lá. Nariz reto, boca do tamanho médio, sem bigode. Ah, e um olho só, bem no meio da testa.
O ciclope ataca outra vez! 
Experimente você dar as características para o retrato falado de alguém.
- Os olhos de Sandra Brea. Um pouco menos sobrancelha. O nariz de Claire Bloom de 15 anos atrás. A boca de Cláudia Cardinale. O queixo da Elizabeth Savala. Um seio de Laura Antonelli e outro da Sydne Rome. As pernas da Jane Fonda.
- Feito. Mas quem é essa?
- Não sei, mas se encontrarem, tragam-na para mim depressa. E vival

(Luis Fernando Veríssimo. Retrato falado. In: PINTO, Manuel da Costa. Crônica brasileira contemporânea. São Paulo: Salamandra, 2008.)

Releia o seguinte trecho da crônica e analise a validade das afirmações: "Em filme policial americano, no retrato falado sai sempre a cara do criminoso, [...]" (1°§).

I. Os termos que compõem esse trecho estão ordenados, do ponto de vista sintático, na ordem indireta.
II. A expressão "retrato falado" desempenha a função sintática de sujeito do verbo "sair".
lII. A vi'rgula foi usada depois da expressão "em filme policial americano" para isolar uma informação deslocada.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

    II -  Incorreta, O sujeito do verbo "sair" é "a cara do criminoso" 

  • Ordem direta: Sujeito + Verbo + Complemento;

    Ordem indireta: Qualquer ordem que não seja a citada acima.
  • Gab D

     

    Alternativa I - "Os termos que compõem esse trecho estão ordenados, do ponto de vista sintático, na ordem indireta".  [Correto]

     

    Alternativa II  - "A expressão "retrato falado" desempenha a função sintática de sujeito do verbo "sair"." [Errado]

    "no retrato falado sai sempre a cara do criminoso"   Não existe sujeito preposicionado

     

    Alternativa III -  "A virgula foi usada depois da expressão "em filme policial americano" para isolar uma informação deslocada." [Correto] 

     

  • SUJEITO+VERBO+COMPLEMENTO: ORDEM DIRETA .

  • basta saber que o item I esta certo para saber que o III tbm está!!!

  • Gabarito D

    II. A expressão "retrato falado" desempenha a função sintática de sujeito do verbo "sair". ADVÉRBIO DE LUGAR

  • A cara do criminoso sai sempre no retrato falado em filme policial americano (ordem direta)

  • 1 (CORRETO) ordendem direta: SUJETO+VERBO+COMPLEMENTO

    A cara do criminoso sai sempre no retrato falado em filme policial americano (ordem direta)

    2 (ERRADO) no retrato falado é complemento nominal.

    a cara do criminoso é o sujeito do verbo sair.

    3 (CORRETO) é usada para isolar adjunto adverbial de longa extenção deslocado da ordem direta.

  • GABARITO - D

    I. Os termos que compõem esse trecho estão ordenados, do ponto de vista sintático, na ordem indireta.

    A ordem direta inicia com o sujeito

    --------------------------------------------------------------------

    II. A expressão "retrato falado" desempenha a função sintática de sujeito do verbo "sair". ❌ 

    "Em filme policial americano, no retrato falado sai sempre a cara do criminoso,

    A cara do criminoso ( sujeito ) sai ...

    --------------------------------------------------------------------

    lII. A virgula foi usada depois da expressão "em filme policial americano" para isolar uma informação deslocada.

    Sai em algum lugar! Temos um adjunto adverbial deslocado.

  • ORDEM DIRETA: A CARA DO CRIMINOSO SAI SEMPRE NO RETRATO FALADO EM FILME POLICIAL AMERICANO.


ID
1400440
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

– Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.

Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.

Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando:

– Você é um bicho, Fabiano.


Do trecho acima, de Vidas Secas , obra de Graciliano Ramos, pode-se admitir que

Alternativas

ID
1423759
Banca
FUNIVERSA
Órgão
SEGPLAN-GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa que apresenta trecho grafado no discurso indireto livre.

Alternativas
Comentários
  • Tipos de discurso

    São três as formas de se apresentar a fala dos personagens:

    DISCURSO DIRETO:asfalas dos personagens são apresentadas diretamenteao leitor, sem interferências do narrador.

    DISCURSO INDIRETO:onarrador da história é que diz o que os personagens estão falando, ou seja, indiretamente os personagens conversam.

    DISCURSO INDIRETO LIVRE:é a mistura dos dois tipos anteriores, pelo qualo personagem fala por si próprio sem marcação alguma disso, ou seja, a fala do personagem se mistura à narrativa.


  • Nas alternativas:

    a- discurso direto

    b-discurso indireto

    c- discurso indireto livre

    d- discurso indireto

    e- discurso indireto


  • e as aspas da letra c?n seria cacacteristica de dis.direto n?

     

  • a- discurso direto. perceba o travesão indicando a fala do personagem

    b-discurso indireto. Narrador dizendo que sua amiga perguntou onde entregaria o livro.

    c- discurso indireto livre. No discurso indireto livre contém, como o discurso direto, orações interrogativa, imperativas e exclamativas.  

    d- discurso indireto. Narrador descreve o fato. ...Ao ver Maria disse-lhe, (ele disse)...

    e- discurso indireto. Narrador descreve o fato


ID
1428352
Banca
FCC
Órgão
SEFAZ-PI
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                         Filosofia de borracharia

     O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença tranquilizadora: nenhum problema com o nosso pneu, aliás quase tão calvo quanto ele. Estava apenas um bocado murcho.
     - Camminando si sgonfia* - explicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes e enorme simpatia.
     O italiano vem a ser um dos muitos idiomas em que a minha abrangente ignorância é especializada, mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da estrada. Não era para menos. Tendo saído de Paris, havíamos rodado muito antes de cair naquele emaranhado de fronteiras em que você corre o risco de não saber se está na Áustria, na Suíça ou na Itália. Soubemos que estávamos no norte, no sótão da Itália, vendo um providencial borracheiro dar nova carga a um pneu sgonfiato.
     Dali saímos - éramos dois jovens casais num distante verão europeu, embarcados numa aventura que, de camping em camping, nos levaria a Istambul - para dar carga nova a nossos estômagos, àquela altura não menos sgonfiati. O que pode a fome, em especial na juventude: à beira de um himalaia de sofrível espaguete fumegante, julguei ver fumaças filosóficas na sentença do tosco borracheiro. E, entre garfadas, sob o olhar zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar.
     Sim, camminando si sgonfia, e não apenas quando se é, nesta vida, um pneu. Também nós, de tanto rodar, vamos aos poucos desinflando. E por aí fui, inflado e inflamado num papo delirante. Fosse hoje, talvez tivesse dito, infelizmente com conhecimento de causa, que a partir de determinado ponto carecemos todos de alguma espécie de fortificante, de um novo alento para o corpo, quem sabe para a alma.

* Camminando si sgonfia = andando se esvazia. Sgonfiato é vazio; sgonfiati é a forma plural.

                                                  (Adaptado de: WERNECK, Humberto – Esse inferno vai acabar. Porto
                                                                                                          Alegre, Arquipélago, 2011, p. 85-86)

Atente para a seguinte construção: O borracheiro explicou-nos que os pneus haviam esvaziado com o uso, e que era fácil resolver aquele problema.

Empregando-se o discurso direto, a frase deverá ser: O borracheiro explicou-nos:

Alternativas
Comentários
  • Ordem direta: SUJEITO + VERBOS + COMPLEMENTOS VERBAIS + ADJ. ADV.

  • Gabarito B.


    Discurso Indireto - o narrador utiliza suas próprias palavras para reproduzir a fala de um personagem.


    O borracheiro explicou-nos que os pneus haviam esvaziado com o uso, e que era fácil resolver aquele problema.



    Discurso Direto - reprodução fiel da fala do personagem. A fala do personagem-narrador é reproduzida integralmente e introduzida por travessão, acompanhada por um verbo de elocução (indica a fala do personagem: dizer, falar, responder, indagar, perguntar), seguido de dois-pontos.


    O borracheiro explicou-nos:

    Os pneus se esvaziaram com o uso, é fácil resolver este problema.


  • Bom, decorrente do enunciado, é necessário saber que discurso direta é a VOZ ATIVA, ou seja, SUJEITO - VERBO - COMPLEMENTO. A frase do texto está na voz passiva analítica com 1 verbo auxiliar (haviam) e um dito principal (esvaziADO). Transformando para o discurso direto, retira-se o verbo auxiliar e se tira a forma nominal do verbo (ADO - particípio). A segunda parte entendi da seguinte forma: o "ERA" foi dito pelo autor e não pelo borracheiro, assim conclui que o borracheiro disse que "É POSSÍVEL" (matei pela semântica da construção).

    Desculpem-me se falei alguma besteira...

    fé e muita força.

  • Pessoal! Vamos pedir o comentário do professor em todas as questões? Assim melhoraremos nosso conhecimento...beleza?

  • Transpondo-se o discurso INDIRETO para o DIRETO, temos que:


    a) 
    haviam esvaziado (Pretérito Mais que Perfeito composto) > esvaziaram (Pretérito Perfeito)

    era (Pretérito Imperfeito) > é (Presente)
  • Complementando o comentário do nossos colegas, é necessário gravar as correspondentes mudanças de tempo verbal do discurso direto e indireto:


                 Discurso direto                                                       Discurso indireto

                

                  Presente do indi  ............................................... Pretérito imperfeito do indi


                   Futuro do presente............................................. Futuro do pretérito


                   Pretérito perfeito................................................. Mais - que perfeito simples ou composto do indi

  • Gostaria que alguém explicasse a vírgula do item B. Não é necessário um "mas" ou então um ponto?

ID
1429957
Banca
COPS-UEL
Órgão
SEAP-PR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto, a seguir, e responda a questão.

Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicada ontem instituiu, na prática, a tolerância zero de álcool no trânsito em todo o país. Agora, mesmo que o motorista parado nas blitze da lei seca tenha bebido menos de um copo de cerveja terá de pagar multa por infringir a lei – que aumentou para R$ 1.915,40 no ?m de 2012. A resolução 432 do Contran foi publicada no Diário Oficial da União. Ela regulamentou as mudanças aprovadas pelo Congresso Nacional, que foram sancionadas pela presidenta Dilma Rousseff em 20 de dezembro, e passaram, por exemplo, a aceitar testemunhos de embriaguez como prova de que o motorista cometeu infração.
Uma das principais mudanças foi estabelecer como infração dirigir sob “qualquer influência" de álcool.
Mas, como há certos níveis de imprecisão nos aparelhos de bafômetro, faltavam regras para definir
como caracterizar qualquer limite. A decisão do Contran, após uma série de estudos, foi determinar que o motorista terá cometido infração se tiver 0,01 miligrama de álcool para cada litro de ar expelido dos pulmões na hora de fazer o teste. Mas definiu, na regulamentação, que o limite de referência será de 0,05 miligramas – por causa dessas diferenças dos aparelhos, em uma espécie de “margem de erro" aceitável. Assim, se o bafômetro apresentar o número “0,05" no visor, o motorista já terá de pagar multa de R$ 1.915,40.
Outra determinação é que, no caso de o motorista fazer exame de sangue, não será admitido nenhum
nível de álcool no sangue. “Sabemos que os acidentes não são reduzidos por decreto, mas é preciso
dar um basta à violência no trânsito", disse ontem o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, durante
evento em Brasília para detalhar as mudanças na legislação. “O grande objetivo é mudar a postura da
sociedade em relação ao risco do uso do álcool ao volante", explicou.

(Adaptado de: RIBEIRO, B.; VALLE, C. do; MENDES, V. Começa a valer tolerância zero de álcool no trânsito. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 30 jan. 2013. Cidades. C8.)

De acordo com os recursos linguístico-semânticos do texto, considere as afirmativas a seguir.
I. No trecho “O grande objetivo é mudar a postura da sociedade em relação ao risco do uso do álcool ao volante", as aspas são usadas no texto por se tratar de um discurso direto.
II. No fragmento “Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicada ontem", os parênteses foram usados para indicar a sigla da expressão anterior.
III. Em “Uma das principais mudanças foi estabelecer como infração dirigir sob “qualquer influência" de álcool", a expressão em destaque está entre aspas no texto por se tratar de uma metáfora.
IV. No fragmento “Sabemos que os acidentes não são reduzidos por decreto, mas é preciso dar um basta à violência no trânsito", as aspas são usadas no texto para realçar o argumento apresentado.

Alternativas
Comentários
  • Sobre o item III 

    Metáfora: termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria.

    A metáfora também pode ser entendida como COMPARAÇÃO ABREVIADA, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido.

    Ex: O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais.

         Cada ave é um livro de duas folhas aberto no céu.

     

  • A questão exige conhecimento pontuação. Vejamos:

    I. Correta.

    Discurso direto reproduz a fala exatamente como foi dita, de forma integral. Por isso, está correto o que se afirma a assertiva.

    Il. Correta.

    “Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran)

    Pode-se usar parênteses para indicar algo já mencionado anteriormente em formato de sigla, o que de fato ocorre com Contran.

    III. Incorreta.

    A expressão foi usada para dá ênfase a expressão “qualquer influência"

    IV. Incorreta.

    Mesmo motivo da primeira(discurso direto).

    São corretas: I e II.

    GABARITO: A


ID
1451275
Banca
FCC
Órgão
CNMP
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder à questão, considere o trecho de Machado de Assis, constante da série "A Semana", crônica publicada no dia 23 de outubro de 1892, na Gazeta de Notícias, jornal que circulou na segunda metade do século XIX, no Rio de Janeiro.

    Todas as cousas têm sua filosofia. Se os dous anciãos que o bond elétrico atirou para a eternidade esta semana, houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, não teriam entestado com o progresso que os eliminou. É duro dizer; duro e ingênuo, um pouco à La Palisse; mas é verdade. Quando um grande poeta deste século perdeu a filha, confessou, em versos doloridos, que a criação era uma roda que não podia andar sem esmagar alguém. Por que negaremos a mesma fatalidade aos nossos pobres veículos?
    Há terras onde as companhias indenizam as vítimas dos desastres (ferimentos ou mortes) com avultadas quantias, tudo ordenado por lei. É justo; mas essas terras não têm, e deveriam ter, outra lei que obrigasse os feridos e as famílias dos mortos a indenizarem as companhias pela perturbação que os desastres trazem ao horário do serviço. Seria um equilíbrio de direitos e responsabilidades. Felizmente, como não temos a primeira lei, não precisamos da segunda, e vamos morrendo com a única despesa do enterro e o único lucro das orações.

Obs.: Jacques de la Palice (ou de la Palisse): nobre e militar francês (1470-1525); à La Palisse: à moda de truísmo.

(COUTINHO, Afrânio. Obra completa. org. v. III. Rio de Janeiro: Nova Aguilar S.A, 1997, p. 553)

Afirma-se com correção:

Alternativas
Comentários
  • A) O verbo deveria estar no futuro do pretérito "negaríamos"; B) Correto, a vírgula está entre o sujeito e o predicado, o que é vedado, C) Acatar é VTD, não cabe o lhes; D) Não há pretério mais que perfeito do subjuntivo, o verbo está no pretérito, que não indica simultaneidade ao tempo indicativo, mas condição; E) O houvesse está flexionado porque não tem o sentido de existir, já quando se refere a tempo decorrido o verbo auxiliar deve ficar na 3ª do singular.


  • Pessoal! Vamos pedir o comentário do professor em todas as questões? Assim melhoraremos nosso conhecimento...beleza?

  • Acredito que o erro na letra A seja o seguinte: Por que negaremos a mesma fatalidade aos nossos pobres veículos?  Essa é uma pergunta direta; ao passo que "O cronista indaga porque negaremos a mesma fatalidade aos nossos pobres veículos" é uma pergunta indireta, pois a própria palavra INDAGA dá um TOM interrogativo. Então, acredito que está errado emprego do PORQUE junto.Pois correto seria: "O cronista indaga POR QUE negaremos a mesma fatalidade aos nossos pobres veículos" 


  • Quase não consegui marcar a letra "b" lembrando dos ensinamentos de uma professora de português do ensino médio "vc vai dizer que Machado de Assis escreveu errado???????????? NUNCA! Tá doida?!"


  • A) Está errado o uso do porque. O correto seria por que.

  • Explicando o que é discurso direto e indireto: https://falabonito.wordpress.com/2006/12/13/narracao-discursos-direto-indireto-e-indireto-livre/

  • Fiquei com bastante dúvida quanto à letra "c", uma vez que é difícil, algumas vezes, visualizar se é o verbo que pede o complemento ou se é o nome que pede a complementação. 

    Frase: Em Se os dous anciãos [...] houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, o emprego do pronome destacado é motivado pelo mesmo fator que se nota em "Acato-lhes as críticas com humildade".

    Justificativa: Na primeira ocorrência o verbo é quem pede o complemento com preposição (o bonde fez a eles), embora na maior parte das vezes o verbo fazer seja VTD (e na questão parece estar somente preposicionado, mantendo-se VTD). Na segunda ocorrência o nome é quem pede complemento (acato as críticas deles). Esse é o erro da assertiva, na medida em que o uso do pronome nas ocorrências decorre de motivos diversos (um complemento do verbo e outro do nome). 

    Um modo prático para afastar a dúvida neste tipo de questão (e que não encontra amparo técnico, mas prático) é substituir o pronome oblíquo pelo reto e tentar colocar naturalmente depois do verbo. Caso soe bem (sem forçar a leitura) é complemento do verbo, do contrário será complemento do nome. Como dito, não é técnico, mas pode ajudar na hora da prova.

  • SOBRE A ALTERNATIVA D

     

    1- Na frase: “Se os dous anciãos que o bond elétrico atirou para a eternidade esta semana, houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, não teriam entestado com o progresso que os eliminou”

     

    O verbo “houvessem” está no pretérito imperfeito  do subjuntivo,  exprimindo uma condição e está associado com o futuro do pretérito do indicativo “teriam” (e não no pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo!)

     

    2- Sobre o pretérito-mais-que-perfeito do subjuntivo (tempo composto):

     

    O pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. Exemplo: Embora o teste já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na sala de exames.

     

  • boa noite 

     

    compreendi assim : a banca ( fdp..) PEDE para verificar que UM DOS está errado ! O sintático está errado - nunca se separa sujeito e predicado....

     

    semanticamente ' falando ' pode passar mas ambos não , dái a resposta B! 

  • a) Transpondo o discurso direto presente no texto para o indireto, e observando-se o contexto, uma formulação apropriada e condizente com a norma-padrão seria "O cronista indaga porque negaremos a mesma fatalidade aos nossos pobres veículos".


    -> por que separado e verbo é futuro do pretérito (negaríamos)

      b) Na frase Se os dous anciãos que o bond elétrico atirou para a eternidade esta semana, houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, não teriam entestado com o progresso que os eliminou, a vírgula após a palavra semana quebra a unidade sintático-semântica do segmento.

    -> Sim, pois está separando o sujeito do verbo pela vírgula. 

      c) Em Se os dous anciãos [...] houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, o emprego do pronome destacado é motivado pelo mesmo fator que se nota em "Acato-lhes as críticas com humildade".


    ->1º lhe - sentido de A ELES (bond fez a eles)  - 2º lhe - sentido de posse (acato as criticas DELES)


      d) Em Se os dous anciãos [...] houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo indica que a ação, em sua eventualidade, seria simultânea à indicada pela forma verbal no modo indicativo.


    -> pretérito mais-que-perfeito = passado do passado e não uma ação simultânea.

      e) Em Se os dous anciãos [...] houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, o verbo "haver" está corretamente flexionado, o mesmo ocorrendo com o verbo auxiliar presente em "Devem fazer uns dez dias que ele esteve aqui".

    -> noção de tempo decorrido o verbo auxiliar nao flexiona

  • gezuis amado


ID
1464319
Banca
ESPP
Órgão
COBRA Tecnologia S/A (BB)
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Agora Fabiano conseguia arranjar as ideias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. O que lhe amolecia o corpo era a lembrança da mulher e dos filhos. Sem aqueles cambões pesados, não envergaria o espinhaço não, sairia dali como onça e faria uma asneira. Carregaria a espingarda e daria um tiro de pé de pau no soldado amarelo. Não. O soldado amarelo era um infeliz que nem merecia um tabefe com as costas da mão. Mataria os donos dele. Entraria num bando de cangaceiros e faria estrago nos homens que dirigiam o soldado amarelo. Não ficaria um para semente. Era a ideia que lhe fervia na cabeça. Mas havia a mulher, havia os meninos, havia a cachorrinha.

Considere as afirmações abaixo.

I. Trata-se de um texto narrativo, em primeira pessoa.

II. Observa-se no trecho a presença de discurso direto e indireto livre.

Está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • I. Trata-se de um texto narrativo, em primeira pessoa. TERCEIRA PESSOA

    II. Observa-se no trecho a presença de discurso direto e indireto livre. NÃO HÁ FALA DOS PERSINAGENS, SÓ O NARRADOR.

    LETRA D
     


ID
1489912
Banca
CONSULPLAN
Órgão
CBTU
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto

                                                                                   1º/4/1964 – Cena de rua

    Minha filha chega da escola dizendo que há revolução na rua. Em companhia de Carlos Drummond de Andrade,
meu vizinho no Posto 6, fui ver o que estava se passando.
    Vejo um general comandar alguns rapazes naquilo que mais tarde um repórter chamou de “gloriosa barricada”. Os
rapazes arrancam bancos e árvores impedem o cruzamento da av. Atlântica com a rua Joaquim Nabuco. O general
destina-se a missão mais importante: apanha dois paralelepípedos e concentra-se na façanha de colocar um em cima do
outro. Vendo-o em tarefa tão insignificante, pergunto-lhe para que aqueles paralelepípedos tão sabiamente colocados
um sobre o outro. “Isso é para impedir os tanques do 1º Exército!”
    Acreditava, até então, que dificilmente se deteria um exército com dois paralelepípedos ali na esquina da rua onde
moro. Ouço no rádio que a medida do general foi eficaz: o 1º Exército, em sabendo que havia tão sólida resistência,
desistiu do vexame: aderiu aos que se chamavam de rebeldes.
    Nessa altura, há confusão na av. N. S. de Copacabana, pois ninguém sabe o que significa “aderir aos rebeldes”. A
confusão é rápida. Não há rebeldes e todos, rebeldes ou não, aderem, que a natural tendência da humana espécie é
aderir. Erguem o general em triunfo. Vejo o bravo general passar em glória sobre minha cabeça.
    Olho o chão, os dois paralelepípedos lá estão, intactos, invencidos, um em cima do outro. Vou lá, com a ponta do
sapato tento derrubá-los. É coisa fácil. Das janelas, cai papel picado. Senhoras pias exibem seus pios lençóis e surge uma
bandeira nacional. Cantam o hino e declaram todos que a pátria está salva.
    Minha filha, ao meu lado, pede uma explicação para aquilo tudo. “É carnaval, papai?” “Não.” “É Copa do Mundo?”
“Também não.”
    Ela fica sem saber o que é. Eu também. Recolho-me ao sossego e sinto na boca um gosto azedo de covardia.

(Carlos Heitor Cony. Cena de rua. Folha de São Paulo. 01/04/2014.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/carlosheitorcony/2014/04/1433846-141964---cena-de-rua.shtml.)



O trecho “[...] declaram todos que a pátria está salva.” (5º§) está, sintaticamente, estruturado na ordem inversa, ou indireta. Assinale a alternativa em que ele foi devidamente reorganizado na ordem canônica, ou direta.

Alternativas
Comentários
  • Ordem direta é a ordem natural da oração.


    S  V  C ou predicado
    sujeito verbo predicado.
  • Gab. A

    Todos declaram que a pátria está salva.


  • Quem declara? TODOS! O que? que a pátria está salva. Logo sendo a alternativa  A a correta!

  • Ordem direta ou canônica= sujeito + verbo + complemento, Quem declara? "todos" declara o que? que a pátria está salva. gabarito A.


ID
1503214
Banca
CONSESP
Órgão
Prefeitura de Monte Mor - SP
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Em “Grisalhos eram os seus cabelos.”, a oração está em ordem

Alternativas
Comentários
  • Na ordem inversa, o sujeito é disposto depois do predicado. 

    Observe os exemplos: Arrombaram a janela com a maior facilidade os bandidos. Pediram desculpas os alunos do terceiro ano.

    Gabarito: C

  • Nesse caso, achei que inversa e indireta fossem as mesmas coisas

  • DISCURSO INDIRETO → reprodução da fala do personagem pelo narrador, “contentando-se em transmitir ao leitor apenas o seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma linguística que teria sido realmente empregada.” Ex.1: Foi nesse sertão primitivo e rude que Arinos me contou ter sentido talvez a maior, a mais pura das sensações de arte. Ex.2: João Garcia garantiu que sim, que voltava.

    Bons estudos

    Deus é maior lol


ID
1521250
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa que apresenta somente discurso direto.

Alternativas
Comentários
  • discurso direto acontece quando a fala de um personagem é apresentada com o uso de dois-pontos, aspas e travessão: ... Já no discurso indireto, o próprio narrador é responsável por explicar a fala dos personagens, o que confere um certo distanciamento àquele trecho da narrativa e seus elementos.

    Visto isso, podemos eliminar (B) e (D).

    (C) A alternativa está incorreta pois apresenta um discurso direto na primeira linha e indireta na segunda linha. A questão pede para marcar a alternativa que contém somente discurso direto.

    (A) É a alternativa correta pois apresenta somente discurso direto.


ID
1529575
Banca
Quadrix
Órgão
DATAPREV
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Para responder à questão, leia o texto abaixo.

                                          Você ainda vai usar uma moeda virtual

    Quando a Apple lançou sua nova geração de iPhones, há algumas semanas, muita gente ficou desapontada. A empresa que era líder isolada em inovação dessa vez pareceu estar a reboque. A grande novidade em hardware foi o tamanho dos aparelhos, que cresceram.
    Mesmo isso foi "cópia" do que os concorrentes já vinham fazendo. Mas quem olhar com cuidado vai ver que verdadeira novidade estava no software, com o lançamento do Apple Pay, uma entrada de cabeça da empresa no mercado de pagamentos virtuais.
    O Apple Pay foi lido como um passo da empresa para se aproximar dos bancos e das empresas de cartão de crédito para resolver um problema que ambos não foram capazes de resolver sozinhos: massificar os celulares como meio de pagamento, transformando-o no novo "cartão de crédito" do futuro.
    No entanto, a leitura mais interessante não apareceu em muitos lugares. O Apple Pay é também uma porta de entrada para as chamadas "moedas virtuais", especialmente para o Bitcoin.
    Para quem ainda não está familiarizado, o Bitcoin é uma moeda cujo banco central é a própria internet. Ela é gerada por um complexo conjunto de regras definidas por software e está se tornando hoje um ativo cada vez mais importante.
    Apesar de a Apple não declarar nada oficialmente sobre a relação entre Bitcoin e ApplePay, uma série de pistas indica que a empresa está de olho nesse campo. Uma dessas é que a companhia eliminou, em junho último, sua proibição para aplicativos que envolvessem unidades monetárias virtuais, que eram banidos até então.
    Outra é que o Apple Pay vai ser aberto para o desenvolvimento por terceiros. Em outras palavras, aplicativos que estão experimentando com o uso do Bitcoin (como o Stripe e o PayPal) poderão ser integrados ao sistema Apple Pay.
    O elemento mais importante, no entanto, é que, graças ao poder econômico e simbólico da Apple, o lançamento do Apple Pay fará com que a infraestrutura necessária para aceitar pagamentos por meio do celular se espalhe pelo mundo.
    Cada vez mais lojas vão aceitar o "smartphone" como meio de pagamento. Uma vez que isso aconteça, Inês é morta. Não importará se você tem no bolso dólares, reais, bitcoins, ou dirhams marroquinos. Qualquer moeda do planeta pode ser usada para qualquer transação.
    Nesse momento, o rei do pedaço vira o Bitcoin, moeda "nativa" da internet e que se adapta melhor a ela do que qualquer dinheiro emitido em papel.
    [...]
    Isso parece ficção científica, mas anote essas palavras: você ainda vai usar uma moeda virtual.

                                                                       (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos)



Pode-se afirmar, sobre o texto e sua organização, que:

Alternativas
Comentários
  • discordo: o texto inteiro o autor tenta convencer o leitor da "grande novidade" do iphone, contrariando o desapontamento dos consumidores descrito no primeiro parágrafo do texto!
    e digo mais defende a ideia de que vamos usar moedas virtuais!!
    DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO


  • Texto informativo, e mesmo tendo elementos conotativo ha prevalência de Denotação e o auto não defende suas ideias ele explica as ideias logo não há preocupação em convencer o leitor apenas informar, logo é um texto DISSERTATIVO EXPOSITIVO.

  • não consigo identificar a ordem direta que prevalece a indireta no texto. alguém poderia explicar ?

  • Claro Higo.

    A diferença básica entre ordem direta e ordem indireta é algo bem tranquilo.

    As orações que estão na ordem direta apresentam a seguinte sequência: SVC, ou seja, Sujeito + Verbo + Complemento (Objeto direto ou indireto) + Adjunto adverbial

    Já as orações que estão na ordem indireta apresentam um deslocamento de um ou mais termos.

    Não confunda com Voz Ativa e Voz Passiva... se vc perceber, há um exagerado uso da voz passiva analítica no texto (verbo aux SER + particípio do verbo principal)

    .

    Aproveitando, acho que o erro chave na letra B foi a palavra "dissuadir". Em nenhum momento o texto tenta induzi-lo a mudar de opinião, pelo contrário, há sim argumentos e contra-argumentos para usar o bitcoin, por exemplo.

    .

    Abraço.

  • Aproveitando a alternativa "b". O papel de um jornalista especializado, como o Renato Lemos, é trazer uma informação para um público que acompanha o tema e o vê como uma referência. Essencialmente dissertativo-expositivo. Se vc começa a ler um texto sabendo quem é o autor ajuda bastante.

     

  • Discordo da questão. O autor emite sua opinião e argumenta no decorrer de todo o texto, não permitindo que ele seja classificado apenas como expositivo.

     

  • Discordo da questão.


ID
1547695
Banca
MS CONCURSOS
Órgão
SEDS-PE
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Mandela e o poder da inspiração (RUTH DE AQUINO)

      "Agradeço a todos os deuses por meu espírito invencível. Sou o dono de meu destino. Sou o capitão de minha alma." Essas palavras poderiam soar recheadas de arrogância. Não na boca de Nelson Mandela, o líder sul­africano que ficou preso 27 anos e dali saiu para reconciliar seu país. Não há ceticismo que resista ao filme Invictus. Se você ainda não viu a atuação impecável de Morgan Freeman como Mandela - e se algum ressentimento perturba seu sono -, entre no cinema hoje.
      Há muitos motivos para ver Invictus. E o maior deles não é ser fã de rúgbi ou entender as regras desse jogo que combina força brutal e agilidade. Tampouco é o fato de a África do Sul sediar a próxima Copa do Mundo em julho. O maior motivo para ver Invictus é entender a nós mesmos, nossa força ou limitação, sós ou em equipe. Perceber com mais clareza o jogo cotidiano da liderança, em casa e no trabalho. Confrontar nossa verdade, sem subterfúgios ou rancores. O filme ajudará você a saber se seu chefe o inspira realmente. Ou se você inspira os que trabalham a seu lado.
      Uma cena tocante é o chá entre Mandela e o capitão da seleção sul­africana de rúgbi, François Pienaar, o louro africâner de temperamento contido representado por Matt Damon. Ao contrário de seus camaradas, Mandela intuía que os Springboks, mesmo com bandeira e hino associados ao apartheid, poderiam ser usados para unir negros e brancos numa imensa torcida arco­íris.
      - François - diz Mandela, sorrindo -, você tem um emprego muito difícil, um enorme desafio.
      - Seu desafio é maior, senhor presidente.
      - Mas não é minha cabeça que eles querem degolar a cada jogo, François. (...)

                              (disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI122804­15230,00.html, acesso: 02/03/2010)


Reveja as construções:

“ – François – diz Mandela, sorrindo –, você tem um emprego muito difíci l, um enorme desafio.
– Seu desafio é maior, senhor presidente.” Elas constituem exemplos de:

Alternativas
Comentários
  • DD= 1ª pessoa.Palavras exatas dos personagens, sem tirar, nem pôr. Dica: Geralmente uso do travessão ou aspas (- ou " ")

    DI= O narrador é tipo fofoqueiro, sabe, rs? reproduz o que o personagem falou. Dica: Geralmente traz Oraç. Subord. + conj. "que" ou "se".

    DIL= É hibrido (misturas os dois: DD e DI). Dica: Discurso "de mãos dadas". rs

    Fonte: Do meu caderno base

     

    LETRA B

     

    Vamooo companheiros, a gente chega lá!

  • GABARITO "B"
     

    discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.

    Exemplo de discurso direto:

    A aluna afirmou:
    - Preciso estudar muito para o teste.

     


    O discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

    Exemplo de discurso indireto:

    A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.


     

    ***PARA NÃO CONFUNDIR MAIS:

    Exemplos de passagem do discurso direto para o discurso indireto

    Discurso direto: - Eu comecei minha dieta ontem.
    Discurso indireto: Ela disse que começara sua dieta no dia anterior.

    Discurso direto: - Vou ali agora e volto rápido.
    Discurso indireto: Ele disse que ia lá naquele momento e que voltava rápido.

    Discurso direto: - Nós viajaremos amanhã.
    Discurso indireto: Eles disseram que viajariam no dia seguinte.


     

    Discurso Indireto Livre: No discurso indireto livre há uma fusão dos tipos de discurso (direto e indireto), ou seja, há intervenções do narrador bem como da fala dos personagens. Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso. Por isso, as falas dos personagens e do narrador - que sabe tudo o que se passa no pensamento dos personagens - podem ser confundidas.

    Exemplos de Discurso Indireto Livre

    A) Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia um peso. Talvez não tenha sido suficientemente justocom as crianças…

    B) O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei queconsigo!

    C) Amanheceu chovendo. Bem,  vou eu passar o dia assistindotelevisão!

    OBS. Nas orações destacadas os discursos são diretos, embora não tenha sido sinalizada a mudança da fala do narrador para a do personagem.

    https://www.normaculta.com.br/discurso-direto-e-indireto/

  • Então não há discurso direto livre ? Somente o indireto livre ?


ID
1548022
Banca
UniCEUB
Órgão
UniCEUB
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder a questão.

                        Diálogo de todo o dia

- Alô, quem fala?
- Ninguém. Quem fala é você que está perguntando quem fala.
- Mas eu preciso saber com quem estou falando.
- E eu preciso saber antes a quem estou respondendo.
- Assim não dá. Me faz o obséquio de dizer quem fala?
- Todo mundo fala, meu amigo, desde que não seja mudo.
- Isso eu sei, não precisava me dizer como novidade. Eu queria saber é quem está no aparelho.
- Ah, sim. No aparelho não está ninguém.
- Como não está, se você está me respondendo?
- Eu estou fora do aparelho. Dentro do aparelho não cabe ninguém.
- Engraçadinho. Então, quem está fora do aparelho?
- Agora melhorou. Estou eu, para servi-lo.
- Não parece. Se fosse para me servir já teria dito quem está falando.
- Bem, nós dois estamos falando. Eu de cá, você de lá. E um não  conhece o outro.
- Se eu conhecesse não estava perguntando.
- Você é muito perguntador. Pois se fui eu que telefonei.
- Não perguntei nem vou perguntar. Não estou interessado em conhecer outras pessoas.
- Mas podia estar interessado pelo menos em responder a quem telefonou.
- Estou respondendo.
- Pela última vez, cavalheiro, e em nome de Deus: quem fala?
- Pela última vez, e em nome da segurança, por que eu sou obrigado a dar esta informação a um desconhecido?
- Bolas!
- Bolas digo eu. Bolas e carambolas. Por acaso você não pode dizer com quem deseja falar, para eu lhe responder se essa pessoa está ou não aqui, mora ou não mora neste endereço? Vamos, diga
de uma vez por todas: com quem deseja falar?
…Silêncio.
- Vamos, diga: com quem deseja falar?
- Desculpe, a confusão é tanta que eu nem sei mais. Esqueci.
Tchau!

                                                                                                                            Carlos Drummond de Andrade

Assinale a alternativa que contém assertivas verdadeiras.
I - É predominante, em toda a crônica, o discurso direto.
II - Em “Me faz o obséquio de dizer quem fala?”, a forma correta, de acordo com a norma culta, seria “Faça-me o obséquio de dizer quem fala?”
III -Em “Bolas digo eu. Bolas e carambolas.”, há o emprego da linguagem denotativa.

Alternativas
Comentários
  • I - É predominante, em toda a crônica, o discurso direto. 

    Simmmm. Percebe-se pelo uso do verbo de elocução e o uso do travessão e dois pontos. 


    II - Em “Me faz o obséquio de dizer quem fala?”, a forma correta, de acordo com a norma culta, seria “Faça-me o obséquio de dizer quem fala?” 

    Exatamente!!! Pois, não se inicia oração com pronome obliquo. Ocorrendo então, a ênclise.


    III -Em “Bolas digo eu. Bolas e carambolas.”, há o emprego da linguagem denotativa.

    Errada. O sentido da frase não é original (denotativa) é sentido imaginário (conotativo)

    Você diz bolas? E bolas e carambolas? Não!! 

    GABARITO B


ID
1548028
Banca
UniCEUB
Órgão
UniCEUB
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder a questão.

                               Estudo ajuda a desvendar a linguagem das plantas

               Nova pesquisa descobriu particularidades genéticas relacionadas à
                   produção de compostos químicos que permitem a comunicação
                                                    entre as plantas

      Pesquisas recentes têm demonstrado o funcionamento de habilidades das plantas até então desconhecidas. Entre elas, a de se comunicar por meio de compostos voláteis: viajando pelo ar, eles servem de alerta para a presença de herbívoros potencialmente perigosos, induzindo outras plantas a tornarem suas folhas mais resistentes. Esses compostos, também chamados de metabólitos, são sintetizados por vários genes diferentes. Além de ajudarem na sobrevivência das plantas, podem ser benéficos aos humanos, dando origem a vários tipos de medicamentos.
      Uma nova pesquisa feita no Instituto para a Ciência Carnegie, nos Estados Unidos, revelou mais informações sobre o mecanismo de comunicação vegetal. Publicado nesta quinta-feira na revista Science, o estudo descobriu que os genes responsáveis por sintetizar metabólitos especializados — ou seja, que têm funções específicas para o desenvolvimento e sobrevivência das plantas — são diferentes do restante dos genes do vegetal. Eles evoluem, organizam-se no DNA e são ativados de forma diferente.
      Para os autores do estudo, essa descoberta poderá ajudar a desenvolver novas estratégias de pesquisas sobre o funcionamento das plantas, o que pode impactar estudos em áreas que vão desde a agricultura até a criação de novos medicamentos.
      Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após criarem um sistema computacional capaz de analisar o genoma de uma planta e dar informações sobre os metabólitos. A equipe comparou o genoma de dezesseis espécies vegetais diferentes — incluindo flores, algas e musgos.
      “Apesar de nossa saúde e bem-estar dependerem muito de compostos químicos vindos de plantas, sabemos pouco sobre como eles  são produzidos e sua real diversidade na natureza", diz Seung Yon
Rhee, coordenador do estudo. “Esperamos que esses resultados permitam que cientistas usem as características dos genes que sintetizam os metabólitos especializados para descobrir como eles beneficiam as plantas e como podem nos beneficiar também."

                                                                                                                         Revista veja online – 01/05/2014

Observe cada fragmento e assinale a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
1604341
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Para responder à  questão, leia o fragmento de um romance de Érico Veríssimo (1905-1975).

    O defunto dominava a casa com a sua presença enorme. Anoitecia, e os homens que cercavam o morto ali na sala ainda não se haviam habituado ao seu silêncio espesso.
    Fazia um calor opressivo. Do quarto contíguo vinham soluços sem choro. Pareciam pedaços arrancados dum grito de dor único e descomunal, davam uma impressão de dilaceramento, de agonia sincopada.
    As velas ardiam e o cheiro da cera derretida se casava com o perfume adocicado das flores que cobriam o caixão. A mistura enjoativa inundava o ar como uma emanação mesma do defunto, entrava pelas narinas dos vivos e lhes dava a sensação desconfortante duma comunhão com a morte.
   O velho calvo que estava a um canto da sala, voltou a cabeça para o militar a seu lado e cochichou:
— Está fazendo falta aqui é o Tico, capitão.
     O oficial ainda não conhecia o Tico. Era novo na cidade. Então o velho explicou. O Tico era um sujeito que sabia animar os velórios, contava histórias, tinha um jeito especial de levar a conversa, deixando todo o mundo à vontade. Sem o Tico era o diabo... Por onde andaria aquela alma?
   Entrou um homem magro, alto, de preto. Cumprimentou com um aceno discreto de cabeça, caminhou devagarinho até o cadáver e ergueu o lenço branco que lhe cobria o rosto. Por alguns segundos fitou na cara morta os olhos tristes. Depois deixou cair o lenço, afastou-se enxugando as lágrimas com as costas das mãos e entrou no quarto vizinho.
O velho calvo suspirou.
 — Pouca gente... O militar passou o lenço pela testa suada. 
— Muito pouca. E o calor está brabo. 
— E ainda é cedo.
 O capitão tirou o relógio: faltava um quarto para as oito. 
(Um lugar ao sol, 1978.)

Assinale a alternativa em que a reformulação do último período do texto incorporou a segunda oração ao conjunto como discurso indireto estrito.

Alternativas
Comentários
  • LETRA A

    O discurso indireto é caracterizado por introduzir a fala do interlocutor ou personagem adaptando a sua própria voz no texto. Não há a necessidade da voz original, pois o conteúdo é reproduzido pelo narrador. Geralmente o discurso do enunciador é subordinado à oração principal por meio da conjugação (QUE e SE).


ID
1612333
Banca
PM-MG
Órgão
PM-MG
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

“Minha empregada é muito abusada”

Rosana Pinheiro Machado


    Esta coluna começou no churrasco de domingo, quando, na fila do supermercado, uma mulher disse: "Minha empregada está muito abusada". Sua interlocutora respondeu: "Nem me fale, a minha também". Ao longo do almoço, eu e meus amigos tentávamos explicar o que significava a palavra “abusada” para um estrangeiro. Como fazê-lo entender que, independentemente da eficiência, a maioria das empregadas brasileiras seria, em algum momento, considerada “abusada”?

    A dificuldade era dimensionar a extensão do conceito. Começamos pela obviedade do significado da palavra “abuso”, que remete a algo de superlativo. Abusar é usar alguma coisa além do limite socialmente esperado. Por exemplo, quando a empregada é abusada por não subir no elevador de serviço, mas no social.

    Prossegui, explicando que se a empregada come muito, se toma muito refrigerante da geladeira ou come as bolachas de chocolate, ela é abusada. Se ela pede uma roupa emprestada, é abusada. Se ela senta à mesa com a família, é abusada.

    De todos esses exemplos, ele concluiu que abusada é aquela que quer mais do que lhe foi dado, que cobiça as coisas da patroa. A conversa ficou mais complexa porque tivemos de responder que “não”, que o oposto também era verdadeiro: uma empregada que quer “de menos” também é abusada. Seguimos explicando que, se a patroa oferece uma roupa velha, furada e fedida e empregada “tem a au-dá-cia” de não aceitar, ela é abusada.

    Ele concluiu, então, que uma boa empregada seria, então, aquela que assume “o seu lugar”: não pede muito, mas aceita de bom grado o que lhe é dado. Colocando o pé para fora dessa faixa muito estreita de atuação, ela é abusada. (...)

    A negação de presentes indignos por parte das empregadas traz à tona diversas camadas complexas de significados. A forma desajeitada como as patroas reagem escancara a profunda patologia social de uma classe média presa ao século XVII – provavelmente, em uma época em que ela se imagina numa casa-grande, cheia de porcelana inglesa e de escravos à volta, preferencialmente com uma negra para cozinhar. Ou melhor, ela se imagina em uma novela da Rede Globo do século XXI, onde a mulher negra ainda é explorada 24 horas por dia a serviço de suas patroas ricas.

   Essas patroas esperam empregadas sem agência, sem protagonismo, sem voz, sem vontade e sem opinião. (...). Elas esperam seres eternamente gratos por receberem restos. Nessa lógica em que, já diria Marcel Mauss, dar é poder, uma empregada que pede mais dinheiro para lavar a privada suja ou exige seus direitos garantidos na Constituição, só pode ser abusada. (...)

    Por tudo isso, eu penso que não aceitar qualquer presente é um marco muito importante na passagem de uma relação servil para a profissional (...). A negação revela a emergência de uma subjetividade repleta de vontades que se impõem na esfera do trabalho. É da negação que surge uma nova era no Brasil, pois ela quebra o círculo da dádiva e rompe com o poder do doador, estabelecendo uma condição de igualdade baseada na troca de serviços – e não de favores.

    As transformações recentes da sociedade brasileira indicam um leve rompimento (...) de uma relação tão pessoal quanto doentia entre patroas e empregadas. Indica o fim do ser humano como posse de outro ser humano. E isso, é claro, causa desespero, lamentação, recalque e conflitos.

    Ainda tem muito a ser feito e conquistado. Muito mesmo. Espero que chegue o dia em que eu não precise explicar o sentido da palavra "abusada". Neste dia, perder-se-á também alguma flexibilidade do modelo de empregadas dentro de casa. Será preciso se acostumar a ouvir “não, obrigada” e aprender a curtir genuinamente as fotos postadas daquela viagem. Neste dia, o serviço da limpeza será mais custoso, mas não há saída: esse é o preço de nosso desenvolvimento e de nossa liberdade enquanto nação.


Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/201cminha-empregada-e-muito-abusada201d-7617.html - Acessado em 14/05/2014 - Texto adaptado.

“Esta coluna começou no churrasco de domingo, quando, na fila do supermercado, uma mulher disse: 'Minha empregada está muito abusada'. Sua interlocutora respondeu: 'Nem me fale, a minha também'. Ao longo do almoço, eu e meus amigos tentávamos explicar o que significava a palavra 'abusada‟ para um estrangeiro". Marque a alternativa que corresponde ao recurso linguístico utilizado pela autora no trecho em destaque.

Alternativas
Comentários
  • discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.

    discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

    Exemplos:

    Discurso direto:

    A aluna afirmou:
    - Preciso estudar muito para o teste.

    Discurso indireto:

    A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.
    Fonte:http://www.normaculta.com.br/discurso-direto-e-indireto/

  • GAB  A

  • Letra A: discurso direto.

    Para complementar:

    Discurso indireto livre: É a junção do discurso direto e do discurso indireto, ou seja, há uma proximidade entre o narrador e o personagem sem que haja uma separação das falas de ambos. Assim, há o emprego do discurso direto e discurso indireto no mesmo enunciado, conservando as interrogações e exclamações da forma original.

    Exemplo:

    A esposa nervosa com as mãos na cintura e os pés batendo no chão aguardava-o em casa. Por que chegou tarde? Apressou-se em respondê-la, disfarçando o hálito alcoólico, dizendo que estivera em reunião com diretoria. Contudo, ela, percebendo sua intenção, replicou-lhe ironicamente se houvera sido uma reunião regada a álcool.

    O discurso indireto livre tem sido amplamente utilizado na literatura moderna.

    Fonte: Brasil Escola.

    Qualquer erro ou equívoco, avisem-me!

  • Simplificando Tipos de Discurso

    Direto - é a fala do próprio personagem

    Indireto - o autor fala pelos personagem

    Indireto livre- junção dos direto e indireto ( EX: O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que consigo!

  • Discurso direito

    Verbos: "RESPONDEU, AFIRMOU, SUGERIU, PERGUNTOU, PONDEROU"

  • GAB A

    "RESPONDEU" - Discurso Direto


ID
1612390
Banca
FCC
Órgão
TRT - 3ª Região (MG)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Nem bem chegara de lá e já tinha de ouvir o que diziam dele depois que partira. A primeira a anunciar uma das fofocas foi a vizinha, sempre disposta a disseminar novidades, verdadeiras ou não.

− Então, Antônio, soube que rompeu o noivado.


Sobre o que se tem acima, afirma-se corretamente, levando em conta a norma-padrão:

Alternativas
Comentários
  • eu tinha de ouvir - eu era obrigado a ouvir

    Alternativa correta: letra A

  • Questão que envolve muita interpretação. "Depois que partira" deixa claro que ele passava a ouvir, naquele momento, o que foi dito a seu respeito enquanto estava ausente. Por esse motivo, 'tinha de ouvir' significa - no contexto - o mesmo que 'ouvia', em uma ação de presente.

  • I) tinha de ouvir = pretérito imperfeito do indicativo; ouvia = pretérito imperfeito do indicativo, logo, no mesmo tempo. A primeira expressão, "tinha de ouvir", realmente agrega uma ideia de obrigatoriedade.

    II) chegara = pretérito mais que perfeito do indicativo, que indica uma ação realizada em um passado anterior ao da "tinha que ouvir", logo, nao poderia ser uma ação simultânea.

    Acho que é isso, qualquer coisa me corrijam. 

    bons estudos

  • Sobre a letra "c":

    A vizinha disse que soubera que Antônio rompera o noivado. (Discurso indireto)

    Quando o verbo estiver no pretérito perfeito no discurso direto, no indireto ele irá para o mais que perfeito.



  • Aproveitando a primeira questão, uma dica:

    Ter que (expressa a ideia de “algo para”, “coisas para”) Ex. Minha mãe tem muitas coisas que fazer.
    Ter de (expressa uma obrigatoriedade) Ex. Tenho de pagar o meu amigo.       Os alunos tiveram de fazer a prova em menos tempo.
    Mas para os estudioso, não está errado usar o "ter que" também na segunda opção.
  • gente diego macedo está errado não é o pert. perfeito e sim o imperfeito que vira o mais que perfeito

  • e)Se, em vez de A primeira, houvesse "Uma das primeiras", o verbo deveria obrigatoriamente ir para o plural − "anunciarem". ERRADO, pois poderia ser singular ou plural.

    "Um dos que" ou "Uma das que", pode ser singular ou plural.

    A primeira a anunciar uma das fofocas foi a vizinha... oração adjetiva restritiva reduzida de infinitivo

    A primeira que anunciou uma das fofocas foi a visinha...oração adjetiva restritiva

    Uma das primeiras que anunciou uma das fofocas foi a visinha...

    Uma das primeiras que anunciaram uma das fofocas foi a visinha...

    Me avisem se estiver errado!!!

  • A forma verbal "chegara" impoem um fato que ocorreu antes de um determinado passado e não simultaneamente.

  • Mudança de tempos verbais:

    Presente do indicativo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do indicativo no discurso indireto.

    Pretérito perfeito do indicativo no discurso direto passa para pretérito mais-que-perfeito do indicativo no discurso indireto.

    Futuro do presente do indicativo no discurso direto passa para futuro do pretérito do indicativo no discurso indireto.

    Presente do subjuntivo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do subjuntivo no discurso indireto.

    Futuro do subjuntivo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do subjuntivo no discurso indireto.

    Imperativo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do subjuntivo no discurso indireto.

  • a) o pretérito imperfeito (contínuo) NÃO muda na passagem dos discursos. Tinha de ouvir = ouvia 

     

  • Organizando as repostas dos colegas e acrescentando algumas coisas:

    A) A forma tinha de ouvir situa a ação no mesmo tempo expresso pela forma verbal "ouvia", mas agrega a ideia de obrigatoriedade à ação praticada.

    CORRETO - tinha de ouvir = pretérito imperfeito do indicativo; ouvia = pretérito imperfeito do indicativo, logo, no mesmo tempo. A primeira expressão, "tinha de ouvir", realmente agrega uma ideia de obrigatoriedade

    B) A forma verbal chegara indica que a ação se dá em simultaneidade com a ação expressa por tinha de ouvir.

    ERRADO - chegara = pretérito mais que perfeito do indicativo, que indica uma ação realizada em um passado anterior ao da "tinha que ouvir", logo, nao poderia ser uma ação simultânea.

    C) Transpondo o discurso direto acima para o indireto, a formulação obtida deve ser "A vizinha disse que, então, sabia que Antônio rompeu o noivado".

    ERRADO - A vizinha disse que soubera que Antônio rompera o noivado. (Discurso indireto) - Quando o verbo estiver no pretérito perfeito no discurso direto, no indireto ele irá para o mais que perfeito.

    D) A palavra fofoca, de uso informal, deve ser evitada em textos escritos, mesmo que se trate de uma narrativa, como se tem nesse trecho.

    ERRADO - em textos narrativos, pode-se empregar informalmente as palavras.

    E)Se, em vez de A primeira, houvesse "Uma das primeiras", o verbo deveria obrigatoriamente ir para o plural − "anunciarem".

    ERRADO - "Uma das primeiras" é expressão partitiva. Assim, a oração pode ser escrita de tal modo que o verbo concorde com a expressão partitiva ("uma das primeiras) ou com o "sujeito" (nesse caso, "a vizinha", sujeito implícito).

  • letra A

    As duas são pretérito imperfeito do indicativo, e como a primeira TINHA de ouvir, expressa uma obrigatoriedade da ação.


ID
1617196
Banca
FGV
Órgão
FGV
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Pela tarde apareceu o Capitão Vitorino. Vinha numa burra velha, de chapéu de palha muito alvo, com a fita verde- amarela na lapela do paletó. O mestre José Amaro estava sentado na tenda, sem trabalhar. E quando viu o compadre alegrou-se. Agora as visitas de Vitorino faziam-lhe bem. Desde aquele dia em que vira o compadre sair com a filha para o Recife, fazendo tudo com tão boa vontade, que Vitorino não lhe era mais o homem infeliz, o pobre bobo, o sem-vergonha, o vagabundo que tanto lhe desagradava. Vitorino apeou-se para falar do ataque ao Pilar. Não era amigo de Quinca Napoleão, achava que aquele bicho vivia de roubar o povo, mas não aprovava o que o capitão fizera com a D. Inês.

– Meu compadre, uma mulher como a D. Inês é para ser respeitada.

– E o capitão desrespeitou a velha, compadre?

– Eu não estava lá. Mas me disseram que botou o rifle em cima dela, para fazer medo, para ver se D. Inês lhe dava a chave do cofre. Ela não deu. José Medeiros, que é homem, borrou-se todo quando lhe entrou um cangaceiro no estabelecimento. Me disseram que o safado chorava como bezerro desmamado. Este cachorro anda agora com o fogo da força da polícia fazendo o diabo com o povo.

(José Lins do Rego, Fogo Morto)

A passagem do quarto parágrafo – Eu não estava lá. Mas me disseram que botou o rifle em cima dela, para fazer medo, para ver se D. Inês lhe dava a chave do cofre. – é caracterizada por discurso

Alternativas

ID
1688431
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      O soldado magrinho, enfezadinho, tremia. E Fabiano tinha vontade de levantar o facão de novo. Tinha vontade, mas os músculos afrouxavam. Realmente não quisera matar um cristão: procedera como quando, a montar bravo, evitava galhos e espinhos. Ignorava os movimentos que fazia na sela. Alguma coisa o empurrava para a direita ou para a esquerda. Era essa coisa que ia partindo a cabeça do amarelo. Se ele tivesse demorado um minuto, Fabiano seria um cabra valente. Não demorara. A certeza do perigo surgira – e ele estava indeciso, de olho arregalado, respirando com dificuldade, um espanto verdadeiro no rosto barbudo coberto de suor, o cabo do facão mal seguro entre os dois dedos úmidos.

      Tinha medo e repetia que estava em perigo, mas isto lhe pareceu tão absurdo que se pôs a rir. Medo daquilo? Nunca vira uma pessoa tremer assim. Cachorro. Ele não era dunga na cidade? não pisava os pés dos matutos, na feira? não botava gente na cadeia? Sem-vergonha, mofino.

                                                                                                     (Graciliano Ramos, Vidas Secas)

Ocorre o discurso indireto livre quando os limites entre a fala do narrador e a do personagem são apagados. No texto, isso se comprova com o trecho:

Alternativas

ID
1703353
Banca
PUC-PR
Órgão
PUC - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o seguinte texto, adaptado da revista IstoÉ, que servirá de base para a próxima questão:

                                              A vida depois do aborto  

                                                                                                                         Solange Azevedo

    A paulistana Camila Moreira Olímpio, 27 anos, deu pulos de alegria quando engravidou. Antes de completar três meses de gestação, sua casa já estava abarrotada de roupinhas de bebê. O enxoval era todo rosa porque ela nunca teve dúvidas de que a criança que carregava no ventre era uma menina. Até o nome estava escolhido: Stacy. Com o berço e o guarda-roupa instalados no quarto, Camila e o marido foram construindo sonhos. “Daí veio a desilusão. Fui fazer o ultrassom e o médico disse que o meu bebê não tinha calota craniana nem massa encefálica”, lamenta Camila. “Desci da maca e saí correndo do posto de saúde. Parei na beira da avenida. Ali, vi o meu castelo desabar.” Ela descobriu que a criança que tanto amava era mesmo uma menina. Mas constatou, também, que Stacy não sobreviveria porque sofria de uma grave má-formação fetal chamada anencefalia. Uma anomalia congênita irreversível e incompatível com a vida.

“E agora, o que eu faço?”, perguntou aos médicos. Eles explicaram que a gestação de um bebê anencefálico traria mais riscos que uma gravidez comum. Camila ficou dez dias enfurnada em casa. Não abria a janela, não tomava banho, não penteava o cabelo, não comia, não levantava da cama. “Entrei em depressão. Estar grávida e saber que não teria minha filha comigo estava me matando”, lembra. “Se eu não antecipasse o parto, perderia a chance de ter outro filho porque eu morreria junto.” Camila decidiu se valer de uma liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que permitia que grávidas de anencéfalos fizessem aborto. Conseguiu realizar o procedimento no 5º mês de gestação. Ela foi uma das cerca de 60 beneficiadas entre 1º de julho e 20 de outubro de 2004, período em que a decisão provisória vigorou. Começava ali uma batalha jurídica entre grupos de defesa dos direitos humanos e entidades de cunho religioso – a qual se estende até hoje. “Obrigar uma mulher a passar meses, entre o diagnóstico e o parto, dormindo e acordando sabendo que não terá aquele filho, é impor a ela um imenso sofrimento inútil. Isso viola o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana”, afirma o advogado Luís Roberto Barroso, da CNTS. “É uma situação equiparável à tortura. Interromper ou não a gestação deve ser uma opção da mulher e de seu médico. O Estado, o Judiciário ou quem quer que seja não têm o direito de interferir nessa decisão.” Barroso fundamenta a ação em mais dois pilares. Primeiro, alega que a interrupção da gestação de um anencéfalo, tecnicamente, não pode ser considerada aborto porque o feto não é uma vida em potencial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que define a morte é a falta de atividade cerebral e, como o anencéfalo não tem cérebro, ele seria um natimorto. Um dos argumentos dos grupos contrários é que, caso a gestação chegue aos nove meses, os órgãos do bebê podem ser doados. Mas nem a OMS nem o Conselho Federal de Medicina recomendam a doação porque esses órgãos também podem apresentar má-formação.

A outra tese de Barroso é a de que a lei brasileira permite o aborto em duas ocasiões: se a gravidez é resultado de estupro ou se há riscos para a mãe. “Interromper a gestação de um feto anencefálico é menos do que nas duas situações já previstas pelo Código Penal, pois tanto no caso de estupro quanto no de riscos para a mãe, o feto tem potencialidade de vida”, relata o advogado. “O nosso Código Penal não contempla a hipótese do feto inviável porque foi elaborado em 1940, quando o diagnóstico da anencefalia não era possível.” Paulo Fernando da Costa, vice-presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, entidade que atua no combate ao aborto, contesta. “Não podemos condenar uma pessoa à morte. O aborto dos anencéfalos abre uma janela para a legalização completa do aborto”, afirma. Costa conta que a Associação fez um filme sobre Marcela de Jesus – uma menina do interior paulista, que morreu em agosto de 2008, com 1 ano e 8 meses. A história de Marcela se tornou uma das principais bandeiras de grupos religiosos na cruzada antiaborto. Porém, as explicações do vídeo podem ser contestadas pela medicina especializada em anencefalia, o que aumenta a discussão. “Marcela não era anencéfala. Tinha merocrania”, garante o geneticista Thomaz Gollop, professor da Universidade de São Paulo e coordenador do Grupo de Estudos sobre o Aborto. O médico explica que o que distingue esse quadro da anencefalia é a presença de um cérebro muito rudimentar – um pouco mais de massa encefálica, coberta por uma membrana. Isso faz com que o indivíduo sobreviva um pouco mais. Mas não faz com que tenha cérebro nem que interaja. “Quando a anencefalia é diagnosticada, não estamos discutindo a vida, mas a morte certa”, diz Gollop. 

Camila Moreira afirma que, mesmo com a liminar de Marco Aurélio, batalhou para conseguir um hospital que aceitasse fazer o aborto. “Entrei em trabalho de parto no dia 18 de outubro. No dia 20, a liminar caiu”, lembra. “Foi um desespero. Algumas mulheres que estavam internadas foram mandadas de volta para casa. Se eu saísse de lá, grávida, não resistiria. Ia enlouquecer.” O casamento de Camila terminou um ano depois. Ela desistiu de tentar ser mãe depois de descobrir que é alérgica aos comprimidos de ácido fólico, uma vitamina do complexo B essencial para prevenir a má-formação fetal. “Tenho muito medo de passar por tudo de novo, por aquela desilusão”, diz. 

    “Minha filha nasceu viva. Morreu dez segundos depois. Eu não quis ver, preferi guardar a imagem que eu tinha dela na minha cabeça”. Camila leva uma vida pacata. Divide uma casa simples em Cotia, na Grande São Paulo, com duas amigas e os três filhos delas. Passa a maior parte do tempo trabalhando como demonstradora de café num supermercado.

O medo de que alguma coisa dê errada é comum às gestantes. Quando a mulher tem um passado traumático essa sensação é multiplicada. Foi assim com a paulista Érica Souza do Nascimento, 22 anos. Ela fez a antecipação do parto dias antes de Camila, na 17ª semana de gestação, no mesmo hospital. “Foi complicado emocionalmente. Imagina ter consciência de que seu filho vai nascer e morrer, e você não vai poder fazer nada”, diz Érica. “Não tive dúvidas de que interromper a gestação era a melhor opção. Não queria sentir o meu neném mexer e, depois, ter de enterrá-lo.” Durante um bom tempo, Érica não conseguia ver crianças. Doía. Machucava. “Isso só passou quando engravidei de novo”, conta Érica, aos prantos. “No ultrassom, eu e minha mãe estávamos apreensivas. A gente queria perguntar se a cabecinha do neném estava bem, mas não tivemos coragem. A gente esperou o laudo sair para ver o que estava escrito. Foi uma das melhores sensações que tive na vida.” Yasmin, uma menina de 5 anos toda serelepe, é a alegria dos pais. “Foi ela que me ajudou a esquecer”, garante Érica. “Minha filha é tudo na minha vida.”

Fonte: Revista IstoÉ, n. 2177, 29 de julho de 2011. 

Analise os fragmentos dando atenção aos verbos selecionados para a introdução de discursos diretos no texto. Depois, assinale a alternativa que contém uma afirmação INCORRETA:

“Daí veio a desilusão. Fui fazer o ultrassom e o médico disse que o meu bebê não tinha calota craniana nem massa encefálica”, lamenta Camila.

“Entrei em depressão. Estar grávida e saber que não teria minha filha comigo estava me matando”, lembra (Camila).

“Tenho muito medo de passar por tudo de novo, por aquela desilusão”, diz (Camila Moreira).

“Isso só passou quando engravidei de novo”, conta Érica, aos prantos.

“Não podemos condenar uma pessoa à morte. O aborto dos anencéfalos abre uma janela para a legalização completa do aborto”, afirma (Paulo Fernando da Costa, vice-presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família).

“Obrigar uma mulher a passar meses, entre o diagnóstico e o parto, dormindo e acordando sabendo que não terá aquele filho, é impor a ela um imenso sofrimento inútil. Isso viola o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana”, afirma o advogado Luís Roberto Barroso, da CNTS.

“Marcela não era anencéfala. Tinha merocrania”, garante o geneticista Thomaz Gollop, professor da Universidade de São Paulo e coordenador do Grupo de Estudos sobre o Aborto.

Alternativas

ID
1733374
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Instrução: A questão  toma por base o seguinte fragmento do diálogo Fedro, de Platão (427-347 a.C.).
                                               
                                                                        Fedro

SÓCRATES: – Vamos então refletir sobre o que há pouco estávamos discutindo; examinaremos o que seja recitar ou escrever bem um discurso, e o que seja recitar ou escrever mal.

FEDRO: – Isso mesmo.

SÓCRATES: – Pois bem: não é necessário que o orador esteja bem instruído e realmente informado sobre a verdade do assunto de que vai tratar?

FEDRO: – A esse respeito, Sócrates, ouvi o seguinte: para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal – pois é pela aparência que se consegue persuadir, e não pela verdade.

SÓCRATES: – Não se deve desdenhar, caro Fedro, da palavra hábil, mas antes refletir no que ela significa. O que acabas de dizer merece toda a nossa atenção.

FEDRO: – Tens razão.

SÓCRATES: – Examinemos, pois, essa afirmação.

FEDRO: – Sim.

SÓCRATES: – Imagina que eu procuro persuadir-te a comprar um cavalo para defender-te dos inimigos, mas nenhum de nós sabe o que seja um cavalo; eu, porém, descobri por acaso uma coisa: “Para Fedro, o cavalo é o animal doméstico que tem as orelhas mais compridas”...

FEDRO: – Isso seria ridículo, querido Sócrates.

SÓCRATES: – Um momento. Ridículo seria se eu tratasse seriamente de persuadir-te a que escrevesses um panegírico do burro, chamando-o de cavalo e dizendo que é muitíssimo prático comprar esse animal para o uso doméstico, bem como para expedições militares; que ele serve para montaria de batalha, para transportar bagagens e para vários outros misteres.

FEDRO: – Isso seria ainda ridículo.

SÓCRATES: – Um amigo que se mostra ridículo não é preferível ao que se revela como perigoso e nocivo?

FEDRO: – Não há dúvida.

SÓCRATES: – Quando um orador, ignorando a natureza do bem e do mal, encontra os seus concidadãos na mesma ignorância e os persuade, não a tomar a sombra de um burro por um cavalo, mas o mal pelo bem; quando, conhecedor dos preconceitos da multidão, ele a impele para o mau caminho, – nesses casos, a teu ver, que frutos a retórica poderá recolher daquilo que ela semeou?

FEDRO: – Não pode ser muito bom fruto.

SÓCRATES: – Mas vejamos, meu caro: não nos teremos excedido em nossas censuras contra a arte retórica? Pode suceder que ela responda: “que estais a tagarelar, homens ridículos? Eu não obrigo ninguém – dirá ela – que ignore averdade a aprender a falar. Mas quem ouve o meu conselho tratará de adquirir primeiro esses conhecimentos acerca da verdade para, depois, se dedicar a mim. Mas uma coisa posso afirmar com orgulho: sem as minhas lições a posse da verdade de nada servirá para engendrar a persuasão”.

FEDRO: – E não teria ela razão dizendo isso?

SÓCRATES: – Reconheço que sim, se os argumentos usuais provarem que de fato a retórica é uma arte; mas, se não me engano, tenho ouvido algumas pessoas atacá-la e provar que ela não é isso, mas sim um negócio que nada tem que ver com a arte. O lacônio declara: “não existe arte retórica propriamente dita sem o conhecimento da verdade, nem haverá jamais tal coisa”.

(Platão. Diálogos. Porto Alegre: Editora Globo, 1962.)

Não se deve desdenhar, caro Fedro, da palavra hábil, mas antes refletir no que ela significa.

Nesta frase, Sócrates, para rotular o tipo de discurso que acaba de ser sugerido por Fedro, emprega palavra hábil com o sentido de:

Alternativas

ID
1733395
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Instrução: A questão  toma por base uma passagem do romance regionalista Vidas secas, de Graciliano Ramos (1892-1953).

                                                                               Contas

Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.
Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa.
Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juízo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repende estourava:
– Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.
Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia.
Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de Sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente de juros.
Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!
O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.
Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar questão com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. Devia ser ignorância da mulher, provavelmente devia ser ignorância da mulher. Até estranhara as contas dela. Enfim, como não sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava não cair noutra.

                                                               (Graciliano Ramos. Vidas secas. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1974.)

Identifique, entre os quatro exemplos extraídos do texto, aqueles que se apresentam em discurso indireto livre:

I. Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos.

II. – Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer.

III. Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!

IV. Não era preciso barulho não.

Alternativas
Comentários
  • Resolução

    O fragmento I é puramente narrativo e II contém dis -

    curso direto. Nos fragmentos III e IV, as palavras da

    personagem são integradas ao discurso do narrador,

    sem verbo declarativo que as introduza.


ID
1736962
Banca
FUNCAB
Órgão
CBM-AC
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.

                              O fragmento a seguir situa-se no último capítulo de Triste fim de Policarpo Quaresma.

Como lhe parecia ilógico com ele mesmo estar ali metido naquele estreito calabouço? Pois ele, o Quaresma plácido, o Quaresma de tão profundos pensamentos patrióticos, merecia aquele triste fim?
[...]
Por que estava preso? Ao certo não sabia; o oficial que o conduzira, nada lhe quisera dizer; e, desde que saíra da ilha das Enxadas para a das Cobras, não trocara palavra com ninguém, não vira nenhum conhecido no caminho [...]. Entretanto, ele atribuía a prisão à carta que escrevera ao presidente, protestando contra a cena que presenciara na véspera.
Não se pudera conter. Aquela leva de desgraçados a sair assim, a desoras, escolhidos a esmo, para uma carniçaria distante, falara fundo a todos os seus sentimentos; pusera diante dos seus olhos todos os seus princípios morais; desafiara a sua coragem moral e a sua solidariedade humana; e ele escrevera a carta com veemência, com paixão, indignado. Nada omitiu do seu pensamento; falou claro, franca e nitidamente.
Devia ser por isso que ele estava ali naquela masmorra, engaiolado, trancafiado, isolado dos seus semelhantes como uma fera, como um criminoso, sepultado na treva, sofrendo umidade, misturado com os seus detritos, quase sem comer... Como acabarei? Como acabarei? E a pergunta lhe vinha, no meio da revoada de pensamentos que aquela angústia provocava pensar. Não havia base para qualquer hipótese. Era de conduta tão irregular e incerta o Governo que tudo ele podia esperar: a liberdade ou a morte, mais esta que aquela.
[...]
Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condecorava? Matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara. Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não.Lembrou-se das suas coisas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções. [...].
Como é que não viu nitidamente a realidade, não a pressentiu logo e se deixou enganar por um falaz ídolo, absorver-se nele, dar-lhe em holocausto toda a sua existência? Foi o seu isolamento, o seu esquecimento de si mesmo; e assim é que ia para a cova, sem deixar traço seu, sem um filho, sem um amor, sem um beijo mais quente, sem nenhum mesmo, e sem sequer uma asneira!
Nada deixava que afirmasse a sua passagem e a terra não lhe dera nada de saboroso.

BARRETO, Lima.Triste fim de Policarpo Quaresma São Paulo: Saraiva, 2007. p. 199-201 (Clássicos Saraiva).

No texto, há passagens em que é empregada a técnica do discurso indireto livre, exemplificada no seguinte trecho:

Alternativas
Comentários
  • Características do discurso indireto livre

    *Não há marcas que indiquem a separação da fala do narrador da fala da personagem, como os verbos de elocução, os sinais de pontuação e as conjunções que aparecem nos discursos direto e indireto. Assim, por vezes é difícil delimitar o início e o fim do discurso da personagem, uma vez que o mesmo está inserido dentro do discurso do narrador, confundindo-se com este.

    *Conforme o desenvolvimento da narração, as falas das personagens surgem espontaneamente na 1.ª pessoa no discurso do narrador que se encontra na 3.ª pessoa, sendo gramaticalmente o discurso do narrador, mas transmitindo o sentido do discurso da personagem.

    *O narrador é onisciente de todas as falas, sentimentos, reações e pensamentos da personagem.

    Atenção!
    Além do discurso indireto livre, existem também o discurso direto e o discurso indireto.

  • Características do discurso indireto livre

    *Não há marcas que indiquem a separação da fala do narrador da fala da personagem, como os verbos de elocução, os sinais de pontuação e as conjunções que aparecem nos discursos direto e indireto. Assim, por vezes é difícil delimitar o início e o fim do discurso da personagem, uma vez que o mesmo está inserido dentro do discurso do narrador, confundindo-se com este.

    *Conforme o desenvolvimento da narração, as falas das personagens surgem espontaneamente na 1.ª pessoa no discurso do narrador que se encontra na 3.ª pessoa, sendo gramaticalmente o discurso do narrador, mas transmitindo o sentido do discurso da personagem.

    *O narrador é onisciente de todas as falas, sentimentos, reações e pensamentos da personagem.

    Atenção!

    Além do discurso indireto livre, existem também o discurso direto e o discurso indireto.

  • No discurso indireto livre, a fala da personagem se insere no meio do discurso do narrador, dando a impressão de que se trata do pensamento do narrador, mas na verdade se trata do pensamento da personagem; neste caso, não há marcas linguísticas claras indicando a fala dela. O bom é que, na maioria das provas, o discurso indireto livre vem pontuado por ponto de exclamação ou interrogação.

     

    – Eu, como professor, estava incomodado com um aluno desde o início do ano. Olhava, com raiva e irritado, para esse estudante todos os dias. Quando ele vai parar de me perseguir? O aluno se levantou e pediu para ir ao banheiro. (discurso indireto livre)


ID
1790344
Banca
COMPERVE
Órgão
UFRN
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                O clima definitivamente entrou na pauta global

                                                                                                                    Reinaldo Canto

      Já não era sem tempo e nem por falta de sinais gritantes das mudanças climáticas, cada vez mais intensos e preocupantes. Finalmente, a questão foi reconhecida como uma seríssima ameaça à sobrevivência do ser humano num planeta mais quente e instável.

      As boas notícias começaram no encontro do G-7, o grupo de países mais desenvolvidos do mundo (Alemanha, França, Reino Unido, Itália, EUA, Canadá e Japão) reunidos na Alemanha, que decidiu, pela primeira vez, encarar de frente o desafio de “descarbonizar" a economia. Ou seja, por um fim, mesmo que a longo prazo, ao uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural), que tem sido a base energética da economia mundial ao menos há 200 anos.

      Inicialmente, o acordo dos países ricos prevê a redução entre 40 e 70%, até o ano de 2050, das emissões de gases de efeito estufa; e o comprometimento com aportes de recursos para um fundo de US$ 100 bilhões a serem investidos em tecnologia para a adoção de energias limpas e renováveis nos países pobres, principalmente no continente africano.

      O objetivo mais imediato dos países que compõem o G7 é o de frear o aquecimento do planeta para que não ultrapasse os dois graus centígrados, considerados pelos cientistas um patamar crítico, já que o aumento da temperatura média poderá acarretar mais fenômenos climáticos extremos, extinção acelerada de espécies, além de acarretar o aumento nos níveis dos oceanos, entre outras consequências. Segundo o comunicado emitido pelo G7, a economia mundial deverá estar “descarbonizada" até o ano de 2.100.

      Ainda faltam detalhes sobre como será a execução do plano na prática, mas o anúncio e a importância dada ao tema são inéditos e demonstram claramente a preocupação desses líderes com o futuro do planeta. Isso não é pouca coisa. Muitos entenderam a posição como histórica, por representar o início do fim da era dos combustíveis fósseis, até aqui a base da economia global desde a Revolução Industrial.

      A outra boa notícia veio do Vaticano e eis que, mais uma vez, o Papa Francisco surpreende e renova o seu empenho em falar sobre problemas contemporâneos. Desta feita, em sua primeira encíclica – “Laudato si'" (Louvado sejas), ele cita o Patriarca Ecumênico Bartolomeu: “Um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus".

      Se não fosse pouca coisa, o Papa ainda afirma, fazendo uma direta referência às mudanças climáticas, que o urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar.

      Em consonância com os preceitos adotados desde a Conferência das Nações Unidas, a Rio+20, no Rio de Janeiro em 2012, que colocou o desenvolvimento sustentável ao lado da erradicação da pobreza, o Papa Francisco fez coro e reforçou a sua preocupação com os menos favorecidos: “São inseparáveis as preocupações com a natureza, a justiça para com os pobres, o empenho da sociedade e a paz interior".

      E agora, Brasil?

Em recentes declarações durante o encontro de cúpula com a União Europeia, a Presidenta Dilma Rousseff afirmou que o Brasil tem sido um dos países que mais reduziu suas emissões, graças principalmente à queda do desmatamento. Mesmo assim, para a 21ª Conferência do Clima a ser realizada em Paris no final do ano, será preciso um compromisso mais efetivo e não apenas jogo de palavras.

      Nessa ocasião, deverão ser assumidos novos compromissos para substituir o Protocolo de Kyoto, com metas mais ambiciosas para todos os países. Ainda mais entre os maiores emissores, caso do Brasil, que ocupa a 10ª posição. As pressões sobre o governo já começaram, entre elas, o Lançamento da Coalizão Brasil: Clima, Florestas e Agricultura, movimento com a presença de mais de 50 entidades representantes do setor privado e de importantes organizações do terceiro setor, que “pretende propor e promover políticas públicas para o estímulo à agricultura, à pecuária e à economia florestal que impulsionem o Brasil como protagonista na liderança global da economia sustentável e de baixo carbono, gerando prosperidade, com inclusão social, geração de emprego e renda".

      A Coalizão vai divulgar um documento que apresenta propostas de políticas e ações efetivas que devem contribuir para a estruturação da posição do Brasil na COP21.

      Nesses seis meses que faltam para o encontro de Paris, novas discussões e debates virão, e o Brasil deve entrar no clima positivo que começa a tomar corpo mundo afora. 

Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/o-...> . Acesso em: 06 ago. 2015. [Adaptado]

Sobre os modos de citação do discurso alheio, é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • No 6º parágrafo:


    Desta feita, em sua primeira encíclica – “Laudato si'" (Louvado sejas), ele cita o Patriarca Ecumênico Bartolomeu: “Um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus".

    Discurso direto acontece quando o narrador coloca os personagens a falar diretamente, como aconteceu na citação do Papa Francisco.

  • Gabarito- a:Citação: menção no texto de uma informação colhida em outra fonte. Pode ser uma transcrição ou paráfrase, direta ou indireta.

    Citação direta ou literal:
    É a transcrição exata de palavras e trechos de um autor. Usa-se as aspas.
    Citação indireta:
    Consiste na transcrição não literal do que diz o autor, a partir da interpretação de um texto consultado, faz-se um resumo com as próprias palavras (paráfrase). Nesse caso não se usa as aspas. 
  • Mais fácil de entender...

     

    Direta: Fala do narrador :-" Fala do Personagem ( fulano disse: "Comi todo o bolo"!) - O narrador toma para si a fala do personagem.

    Indireta: Locução adverbial + conjunção (geralmente QUE) -> iniciando uma oração subordinada, e os fatos já ocorreram.


ID
1799032
Banca
NC-UFPR
Órgão
COPEL
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Abstinência.com 
Sem acesso à rede, viciados em internet se sentem irritados, tristes e mal-humorados 

        Checar email, ler notícia, conferir as redes sociais, passar por blogs, descobrir novos tumblrs. Uma rotina virtual agitada não é novidade para a maioria dos usuários de internet mundo afora. Só que nem todos agem com naturalidade quando precisam ficar horas longe de uma conexão. Uma pesquisa realizada pelas universidades de Swansea, no Reino Unido, e Milão, na Itália, mostra que pessoas viciadas em internet podem manifestar sintomas de abstinência quando o acesso à rede é restrito. Exatamente como acontece com dependentes químicos.
    O trabalho envolveu 60 voluntários com idade entre 22 e 28 anos. Eles passaram 15 minutos navegando por seus sites preferidos e, depois, responderam a questionários que avaliavam seu humor e nível de ansiedade. Aqueles classificados em testes psicológicos como dependentes apresentaram irritação, mau humor e sentimentos depressivos. “Em todos os tipos de vício, surgem sensações negativas quando o efeito da substância cessa ou o comportamento é interrompido. Esse é um dos sintomas da abstinência”, explica Phil Reed, professor do departamento de psicologia da Universidade Swansea.
        
Embora não seja oficialmente reconhecida como doença, a dependência de internet preocupa os profissionais de saúde. O novo volume do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria, que deve sair ainda este ano e é a principal referência na área, inclui o transtorno em seu apêndice e atenta para o crescimento do problema. “Estudos apontam que 10% dos usuários de internet são dependentes. Só no Brasil, isso corresponde a 8 milhões de pessoas”, estima o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Mas, de maneira geral, ainda falta consciência de que o vício é um problema de saúde”, conclui.
Julliane Silveira, Galileu, Ed. 262, maio de 2013

“Em todos os tipos de vício, surgem sensações negativas quando o efeito da substância cessa ou o comportamento é interrompido. Esse é um dos sintomas da abstinência”, explica Phil Reed, professor do departamento de psicologia da Universidade Swansea.

Assinale a alternativa em que o período acima foi adequadamente convertido em citação indireta, preservando as relações de sentido.

Alternativas
Comentários
  • Letra C.

    Características do discurso indireto

    -O narrador utiliza as suas próprias palavras para reproduzir a essência das falas das personagens, atuando como intermediário, reproduzindo também as reações e a personalidade das mesmas.

    -A narração é feita na 3.ª pessoa.

    -É introduzido por verbos de elocução, ou seja, através de verbos que anunciam o discurso, como: dizer, perguntar, responder, comentar, falar, observar, retrucar, replicar, exclamar, aconselhar, gritar, murmurar, entre outros. Esses verbos de elocução aparecem seguidos das conjunções que ou se, separando a fala do narrador da fala da personagem.

    Exemplos de discurso indireto

    O desconhecido perguntou que horas eram.

    Foi então que ele disse que estava cansado de tanta confusão.

    Todos os dias minha mãe me dizia que ficasse atento e não fizesse bagunça nas aulas.

     

    DISCURSO DIRETO: é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.

    − Você pode entrar no ramo, disse-lhe. (2° parágrafo)

    Pode = Verbo no Presente do Indicativo.

    Você = Funciona como um Pronome Pessoal.

    Ex.: Pedro disse: Hoje estou feliz!

    Características do discurso direto:

    →  Fala de personagens.

    →  Utiliza o tempo em que a ação ocorre.

    →  Marcas gráficas (“Aspas" -Travessões-).

    →  Confere ao texto vivacidade.

    →  Pode explorar discursos entonacionais (? / ! / ...).

    DISCURSO DIRETO  ---------------------------------->  DISCURSO INDIRETO

    a)Ele disse: sou feliz.                                                 Ele disse que era feliz.

    a)Presente do Indicativo  ------------------------------>  Pretérito Imperfeito do Indicativo

    b)Ele disse: fui um jovem feliz.                                   Ele disse que fora um jovem feliz

    b)Pretérito Perfeito do Indicativo  ------------------>  Pretérito Mais que Perfeito do Indicativo

    c)Ele disse: serei aprovado.                                       Ele disse que seria aprovado.

    c)Futuro do Presente do Indicativo   -------------->  Futuro do Pretérito do Indicativo.

    d)Ele disse: talvez haja aula.                                     Ele disse que talvez houvesse aula.

    d)Presente do Subjuntivo  ---------------------------->  Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.

    e)Ele disse: faça escolhas corretas.                          Ele disse para fazer escolhas corretas.

    e)Imperativo  ---------------------------------------------->  Infinitivo.

  • Minha dúvida é: se o verbo "explica" está no presente do indicativo a transposição não teria que conter o verbo no pretérito imperfeito do indicativo?

  • GAB LETRA C.

    Citação direta: Fala do personagem. Ex: João disse: - Estou cansado.

    Quem disse? (João, personagem) presença de verbo elocução

    Citação Indireta: João disse que estava cansado. Quem disse? O narrador.

    Conjunção integrante substituindo o verbo elocução.

    Citação indireta livre: João, atordoado, disse que estava cansado. Quem disse? (narrador x personagem)

  • qual o erro da letra A? unica que fiquei em duvida.. please


ID
1815484
Banca
FCC
Órgão
Prefeitura de São Paulo - SP
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Considere a letra da canção Lavadeira do rio, de Lenine e Bráulio Tavares, adaptada, na ortografia e pontuação, para acompanhar sua interpretação cantada, para responder à questão. 

Ah! lavadeira do rio
muito lençol pra lavar
fica faltando uma saia
quando o sabão se acabar
mas corra pra beira da praia
veja a espuma brilhar
ouça o barulho bravio
das ondas que batem na beira do mar
ê, ô, o vento soprô
ê, ô, a folha caiu
ê, ô, cadê meu amor
que a noite chegô fazendo frio
ô, Rita, tu sai da janela
deix’esse moço passar
quem não é rica, e é bela
não pode se descuidar
ô, Rita, tu sai da janela
que as moça desse lugar
nem se demora donzela
nem se destina a casar
ê, ô, o vento soprô... 

O exame do texto revela que os compositores

Alternativas
Comentários
  • Não entendi o porquê da letra A ser incorreta. Alguém poderia ajudar?

  • Bruna, não há duas lavadeiras no texto, mas apenas Rita, a qual constrói um diálogo com terceiro inominado. 

  •  

     a)exploram um registro fonético subpadrão (pra, deix’esse, soprô, chegô) para construir o diálogo que se trava entre pelo menos duas lavadeiras, uma delas identificada como Rita.  Não há outra lavadeira no discurso

     b)eliminam, em pontos específicos do texto, a redundância na marcação da concordância de número, típica do português padrão, para caracterizar um falar popular (tu sai, as moça, [as moça] nem se demora). Correto

     c)mantêm, em toda a letra, um mesmo registro linguístico, que se caracteriza como distenso e informal, mas, ainda assim, culto (nem se demora donzela/nem se destina a casar). Existe mais de um registro linguistico.

     d)demarcam, como espaço em que se movem as personagens, uma cidade litorânea nordestina, seja por meio do léxico empregado nas descrições (rio, mar, ondas, vento), seja por meio dos regionalismos presentes nas falas das personagens, como o uso do pronome tu com verbo na terceira pessoa (sai).  Não há referência alguma a uma cidade nordestina.

     e)recorrem ao discurso direto para introduzir variantes sociolinguísticas estigmatizadas, assim separando as falas de personagens caracterizadas como idosas e pouco escolarizadas das falas proferidas por um narrador mais jovem que usa a norma culta. Não ocorre o discurso direto.


ID
1825876
Banca
CONSULPLAN
Órgão
CBM-PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                           As desigualdades e a questão social

      Há processos estruturais que estão na base das desigualdades e antagonismos que constituem a questão social. Dentre esses processos, alguns podem ser lembrados agora. O desenvolvimento extensivo e intensivo do capitalismo, na cidade e no campo, provoca os mais diversos movimentos de trabalhadores, compreendendo indivíduos, famílias, grupos e amplos contingentes. As migrações internas atravessam os campos e as cidades, as regiões e as nações. Movimentam trabalhadores em busca de terra, trabalho, condições de vida, garantias, direitos. A industrialização e a urbanização expandem‐se de modo contínuo, por fluxos e refluxos, ou surtos. Assim como ocorre a metropolização dos maiores centros urbano‐industriais, também ocorre a abertura e reabertura das fronteiras. Os surtos de atividades agrícolas, pecuárias, extrativas, mineradoras e industriais, ao longo das várias repúblicas, assinalam os mais diversos momentos de populações e negócios, de fatores econômicos ou forças produtivas. As crescentes diversidades sociais estão acompanhadas de crescentes desigualdades sociais. Criam‐se e recriam‐se as condições de mobilidade social horizontal e vertical, simultaneamente às desigualdades e aos antagonismos. Esse é o contexto em que o emprego, desemprego, subemprego e pauperismo se tornam realidade cotidiana para muitos trabalhadores. As reivindicações, protestos e greves expressam algo deste contexto. Também os movimentos sociais, sindicatos e partidos revelam dimensões da complexidade crescente do jogo das forças sociais que se expandem com os desenvolvimentos extensivos e intensivos do capitalismo na cidade e no campo.

      [...] Aos poucos, a história da sociedade parece movimentada por um vasto contingente de operários agrícolas e urbanos, camponeses, empregados e funcionários. São brancos, mulatos, negros, caboclos, índios, japoneses e outros. Conforme a época e o lugar, a questão social mescla aspectos raciais, regionais e culturais, juntamente com os econômicos e políticos. Isto é, o tecido da questão social mescla desigualdades e antagonismos de significação estrutural.  

(IANNI, Octavio. Pensamento social no Brasil. Bauru: Edusc, 2004. (com adaptações).)

“Em um texto como o apresentado, o(a) ____________________ é base para a estrutura escolhida pelo autor para sua construção.” Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.

Alternativas
Comentários
  • Explanação de ideias não está em nenhuma classificação de tipologia nem de gênero, questão confusa.

  • Dá para fazer por exclusão.

    Letra

    A) Não há informação objetiva, pois no texto há posicionamento do autor, sendo, assim, subjetivo. Objetividade e subjetividade são antônimos.

    C) Não há discuso indireto livre.

    D) Não há depoimento autorizado no texto.

    E) O autor não demostra ir contra nenhum argumento apresentado no texto.

     


ID
1830814
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de Cuiabá - MT
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Novelas 

    Não vejo novelas. A última que me prendeu no sofá foi escrita pelo Dias Gomes, que era um craque. Hoje, 15 segundos de novela bastam para me matar de tédio. Os mesmos personagens, o mesmo enredo, as mesmas caretas, as mesmas frases idiotas, as mesmas cenas toscas, a mesma história chata.
(Roberto Gomes, Gazeta do Povo, 2009) 

A nova forma da frase inicial “Não vejo novelas", se colocada em discurso indireto, iniciando-se a nova frase por “O autor do texto declara que...", seria

Alternativas
Comentários
  • Alternativa B. Mantendo o tempo presente do discurso direto.

  • Não entendi...

    O presente do indicativo não deveria se tornar pretérito imperfeito?! 

  • Marco, normalmente sim. Mas como a frase começou com: "O autor declara que", teria que ficar no presente realmente. (eu errei, fiz com pressa não me dei conta disto).

  • Nossa diz que é regra o presente passar para o pretérito dai me vem uma questão destas, vamos indicar para comentários do professor pessoal!

  • intendi mudou- se a pessoa  para garantir o discurso indireto ( narrador falando do personagem) e manteve o tempo no presente do indicativo.

    show .

  • Não entendi:

    Discurso direto = verbo no presente do indicativo -------> discurso indireto= pretérito imperfeito do indicativo

    Logo, seria assertiva A.

     

    Alguém sabe explicar?

  • Resolver questões da FGV usando decoreba é pedir pra errar... Outra questão muito simples e até mesmo intuitiva.

    "O autor do texto declara que não novelas."

    O verbo "ver" fica no presente do indicativo para concordar com o verbo "declarar" também no presente do indicativo.

    É bom ter a regra embaixo do braço, mas é necessário por a cuca pra funcionar, ou vai rodar.

  • Não dá para estudar pelos livros de Português e fazer a prova da FGV, porque vc vai errar. Nem os professores conseguem justificar as respostas das questões kkk

  • Fui pela regra de transcrição e errei.

     Presente do indicativo ~>Pretérito imperfeito 

    Pessoal até tenta justificar algumas questões da fgv, mas os comentários não são convincentes.

  • discurso indireto, o próprio narrador é responsável por explicar a fala dos personagens, o que confere um certo distanciamento àquele trecho da narrativa e seus elementos

    ele vê (3 pessoa do singular)

    gabarito:b

    • JUSTIFICATIVA DO GABARITO

    Notem que, quando o verbo está no presente do indicativo no discurso direto, usamos o pretérito imperfeito no discurso indireto. Porém, nas palavras de Otton M. Garcia:

    ·        Mantém-se, entretanto, o presente do indicativo no discurso indireto, se a ação declarada na oração integrante perdura ainda no momento em que se fala: "Disse-lhe que estou com preguiça este ano". Assim também quando a fala expressa um juízo, uma opinião pessoal ou tem feição de sentença proverbial, notória, tradicional; mas, então, já não se trata propriamente de diálogo, e sim de simples frase de citação.

    ·        (GARCIA, Otton M. Comunicação em prosa moderna, 2017, p. 153)

    a)  não via novelas. - ERRADO

    Pela regra geral, esta seria nossa alternativa, pois o verbo no discurso direto está no presente do indicativo ("vejo"). Assim, no discurso indireto, o verbo estaria no pretérito imperfeito do indicativo ("via"). Contudo, nossa questão entra naquela "exceção" que Otton Garcia fala em sua obra Comunicação em prosa moderna. Quando temos um discurso direto no presente do indicativo e, na hora do discurso indireto a ação ainda perdura, mantemos o verbo no presente do indicativo. Vejam mais exemplos:

    1. "O dia tem 24 horas" → Fulano disse que o dia tem 24 horas (o dia continua tendo 24h quando o discurso indireto foi proferido)

     

    No caso do autor, podemos deduzir que ele não vê novelas e que, no momento do discurso direto, ele continua a não ver novelas. Portanto, o verbo no discurso indireto deve ser mantido no presente do indicativo. 

     

    "Não vejo novelas" → O autor do texto declara que não vê novelas. 

     

    Assim, alternativa incorreta.

     

    b)  não vê novelas. - CERTO

    Nosso gabarito, conforme a explicação da alternativa anterior. Neste caso, o verbo no discurso indireto deve ser mantido no presente do indicativo, já que se trata de uma ação que perdura até o momento da fala do discurso indireto. 

    COMENTÁRIO TEC CONCURSOS

  • discurso direto: “Não vejo novelas"

    ATENÇÃO À CORRELAÇÃO SEMÂNTICA:

    FAZER PERGUNTA: O que o autor declara? O autor declara (presente) que não vê (presente) novelas.

    Se fosse o que o autor declarou? O autor declarou (pretérito) que não via (pretérito imperfeito) novelas 

  • VIXE, CORRE QUE É MACUMBA kkkkkkk

  • mantém o tempo verbal e o autor agr é mais ativo

  • Entendo que a letra A esta correta pelo seguinte motivo:

    o autor ... declara , é diferente de o autor disse.

    Usualmente, no discurso indireto, levamos para o passado, inclusive o trecho introdutório.

    Ele disse, ele falou, etc.


ID
1854319
Banca
KLC
Órgão
Prefeitura de Diadema - SP
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 1

                             Roupas de grife ajudam a influenciar as pessoas

Salvador Nogueira

Estudo prova que usar roupas caras realmente mexe com o inconsciente alheio. Mas só se a marca estiver à mostra.

      O mundo trata melhor quem está bem vestido. Um novo estudo comprova que isso é verdade - mas não porque roupas caras sejam bonitas ou estejam na moda. Seu poder está concentrado em um único elemento: o logotipo da grife.

      A pesquisa foi coordenada pelo psicólogo Rob Nelissen, da Universidade de Tilburg, na Holanda. Ele pediu a voluntários que olhassem fotos de um homem de camisa polo - com ou sem o símbolo de uma grife — e também mandou uma assistente ir à rua pedir donativos (usando uma blusa de marca, cujo logotipo foi coberto durante metade do tempo). Quando o logo estava visível, as pessoas demonstravam 20% mais respeito e davam 400% mais atenção e 178% mais donativos para o dono da roupa, que também era considerado merecedor de um salário 9% maior.

      Em outra experiência, cada voluntário recebia 10 euros - e tinha de dar uma parte a outra pessoa (que na verdade era um comparsa dos pesquisadores). Quando essa pessoa estava vestida com uma grife, o voluntário dava mais dinheiro a ela. Em alguns casos, os cientistas diziam que a roupa de grife tinha sido um presente, pois aquela pessoa era pobre. Isso fazia com que os voluntários voltassem a ser muquiranas - anulando o efeito positivo que tinha sido gerado pela roupa de marca.

      Ou seja: se você quer influenciar os outros, não basta se vestir bem. É preciso ostentar um logotipo, deixando claro que a roupa foi cara e que você tem bastante dinheiro. Ou pelo menos fingir. “Os dados sugerem que o consumo de luxo pode ser uma estratégia social lucrativa", diz Nelissen.

                   (Super Interessante, São Paulo, Editora Abril, Edição 292, junho 2011, p. 16.)


TEXTO 2

                        Depoimento sincero de um leitor bem-sucedido

“Precisava levantar as vendas da minha pizzaria. Decidi panfletar em um semáforo e lembrei-me de uma matéria da SUPER (Roupas de Grife Influenciam as Pessoas, junho). Fui com uma polo de marca e não deu outra. Mesmo às 21 h, de noite, as pessoas abaixavam a janela do carro para pegar o panfleto. Depois, usei táticas descritas na matéria A Ciência dos Preços (agosto). Ofereci RS 2 de acréscimo no pedido para incluir borda de catupiry e R$ 10 para incluir um brotinho doce. Aumentei 10% o caixa no fim de semana. Valeu, SUPER!" H. S.

            (Super Interessante, São Paulo, Editora Abril, Edição 296, outubro 2011, p. 12.) 

Sobre os dois textos, pode-se afirmar que: 

Alternativas

ID
1855540
Banca
IBAM
Órgão
Prefeitura de Santo André - SP
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

              'Há resistência de admitir a violência específica contra a mulher', diz pesquisadora

As redes sociais fervilharam assim que o tema da redação do Enem foi revelado na tarde de domingo, 25. Os estudantes tiveram que escrever um texto sobre “a persistência da violência contra a mulher no Brasil", o que causou uma enxurrada de elogios à pertinência do texto, mas também inspirou críticas ao que seria uma “doutrinação".

Para a antropóloga Michele Escoura, assessora da área de Educação para Jovens e Adultos (EJA) da Ação Educativa, a escolha do tema não deixa de ser um ato de militância. “Boa parte das reações contrárias, inclusive dos adolescentes, é de desmerecimento da questão", diz ela “Ainda existe muita resistência de admitir uma violência específica contra a mulher, uma violência específica de gênero".

Pesquisadora das questões de gênero na USP e Unicamp, Michele pontua que essa não é uma pauta “de esquerda ou de direita". “A reivindicação dos direitos das mulheres ultrapassa qualquer posicionamento político e econômico."

(Paulo Saldana, trecho do Texto retirado no site: http://educacao.estadao.com.br/blogs/paulo-saldana/ ha-resistencia-de-admitir-a-violencia-especifica-contra-a-mulher-diz-pesquisdora/ 26 outubro de 2015)

Podemos inferir que o texto é:

Alternativas
Comentários
  • Quem teve ou tiver dificuldadecom essa questão é só partir para eliminação;

    Letra A-  ela não "só reproduz a fala da pesquisadora" - ERRADO

    Letra B - isso nunca será uma crônica - ERRADO

    Letra C - Ele esta informando e apresentando um assunto organizadamente - CORRETA

    Letra D - nunca é poético

  • Artigo de opinião:

    O artigo de opinião é um gênero textual pertencente ao âmbito jornalístico e tm por finalidade a exposição do ponto  de vista acerca de um determinado assunto. Tal qual a dissertação, ele também se compõe de um título, um parágrafo introdutório o qual se caracteriza como sendo a introdução, ao explanar de forma geraal sobre o assunto do qual discutirá.

    Possteriormente, segue o desenvolvimento arraigado (focado) na desenvoltura (desenvolvimento) dos argumentos apresentados, sempre tendo em mente que esses deverão ser pautados em bases sólidas (opiniões de outros e livros lançados sobre o assunto), com vista a conferir maior credibilidade por parte do leitor. E por fim, segue a conclusão do artigo, na qual ocorrerá o fechamento das ideias anteriormente discutidas.

    #cuidado pra não se confundir com CARTA DO LEITOR OU CARTA AO LEITOR.

    Carta ao leitor:

    Tedo em vista que o conhecimento deverá ser concebido sempre como algo não mensurável, ampliaremos os nossos conhecimentos acerca das características concernentes a mais uma situação comunicativa da qual compartilhamos cotidianamente.

    Geralmente veiculada pelos meios de comunicação representados pelos jornais e revistas (âmbito jornalístico), a carta de leitor pauta-se pela exposição de determinados comentários por parte do emissor. Ele, ao atravar conhecimento sobre uma matéria jornalística divulgada por um jornal ou revista, tem a habilidade de expor sua crítica, apresentar seu elogio, expressar alguma dúvida e até mesmo sugerir algo acerca do assunto ora relatado (como um artigo de opinião).

    Quanto aos aspectos  referentes à linguagem, há uma flexibilidade no que tange (tem a ver) ao público-alvo, ou seja, em se tratando de um público mais jovem, poderá prevalecer uma certa informalidade, e no caso de uma revista destinada à infornação, como por exemplo: Veja, Isto é Superinteressante, dentre muitas outras, alinguagem tende a ser mais formal.

    Não deixando de mencionar sobre os elementos que a constituem, estes se assemelham aos da carta pessoal, tais como: data, vocativo (a quem a carta se dirige), corpo (a mensagem propriamente dita), despedida e assinatura do remetente. 

    Em virtude de haver variação quanto à complexidade das cartas enviadas (tamanho), a equipe de redação do jornal tem plenos poderes para condensá-las, com vistas a torná-las à publicação, mesmo porque o espaço a elas destinados não é muito amplo. Quando publicadas, as cartas costumam ser agrupadas por assunto, isto é, relacionadas às devidas matérias jornalísticas a que se referem.

  • a) ERRADO: Não reproduz a fala da pesquisadora em todos os fragmentos do texto, mas menciona apenas em alguns o discurso por ela reproduzido.

    b) ERRADO: A crônica narra fatos do dia a dia, acontecimentos cotidianos e atuais, de uma maneira diferente, ora com intenção crítica, ora com intenção poética, ou de ambas as maneiras. 

    c) CORRETO: é dissertativo, pois discorre sobre um assunto de forma metódica e abrangente, expondo um ponto de vista e uma tese defendida com argumentos. (O autor usa argumentos de autoridade vindos da pesquisadora) 

    d) ERRADO: não é atemporal. O texto segue uma linha cronológica logo no primeiro parágrafo ao mencionar que o assunto se baseia no tema da redação do enem na data do dia 25 em uma tarde de domingo. Além disso, os textos narrativos possuem tempo e lugar, sucessão de fatos e tempo verbal predominantemente no passado.

  • C) informativo e dissertativo, já que apresenta um assunto e faz citações.


ID
1855822
Banca
IBEG
Órgão
Prefeitura de Mendes - RJ
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 03

            Exposição Arte na Capa abre 2016 falando de cinema em Resende
                       Os 120 anos da sétima arte serão o tema de janeiro

    Jornal Povo do estado do Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2015, ANO I, nº 352

      A Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda vai começar 2016 dando seguimento à exposição Arte na Capa, que no próximo mês terá como tema os 120 anos do cinema. A mostra, organizada pelo Museu da Imagem e do Som (MIS), começará no dia 4 de janeiro e vai até o dia 29 do mesmo mês.

      Montada de forma diferente, a exposição contará com diversos itens relacionados ao universo do cinema, como 17 capas de vinil com trilhas sonoras de filmes, revistas e livros do segmento e películas em mídias VHS e vídeo laser. Também poderão ser vistos equipamentos usados na produção cinematográfica como câmeras, projetor e editor.

      De acordo com o diretor do museu, Guilherme Rodrigues, a visitação ao longo de 2015 foi recorde para o projeto, que teve início em fevereiro do ano passado abordando a temática de sambas-enredo de escolas de samba. 

      - Estamos quase alcançando o número de 3.500 visitas neste ano, o que para nós é gratificante e ao mesmo tempo surpreendente. Além das visitas individuais, também recebemos muitos grupos escolares voluntariamente e também através do projeto Turismo nas Escolas. Nesses dias, a média é de 40 a 60 visitantes - conta Guilherme.

      O Museu da Imagem e do Som funciona dentro da Casa da Cultura, na Rua Dr. Luís da Rocha Miranda, 117, no Centro Histórico. Grupos interessados em agendar visitas podem entrar em contato pelo telefone (24) 3354- 7530.

Ao autor de um texto sobrecai a responsabilidade não só de passar uma informação, mas também, de observar um conjunto de regras gramaticais e textuais, além definir a forma como a informação será passada, ou seja, o tipo de discurso. Sobre os tipos de discurso, marque a opção correta a seguir:

Alternativas
Comentários
  • Eu respondi errado, imaginando que o Travessão característica principal do discursos Direto, o gabarito me deixou em duvida...

    Características do discurso direto:
    - É uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.
    - É introduzido por verbos de elocução, ou seja, através de verbos que anunciam o discurso, como: dizer, perguntar, responder, comentar, falar, observar, retrucar, replicar, exclamar, aconselhar, gritar, murmurar, entre outros. Esses verbos de elocução aparecem seguidos de dois pontos.
    - É geralmente antecedido pelo travessão, sinal de pontuação que indica quando começa a fala de uma personagem, quando há mudança de interlocutores e quando há mudança para o narrador através de um verbo de elocução. Alguns autores optam, contudo, por colocar o discurso direto entre aspas, sinal de pontuação que destaca uma citação ou transcrição.

  • Predomina o discurso indireto. Isso não significa que só tenha discurso indireto. Repare que o texto é quase todo em 3ª Pessoa (característica de discurso indireto), embora na parte com o travessão seja discurso direto. 

     

  • O discurso indireto livre é um tipo de discurso misto, em que se associam as características do discurso direto e do indireto.

    • Dos três tipos de discursos, esse é o mais complicado. O que ocorre, nesse caso, é que a fala interior da personagem (as emoções, as ideias, os sentimentos, as reflexões) insere-se na em meio à fala do narrador de forma sutil, causando certa confusão em relação a quem está se pronunciando (ele ou a personagem). Portanto, na maioria dos casos, desaparecem os verbos de elocução, travessão, dois pontos, enfim, os sinais de pontuação. Além disso, esse tipo de discurso é mais frequente com o foco narrativo na 3ª pessoa:

    Como nas noites precedentes, uma fila de agricultores se formou na porta de uma padaria e o padeiro saiu a informar que não havia pão. Por quê? Onde estava o pão? O padeiro respondeu que não havia farinha. Onde então estava ela? Os agricultores invadiram a padaria invadiram a padaria e levaram o estoque de roscas e biscoitos, a manteiga e o chocolate. (Garcia de Paiva. Os agricultores arrancam paralelepípedos.)

     

    Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/405071

  • a) Correta. Pois, nos parágrafos 1°, 2°, 3° e 5° predomina o discurso Indireto.

    b) Incorreta, indica discurso direto.

    c) Incorreta. predomina o discurso Indireto.

    d) Incorreta. predomina o discurso Indireto.

    e) Incorreta. predomina o discurso indireto.


ID
1862149
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A seguir, apresentam-se três trechos do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Neles há exemplos dos três tipos de discursos possíveis de serem empregados. Relacione as colunas e, em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.

I. Discurso Indireto Livre

II. Discurso Indireto

III. Discurso Direto

( ) A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas.

( ) Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que adivinhavam desgraça e não se cansavam de repetir a mesma pergunta: —Vão bulir com a Baleia?

( ) Na luta que travou para segurar de novo o filho rebelde, zangou-se de verdade. Safadinho. Atirou um cocorote ao crânio enrolado na coberta vermelha e na saia de ramagens.

Alternativas

ID
1864141
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Natal - RN
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Quem sabe Deus está ouvindo 

    Outro dia eu estava distraído, chupando um caju na varanda, e fiquei com a castanha na mão, sem saber onde botar. Perto de mim havia um vaso de antúrio; pus a castanha ali, calcando-a um pouco para entrar na terra, sem sequer me dar conta do que fazia. 
   Na semana seguinte a empregada me chamou a atenção: a castanha estava brotando. Alguma coisa verde saía da terra, em forma de concha. Dois ou três dias depois acordei cedo, e vi que durante a noite aquela coisa verde lançara para o ar um caule com pequenas folhas. É impressionante a rapidez com que essa plantinha cresce e vai abrindo folhas novas. Notei que a empregada regava com especial carinho a planta, e caçoei dela:
– Você vai criar um cajueiro aí? 
Embaraçada, ela confessou: tinha de arrancar a mudinha, naturalmente; mas estava com pena.
– Mas é melhor arrancar logo, não é? 
    Fiquei em silêncio. Seria exagero dizer: silêncio criminoso – mas confesso que havia nele um certo remorso. Um silêncio covarde. Não tenho terra onde plantar um cajueiro, e seria uma tolice permitir que ele crescesse ali mais alguns centímetros, sem nenhum futuro. Eu fora o culpado, com meu gesto leviano de enterrar a castanha, mas isso a empregada não sabe; ela pensa que tudo foi obra do acaso. Arrancar a plantinha com a minha mão – disso eu não seria capaz; nem mesmo dar ordem para que ela o fizesse. Se ela o fizer darei de ombros e não pensarei mais no caso; mas que o faça com sua mão, por sua iniciativa. Para a castanha e sua linda plantinha seremos dois deuses contrários, mas igualmente ignaros: eu, o deus da Vida; ela, o da Morte.
    Hoje pela manhã ela começou a me dizer qualquer coisa – “seu Rubem, o cajueirinho...”– mas o telefone tocou, fui atender, e a frase não se completou. Agora mesmo ela voltou da feira; trouxe um pequeno vaso com terra e transplantou para ele a mudinha. Veio me mostrar:
– Eu comprei um vaso...
– Ahn...
Depois de um silêncio, eu disse:
– Cajueiro sente muito a mudança, morre à toa...
Ela olhou a plantinha e disse com convicção:
– Esse aqui não vai morrer, não senhor.
   Eu devia lhe perguntar o que ela vai fazer com aquilo, daqui a uma, duas semanas. Ela espera, talvez, que eu o leve para o quintal de algum amigo; ela mesma não tem onde plantá-lo. Senti que ela tivera medo de que eu a censurasse pela compra do vaso, e ficara aliviada com a minha indiferença. Antes de me sentar para escrever, eu disse, sorrindo, uma frase profética, dita apenas por dizer: 
– Ainda vou chupar muito caju desse cajueiro.
Ela riu muito, depois ficou séria, levou o vaso para a varanda, e, ao passar por mim na sala, disse baixo com certa gravidade: 
– É capaz mesmo, seu Rubem; quem sabe Deus está ouvindo o que o senhor está dizendo...
Mas eu acho, sem falsa modéstia, que Deus deve andar muito ocupado com as bombas de hidrogênio e outros assuntos maiores. 

(BRAGA, Rubem, 1993-1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2010.) 

Outro dia...” / “Na semana seguinte...” / “Dois ou três dias depois...” As expressões anteriores constituem, dentro da narrativa em questão, marcas de

Alternativas
Comentários
  • Tempo cronológico é o contado no relógio, horas, dias , anos, numa ordem linear de tempo. Uma sequência em sentido horário.
    Exemplo: Hoje, acordei, tomei café e me vesti para ir trabalhar. Como peguei um engarrafamento enorme, terminei chegando atrasada.

    Tempo psicológico, é "mental" , não segue uma ordem linear, sequêncial.
    Exemplo: Estive relembrando os tempos em que corria descalça na terra batida do quintal da casa grande no sítio da minha vó. Senti por alguns instantes o cheiro de terra molhada quando chovia... A memória nos faz reviver tempos que jamais voltarão.

    Resumo:
    Tempo cronológico = seguindo o relógio, o calendário... sempre para a frente. Presente e futuro (mesmo que comece a narrativa em 1980, por exemplo, daí só poderá ir para frente, como  no  relógio).

    Tempo psicológico = seguindo o pensamento, podendo voltar no tempo, nas lembraças... Pode ficar viajando entre o passado, presente e futuro.(pode começar em 1980, vir para 2009, voltar para 1730), e pode ficar dando "piruetas" no tempo, sem preocupação com o relógio ou com o calendário.

  • Essa banca ou posta gabarito bizarro ou gabarito merda Kkkkkkkkkkkkkk


ID
1866382
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

“Se cada segundo de nossa vida deve se repetir um número infinito de vezes, estamos pregados na eternidade como Cristo na cruz. Que ideia atroz!

No mundo do eterno retorno, cada gesto carrega o peso de uma insustentável leveza. Isso é o que fazia com que Nietzsche dissesse que a ideia do eterno retorno é o mais pesado dos fardos (das schwerste Gewicht).

Se o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, nossas vidas, sobre esse pano de fundo podem aparecer em toda a sua esplêndida leveza.

Mas, na verdade, será atroz o peso e bela a leveza? O mais pesado dos fardos nos esmaga, nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão. Na poesia amorosa de todos os séculos, porém, a mulher deseja receber o peso do corpo masculino. O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da mais intensa realização vital. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.

Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semirreal, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes.

Então, o que escolher? O peso ou a leveza?

Foi a pergunta que Parmênides fez a si mesmo no século VI antes de Cristo. Segundo ele, o universo está dividido em duplas de contrários: a luz e a obscuridade, o grosso e o fino, o quente e o frio, o ser e o não ser. Ele considerava que um dos polos da contradição é positivo (o claro, o quente, o fino, o ser), o outro, negativo. Essa divisão em polos positivo e negativo pode nos parecer de uma facilidade pueril. Menos em um dos casos: o que é positivo, o peso ou a leveza?

Parmênides respondia: O leve é positivo, o pesado é negativo. Teria ou não razão? Essa é questão. Uma coisa é certa. A contradição pesado-leve é a mais misteriosa a mais ambígua de todas as contradições. ”

                                                                          “A Insustentável Leveza do Ser”

                                                                                          Milan Kundera, 1983 

Ao longo do livro “A Insustentável Leveza do Ser”, Milan Kundera faz uso do Discurso Indireto Livre, conforme é possível observar na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • Resposta: Letra D.

    Alguém poderia explicar o que é Discurso Indireto Livre?

  • discurso direto: o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala do personagem.

    Veja:

    Ana afirmou: "Estou com saudade!"

    discurso Indireto: o narrador da história interfere na fala do personagem donde profere suas palavras, sendo narrado em 3ª pessoa

    Veja:

    Ana afirmou que sentia saudade do rapaz.

    Já o discurso indireto livre é a mistura do discurso direto e indireto. A principal diferença entre esse e o discurso direto é que não ocorre a sinalização da mudança da fala do narrador para a do personagem.

    Veja:

    Ana estava tremula. Queria tanto dizer que sinto sua falta!


ID
1866922
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Natal - RN
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Conheça Aris, que se divide entre socorrer e fotografar náufragos
Profissional da AFP diz que a experiência de documentar o sofrimento dos refugiados deixou-o mais rígido com as próprias filhas. 

    O grego Aris Messinis é fotógrafo da agência AFP em Atenas. Cobriu guerras e os protestos da Primavera Árabe. Nos últimos meses, tem se dedicado a registrar a onda de refugiados na Europa. Ele conta em um blog da AFP, ilustrado com muitas fotos, como tem sido o trabalho na ilha de Lesbos, na Grécia, onde milhares de refugiados pisam pela primeira vez em território europeu. Mais de 700.000 refugiados e imigrantes clandestinos já desembarcaram no litoral grego este ano. As autoridades locais estão sendo acusadas de não dar apoio suficiente aos que chegam pelo mar, e há até a ameaça de suspender o país do Acordo Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre os Estados-membros.
     Messinis diz que o mais chocante do seu trabalho é retratar, em território pacífico, pessoas que trazem no rosto o sofrimento da guerra. “Só de saber que você não está em uma zona de guerra torna isso ainda mais emocional. E muito mais doloroso”, diz Messinis.Numa guerra, o fotógrafo também corre perigo, então, de certa forma, está em pé de igualdade com as pessoas que protagonizam as cenas que ele documenta. Em Lesbos, não é assim. Ele está em absoluta segurança. As pessoas que chegam estão lutando por suas vidas. Não são poucas as que morrem de hipotermia mesmo depois de pisar em terra firme, por falta de atendimento médico.
     Exatamente por causa dessa assimetria entre o fotojornalista e os protagonistas de suas fotos, muitas vezes Messinis deixa a câmera de lado e põe-se a ajudá-los. Ele se impressiona e se preocupa muito com os bebês que chegam nos botes. Obviamente, são os mais vulneráveis aos perigos da travessia. Messinis fotografou os cadáveres de alguns deles nas pedras à beira-mar.
    O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o sofrimento das crianças refugiadas deixou-o mais rígido com as próprias filhas. As maiores têm 9 e sete anos. A menor, 7 meses. Quando vê o que acontece com as crianças que chegam nos botes, Messinis pensa em como suas filhas têm sorte de estarem vivas, de terem onde morar e de viverem num país em paz. Elas não têm do que reclamar.
(Por: Diogo Schelp 04/12/2015. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/a-boa-e-velha-reportagem/conheca-aris-que-se-divide-entresocorrer-e-fotografar-naufragos/.)

Dentre os recursos utilizados pelo autor, é correto afirmar acerca do trecho “Só de saber que você não está em uma zona de guerra torna isso ainda mais emocional. E muito mais doloroso” [...] (2º§), em discurso direto, que sua principal função é

Alternativas
Comentários
  • CITAÇÕES sempre gerarão credibilidade ao tema abordado.

  • As citações são, a marca do dialogismo linguístico, feitas para sustentar uma hipótese, reforçar uma ideia ou ilustrar um raciocínio. Oferecendo, ao leitor, respaldo para que possa comprovar a veracidade das informações fornecidas e também possibilitar seu aprofundamento.


ID
1866925
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Natal - RN
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Conheça Aris, que se divide entre socorrer e fotografar náufragos
Profissional da AFP diz que a experiência de documentar o sofrimento dos refugiados deixou-o mais rígido com as próprias filhas. 

    O grego Aris Messinis é fotógrafo da agência AFP em Atenas. Cobriu guerras e os protestos da Primavera Árabe. Nos últimos meses, tem se dedicado a registrar a onda de refugiados na Europa. Ele conta em um blog da AFP, ilustrado com muitas fotos, como tem sido o trabalho na ilha de Lesbos, na Grécia, onde milhares de refugiados pisam pela primeira vez em território europeu. Mais de 700.000 refugiados e imigrantes clandestinos já desembarcaram no litoral grego este ano. As autoridades locais estão sendo acusadas de não dar apoio suficiente aos que chegam pelo mar, e há até a ameaça de suspender o país do Acordo Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre os Estados-membros.
     Messinis diz que o mais chocante do seu trabalho é retratar, em território pacífico, pessoas que trazem no rosto o sofrimento da guerra. “Só de saber que você não está em uma zona de guerra torna isso ainda mais emocional. E muito mais doloroso”, diz Messinis.Numa guerra, o fotógrafo também corre perigo, então, de certa forma, está em pé de igualdade com as pessoas que protagonizam as cenas que ele documenta. Em Lesbos, não é assim. Ele está em absoluta segurança. As pessoas que chegam estão lutando por suas vidas. Não são poucas as que morrem de hipotermia mesmo depois de pisar em terra firme, por falta de atendimento médico.
     Exatamente por causa dessa assimetria entre o fotojornalista e os protagonistas de suas fotos, muitas vezes Messinis deixa a câmera de lado e põe-se a ajudá-los. Ele se impressiona e se preocupa muito com os bebês que chegam nos botes. Obviamente, são os mais vulneráveis aos perigos da travessia. Messinis fotografou os cadáveres de alguns deles nas pedras à beira-mar.
    O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o sofrimento das crianças refugiadas deixou-o mais rígido com as próprias filhas. As maiores têm 9 e sete anos. A menor, 7 meses. Quando vê o que acontece com as crianças que chegam nos botes, Messinis pensa em como suas filhas têm sorte de estarem vivas, de terem onde morar e de viverem num país em paz. Elas não têm do que reclamar.
(Por: Diogo Schelp 04/12/2015. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/a-boa-e-velha-reportagem/conheca-aris-que-se-divide-entresocorrer-e-fotografar-naufragos/.)

O uso do imperativo no título do texto orienta o leitor a determinada ação. Sobre o emprego descrito anteriormente, considerando-se a situação de produção do enunciado, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Imperativo Afirmativo                                   Imperativo Negativo

    conhece tu                                                   não conheças tu

    conheça ele/ela                                             não conheça ele/ela

    conheçamos nós                                           não conheçamos nós

    conhecei vós                                                não conheçais vós

    conheçam eles/elas                                       não conheçam eles/elas

     

    O verbo "Conheça", no título, refere-se a terceira pessoa do singular, que é uma situação formal em nossa língua.

  • LETRA C

     

  • Imperativo afirmativo: Tu e vós = Pres do Ind (-s); Resto = Pres do Subjuntivo. 

     

  • Não existe 1 pessoa do singular no IMPERATIVO AFIRMATIVO.

    2 p.s - CONHECE

    3 p.s - CONHEÇA

  • Conhece tu

    Conheça você

  • C) a utilização do verbo na terceira pessoa do imperativo está de acordo com a norma-padrão, caracterizando uma situação formal.

    Por que formal? se está na terceira pessoa imperativo, está concordando com você (conheça você) e você não é um pronome de tratamento formal, é?

  • 'você' é segunda pessoa, indiferentemente das questões históricas envolvidas na conjugação que rege.


ID
1878001
Banca
INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO
Órgão
Prefeitura de São Gonçalo do Amarante - CE
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

                                 O Casamento de Jacó

      Já fazia um mês que Jacó estava na casa de Labão, 15 quando este lhe disse: “Só por ser meu parente você vai trabalhar de graça? Diga-me qual deve ser o seu salário”.

16 Ora, Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o da mais nova, Raquel. 17 Lia tinha olhos meigos[c], mas Raquel era bonita e atraente.18 Como Jacó gostava muito de Raquel, disse: “Trabalharei sete anos em troca de Raquel, sua filha mais nova”.

      19 Labão respondeu: “Será melhor dá-la a você do que a algum outro homem. Fique aqui comigo”. 20 Então Jacó trabalhou sete anos por Raquel, mas lhe pareceram poucos dias, pelo tanto que a amava.

      21 Então disse Jacó a Labão: “Entregue-me a minha mulher. Cumpri o prazo previsto e quero deitar-me com ela”.

      22 Então Labão reuniu todo o povo daquele lugar e deu uma festa. 23 Mas quando a noite chegou, deu sua filha Lia a Jacó, e Jacó deitou-se com ela. 24 Labão também entregou sua serva Zilpa à sua filha, para que ficasse a serviço dela.

      25 Quando chegou a manhã, lá estava Lia. Então Jacó disse a Labão: “Que foi que você me fez? Eu não trabalhei por Raquel? Por que você me enganou?”

      26 Labão respondeu: “Aqui não é costume entregar em casamento a filha mais nova antes da mais velha. 27 Deixe passar esta semana de núpcias e lhe daremos também a mais nova, em troca de mais sete anos de trabalho”.

      28 Jacó concordou. Passou aquela semana de núpcias com Lia, e Labão lhe deu sua filha Raquel por mulher. 29 Labão deu a Raquel sua serva Bila, para que ficasse a serviço dela. 30 Jacó deitou-se também com Raquel, que era a sua preferida. E trabalhou para Labão outros sete anos.

                                                                                    (Gênesis, 29; 14-28) 


                                 TEXTO II

"Sete anos de pastor Jacó servia

Labão, pai de Raquel, serrana bela;

Mas não servia ao pai, servia a ela,

Que a ela só por prêmio pretendia.


Os dias, na esperança de um só dia,

Passava, contentando-se com vê-la;

Porém o pai, usando de cautela,

Em lugar de Raquel lhe dava Lia.


Vendo o triste pastor que com enganos

Lhe fora assim negada a sua pastora,

Como se a não tivera merecida,


Começa de servir outros sete anos,

Dizendo: - Mais servira, se não fora

Para tão longo amor, tão curta vida!"

                                                                               (Luís Vaz de Camões)

No texto I, em sua narração, o autor utiliza:

Alternativas
Comentários
  • O discurso é direto quando são as personagens que falam.

    O narrador apresenta a própria personagem falando diretamente, permitindo ao autor mostrar o que acontece em lugar de simplesmente contar.

    Ex: Lavador de carros, Juarez de Castro, 28 anos, ficou desolado, apontando para os entulhos: “Alá minha frigideira, alá meu escorredor de arroz. Minha lata de pegar água era aquela. Ali meu outro tênis.”

     

    No discurso indireto não há diálogo, o narrador não põe as personagens a falar diretamente, mas faz-se o intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou pensaram. Exemplo:

    Ex:

    "A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo."

     

    Discurso indireto livre: é uma combinação dos dois anteriores, confundindo as intervenções do narrador com as dos personagens. É uma forma de narrar econômica e dinâmica, pois permite mostrar e contar os fatos a um só tempo.

    Ex:

    Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce de ódio. Se pudesse matar o carreiro... Deixa eu crescer!... Deixa eu ficar grande!... Hei de dar conta deste danisco... Se uma cobra picasse seu Soronho... Tem tanta cascavel nos pastos... Tanta urutu, perto de casa... se uma onça comesse o carreiro, de noite... Um onção grande, da pintada... Que raiva!...

    FORÇA ,NAO DESISTA ,FAÇA MAIS UMA ,A DIFICULDADE É PARA TODOS !

     

  • Gabarito para quem não é assinante letra "C" e siga o comentário do Carlucio vaz logo acima, pois é muito importante. 


ID
1884733
Banca
FGV
Órgão
IBGE
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto – A eficácia das palavras certas

Havia um cego sentado numa calçada em Paris. A seus pés, um boné e um cartaz em madeira escrito com giz branco gritava: “Por favor, ajude-me. Sou cego”. Um publicitário da área de criação, que passava em frente a ele, parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz e com o giz escreveu outro conceito. Colocou o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora.

Ao cair da tarde, o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola. Seu boné, agora, estava cheio de notas e moedas. O cego reconheceu as pegadas do publicitário e perguntou se havia sido ele quem reescrevera o cartaz, sobretudo querendo saber o que ele havia escrito.

O publicitário respondeu: “Nada que não esteja de acordo com o conceito original, mas com outras palavras”. E, sorrindo, continuou o seu caminho. O cego nunca soube o que estava escrito, mas seu novo cartaz dizia: “Hoje é primavera em Paris e eu não posso vê-la”.

                (Produção de Texto, Maria Luíza M. Abaurre e Maria Bernadete M. Abaurre)

“Havia um cego sentado numa calçada em Paris. A seus pés, um boné e um cartaz em madeira escrito com giz branco gritava: “Por favor, ajude-me. Sou cego”. Um publicitário da área de criação, que passava em frente a ele, parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz e com o giz escreveu outro conceito. Colocou o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora”.

O texto pertence ao modo narrativo de organização discursiva, caracterizado pela evolução cronológica das ações. O segmento que comprova essa evolução é:

Alternativas
Comentários
  • D -> "parou e viu" indica exatamente o que o enunciado pede: uma sequência de ações. Parou, depois viu. Parou e na sequência viu. É um dos aspectos que marca um texto narrativo.

  • Eu errei essa questão na prova, mas depois de encucar com ela, e durante um dia inteiro tentar encontrar uma base para sustentação do gabarito, finalmente entendi. 

     

    Perceba que o examinador quer que você identifique um trecho que em há ações, uma seguida da outra. Exemplo: "Eu levantei da cama, desci as escadas, entrei no banheiro e escovei os dentes", viu? Aqui há uma sucessão cronológia de ações....Era isso que aquele FDP pediu e eu não entendi na hora da prova.

     

    A) Errada. "Havia uma cego..." Perceba que nesse trecho não há uma evolução de uma ação e sim uma exposição de uma cena, para que o interlocutor(você) imagine a cena na sua mente...

     

    B) Errada. "Por favor. Ajude-me" Não há nenhuma ação cronológica, apenas um apelo.

     

    C) Errada. "“Um publicitário da área de criação, que passava em frente a ele”. Aqui morou o perigo, e eu cai. Perceba que nesse trecho não há uma sucessão de ações, o personagem pratica apenas uma ação, de passar de frente ao cego. 

     

    D) GABARITO. "Parou e viu umas poucas moedas no boné". Percebam que aqui, apesar de não muitas, há duas ações cronológicas, primeiro ele PAROU e depois ele VIU as moedas. 

     

    E) Errado. "Sem pedir licença, pegou o cartaz". Observe que o termo "sem pedir licença" não é uma ação, mas sim um aposto explicativo. Poderia ser escrito "pegou o cartaz, sem pedir licença", ou seja, está explicando que não houve autorização prévia do cego para pegar o cartaz.

  • Escorreguei na mesma casca de banana que você, Dimas. Que raiva! rs. Mas muito obrigada pela explicação!!

  • Parabéns Dimas. Excelente explicação.

    cai na mesma armadilha!

  • "parou (1ª ação) e viu (2ª ação) umas poucas moedas no boné" - segmento que comprova a evolução cronológica das ações  - duas ações que evoluem cronologicamente.

  • Essa é sutil. A questão pede segmento que comprove evolução.

    A) verbo haver sem conexão evolutiva com o verbo gritar.

    B) verbo ajudar sem conexão evolutiva com o verbo ser.

    C) verbo passsar sem outro verbo que estabeleça uma relação evolutiva.

    D) verbos parar e ver, estabelecendo conexão evolutiva entre eles. Um ato levou ao outro e desencadeou uma terceira ação..

    E) verbo pedir sem conexão evolutiva com o verbo pegar.

  • Gabarito D

     

    Apenas complementando o comentário dos colegas.

     

    A letra D é a única que possui a conjunção aditiva E.

    parou E viu

  • DIRETO AO PONTO.

    A letra A tem caráter descritivo preponderantemente.

    Já a D tem o caráter narrativo pela sequencia e pelos tempos verbais condizentes.

  • Rapaz, eu estava acostumado a resolver questões de português da cespe, agora estou dando uma apanhadinha com a fgv. As questões são mais complexas.

  • Parabéns Dimas, seus comentarios nos ajudam muito.

  • TEXTO NARRATIVO - evolução

    caracterizada pelos tempos verbais:

    - pretérito perfeito

    - mais-que-perfeito

    achou, marcou

  • só em termo de curiosidade . o termo " SEM PEDIR LICENÇA" não é um aposto , porque aposto tem carater substantivo . esse termo é um mero adjunto adverbial de modo.

  • A Havia um cego sentado numa calçada em Paris. A seus pés, um boné e um cartaz em madeira escrito com giz branco gritava”; Verbos no Pretérito Imperfeito indica descrição e não narração B“Por favor, ajude-me. Sou cego”; Diálogo. C“Um publicitário da área de criação, que passava em frente a ele”; Verbo no pretérito imperfeito. D“parou e viu umas poucas moedas no boné”; Pretérito perfeito. Evolução temporais nas ações. Gabarito. E“Sem pedir licença, pegou o cartaz”. Não há evolução temporal por só ter um verbo.


  • Boa Dimas, excelente explicação!
  • Na hora que eu começar a entender as perguntas vou acertar as respostas! rsrs

  • Gabarito D

    A) “Havia um cego sentado numa calçada em Paris. A seus pés, um boné e um cartaz em madeira escrito com giz branco gritava”; - trecho descritivo; presença de verbos no pretérito imperfeito e de caracterização da cena;

    B) “Por favor, ajude-me. Sou cego”; - discurso direto; não há evolução cronológica; sequer há, neste trecho, atuação do narrador para tanto.

    C) “Um publicitário da área de criação, que passava em frente a ele”; - trecho descritivo; presença de verbos no pretérito imperfeito e de caracterização.

    D) “parou e viu umas poucas moedas no boné”; - trecho narrativo COM evolução cronológica; verbos no pretérito perfeito, ações sequenciais.

    E) “Sem pedir licença, pegou o cartaz”. - trecho narrativo SEM evolução cronológica; há, na verdade, ações CONCOMITANTES / SIMULTÂNEAS; verbos no pretérito perfeito.


ID
1890304
Banca
FUNCAB
Órgão
EMSERH
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                            O embondeiro que sonhava pássaros

      Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome. Chamavam-lhe o passarinheiro.

      Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:

      - Mãe, olha o homem dos passarinheiros!

      E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se fabulava.

      Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos - aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito.

      Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.

      [...]

      O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria de pensar.

      No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento de si:

      - Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.

      Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles tinham já desbravado os mais extensos matos?

      O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições - teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam.

      Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando o tempo. [...]

      As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes aparentes. [...]

      Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.

COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71. (Fragmento). 

Ao mesmo tempo em que o narrador apresenta, através do discurso indireto livre, a reprovação dos moradores acerca da liberdade de o passarinheiro circular pelas ruas do bairro, também mostra o encantamento causado pela presença do passarinheiro e seus pássaros na vida das crianças da comunidade. Nessa perspectiva, esse contraste de opiniões, reprovação e encantamento, está marcado, no texto, pela palavra/expressão:

Alternativas
Comentários
  • nao entendi tem como alguem tirar essa duvida p mim

  • Não entendi também, a palavra contudo não aparece no trecho do texto.

     

  • (...) O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito. 

  •  "Nessa perspectiva, esse contraste de opiniões" Qual é a conjunção que indica contraste de ideias? Mas, porém , contudo, todavia, entretanto, no entanto. Gabarito A

  •  "Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito."

    Esse trecho do texto nos dá a resposta.. Alternativa A

  • GABARITO = A

    PM/SC

    DEUS


ID
1890307
Banca
FUNCAB
Órgão
EMSERH
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                            O embondeiro que sonhava pássaros

      Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome. Chamavam-lhe o passarinheiro.

      Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:

      - Mãe, olha o homem dos passarinheiros!

      E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se fabulava.

      Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos - aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito.

      Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.

      [...]

      O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria de pensar.

      No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento de si:

      - Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.

      Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles tinham já desbravado os mais extensos matos?

      O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições - teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam.

      Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando o tempo. [...]

      As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes aparentes. [...]

      Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.

COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71. (Fragmento). 

Na frase “Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam”, ao comparar os seres humanos com bichos silvestres, o autor estabelece uma crítica.

No contexto, essa crítica pode ser sintetizada pelo seguinte:

Alternativas
Comentários
  • Zoomorfização (ou Animalização) é uma figura de linguagem que aproxima e descreve o comportamento humano como de um animal, o homem é tratado como um animal.  Isso é referenciado nessa passagem do texto: "Os senhores receavam as suas próprias suspeições - teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam."


ID
1893343
Banca
COMPERVE
Órgão
UFRN
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                               Rio Doce: não foi acidente. Foi violência

                                                                                              Rosana Pinheiro-Machado

      Sempre que eu vou a Porto Alegre, é a mesma coisa. O taxista reclama que não pode fazer o caminho que ele quer, porque um trecho da Avenida Anita Garibaldi ainda está fechado. Uma rua ia ser alargada para a Copa do Mundo, mas, no meio da obra, descobriu-se que não se podia mais continuar perfurando, porque encontravam (veja bem) uma rocha no meio do caminho. Tudo ficou mais caro.
      A Prefeitura dizia que é culpa da empresa, que deveria ter previsto o problema, mas a empresa queria que a prefeitura cobrisse o valor extra da obra. Aquele velho empurra-empurra. O buraco e seus desvios já viraram parte da paisagem da cidade. A obra está ali, já fazendo aniversário de três anos. E a sensação de todos que passam por tantas obras inacabadas ou malfeitas no Brasil é que elas nunca serão plenamente concluídas. E quem tem a sua vida transtornada somos todos nós.
      A velha aliança que se perpetua entre o Estado brasileiro e o capital – às vezes competindo, às vezes cooperando, mas sempre lucrando – é uma máquina de matar e deixar morrer. A estrutura burocrática e reguladora brasileira nos irrita, nos machuca e nos desrespeita. Mas esse modus operandi causa muito mais do que horas trancadas no trânsito ou a desilusão de ver uma cratera estampada. Ele também produz dor, sofrimento e morte.
      Valores para as campanhas? Licitações facilitadas. Mais uma ponte caiu. A obra está cara? O Estado não fiscaliza? Mais uma barragem se rompeu. A empresa aérea sofre uma crise e cortam-se os custos da manutenção? Quem fiscaliza? Mais um avião caiu.
      Choveu e abriu buraco na estrada? Passe-se aquele cimento mais barato. Assim, quando chover de novo, o Estado paga para tapar os buracos, e a empresa ganha sempre. Afinal de contas, para que investir em material duradouro se o Brasil é país tropical em que quase nunca chove forte? O resultado dessa ganância é perverso: acidentes, corpos mutilados e vidas interrompidas por causas que poderiam ter sido evitadas, mas que são naturalizadas como “acidente”.
      Não se trata de acidente. Trata-se de um crime praticado pelo Estado e pelas empresas que deveriam ser controladas pelo Estado, mas que, na verdade, controlam o Estado.
    Trata-se, portanto, de violência estrutural – conceito adotado por antropólogos como Veena Das, Arthur Kleinman, Paulo Farmer e Akhil Gupta para dar visibilidade a uma forma de sofrimento causado por estruturas sociais: pelo descaso, pela corrupção e pela ausência do Estado na fiscalização (o mesmo Estado que sabe fazer-se onipresente e ostensivo quando se trata de correr atrás de camelô porque os lojistas da cidade estão pressionando).
      A dor causada a milhares de pessoas e a morte de milhares ou milhões de animais ao longo do Rio Doce não foram acidentais. Não foi um desastre natural inevitável. Violência não é apenas o ato deliberado de força mas também os atos invisíveis da incompetência ou má fé judicial, política e administrativa. É preciso nomear claramente esta tragédia. Uma vez que admitimos que o que ocorreu na obra da Samarco (uma parceria da BHP e da Vale) foi um ato de violência – produzida pelo descaso e pela ganância que “deixam morrer” – é preciso identificar os culpados, que, neste caso, são agentes específicos do mercado e das agências controladoras do Estado.
      Não foi acidente. Não foi seleção natural. E a população brasileira não faz parte desse jogo em que se acredita que “os políticos corruptos são reflexo de um povo corrupto”. O taxista de Porto Alegre continua a se indignar, todos os dias. Eu me indigno. Você se indigna. Nós nos sentimos desrespeitados e impotentes.
      As mídias sociais encorajam e nos ajudam a encontrar aqueles outros milhões de perdidos que também não querem esquecer. Não há milagre para romper com esse ciclo de violência estrutural que se perpetua na sociedade brasileira. Podemos contar somente com a mobilização e o engajamento no projeto democrático – que ainda estamos construindo a duras penas, mas de que não desistiremos tão fácil. Por ora, cabe a nós entoar o grito “não foi acidente”, pressionar por medidas reparadoras e acompanhar a sua implementação.

Disponível em:<http://www.cartacapital.com.br/sociedade/nao-foi-acidente-foi-violencia-635.html>. Acesso em: 7 jan. 2016. [Adaptado]

Acerca dos modos de citação do discurso alheio, é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • O DISCURSO INDIRETO é fácil reconhecer. Quando se tem algo semelhante a um Discurso Direto mas é antecedido de partículas introdutórias, como por exemplo o QUE e o SE, isto significa que o autor quer se colocar distante daquilo que foi exposto. Não necessariamente há a necessidade do uso de aspas para este tipo de Citação do Discurso Alheio. Logo, C. ;)

  • "O taxista reclama que não pode fazer o caminho que ele quer, porque um trecho da Avenida Anita Garibaldi ainda está fechado."

    O Narrador diz o que o taxista disse, mas não exatamente nas palvras dele. Dircurso indireto.

  • Letra C

    Vejamos as letras B e a D para esclarecer melhor os termos mencionados:

     

    Ilha textual ou ilha enunciativa é uma forma híbrida de citação (direta e indireta). Considere os exemplos seguintes:

    Ex.: Vera disse aos prantos que tinha flagrado o marido “papando a empregada”.

    Ex.: O ladrão confessou que tinha roubado para “mata-las fome dos bruguelo”.

     

    Aspas de distanciamento

    Por esse modo de marcar a voz alheia, o escrevente demonstra que não assume aquele termo especifico que ele destaca, seja por não concordar com a ideia vinculada pela palavra/expressão; por ela ser considerada lexicalmente inadequada; pelo fato de estar em sentido figurado ou de ser incomum/pouco usual; entre outros motivos.

    Ex: qualquer pessoa pode simular um grande numero de equações e “alegar” que elas agem como um cérebro.

  • B.   Choveu e abriu buraco na estrada? Passe-se aquele cimento mais barato. Assim, quando chover de novo, o Estado paga para tapar os buracos, e a empresa ganha sempre. Afinal de contas, para que investir em material duradouro se o Brasil é país tropical em que quase nunca chove forte? O resultado dessa ganância é perverso: acidentes, corpos mutilados e vidas interrompidas por causas que poderiam ter sido evitadas, mas que são naturalizadas como “acidente”. ( = ASPAS DE DISTANCIAMENTO)  - Questão errada!

  • alternativa c

    Atualmente a banca costuma colocar esse tipo de questão nas provas.

    Discurso direto: ocorre no momento da fala 

        * é facil identificar,pois tem: dois pontos,travessão e aspas( :   ,  -  , " " )

    Discurso indireto:o fato já ocorreu

        * é facil identificar,pois tem:verbos no passado,locuções verbais, que e se

     

     

  • O que é Ilha Textual?

     

    Nesse modo de citar, o enunciador citante, recorrendo geralmente à modalização em discurso segundo ou ao discurso indireto (formas de citação indireta), isola, entre aspas, um fragmento que, ao mesmo tempo, ele utiliza e menciona, emprega e cita. Tem-se, então, uma forma híbrida: mesmo, por exemplo, tratando-se globalmente de discurso indireto, esse contém palavras atribuídas aos enunciadores citados.

     

    Exemplo 12 No vestiário, o craque disse que ganhariam a copa “de qualquer jeito, com ou sem dopping”.

     

    Perceba no exemplo 12 que o enunciador inicia a citação como se fosse utilizar o discurso indireto, pois utiliza o verbo de dizer (disse) e a partícula integradora (que), além disso, as primeiras palavras do discurso citado são apropriadas pelo enunciador (ganhariam a copa); só no final do enunciado ele usa aspas e cita, em forma de discurso direto, um fragmento do discurso do craque citado da maneira como ele disse (de qualquer jeito, com ou sem dopping). Essa fragmentação do discurso citado, que depende do discurso citante, inclusive para ganhar um sentido completo, contextualizado, é que caracteriza a ilha textual.

    Fonte: https://docente.ifrn.edu.br/franciscoarruda/disciplinas/energias2av/modos-de-citacao-do-discurso-alheio

  • material simples e bom para quem ainda tem dúvidas. 

    https://docente.ifrn.edu.br/florenciocaldas/disciplinas/lingua-portuguesa/modos-de-citar-o-discurso-alheio

     

  • Em poucas palavras;

    Claramente uma citação indireta (o autor do texto utilizou suas próprias palavras): O taxista reclama que não pode fazer o caminho que ele quer, porque um trecho da Avenida Anita Garibaldi ainda está fechado. 

    Gabarito: c)

  • Outro material simples para complementar ao exposto pela Adriana Aparecida.


    https://docente.ifrn.edu.br/franciscoarruda/disciplinas/energias2av/modos-de-citacao-do-discurso-alheio


ID
1895722
Banca
FUNIVERSA
Órgão
POLÍCIA CIENTÍFICA - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa que apresenta trecho grafado no discurso indireto livre.

Alternativas
Comentários
  • Letras A) e E) -> Discurso direto

    Letras B) e D) -> Discurso indireto



    LETRA C) -> DISCURSO INDIRETO LIVRE

  • DISCURSO INDIRETO LIVRE -As falas do personagem e do narrador se confundem

  • Discurso Indireto Livre: O narrador reproduz de modo sutil os pensamentos e reflexões do personagem (há mistura entre narrador e personagem).


ID
1898230
Banca
MPE-RS
Órgão
MPE-RS
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Instrução: A questão  esta relacionada à redação oficial.

Considere as três propostas de transposição do discurso direto para o indireto do trecho a seguir.

O Procurador-Geral de Justiça assim se pronunciou em sessão solene do Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça: "Buscarei, em minha gestão , expandir as ações de justiça que me têm feito refletir sobre o regime constitucional conferido ao Ministério Publico".

1. O Procurador-Geral de Justiça disse que buscará, em gestão sua, expandir as ações de justiça que lhe fizeram refletir sobre o regime constitucional conferido ao Ministério Público. 

2. O Procurador-Geral de Justiça disse que há de buscar, na gestão dele, expandir as ações de justiça

que lhe tinham feitorefletir sobre o regime constitucional conferido ao Ministério Público.

3. O Procurador-Geral de Justiça disse que buscaria, em sua gestão, expandir as ações de justiça que o haviam feito refletir sobre o regime constitucional conferido ao Ministério Público.
 
Quais propostas estão corretas? 

Alternativas
Comentários
  • Transposição do discurso direto para o indireto:

    O verbo Buscarei(Futuro do Indicativo) vira buscaria(Futuro do Pretérito do Indicativo);

    o pronome Minha vira sua no discurso indireto;

    a locução verbal têm feito(Presente do Indicativo) vira haviam feito(Pretério Imperfeito do Indicativo).


ID
1907539
Banca
COPEVE-UFMS
Órgão
UFMS
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o poema abaixo, de Olavo Bilac, e responda a questão.


Via Láctea


"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto...


E conversamos toda a noite, enquanto

A Via Láctea, como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.


Direis agora: "Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?"  

O poeta utiliza os seguintes recursos para representar o seu interlocutor dentro do poema e construir o diálogo, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Gaba D

     

    Verbos "dicendi" são aqueles que empregamos para introduzir a fala de pessoas ou personagens.

    nao usa o tu 

     

     

  • ¨E conversamos toda a noite...¨

  • Fiquei com dúvida.

    TU Perdestes - (Pretérito Perfeito)


ID
1907950
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                            As enchentes de minha infância

                                                                              Rubem Braga

      Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o rio.

      Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo.

      Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal saltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita, anunciava águas nas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes.

(BRAGA, Rubem. As enchentes de minha infância. In: Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1962, p. 157) 

Há a presença do discurso indireto em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito E

     

    Discurso direto - primeira pessoa - eu, me, mim, comigo, nós, nos, conosco, meu, minha, nosso, nossa.

    Discurso indireto - terceira pessoa - ele, se, si, consigo, o, a, lhe, seu, sua.

     

    Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia (ELE) que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita.

  • Nesse item (E) temos a resconstrução de algo que foi dito por outro pessoa; alguém está contando algo que lhe foi dito, não a própria 1a pessoa está falando, mas a 3a;.. Resp: Item E

  • O discurso indireto se caracteriza pela reprodução das falas das personagens, em terceira pessoa, com auxílio de verbos discendi (dizer, responder, perguntar, retrucar), pela subordinação, por meio da conjunção integrante “que”.

    a) Eu invejava (primeira pessoa) os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio.

    b) Quando começavam as chuvas a gente (primeira pessoa; equivale a “nós”) ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a enchente.

    c) Então vinham todos dormir em nossa (primeira pessoa; equivale a “nós”)  casa.

    d) Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! (o verbo parecer tem como sujeito a oração que vem depois dele; porém, podemos perceber o autor fala em primeira pessoa, se incluindo nas ações. Além disso, o ponto de exclamação denuncia o discurso direto, que se caracteriza por essa pontuação, para expressar a emoção da fala). No discurso indireto, o verbo é que iria expressar a emoção daquela fala (falou, gritou, sussurrou, esbravejou, confessou, admitiu...)

    e) Às vezes chegava alguém (terceira pessoa) a cavalo, dizia (ele: terceira pessoa) que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita.

    Gabarito letra E.

  • discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.

    discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

    Exemplo de discurso direto:

    A aluna afirmou:
    - Preciso estudar muito para o teste.

    Exemplo de discurso indireto:

    A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.

    Passagem do discurso direto para discurso indireto

    Mudança das pessoas do discurso:

    A 1.ª pessoa no discurso direto passa para a 3.ª pessoa no discurso indireto.

    Os pronomes eu, me, mim, comigo no discurso direto passas para ele, ela, se, si, consigo, o, a, lhe no discurso indireto.

    Os pronomes nós, nos, conosco no discurso direto passam para eles, elas, os, as, lhes no discurso indireto.

    Os pronomes meu, meus, minha, minhas, nosso, nossos, nossa, nossas no discurso direto passam para seu, seus, sua e suas no discurso indireto.

     

    Fonte: https://www.normaculta.com.br/discurso-direto-e-indireto/

     

    Achei interessante essa explicação..espero ter ajudado em algo

  • Plavras chave do discurso indireto:

    Disse que,

    perguntou se,

    Fica a dica!

    Professor Felipe Luccas Rosas (Estratégia Concursos)

  • O discurso indireto é o discurso do fofoqueiro. É só pensar numa pessoa fofocando. :)

  • Letra E.

    Lembre-se: no discurso indireto, há tipicamente estrutura subordinativa. Além disso, há verbos introdutores de discurso, como dizia, falava, contava.

    A alternativa “e” é a única com essas características, além, é claro, de introduzir um discurso alheio.

    Questão comentada pelo Prof. Bruno Pilastre


ID
1922821
Banca
PUC - GO
Órgão
PUC-GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 7

      A gota que fez transbordar a caixa da paciência de vovó foi um casalzinho folgado. Cansada da algazarra, do som da sanfona, que por três dias e três noites vinha balançando os alicerces da Casa, vovó foi procurar refúgio na paz de seu quarto. Que paz que nada, ali também a festa rolava solta. Abismada, ela viu um casalzinho iniciando sua lua de mel, imaginem onde? Na cama de vovó! Pena que o urinol estivesse vazio. Furiosa, Ana Vitória pensou em apelar para o chicote. Depois seu pensamento voltou para os primeiros dias de seu casamento, lembrou-se da urgência que a fazia deixar tudo por fazer e ir atrás do marido no roçado. Viu a si mesma, viu os dois, ela e o marido, um casal corado e feliz se deitando debaixo de qualquer árvore. Dez meses após o casamento nasceu o primeiro filho, seguido de outros, um por ano. A leveza daquele início parecia tão distante, tão irreal. Uma lagrimazinha de saudade marejou seus olhos abatidos, rolou pela face cansada e foi morrer no peito murcho. Desanimada, ela pensou que nunca mais ia parar de ter filhos, de lavar bundinhas melecadas de cocô. Acabou deixando os pombinhos em paz, eles que aproveitassem a vida enquanto era possível. Mas avisou aos interessados que preferia perder um bom quinhão de suas terras a continuar convivendo com tamanha barafunda. Assim, a ideia remota da criação de um arraial foi posta em prática. Doações foram feitas e o terreno demarcado.

      As construções começaram a nascer com a rapidez dos cogumelos. Primeiro a igreja com a torre central, beiral duplo em madeira recortada em bicos. Paredes azuis, janelas brancas. Feinha a pobre igreja, mas nem por isso desprezada. Talvez sua maior virtude estivesse na singeleza, no aconchego. A igrejinha era o orgulho do povoado. Sobre o altar feito por um carpinteiro caprichoso, a imagem de um Cristo cansado, a cabeça pensa, o olhar vazio. Descascado, ensanguentado, provocava nos fieis uma piedade quase dolorosa. Foi nessa igreja que meus pais me apresentaram ao Nosso Criador.

(BARROS, Adelice da Silveira. Mesa dos inocentes. Goiânia: Kelps, 2010. p. 74-75.)

No trecho extraído da obra Mesa dos inocentes, de Adelice da Silveira (Texto 7), podemos destacar várias expressões que revelam, ao mesmo tempo, elevado tom de humor e uma certa intromissão do narrador, o que caracteriza uma forma inteligente e divertida de prática do discurso indireto livre.

Com base na assertiva acima, assinale a alternativa cujo recorte melhor a representa:

Alternativas

ID
1928422
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia a fábula “O morcego e as doninhas” do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?) para responder à questão.

      Um morcego caiu no chão e foi capturado por uma doninha1 . Como seria morto, rogou à doninha que poupasse sua vida.

      – Não posso soltá-lo – respondeu a doninha –, pois sou, por natureza, inimiga de todos os pássaros.

      – Não sou um pássaro – alegou o morcego. – Sou um rato.

      E assim ele conseguiu escapar.

      Mais tarde, ao cair de novo e ser capturado por outra doninha, ele suplicou a esta que não o devorasse. Como a doninha lhe disse que odiava todos os ratos, ele afirmou que não era um rato, mas um morcego. E de novo conseguiu escapar. Foi assim que, por duas vezes, lhe bastou mudar de nome para ter a vida salva.

(Fábulas, 2013.)

1 doninha: pequeno mamífero carnívoro, de corpo longo e esguio e de patas curtas (também conhecido como furão).

“– Não sou um pássaro – alegou o morcego.” (3° parágrafo)

Ao se transpor este trecho para o discurso indireto, o verbo “sou” assume a seguinte forma:

Alternativas
Comentários

ID
1935457
Banca
Marinha
Órgão
EFOMM
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                     Bruno Lichtenstein

                                                                                                                    Rubem Braga

                                                                                                             18 de Julho de 1939

      Foi preso o menino Bruno Lichtenstein, que arrombou a Faculdade de Medicina. O menino Bruno Lichtenstein não é arrombador profissional. Apenas acontece que o menino Bruno Lichtenstein tem um amigo, e esse amigo é um cachorro, e esse cachorro ia ser trucidado cientificamente, para estudos, na Faculdade de Medicina. O poeta mineiro Djalma Andrade tem um soneto que acaba mais ou menos assim:

                               "se entre os amigos encontrei cachorros,

                                 entre os cachorros encontrei-te, amigo".

      Mas com toda a certeza o menino Bruno Lichtenstein jamais leu esses versos. Também com certeza nunca lhe explicaram o que é vivissecção, nem lhe disseram que seu cão ia ser vivisseccionado. Tudo o que ele sabia é que lhe haviam carregado o cachorro e que iam matá-Io. Se fosse pedi-Io, naturalmente, não o dariam. Quem, neste mundo, haveria de se preocupar com o pobre menino Bruno Lichtenstein e o seu pobre cão? Mas o cachorro era seu amigo - e estava lá, metido em um porão, esperando a hora de morrer. E só uma pessoa no mundo podia salvá-Ia: um menino pobre chamado Bruno Lichtenstein. Com esse sobrenome de principado, Bruno Lichtenstein é um garoto sem dinheiro. Não pagará a licença de seu amigo. Mas Bruno Lichtenstein havia de salvar a vida de seu amigo - de qualquer jeito. E jeito só havia um: ir lá e tirar o cachorro. De longe, Bruno Lichtenstein chorava, pensando ouvir o ganido triste de um condenado à morte. via homens cruéis metendo o bisturi na carne quente de seu amigo: via sangue derramado. Horrível, horrível. Bruno Lichtenstein sentiu que seria o último dos infames se não agisse imediatamente.

      Agiu. Escalou uma janela, arrebentou um vidro, saltou. Estava dentro do edifício. Andando pelas salas desertas, foi até onde estava o seu amigo. Sentiu que o seu coração batia mais depressa. Deu um assovio, um velho assovio de amizade.

      Um vulto se destacou em um salto - e um focinho e úmido lambeu a mão de Bruno Lichtenstein. Agora era para a rua, para a liberdade, para a vida ... 

      Bruno Lichtenstein, da cabeça aos pés, tremia de susto e de alegria. Foi aí que ele ouviu uma voz áspera e espantada de homem. Era o dr. Loforte. O dr. Loforte surpreendeu o menino. Um menino podre, que tremia, que havia arrombado a Faculdade. Só podia ser um ladrão! Bruno Lichtenstein não explicou nada - e fez bem. Para o dr. Loforte um cachorro não é um cachorro - é um material de estudo como outro qualquer.

      Na polícia apareceu o pai do menino. O pai, o professor e o delegado conversaram longamente - e Bruno Lichtenstein não ouvia nada. Só ouvia, lá longe, o ganir de um condenado à morte.

      Já te entregaram o cachorro, esse cachorro ia ser trucidado cientificamente, para estudos, na Faculdade de Medicina. Tu o mereceste, porque tu foste amigo. Não te deram nem te darão medalha nenhuma - porque não há medalha nenhuma para distinguir a amizade. Mas te entregaram o teu cachorro, o cachorro que reivindicaste como um pequeno herói. Tu é um homem, Bruno Lichtenstein - um homem no sentido decente da palavra, muito mais homem que muito homem. Um aperto de mão, Bruno Lichtenstein.

O texto acima foi extraído do livro "1939 - Um episódio em Porto Alegre (Uma fada no front)", Ed. Record Rio de Janeiro, 2002 - pág. 37. 

Lido o texto, observe atentamente cada quesito e assinale somente UMA opção correta em cada questão. 

No texto "Bruno Lichtenstein", podem ser identificados, dentre outros, os marcadores discursivos sublinhados nas opções a seguir. Assinale a opção na qual se faz correto comentário sobre o marcador.

Alternativas
Comentários
  • Essas respostas da prova da Marinha estão certas?

  • Não seria a localização do ponto de vista do personagem??

  • Está correto segundo o gabarito provisório o oficial não consegui achar


ID
1966420
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia:

Lúcia pediu: “Está em suas mãos arranjar isso para mim.” O vereador quase caiu da cadeira. Ficou transtornado. Como poderia fazer aquilo? Não poderia arriscar o cargo! Então a mulher, espantada com a atitude do vereador, completou, em tom ameaçador, que ele não teria mais o seu voto. E deu-lhe as costas.

No texto acima, há

Alternativas
Comentários
  • //Discurso direto: Lúcia pediu “Está em suas mãos arranjar isso para mim”

    //Discurso indireto livre: O vereador quase caiu da cadeira. Ficou transtornado. Como poderia fazer aquilo? Não poderia arriscar o cargo!

    //Discurso indireto: [...] Completou, em tom ameaçador, que ele não teria mais o seu voto. E deu-lhe as costas.

    @papirobizurado


ID
1966936
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia:

O alfinete disse à agulha:

Faça como eu, que não abro caminho para ninguém.

Passando para o discurso indireto o fragmento acima, de acordo com a norma gramatical, tem-se:

Alternativas
Comentários
  • A) O alfinete disse à agulha que fizesse como ele, que não abria caminho para ninguém

  • verbo terminado com ''sse'', sempre requer que o outro verbo termine com ''ria''


ID
1972168
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia:

Lúcia pediu: “Está em suas mãos arranjar isso para mim.” O vereador quase caiu da cadeira. Ficou transtornado. Como poderia fazer aquilo? Não poderia arriscar o cargo! Então a mulher, espantada com a atitude do vereador, completou, em tom ameaçador, que ele não teria mais o seu voto. E deu-lhe as costas.

No texto acima, há

Alternativas
Comentários
  • [Direto] Lúcia pediu: “Está em suas mãos arranjar isso para mim.” // O vereador quase caiu da cadeira. Ficou transtornado. // [Indireto Livre] Como poderia fazer aquilo? Não poderia arriscar o cargo! [Indireto] Então a mulher, espantada com a atitude do vereador, completou, em tom ameaçador, que ele não teria mais o seu voto. E deu-lhe as costas.


ID
1974361
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Observe:

O rosto do menino resplandeceu. Mas então era isso!?... Dona Zulu pedindo o Biruta emprestado, precisando do Biruta!... Abriu a boca para dizer-lhe que sim, que o Biruta estava limpinho, ficaria contente de emprestá-lo para o menino doente. Mas sem dar-lhe tempo de responder, a mulher saiu da cozinha.

Das três possibilidades de discurso,

I- Direto

II- Indireto

III- Indireto Livre,

o texto acima apresenta

Alternativas
Comentários
  • DISCURSO DIRETO > O PERSONAGEM FALA DIRETAMENTE

    Pedro disse:

    -eu vou jogar bola hoje

    DISCURSO INDIRETO > QUANDO PARAFRASEIA O QUE O PERSONAGEM FALOU (HÁ A PRESENÇA DE "DISSE" , "QUE")

    O Pedro disse que vai jogar bola hoje

    DISCURSO INDIRETO LIVRE > MISTURA DO DIRETO COM O INDIRETO


ID
1974631
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia:

A mãe perguntou:

– Filho, onde estão os livros novos que comprei?

Transformando o discurso direto em indireto, temos:

Alternativas
Comentários
  • TRANSPONDO PARA DISCURSO INDIRETO

    ESTÃO: PRESENTE

    ENTÃO VIRA "ESTAVAM" - PRETÉRITO IMPERFEITO

    COMPREI: PRETÉRITO PERFEITO

    ENTÃO VIRA "COMPRARA/HAVIA COMPRADO" - PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO

    R)  A mãe perguntou ao filho onde estavam os livros novos que ela comprara

    LETRA A

     


ID
1977274
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Natal - RN
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

          Conheça Aris, que se divide entre socorrer e fotografar náufragos

           Profissional da AFP diz que a experiência de documentar o sofrimento

                    dos refugiados deixou-o mais rígido com as próprias filhas.

      O grego Aris Messinis é fotógrafo da agência AFP em Atenas. Cobriu guerras e os protestos da Primavera Árabe. Nos últimos meses, tem se dedicado a registrar a onda de refugiados na Europa. Ele conta em um blog da AFP, ilustrado com muitas fotos, como tem sido o trabalho na ilha de Lesbos, na Grécia, onde milhares de refugiados pisam pela primeira vez em território europeu. Mais de 700.000 refugiados e imigrantes clandestinos já desembarcaram no litoral grego este ano. As autoridades locais estão sendo acusadas de não dar apoio suficiente aos que chegam pelo mar, e há até a ameaça de suspender o país do Acordo Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre os Estados-membros.

      Messinis diz que o mais chocante do seu trabalho é retratar, em território pacífico, pessoas que trazem no rosto o sofrimento da guerra. “Só de saber que você não está em uma zona de guerra torna isso ainda mais emocional. E muito mais doloroso”, diz Messinis. Numa guerra, o fotógrafo também corre perigo, então, de certa forma, está em pé de igualdade com as pessoas que protagonizam as cenas que ele documenta. Em Lesbos, não é assim. Ele está em absoluta segurança. As pessoas que chegam estão lutando por suas vidas. Não são poucas as que morrem de hipotermia mesmo depois de pisar em terra firme, por falta de atendimento médico.

      Exatamente por causa dessa assimetria entre o fotojornalista e os protagonistas de suas fotos, muitas vezes Messinis deixa a câmera de lado e põe-se a ajudá-los. Ele se impressiona e se preocupa muito com os bebês que chegam nos botes. Obviamente, são os mais vulneráveis aos perigos da travessia. Messinis fotografou os cadáveres de alguns deles nas pedras à beira-mar.

      O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o sofrimento das crianças refugiadas deixou-o mais rígido com as próprias filhas. As maiores têm 9 e sete anos. A menor, 7 meses. Quando vê o que acontece com as crianças que chegam nos botes, Messinis pensa em como suas filhas têm sorte de estarem vivas, de terem onde morar e de viverem num país em paz. Elas não têm do que reclamar.

(Por: Diogo Schelp 04/12/2015. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/a-boa-e-velha-reportagem/conheca-aris-que-se-divide-entre-socorrer-e-fotografar-naufragos/.)

Dentre os recursos utilizados pelo autor, é correto afirmar acerca do trecho “Só de saber que você não está em uma zona de guerra torna isso ainda mais emocional. E muito mais doloroso” [...] (2º§), em discurso direto, que sua principal função é

Alternativas
Comentários
  • R. a

  • Ao utilizar uma citação, o autor confere maior credibilidade ao assunto abordado, demonstrando a importância do tema.

  • discurso direto traz credibilidade.

  • de novo a tal da credibilidade... :(


  • No discurso direto, o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala do personagem.

    O objetivo desse tipo de discurso é transmitir autenticidade e espontaneidade. Assim, o narrador se distancia do discurso, não se responsabilizando pelo que é dito.

    Pode ser também utilizado por questões de humildade - para não falar algo que foi dito por um estudioso, por exemplo, como se fosse de sua própria autoria.


    Características do Discurso Direto


    Utilização dos verbos da categoria dicendi, ou seja, aqueles que têm relação com o verbo "dizer". São chamados de "verbos de elocução", a saber: falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar, dentre outros.


    Utilização dos sinais de pontuação - travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas.


    Inserção do discurso no meio do texto - não necessariamente numa linha isolada.



ID
1979002
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Reconheça, entre as alternativas abaixo, aquela que apresenta características do discurso indireto livre.

Alternativas
Comentários
  • O discurso indireto livre tem como principal característica a inserção de falas exatas do personagens junto do discurso do narrador.

    Gabarito: Letra C


ID
1986826
Banca
IBFC
Órgão
MGS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Uma Vela para Dario
(Dalton Trevisan)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja feio, bolhas de espuma surgiram no canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo repete que Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o guarda-chuva na parede. Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a corrida? Concordam chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede - não tem os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.
Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a farmácia é no fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na carteira é de outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no corpo de Dario, pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá- lo — os bolsos vazios. Resta na mão esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando no sabonete. A polícia decide chamar o rabecão.
A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario levou duas horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que alcançam vê-lo, todo o ar de um defunto.
Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no peito. Não consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver. Parece morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se às primeiras gotas da chuva, que volta a cair. 

No 11° parágrafo, tem -se “A última boca repete — Ele morreu, ele morreu”. Nessa passagem, pode-se perceber um exemplo de discurso:

Alternativas
Comentários
  • discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.

     

    discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

     

    http://www.normaculta.com.br/discurso-direto-e-indireto/

  • Letra B.

    São características marcantes no discurso direto o verbo elocutivo que antecipa a fala da personagem, pontuações como dois-pontos, aspas ou travessão marcando a própria fala.

  • No discurso direto,a fala do personagem é acompanhada por um verbo de elocução: dizer, falar,indagar,afirmar...
    seguido de dois pontos, aspas
    exemplo: ´disse-lhes eu `` ,respondeu um deles´`
    No plano expressivo, a força da narração em discurso direto provém de sua capacidade de atualizar o episódio.fazendo emergir da situação
    a personagem,tornando-a viva para o ouvinte. ( José de Nicola )

  • Dsicurso direto:

    “A última boca repete — Ele morreu, ele morreu”

    Discurso indireto:

    Aúltima boca repete que ele havia morrido

    Discurso indireto livre

    Ele morreu

  • Direto:Utilização dos verbos da categoria dicendi ou seja,aqueles que tem relçâo com o verbo"dizer",chamando de "verbo de locução" a saber:falar responder,perguntar,indagar,declara,exclamar,dentre outros.

    Utilizaçâo dos sinaisgraficos:-Travessão,Exclamação!,?,Dois pontos:,Aspas( ).

  • discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador: A última boca repete — Ele morreu, ele morreu.

  • Uso de travessões, aspas, dois pontos => DISCURSO DIRETO..

    GABA B

    #rumooaoTJPE

  • O discurso direto é caracterizado pela utilização de: Travessões, aspas, dois pontos.

  • Discurso indireto livre é uma modalidade de técnica mãe, resultante da mistura dos discursos direto e indireto, sendo um processo de grande efeito estilístico.

    Na frase destacada temos presença dos dois tipos de discurso:

    Indireto: A última boca repete ( Fala do narrador)

    Direto: — Ele morreu, ele morreu” I( Personagem)...

    Portanto.... A correta é letra C.

    Alguém concorda?

  • Fala literal a pessoa que enuncia se expressa.

    Discurso direto:

    - Ele morreu, ele morreu.

    "Ele está aqui"

    Fala indireta, outra pessoa menciona o que falou.

    Discurso indireto:

    Ele disse que vem.

    O general dizia que vivia feliz quando estava aqui.

  • 1. "A última boca repete"

    ( Fala do narrador)

    2. "— Ele morreu, ele morreu”

    ( Personagem)...

    No Discurso Direto, o narrador abre espaço para que o personagem fale por si mesmo.

    Características que confirmam a vigência do Discurso Direto:

    . Verbo Discendi :"repete" = Indicando o momento exato da transcrição entre a fala do Narrador e a fala do Personagem.

    . ( _ ) Uso do travessão = Indicando Discurso Direto do Personagem.

    Gabarito: B


ID
1987498
Banca
SEPROD
Órgão
Prefeitura de Cícero Dantas - BA
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 2

   [...] Fabiano Ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele estado, com a família morrendo de fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa deserta. Ele, a mulher e os filhos tinham-se habituado a camarinha escura, pareciam ratos - e a lembrança dos sofrimentos passados esmorecera.
   Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou do aio um pedaço de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado.
    - Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
   Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.
   Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando:
     - Você é um bicho, Fabiano.
   Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades. Chegara naquela situação medonha - e ali estava, forte, até gordo, fumando o seu cigarro de palha.
    - Um bicho, Fabiano.
   Era. Apossara-se da casa porque não tinha onde cair morto, passara uns dias mastigando raiz de imbu e sementes de mucuna. Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara. Fabiano fizera-se desentendido e oferecera os seus préstimos, resmungando, cocando os cotovelos, sorrindo aflito. O jeito que tinha era ficar. E o patrão aceitara-o, entregara-lhe as marcas de ferro. [...]

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2008. p. 65-66

O trecho “Fabiano fizera-se desentendido e oferecera os seus préstimos, resmungando, cocando os cotovelos, sorrindo aflito” do livro de Graciliano Ramos:

Alternativas
Comentários
  • OFERECERA SEUS PRESTIMOS = OFERECEU AJUDA


    RESMUNGANDO


    SORRINDO AFLITO


    OFERECEU AJUDA MAS RESMUNGOU. SORRIU MAS TAVA AFLITO LOGO NÃO HÁ DE SE FALAR EM UM DISCURSO ORGANIZADO.

  • Mas aí ele não está empregando o discurso direto?


ID
1993393
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o trecho de A ilustre casa de Ramires, de Eça de Queirós, para responder à questão.

    Bocejando, apertando os cordões das largas pantalonas de seda que lhe escorregavam da cinta, Gonçalo, que durante todo o dia preguiçara, estirado no divan de damasco azul, com uma vaga dor nos rins, atravessou languidamente o quarto para espreitar, no corredor, o antigo relógio de charão. Cinco horas e meia!... Para desanuviar, pensou numa caminhada pela fresca estrada dos Bravais. Depois numa visita (devida já desde a Páscoa!) ao velho Sanches Lucena, eleito novamente deputado, nas Eleições Gerais de abril, pelo círculo de Vila Clara. Mas a jornada à Feitosa, à quinta do Sanches Lucena, demandava uma hora a cavalo, desagradável com aquela teimosa dor nos rins que o filara na véspera à noite, depois do chá, na Assembleia da Vila.

(Eça de Queirós, A ilustre casa de Ramires. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br)

Apresentando o pensamento da personagem, percebe- -se, no texto, a ocorrência do discurso

Alternativas
Comentários
  • Não entendi essa pergunta??

  • A questão quis saber qual tipo de discurso empregado em um determinado trecho. No treco destacado na alternativa A, retrava um discurso indireto livre, que se traduz pela mistura de discurso direto e indireto. A expressão "Cinco horas e meia!" traduz a fala do personagem (discurso indireto) em sequência a narrativa de fatos que caracterizam o discurso direto. Ou seja, o trecho destacado apresenta a fusão dos dois tipos de discurso. (Corrijam-me se estiver errado).

  • não entendi?

  • Eu entendi a pergunta, mas não entendi a formulação das questões para analisar, marquei a D e errei !

  • No texto ocorre o discurso indireto livre, mas o grande bizu é : o que será isso ?

    O discurso indireto livre provém da Tipologia Narração, ele é percebido quando se deseja misturar o discurso direto com o indireto, mas sem fazer o uso de marcas do discurso direto, como travessões ou aspas.

    [...]

    Cinco horas e meia!...Para desanuviar pensou, numa caminhada pela fresca estrada dos Bravais

    O autor empregou a primeira pessoa num discurso predominantemente de terceira pessoa

    LETRA A

    APMBB

  • Na expressão "Cinco horas e meia!" o texto apresenta a fala do personagem ao olhar o relógio, situação citada no verso anterior. Quando houver falas soltas no texto, tudo junto e misturado, sem a presença de sinais indicativos de fala, será discurso indireto livre.


ID
1994245
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia:

Ao se ver sozinho, o pequenino Pedro gemeu para si:

— Qual o problema com o escuro? Acho até melhor! Podem ir embora!

Assinale a alternativa que apresenta a coerente adaptação do trecho acima para o discurso indireto livre.

Alternativas
Comentários
  • Discurso indireto livre - não se sabe se foi o personagem ou o narrador que fez a fala.

    Que está marcado na letra B.


ID
1998427
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                              Democracia e autoritarismo

      O fato de que as pessoas que vivem em um regime democrático não saibam o que é democracia é uma questão por si só muito grave. O saber sobre o que seja qualquer coisa - e neste, caso, sobre o que seja a democracia - se dá em diversos níveis e interfere em nossas ações. Agimos em nome do que pensamos. Mas muitas vezes não entendemos muito bem nossos próprios pensamentos, pois somos vítimas de pensamentos prontos.

      Creio que, neste momento brasileiro, poucas pessoas que agem em nome da democracia estejam se questionando sobre o que ela realmente seja. É provável que poucos pratiquem o ato de humildade do conhecimento que é o questionamento honesto. O questionamento é uma prática, mas é também qualidade do conhecimento. É a virtude do conhecimento. É essa virtude que nos faz perguntar sobre o que pensamos e assim nos permite sair de um nível dogmático para um nível reflexivo de pensamento. Essa passagem da ideia pronta que recebemos da religião, do senso comum, dos meios de comunicação para o questionamento é o segredo da inteligência humana seja ela cognitiva, moral ou política.

      [...] a democracia flerta facilmente com o autoritarismo quando não se pensa no que ela é e se age por impulso ou por leviandade. Eu não sou uma pessoa democrática quando vou à rua protestar em nome dos meus fins privados, dos meus interesses pessoais, quando protesto em nome de interesses que em nada contribuem para a construção da esfera pública. Eu sou autoritária quando, sem pensar, imponho violentamente os meus desejos e pensamentos sem me preocupar com o que os outros estão vivendo e pensando, quando penso que meu modo de ver o mundo está pronto e acabado, quando esqueço que a vida social é a vida da convivência e da proteção aos direitos de todos os que vivem no mesmo mundo que eu. Não sou democrática quando minhas ações não contribuem para a manutenção da democracia como forma de governo do povo para o povo, quando esqueço que o povo precisa ser capaz de respeitar as regras do próprio jogo ao qual ele aderiu e que é o único capaz de garantir seus direitos fundamentais: o jogo da democracia.

(Mareia Tiburi. Disponível em: http://revistacuit.uoi.com.br/home/2015/03/democracia-e-autoritarismo/. 18/03/2015. Adaptado.) 

No último parágrafo do texto, a autora utiliza como estratégia argumentativa o uso da 1ª pessoa do singular com o propósito de

Alternativas
Comentários
  • a) persuadir o leitor através da confissão de atitudes executadas por ela mesma. X NÃO HÁ CONFISSÃO, A AUTORA DEU EXEMPLOS

    B) beneficiar-se da posição de autoria e realizar um desabafo diante do seu leitor. X MESMA COISA, NÃO HÁ DESABAFO, A AUTORA DEU EXEMPLOS

    C) assumir toda a responsabilidade das ações práticas em detrimento da democracia. X NÃO HOUVE CONFISSÃO, POR ISSO NÃO HÁ RESPONSABILIZAÇÃO

    D) através de seu posicionamento, convencer o leitor acerca do efeito autoritário de certas ações.


ID
2000197
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Reconheça, entre as alternativas abaixo, aquela que apresenta características do discurso indireto livre.

Alternativas
Comentários
  • por que não é a letra D ?

  • Eu acho que é a letra D é um discurso indireto e não indireto livre.

  • Mas estou com dúvidas… Não entendi o porquê de ser alternativa C. Alguém helpppp

  • Letra D é discurso direto

  • A letra D é discurso direto, o uso do travessão indica uma fala, travessões geralmente é usado em discuro direto.

    a letra C a palavra "Esquisito" é uma fala de Ana, o narrador contava a história e no meio da história há uma fala do personagem. É mais dificil distinguir o indireto livre.

    Só não entendi a letra B, que tb pareceu ser indireto livre.

  • DISCURSO INDIRETO

    1.NÃO HÁ PONTUAÇÃO NEM INICIAIS MAIÚSCULAS, MAS SURGE UAM CONJUNÇÃO

    2.VERBO NA 3º PESSOA

    3.PRONOME "AQUELE(A)"

    4.VERBO "ALI" OU "LÁ"

  • Letra "C" contém discurso indireto livre por conta do "Esquisito": não se sabe quem disse aquilo, Ana ou o narrador.

  • Uma das características mais fortes do discurso indireto livre é não ter a clareza se o narrador apenas narra a história ou se ele participa da história. Esse bizu ajuda a resolver muitas questões desse tipo.

    A) É possível perceber que o narrador está contando uma história apenas. Os traços que confirmam isso são: "Era uma vez", "As ovelhas baliam que ...". Portanto, é apenas um discurso indireto.

    B) É nítido a presença do discurso direto. O trecho se encontra em primeira pessoa, caracterizando a falta de narração.

    C) Apesar de marcante a presença da narração, o narrador solta uma fala (esquisito) sem identificar quem disse. podendo assim, ser uma fala do próprio narrador ou da personagem.

    D) Nessa alternativa, o narrador apenas fala sobre Maria em terceira pessoa, inclusive, identificando os trechos que são falas de Maria. Dessa forma se caracteriza como discurso indireto apenas


ID
2000455
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa que apresenta a correta relação entre a frase destacada e sua classificação quanto ao tipo de discurso.

Alternativas
Comentários
  • Os trechos destacados nas alternativas são, respectivamente:

    a) Indireto: presença de verbo discendi

    b) Direto: fala explícita do personagem

    c) Indireto Livre: não é possível identificar se o trecho foi dito pelo personagem ou pelo narrador

    d) Direto: fala explícita do personagem.

  • No meu ponto de vista, a B também é indireto livre, não?!

  • o discurso indireto livre NÃO tem esse monte de pontuação que aparece nos outros discursos como aspas e travessões.


ID
2004163
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Marque a alternativa em que o tipo de discurso utilizado para reproduzir a fala do ex-presidente dos Estados Unidos, George Bush, completa corretamente o trecho a seguir:

Indagado sobre as determinações do Protocolo de Kyoto, George Bush disse

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra: A

    Verbo elocutivo + conjunção integrante + completemento do verbo elocutivo


ID
2004493
Banca
Aeronáutica
Órgão
EEAR
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa em que aparecem dois tipos de discurso.

Alternativas
Comentários
  • letra c, indireto e indireto livre

  • Discurso indireto e indireto livre.

    LETRA C.


ID
2022208
Banca
COSEAC
Órgão
Prefeitura de Niterói - RJ
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O Brasil é minha morada

1 Permita-me que lhes confesse que o Brasil é a minha morada. O meu teto quente, a minha sopa fumegante. É casa da minha carne e do meu espírito. O alojamento provisório dos meus mortos. A caixa mágica e inexplicável onde se abrigam e se consomem os dias essenciais da minha vida.
2 É a terra onde nascem as bananas da minha infância e as palavras do meu sempre precário vocabulário. Neste país conheci emoções revestidas de opulenta carnalidade que nem sempre transportavam no pescoço o sinete da advertência, justificativa lógica para sua existência.
3 S e m dúvida, o Brasil é o paraíso essencial da minha memória. O que a vida ali fez brotar com abundância, excedeu ao que eu sabia. Pois cada lembrança brasileira corresponde à memória do mundo, onde esteja o universo resguardado. Portanto, ao apresentar-me aqui como brasileira, automaticamente sou romana, sou egípcia, sou hebraica. Sou todas as civilizações que aportaram neste acampamento brasileiro.
4 Nesta terra, onde plantando-se nascem a traição, a sordidez, a banalidade, também afloram a alegria, a ingenuidade, a esperança, a generosidade, atributos alimentados pelo feijão bem temperado, o arroz soltinho, o bolo de milho, o bife acebolado, e tantos outros anjos feitos com gema de ovo, que deita raízes no mundo árabe, no mundo luso.
5 Deste país surgiram inesgotáveis sagas, narradores astutos, alegres mentirosos. Seres anônimos, heróis de si mesmos, poetas dos sonhos e do sarcasmo, senhores de máscaras venezianas, africanas, ora carnavalescas, ora mortuárias. Criaturas que, afinadas com a torpeza e as inquietudes do seu tempo, acomodam-se esplêndidas à sombra da mangueira só pelo prazer de dedilhar as cordas da guitarra e do coração.
6 Neste litoral, que foi berço de heróis, de marinheiros, onde os saveiros da imaginação cruzavam as águas dos mares bravios em busca de peixes, de sereias e da proteção de Iemanjá, ali se instalaram civilizações feitas das sobras de outras tantas culturas. Cada qual fincando hábitos, expressões, loucas demências nos nossos peitos.
7 Este Brasil que critico, examino, amo, do qual nasceu Machado de Assis, cujo determinismo falhou ao não prever a própria grandeza. Mas como poderia este mulato, este negro, este branco, esta alma miscigenada, sempre pessimista e feroz, acatar uma existência que contrariava regras, previsões, fatalidades? Como pôde ele, gênio das Américas, abraçar o Brasil, ser sua face, soçobrar com ele e revivê-lo ao mesmo tempo?
8 Fomos portugueses, espanhóis e holandeses, até sermos brasileiros. Uma grei de etnias ávidas e belas, atraída pelas aventuras terrestres e marítimas. Inventora, cada qual, de uma nação foragida da realidade mesquinha, uma espécie de ficção compatível com uma fábula que nos habilite a frequentar com desenvoltura o teatro da história.
(PIÑON, Nélida. Aprendiz de Homero. Rio de Janeiro: Editora Record, 2008, p. 241-243, fragmento.)

Ao discorrer sobre os muitos fatores que a tornam orgulhosa do Brasil, a enunciadora faz uso de inúmeros argumentos de fortes efeitos persuasivos. Dos fragmentos abaixo transcritos, aquele em que a linha de argumentação se desenvolveu com sentido opositivo é:

Alternativas
Comentários
  • Há oposição de ideias e sentimentos no trecho:

    “Nesta terra, onde plantando-se nascem a traição, a sordidez, a banalidade, também afloram a alegria, a ingenuidade, a esperança, a generosidade, atributos alimentados pelo feijão bem temperado, o arroz soltinho, o bolo de milho, o bife acebolado”. (4º §) 

  • Trata-se da alternativa c, predominando a figura de linguagem antítese, que nada mais é do que inserir palavras com sentidos opostos em um período ou oração.

  • botafogo neste símbolo kkk


ID
2022970
Banca
FUMARC
Órgão
Câmara Municipal de Mariana - MG
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A questão refere-se ao texto a seguir. Leia-o com atenção antes de responder a ela.

Dize-me quem consultas...

Sírio Possenti

    

A falta de perspectiva histórica dificulta a compreensão até da possibilidade de diferentes visões de mundo. Imagine-se então a dificuldade de compreender a ideia mais ou menos óbvia de que mesmo verdades podem mudar. Suponho que temos vontade de rir quando ouvimos que os antigos imaginaram que a Terra repousava sobre uma tartaruga, nós que aprendemos, desde o primário, que a Terra gira ao redor do Sol. “Como podem ter pensado isso, os idiotas?”, pensamos.

  

  Você sabia que esta história dos quatro elementos nos quais hoje só acreditam os astrólogos foi um dia a verdadeira física, a forma científica de explicar fatos do mundo, suas mudanças, por que corpos caem ou sobem? Antes da gravidade, os elementos eram soberanos!

    

Já contei aqui, e vou contar de novo, duas histórias fantásticas. A segunda me fez rir mais do que a primeira, que só me fez sorrir. A primeira: na peça A vida de Galileu, Brecht faz o físico convidar os filósofos a sua casa, para verem as luas de Júpiter com sua luneta. Mas, em vez de correrem logo para o sótão a fim de verem a maravilha, os filósofos propuseram antes uma discussão “filosófica” sobre a necessidade das luas... Quando Galileu lhes pergunta se não creem em seus olhos, um responde que acredita, e muito, tanto que releu Aristóteles e viu que em nenhum momento ele fala de luas de Júpiter!

    

A outra história é a de um botânico do início da modernidade que pediu desculpas a seu mestre por incluir num livro espécies vegetais que o mestre não colocara no seu. Ou seja: mesmo vendo espécies diferentes das que constavam nos livros, esperava-se dos botânicos que se guiassem pelos livros, não pelas coisas do mundo. Era o tempo em que se lia e comentava, em vez de observar os fatos do mundo.

   

 Muita gente se engana, achando que esse período terminou, que isso são coisas dos ignaros séculos XVI e XVII. Quem tem perspectiva histórica sabe, aliás, que não se trata de ignorância pura e simples. Trata-se de ocupar uma ou outra posição científica. Mas é interessante observar que o espírito antegalileano continua vigorando. No que se refere às línguas, não cansarei de insistir que devemos aprender a observar os fatos linguísticos, em vez de dizer simplesmente que alguns estão errados. Um botânico não diz que uma planta está errada: ele mostra que se trata de outra variedade. Os leigos pensam que a natureza é muito repetitiva, mas os especialistas sabem que há milhões de tipos de qualquer coisa, borboletas, flores, formigas, mosquitos. Só os gramáticos pensam que uma língua é uniforme, sem variedades.

   

 Eu dizia que não devemos nos espantar – infelizmente – com o fato de que a mentalidade antiga continua viva. Mas eles às vezes exageram. Veja-se: num texto dirigido tipicamente a vestibulandos no qual critica Fuvest e Convest por erros contidos em seus manuais, um conhecido artista da gramática praticamente citou Brecht, provavelmente sem conhecê-lo. A propósito do uso da forma “adequa”, que as gramáticas condenam, e que aparece no manual da Fuvest, seu argumento foi: “Tive a preocupação de consultar todas as gramáticas e dicionários possíveis. Todos são categóricos. “Adequar” é defectivo, no presente do indicativo, só se conjuga nas formas arrizotônicas (adequamos, adequais). Não existe “adequa”.

   

 Não é um achado? O professor de hoje não parece o filósofo do tempo de Galileu, relendo Aristóteles e recusando-se a olhar pela luneta?


POSSENTI, S. A cor da língua e outras croniquinhas de linguista. São Paulo: Mercado de Letras, 2001.

“Como podem ter pensado isso, os idiotas?”, pensamos.


A propósito do uso da forma “adequa”, que as gramáticas condenam, e que aparece no manual da Fuvest, seu argumento foi: “Tive a preocupação de consultar todas as gramáticas e dicionários possíveis.”


Sobre as aspas nas passagens em análise, é correto o que se afirma em:


I. Enfatizam a reprodução literal da fala de outrem.


II. Realçam palavras em que se deseja por evidência.


III. Realçam palavras ou expressões irônicas.


São proposições adequadas ao trecho: 

Alternativas
Comentários
  • I. Enfatizam a reprodução literal da fala de outrem. correto

     

    II. Realçam palavras em que se deseja por evidência. correto

     

    III. Realçam palavras ou expressões irônicas. não é uma palavra irônica.

  • Achei esta frase irônica

    “Como podem ter pensado isso, os idiotas?”, pensamos.

  • Ironiaquando o significado literal da fala é o contrário do pretendido

    No caso ele não quis dizer  o contrário do que disse ao formular a pergunta: “Como podem ter pensado isso, os idiotas?”. Esta é uma pergunta retórica. Ao chamar as pessoas de idiotas ele quis dizer justamente que as pessoas são idiotas por terem pensado nisto e não o contrário.

     

    Pergunta retórica é uma interrogação que não tem como objetivo obter uma resposta

  • As aspas são sinais de pontuação geralmente empregados nas citações ou transcrições para distingui-las da parte restante do discurso. As aspas, portanto, indicarão o início e o fim do discurso alheio.

    Enfatizar um termo, uma palavra ou uma expressão dentro da estrutura oracional.

    Salientar palavras de outras línguas – estrangeirismos – usadas dentro de um período.

    Isolar o discurso de um personagem em textos narrativos. Geralmente isso ocorre quando se trata de discursos únicos, de pouca extensão.

    Salientar gírias, arcaísmos e formas populares que fogem do nível da fala usada pelo autor do texto.

    Indicar – algumas vezes de forma irônica – o emprego de palavras em sentido diverso do que lhe é habitual.

  • A frase parece irônica.

  • Apesar da frase ser irônica, as aspas não estão com a finalidade de demarcar uma ironia. Prestem bem atenção.


ID
2022973
Banca
FUMARC
Órgão
Câmara Municipal de Mariana - MG
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A questão refere-se ao texto a seguir. Leia-o com atenção antes de responder a ela.

Dize-me quem consultas...

Sírio Possenti

    

A falta de perspectiva histórica dificulta a compreensão até da possibilidade de diferentes visões de mundo. Imagine-se então a dificuldade de compreender a ideia mais ou menos óbvia de que mesmo verdades podem mudar. Suponho que temos vontade de rir quando ouvimos que os antigos imaginaram que a Terra repousava sobre uma tartaruga, nós que aprendemos, desde o primário, que a Terra gira ao redor do Sol. “Como podem ter pensado isso, os idiotas?”, pensamos.

  

  Você sabia que esta história dos quatro elementos nos quais hoje só acreditam os astrólogos foi um dia a verdadeira física, a forma científica de explicar fatos do mundo, suas mudanças, por que corpos caem ou sobem? Antes da gravidade, os elementos eram soberanos!

    

Já contei aqui, e vou contar de novo, duas histórias fantásticas. A segunda me fez rir mais do que a primeira, que só me fez sorrir. A primeira: na peça A vida de Galileu, Brecht faz o físico convidar os filósofos a sua casa, para verem as luas de Júpiter com sua luneta. Mas, em vez de correrem logo para o sótão a fim de verem a maravilha, os filósofos propuseram antes uma discussão “filosófica” sobre a necessidade das luas... Quando Galileu lhes pergunta se não creem em seus olhos, um responde que acredita, e muito, tanto que releu Aristóteles e viu que em nenhum momento ele fala de luas de Júpiter!

    

A outra história é a de um botânico do início da modernidade que pediu desculpas a seu mestre por incluir num livro espécies vegetais que o mestre não colocara no seu. Ou seja: mesmo vendo espécies diferentes das que constavam nos livros, esperava-se dos botânicos que se guiassem pelos livros, não pelas coisas do mundo. Era o tempo em que se lia e comentava, em vez de observar os fatos do mundo.

   

 Muita gente se engana, achando que esse período terminou, que isso são coisas dos ignaros séculos XVI e XVII. Quem tem perspectiva histórica sabe, aliás, que não se trata de ignorância pura e simples. Trata-se de ocupar uma ou outra posição científica. Mas é interessante observar que o espírito antegalileano continua vigorando. No que se refere às línguas, não cansarei de insistir que devemos aprender a observar os fatos linguísticos, em vez de dizer simplesmente que alguns estão errados. Um botânico não diz que uma planta está errada: ele mostra que se trata de outra variedade. Os leigos pensam que a natureza é muito repetitiva, mas os especialistas sabem que há milhões de tipos de qualquer coisa, borboletas, flores, formigas, mosquitos. Só os gramáticos pensam que uma língua é uniforme, sem variedades.

   

 Eu dizia que não devemos nos espantar – infelizmente – com o fato de que a mentalidade antiga continua viva. Mas eles às vezes exageram. Veja-se: num texto dirigido tipicamente a vestibulandos no qual critica Fuvest e Convest por erros contidos em seus manuais, um conhecido artista da gramática praticamente citou Brecht, provavelmente sem conhecê-lo. A propósito do uso da forma “adequa”, que as gramáticas condenam, e que aparece no manual da Fuvest, seu argumento foi: “Tive a preocupação de consultar todas as gramáticas e dicionários possíveis. Todos são categóricos. “Adequar” é defectivo, no presente do indicativo, só se conjuga nas formas arrizotônicas (adequamos, adequais). Não existe “adequa”.

   

 Não é um achado? O professor de hoje não parece o filósofo do tempo de Galileu, relendo Aristóteles e recusando-se a olhar pela luneta?


POSSENTI, S. A cor da língua e outras croniquinhas de linguista. São Paulo: Mercado de Letras, 2001.

Quem tem perspectiva histórica sabe, aliás, que não se trata de ignorância pura e simples.


Assinale a alternativa em que a mudança do operador argumentativo aliás NÃO acarrete erro ou mudança de sentido.

Alternativas
Comentários
  • b- Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc.

     

    c- Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim.

     

    d- Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de acrescentamento ou adição. São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, não só... como também, bem como, não só... mas ainda.

     

  • Alias é que tipo de conjunção?

  •    "Muita gente se engana, achando que esse período terminou, que isso são coisas dos ignaros séculos XVI e XVII. Quem tem perspectiva histórica sabe, aliás, que não se trata de ignorância pura e simples."


       Cramer, eu analisei da seguinte forma: Quem tem perspectiva histórica sabe NÃO SÓ DISSO (do engano em achar que o período terminou), COMO TAMBÉM SABE que não se trata de ignorância pura e simples. Porém as fontes que eu encontrei classificaram a conjunção "ALIÁS" como adversativa, ao passo que "ALÉM DO MAIS" é classificada como conector aditivo (https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/os-conectores-alem-disso-e-alem-do-mais-vs-a-locucao-prepositiva-alem-de/33743), então eu realmente não sei o que pensar. Vou jogar no grupo do Pestana e ver se os colegas ajudam.  

  • aliás = no sentido de além disso = além do mais.

  • "Também" e "até mesmo" não passam a mesma ideia de "além do mais"? Só eu achei essa questão estranha?


ID
2030473
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Miraí - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                                        O abraço e a flor

                                         A campanha das enfermeiras e a necessidade diária de surpresa.


    Saí hoje cedo para caminhar com o objetivo de sempre: mexer o corpo, chacoalhar as ideias e ver a vida como ela é. A colheita não poderia ter sido melhor. Assim que dobrei a esquina, consegui minha dose diária de surpresa boa – tão necessária para mim quanto o sol de abril.

    Meninas de 20 e poucos anos exibiam um cartaz que anunciava abraços grátis. Achei que fosse mais uma ação promocional das construtoras de apartamento que, nos últimos meses, passaram a perturbar os moradores na porta de todas as padarias da região. [...]

    Algumas ações são nobres e humanitárias. Outras não passam de estratégias comerciais para promover sites, empresas ou palestras de autoajuda.

    No caso da enfermagem e da psicologia, a justificativa é a melhoria da qualidade de vida. Estudos demonstram que abraçar reduz os níveis de cortisol e norepinefrina, hormônios relacionados ao estresse crônico e à ocorrência de doenças cardíacas.

    O abraço também aumenta a produção de dopamina e serotonina (hormônios do prazer) e de oxitocina (o hormônio do afeto). Quanto mais oxitocina o cérebro libera, mais a pessoa quer ser tocada e menos estressada ela fica. É um círculo virtuoso: quanto mais abraçada ela é, mais ela deseja ser abraçada.

    Um estudo realizado no ano passado pela Universidade Médica de Viena demonstrou que o abraço pode mesmo reduzir o stress, o medo e a ansiedade. A oxitocina liberada contribui para a redução da pressão arterial, aumenta o bem-estar e favorece o desempenho da memória.

    No entanto, o neurofisiologista Jürgen Sandkühler, autor do trabalho, questiona o valor dos abraços recebidos de pessoas estranhas. A oxitocina é o hormônio produzido pela glândula pituitária, conhecido por favorecer o estabelecimento de laços afetivos entre pais e filhos e entre os casais.

    “O efeito do abraço sobre a produção de oxitocina só ocorre quando existe confiança mútua. Se o abraço não é desejado pelas duas pessoas, o efeito positivo se perde”, diz.

    Em resumo: as pessoas precisam estar na mesma sintonia. Acredito que isso seja perfeitamente possível entre estranhos. Não sei se o nível dos meus hormônios aumentou, mas a iniciativa das estudantes de enfermagem alegrou meu dia. Espero que elas não percam a ternura quando a realidade da profissão se apresentar.

    Como essas meninas, acredito que o bem-estar pode ser contagiante. Ao final de nosso breve encontro, uma delas me ofereceu uma flor feita com capricho e papel crepom.

    Resolvi testar o poder da flor. Durante uma hora caminharia com ela na mão e observaria a reação de quem cruzasse meu caminho. Será que alguém notaria alguma coisa fora do script? Será que um sorrisinho escaparia dos lábios? [...]

    Voltei para casa com uma supersafra de gentilezas. Nunca ouvi, numa única manhã, tanta gente me desejando bom dia, tanto motorista me dando passagem, tanta conversa, tanto olho no olho, tanto sorriso. O tênis, a roupa, o percurso eram os mesmos. O que mudou foi o abraço e a flor.

    Só um pedestre não viu nada. Bateu o portão de um prédio com fones enterrados no ouvido, óculos bem escuros, mochila estufada, ombros curvados para frente – aquele visual e aquele comportamento que são a marca do nosso tempo. Não do meu tempo, mas o de muita gente. Quase me atropelou, mas não notou minha presença. Muito menos a da flor.

(Cristiane Segatto – 12/04/2013. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com//Saude-e-bem-estar/cristiane-segatto/noticia/2013/04/o-abraco-e-flor.html. Com Adaptações.) 

A citação do neurofisiologista Jürgen Sandkühler “O efeito do abraço sobre a produção de oxitocina só ocorre quando existe confiança mútua. Se o abraço não é desejado pelas duas pessoas, o efeito positivo se perde”. (8º§) é empregada, considerando-se a estrutura textual apresentada, como

Alternativas
Comentários
  • qual o erro da alternativa C ?

    No texto vem discorrendo sobre a importância do abraço e os efeitos positivos que ele gera. Em seguida, o pesquisador apresenta uma tese contrária, que não é todo abraço que gera esses resultados positivos, e cita que os abraços tem que ter confiança mutua.
    Portanto, claramente é uma contra-argumentação, para sustentar sua tese. A alternativa D também vejo parcialmente como certa, não concordo que tenha nenhuma autoridade. Mas entra as duas vejo a C como mais certa.

    Se alguém puder esclarecer melhor!

  • Alternativa C) A tese principal do texto não é o ato do abraço em si, mas as boas ações da vida como um todo, o abraço é apenas uma delas. No próprio texto há: "tanta gente me desejando bom dia, tanto motorista me dando passagem, tanta conversa, tanto olho no olho, tanto sorriso. O tênis, a roupa, o percurso eram os mesmos. O que mudou foi o abraço e a flor".
    Então é realmente uma contra-argumentação, mas não da tese principal, mas de apenas um dos argumentos envovidos.

    Na alternativa D, a autoridade em questão é, segundo o texto: " o neurofisiologista Jürgen Sandkühler, autor do trabalho".

  • Segue o posicionamento oficial da banca em resposta a recurso, acho que pode ajudar.

    (Fonte: https://idecan.s3.amazonaws.com/concursos/236/54_21062016132256.pdf)

     

    Recurso Improcedente. Ratifica-se a opção divulgada no gabarito preliminar.
    A alternativa “C) contra-argumento ao qual é feita a devida oposição posteriormente com o objetivo de sustentação da tese defendida.” não pode ser considerada correta. Um contra-argumento, ou argumento contrário, demonstra uma versão divergente acerca do tema apresentado. Trata-se de uma opinião oposta àquela defendida ou apresentada. Ocorre que a citação “O efeito do abraço sobre a produção de oxitocina só ocorre quando existe confiança mútua. Se o abraço não é desejado pelas duas pessoas, o efeito positivo se perde”. não nega o efeito apresentado no texto anteriormente do abraço, o que ocorre é que uma nova informação é acrescentada à informação principal; delimitando- a, especificando-a. Por tais motivos, a alternativa “D) um recurso argumentativo que, através de uma autoridade, confere maior credibilidade e informação acerca do assunto abordado.” torna-se adequadamente indicada como correta. A alternativa “B) a inserção de um tipo textual com características próprias, diferente do tipo predominante no texto de modo global.” não pode ser considerada correta. São assuntos diferentes: “tipo textual” e “gênero textual”. “O tipo textual designa uma espécie de construção teórica (em geral uma sequência subjacente aos textos) definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo). O tipo caracteriza-se muito mais como sequências linguísticas (sequências retóricas) do que como textos materializados; a rigor, são modos textuais. Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. O conjunto de categorias para designar tipos textuais é limitado e sem tendência a aumentar. Já o gênero textual faz referência a textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas. Em contraposição aos tipos, os gêneros são entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações diversas. Alguns exemplos seriam: telefonema, sermão, carta, resenha, artigo de divulgação científica, etc.”

    Fonte:

    PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto. Ática.

    MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. Parábola.

  • vai entender.. tem cada palhaço elaborando questão..

     

  • Questão de redação. Citações reforçam o argumento do parágrafo.

  • a) uma breve descrição com o objetivo de gerar credibilidade e impressionar o leitor

    Na realidade, uma citação não terá como objetivo alvo impressionar o leitor, ela poderá até apresentar uma mera descrição sobre o objeto, mas sua finalidade maior será conferir credibilidade ao assunto abordado.

     

    Portanto, dessa forma a assertiva correta somente poderá ser a letra D.

    d) um recurso argumentativo que, através de uma autoridade, confere maior credibilidade e informação acerca do assunto abordado.

     

  • Eu aprendi que 99% (nunca há algo 100% certo em concurso, né?) das vezes em que a IDECAN pergunta sobre por quê da citação de alguém está dentro do texto, a resposta é para dar mais credibilidade! Existem umas 20 questões sobre isso, espalhadas em diversas provas da banca!!!

     

     

  • Concordo com o comentário da Carol Medeiros. Já me deparei com varias questões da IDECAN que abordam o tema citação direta, e em todas a resposta foi conferir maior credibilidade ao texto.  É sempre bom conhecer a banca, porém cada questão deve ser analisada em particular. 

  • O que é de se estranhar é que a idéia defendida no texto vai de encontro a citação do autor. 

    Na citação o pensador conclui que o abraço não fuinciona com estranhos e no texto o autor se sente bem com o abraço de estranhos.

  • MASOQUEEEEEEEEEE

  • Já to na sexta questão dessa banca, fico sempre entre duas e marco errada, errei todas!

  • vou fazer a prova da agu com a convicção de que se passar é loteria

  • as vezes acho que nao nasci no Brasil, oh idioma viajoso meu Deus, sempre acerto mais questoes de ingles do que Portugues. prova de concurso não era para ter essas baboseiras.

  • Minha opinião (passiva de erro, claro):

    O texto num todo é NARRATIVO. Em várias ocasiões utiliza-se a 1ª pessoa. Conta uma história.

    A - uma breve descrição com o objetivo de gerar credibilidade e impressionar o leitor. Não demonstra a intenção de impressionar o leitor.

    B - a inserção de um tipo textual com características próprias, diferente do tipo predominante no texto de modo global. Acho que sim. Pois se trata de um argumento (o trecho). Logo, trecho dissertativo (opinativo) num texto narrativo.

    C- contra-argumento ao qual é feita a devida oposição posteriormente com o objetivo de sustentação da tese defendida. É um contra-argumento, mas não se faz oposição. Ocorre uma correção.

    D - um recurso argumentativo que, através de uma autoridade, confere maior credibilidade e informação acerca do assunto abordado. Não vi erro nesta. No entanto, na minha opinião, B e D estariam corretas.

    O fato de a letra D descrever que o trecho da especialista é argumentativo, ratifica minha suposição.


ID
2053348
Banca
Aeronáutica
Órgão
FAB
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Em todas as alternativas, há discurso direto, exceto em:

Alternativas
Comentários
  • LETRA ( A)

    DISCURSO INDIRETO LIVRE :

    USO DOS DOIS DISCURSOS EM UM SÓ DISCURSO.

    DIRETO E INDIRETO.


ID
2079604
Banca
FEPESE
Órgão
SJC-SC
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A rotina dos jovens alvo da polêmica sobre a redução da maioridade penal

Uma fila de adolescentes de cabeça baixa e mãos para trás serpenteia pelo pátio de uma unidade de internação para menores infratores. Um......um, meninos de 16.....19 anos, em sua maioria, repetem “licença, senhora” com voz de quem antecipa uma bronca. E passam ao refeitório. Pelas regras locais de boa conduta, não é permitido olhar fixo nos olhos de funcionários ou visitantes. Mas Nelson busca de canto a mirada da jornalista: “Vou esperar o livro da senhora”, ele cobra, resgatando uma promessa feita minutos antes.

O dia é frio e cinza, assim como as instalações desta unidade da Fundação Casa (localizada na zona norte de São Paulo), dedicada à ressocialização de jovens reincidentes no crime. Esses adolescentes, objeto de uma importante discussão sobre a redução da maioridade penal no Brasil, estão proibidos de olhar na cara das pessoas, mas encará-los tampouco é fácil. Quase todos furtaram, roubaram ou se envolveram com o tráfico. Menos de 1% cometeu homicídios qualificados. Têm de aprender a respeitar a autoridade de agentes de segurança, professores, psicólogos e agentes sociais. Terminar a escola (..... qual muitos não tiveram acesso em liberdade), raspar seus cabelos e vestir o mesmo conjunto azul de calça e moletom. Ainda que os esforços institucionais sejam legítimos e variados para dar.... esses jovens a rotina de uma escola de bairro, eles estão encarcerados e, ao contrário de quem está fora, não se esquecem disso.

Nelson [nome fictício], de 19 anos, está na terceira internação (em seu último período, ingressou com menos de 18 anos). Debutou na Fundação aos 14 anos por tráfico de drogas e pelo mesmo motivo retornou a ela outras duas vezes. No “mundão” (tudo o que não corresponde.....área entremuros que ele habita), trabalhava com o pai, como pintor. “Mas aí comecei a me envolver com o crime. Chegou uma hora em que a pessoa quer ganhar mais do que ganhava. Aí optei pela vida mais fácil”, relata. Foi internado que ele concluiu os estudos e pegou o gosto pela leitura. Acaba de ler uma das tramas de Nicholas Sparks, autor norte-americano de best sellers açucarados, como Diário de uma paixão e Uma longa jornada, e cujo nome ele pronuncia à perfeição.

O discurso dos adolescentes sobre a maioridade penal vem pronto, superficial, como criança que repete algo que escutou – das famílias, dos funcionários e até dos noticiários que em teoria estão proibidos de assistir. Mas demonstra que de presídio tradicional eles entendem. “O Governo vai gastar mais dinheiro com cadeia. Falam que lá dentro não é fácil, que aqui sim é uma escolinha. Lá dão comida estragada e, se a família não ajudar, a pessoa passa fome”, diz Nelson.

Breno, de 19 anos, em sua terceira passagem pelo sistema socioeducativo por roubo de carros, agarra o exemplo mais próximo para emplacar uma defesa pessoal. “A senhora tem um filho, tipo eu, e ele vai começar agora… Vai pra cadeia e começa a falar na gíria, interagir com ladrão mais avançado. Querendo ou não, ele vai se atualizar. Passar de carro nacional a importado e por aí em diante”. Não que ele comemore estar ali e não em um presídio comum. Breno conclui: “De qualquer jeito, estou preso, né? É fundo do poço, e eu estou embaixo”.

MORAES, Camila. [Adaptado]

Disponível em:http://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/24/politica/1435121422_140735.html Acesso em 20/julho/2016.

Analise os três trechos abaixo retirados do texto.
1. “Esses adolescentes, objeto de uma importante discussão sobre a redução da maioridade penal no Brasil, estão proibidos de olhar na cara das pessoas, mas encará-los tampouco é fácil.” (2o parágrafo)
2. “O discurso dos adolescentes sobre a maioridade penal vem pronto, superficial, como criança que repete algo que escutou – das famílias, dos funcionários e até dos noticiários que em teoria estão proibidos de assistir. Mas demonstra que de presídio tradicional eles entendem.” (4o parágrafo)
3. Breno conclui: “De qualquer jeito, estou preso, né? É fundo do poço, e eu estou embaixo”. (5o  parágrafo)
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) com relação aos trechos retirados do texto.
( ) Em 1, o pronome oblíquo sublinhado faz referência tanto a adolescentes como a pessoas.
( ) Em 2, há uma dissonância argumentativa entre o tipo de discurso dos adolescentes sobre a maioridade penal e seu conhecimento acerca da realidade de um presídio.
( ) Em 3, o uso do discurso direto confere veracidade e um tom testemunhal sobre a experiência negativa de uma situação de aprisionamento.
( ) Em 3, na frase “É fundo do poço, e eu estou embaixo”, o uso da vírgula constitui-se em desvio das regras de pontuação da norma culta da língua.
( ) Nos três trechos há menção explícita às normas de conduta e de controle impostas aos adolescentes em situação prisional.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito C

     

    (F) Em 1, o pronome oblíquo sublinhado faz referência aos adolescentes.

    (V) Em 2, há uma dissonância argumentativa entre o tipo de discurso dos adolescentes sobre a maioridade penal e seu conhecimento acerca da realidade de um presídio.

    Há sim desarmonia entre os argumentos: rasos sobre a redução e profundo no que se refere aos presídios. Vide trechos:

    "o discurso dos adolescentes sobre a maioridade penal vem pronto, superficial (...) mas demonstra que de presídio tradicional eles entendem.

     

    (V) Em 3, o uso do discurso direto confere veracidade e um tom testemunhal sobre a experiência negativa de uma situação de aprisionamento.

    (F) Em 3, na frase “É fundo do poço, e eu estou embaixo”, o uso da vírgula NÃO se constitui em desvio das regras de pontuação da norma culta da língua.

    (F) Nos três trechos NÃO há menção explícita às normas de conduta e de controle impostas aos adolescentes em situação prisional.

  • Discordo da última sentença ser falsa, pois em todos os trechos a menção das regras de conduta e controle. Observe:

    1. Estão proibidos de olhar na cara das pessoas.

    2. Noticiários que estão proibidos de assistir.

    3.Estão presos.

    Se elas não mencionarem situções de regras e de controle então aquilo não é um pressídio.

  • Só complementando os comentários dos colegas:

     

    - O discurso direto é uma operação que confere ao discurso a vivacidade e naturalidade típicas da oralidade, pelo recurso a interjeições, exclamações, vocativos e interrogações diretas, entre muitos outros elementos.

     

    - De modo geral, não se usa vírgula antes da conjunção aditiva "e". Porém, é cabível o emprego da vírgula para separar orações aditivas de sujeitos diferentes. A frase "é fundo do poço, e eu estou embaixo" possui dois sujeitos. Na oração "é fundo do poço" o sujeito é implícito. Já na oração "e eu estou embaixo" o sujeito é "eu".

     

    - Só há menção das regras de conduta e de controle de forma explícita nos dois primeiros trechos. O trecho 3, apesar de mencionar que Breno está preso, não faz menção explícita às normas de conduta prisional.

  • 1 “mas encará-los tampouco é fácil”: encarar  adolescentes (e não as pessoas)   (F)

     3-  “É fundo do poço, e eu estou embaixo” –  vírgula antes do conector “E” quando os sujeitos são diferentes (1ª oração – sujeito inexistente/ 2ª sujeito “eu”)

    3- Há menção explícita às normas de conduta e de controle impostas aos adolescentes em situação prisional apenas no 1º (estão proibidos de olhar na cara das pessoas) e 2º trechos (em teoria estão proibidos de assistir ...).  No trecho 3º não há !!!

  • "3. Breno conclui: “De qualquer jeito, estou preso, né? É fundo do poço, e eu estou embaixo”. (5o parágrafo)"

     

    Não compreendi o porquê da vírgula. Por acaso funcionaria o período anterior como sujeito implícito? (estar preso) é o fundo do poço..

     

    A vírgula antes da conjunção e só tem vez se dois requisitos estiverem presentes:

    a conjunção e deve ligar orações com sujeitos diferentes;

    a falta da vírgula pode conduzir a uma leitura ambígua.

     

    https://www12.senado.leg.br/manualdecomunicacao/redacao-e-estilo/estilo/virgula-antes-da-conjuncao-e

  • No caso da frase: É fundo do poço, e eu estou embaixo. Na primeira oração não há sujeito, devido o verbo ser ter sentido de distância.

    Aí fica como oração coordenada aditiva com apenas 1 sujeito (eu), nesse caso, nao se usa vírgula.

  • Banca safada

     

  • Acertei a questão somente analisando o item 1 e 3.

    No item 1 o pronome LOS faz referência aos adolescentes e no item 3 a vírgula é justificável pelo fato de ter SEMÂNTICA de conjunção adversativa.


ID
2087848
Banca
Exército
Órgão
EsPCEx
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa que apresenta exemplo de discurso indireto livre.

Alternativas
Comentários
  • A) Direto

    B) GAB

    C) Direto

    D) Indireto

    E) Indireto

  • Discurso Direto - é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala dos personagens, sem participação do narrador

    Discurso Indireto - é caracterizado por uma intervenção do narrador no discurso ao utlizar as suas proprias palavras para reproduzir fala dos personagens

    Discurso indireto livre - é aquele que permite que os acontecimentos sejam narrados em simultâneo, estando os fatos dos personagens direta e integralmente inseridos dentro do discurso do narrador.  ( É o caso da alternativa B )

     

    obs: Não existe discurso direto livre, se tiver essa opção nas alternativas, já descarta!  

  • valeu, cria


ID
2095321
Banca
FIOCRUZ
Órgão
FIOCRUZ
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O FUTURO NO PASSADO
1   Poucas previsões para o futuro feitas no passado se realizaram. O mundo se mudava do campo para as cidades, e era natural que o futuro idealizado então fosse o da cidade perfeita. Mas o helicóptero não substituiu o automóvel particular e só recentemente começou-se a experimentar carros que andam sobre faixas magnéticas nas ruas, liberando seus ocupantes para a leitura, o sono ou o amor no banco de trás. As cidades não se transformaram em laboratórios de convívio civilizado, como previam, e sim na maior prova da impossibilidade da coexistência de desiguais.
2  A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica que não poupam civis, mas não trouxe a democratização da prosperidade antevista. Mágicas novas como o cinema prometiam ultrapassar os limites da imaginação. Ultrapassaram, mas para o território da banalidade espetaculosa. A TV foi prevista, e a energia nuclear intuída, mas a revolução da informática não foi nem sonhada. As revoluções na medicina foram notáveis, certo, mas a prevenção do câncer ainda não foi descoberta. Pensando bem, nem a do resfriado. A comida em pílulas não veio - se bem que a nouvelle cuisine chegou perto. Até a colonização do espaço, como previam os roteiristas do “Flash Gordon”, está atrasada. Mal chegamos a Marte, só para descobrir que é um imenso terreno baldio. E os profetas da felicidade universal não contavam com uma coisa: o lixo produzido pela sua visão. Nenhuma previsão incluía a poluição e o aquecimento global.
3  Mas assim como os videntes otimistas falharam, talvez o pessimismo de hoje divirta nossos bisnetos. Eles certamente falarão da Aids, por exemplo, como nós hoje falamos da gripe espanhola. A ciência e a técnica ainda nos surpreenderão. Estamos na pré-história da energia magnética e por fusão nuclear fria.
4  É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um passo atrás, rumo ao irracional. Quanto mais perto a ciência chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal. E quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes sonhados, mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra do leigo.
(VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/07/2016, p. 15.)

Nos três primeiros parágrafos do texto, e enunciador, confrontando as previsões feitas no passado sobre o avanço da ciência com as que efetivamente se realizaram, desenvolve seu pensamento em estruturas de oposição semântica. No 4º parágrafo, como conclusão do texto, o enunciador adota outra forma de estruturação, defendendo a seguinte tese sobre o avanço da ciência:

Alternativas
Comentários
  • Acredito que o que torne a "D" errada seja o fato de a questão citar que o autor adota outra forma de estruturação. Sendo que a estuturação anterior teria sido a da proporcionalidade. Nesse casso a "D" pelo fato de abordar a proporcionalidade estaria fora do solicitado.

    Agradeço por melhores esclarecimentos.

  • O texto em algum momento fala sobre ignorância??? Marquei a (E).

  • gab  A

    a ciência, por mais que avance, estará sujeita à atitude irracional dos leigos que, em sua ignorância, misticismo e refúgio no tribal, persistem na irracionalidade. ( quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes sonhados, mais leigo fica o leigo.    - proprocionalidade)

     

  •  Discordo do gabarito. Os três primeiros parágrafos se desenvolvem em estruturas de oposição semântica, o que fica evidente pelo uso da palavra "mas" que aparece seis vezes nos três primeiros parágrafos. Já o quarto parágrafo é desenvolvido em uma estruturação semântica de proporcionalidade, caracterizada pela expressão "quanto mais", usada duas vezes no parágrafo. O ítem "a", além de apresentar uma estrutura semântica concessiva, evidenciada pela expressão "por mais que", diz que a tese do quarto parágrafo é a de que a ciência, por mais que avance, estará sujeita à atitude irracional dos leigos. Porém não é possível identificar no quarto parágrafo a tese de que a ciência estará sujeita, subordinada, submetida, exposta ou suscetível à atitude irracional dos leigos. O parágrafo não estabelece nenhuma relação de subordinação ou dependência entre a ciência ou o seu avanço e a atitude irracional dos leigos. O que o quarto parágrafo nos diz é que a irracionalidade dos leigos estará sempre em atitude proporcional aos avanços da ciência, nos revelando a tese de que a ciência não resolverá a irracionalidade do leigo.

     Estar em atitude proporcional não significa estar em atitude concordante. Proporcionalidade se relaciona a aumento e diminuição na mesma intensidade, no mesmo grau, no mesmo ritmo. Uma pessoa pode aumentar sua riqueza na mesma proporção que outra diminui. Um país pode aumentar sua população na mesma proporção que outro diminui. Uma pessoa pode aumentar seu conhecimento científico na mesma proporção que outra aumenta sua fé em uma religião. Uma pessoa pode amar uma cidade na mesma proporção que outra odeia. Uma pessoa pode ser verdadeira na mesma proporção que outra é falsa. Os juros podem diminuir na mesma proporção que a econômia cresce, e por aí vai...

     

     

  • Concordo com o colega ,Elgler Medeiros, pois a pergunta é sobre o que se refere o 4º parágrafo..

    Então, Gabarito = E 

  • Alguém sabendo explicar esse gabarito. eu agradeço. também marcaria letra E

  • Ok, concordo que a letra A e correta, mas marquei a E porque me pareceu ser a mais correta, então porque ela não é gabarito? ¬¬

  • Gente, pra quem questionou em relação a alternativa E, não tem como ser ela, presta atenção: "Não há ciência que dê conta da irracionalidade do leigo, pois este, preso a estereótipos de misticismo e de refúgio no tribal, estará sempre em ATITUDE PROPORCIONAL(?) aos avanços da ciência." Na verdade, o leigo, por estar preso a estereótipos de misticismo e de refúgio no tribal, estará sempre em atitude DESproporcional aos avanços da ciência, ele estará sempre atrás. 

  • Não tem como ser a opção "E".

    e)não há ciência que dê conta da irracionalidade do leigo, pois este, preso a estereótipos de misticismo e de refúgio no tribal, estará sempre em atitude proporcional aos avanços da ciência.  -  NESTA OPÇÃO O LEIGO NÃO MANTEM ATITUDE PROPORCIONAL AOS AVANÇOS DA CIÊNCIA, POIS COMO O PRÓPRIO TEXTO MENCIONA, QUANTO MAIS A CIÊNCIA PROGRIDE, MAIS ELA DÁ UM PASSO PARA TRÁS, EM RAZÃO DA IRRACIONALIDADE DO LEIGO. ACREDITO QUA A PALAVRA PROPORCIONAL VEIO EM SENTIDO DE MODERADO, ADAPTADO, OU SEJA, O LEIGO ADAPTADO AOS AVANÇOS DA CIÊNCIA, O QUE É FALSO SEGUNDO O TEXTO. ESSA PARTE DO TEXTO DIZ TUDO: Quanto mais perto a ciência chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal.

  • LETRA A - Questão difícil


    Fiquei entre a Letra A e E, mas acredito que a ÚNICA que NÃO EXTRAPOLOU o texto, foi a A mesmo....


    Vejamos:

    Texto
    É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um passo atrás, rumo ao irracional. Quanto mais perto a ciência chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal. E quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes sonhados, mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra do leigo.

    LETRA A - CORRETA
    A - a ciência, por mais que avance, estará sujeita à atitude irracional dos leigos que, em sua ignorância, misticismo e refúgio no tribal, persistem na irracionalidade.
    No primeiro período "É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um passo atrás, rumo ao irracional." , temos justamente a ideia de que a cada salto "por mais que avance" os leigos sempre se manterão ignorantes e irracionais quanfto a isso, já que por mais que a ciência chegue "mais perto das últimas revelações", eles(os leigos) buscarão as respostas no misticismo e refúgio tribal.
    Certinha...Tudo que a questão pede está na LETRA A.


    LETRA B - ERRADA
    B - a ciência sofrerá permanentemente o retrocesso da irracionalidade por parte de ignorantes que, em razão de questões políticas fundamentalistas, são radicalmente contrários aos avanços da ciência.
    Não tem nada no parágrafo que fale de políticas fundamentais...Houve extrapolação


    LETRA C - ERRADA
    C - devido à teimosia de todo ser humano, não há solução para o avanço da ciência, mesmo que esta chegue às últimas revelações do Universo, pois voltar à irracionalidade é uma tarefa implícita do ignorante.
    Em momento algum o parágrafo fala de teimosia. E dizer que algo está imp´lícito é extrapolar o texto também.


    LETRA D - ERRADA

    D - entre a ciência e a ignorância há uma rivalidade intransponível, pois fundada no fanatismo mais torpe, a ignorância sempre resistirá à irracionalidade
    Em qual momento o parágrafo fala de rivalidade? Em qual momento fala de rivalidade torpe(desprezível)? Extrapolou completamente....


    LETRA E - ERRADA
    E - não há ciência que dê conta da irracionalidade do leigo, pois este, preso a estereótipos de misticismo e de refúgio no tribal, estará sempre em atitude proporcional aos avanços da ciência. 
    O leigo não está proporcional ao avannço da ciência, pelo contrário, um vai em uma direção(ciência avança) e o leigo vai em outra (fica preso ao misticismo e refúgio tribal)

     

  • GABARITO: A

     

    Achei difícil, mas consegui acertar.

     

    Entendi o 4º parágrafo da seguinte forma:

    Por mais que a ciência avance, demonstre um fato concreto, ainda sim terá abertura para a margem da ignorância, para alguém sonhar além, estrapolar, usar de ignorância. Digamos que a ciência demonstra que tal coisa não é possível ainda, mas, nós, leigos continuamos a achar que é.

     

    É pedir a Jesus que bata uma brisa muito louca, pensar igual ao examinador e acertar a questão.

    Interpretação de texto é isso, vem para derrubar 1000, infelizmente.

     

     

    Bons estudos.

  • Discordo do gabarito. A Letra considerada pela banca como gabarito, diz: " a ciência, por mais que avance, estará SUJEITA à atitude irracional dos leigos ..."

    No texto em momento algum se afirma que "a ciência está SUJEITA a atitude irracional dos leigos"; o texto nos informa que quanto mais a ciência avança, mais os leigos buscam refúgio no misticismo, etc...; sendo então PROPOCIONAL, mesmo em sentidos opostos.

     

  • POR QUE A LETRA "E" ESTÁ ERRADA?

    A assertiva afirma que a ciência está sempre proporcional à irracionalidade, o que não é correto... vide este trecho:

    "É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um passo atrás..."


ID
2095327
Banca
FIOCRUZ
Órgão
FIOCRUZ
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O FUTURO NO PASSADO
1   Poucas previsões para o futuro feitas no passado se realizaram. O mundo se mudava do campo para as cidades, e era natural que o futuro idealizado então fosse o da cidade perfeita. Mas o helicóptero não substituiu o automóvel particular e só recentemente começou-se a experimentar carros que andam sobre faixas magnéticas nas ruas, liberando seus ocupantes para a leitura, o sono ou o amor no banco de trás. As cidades não se transformaram em laboratórios de convívio civilizado, como previam, e sim na maior prova da impossibilidade da coexistência de desiguais.
2  A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica que não poupam civis, mas não trouxe a democratização da prosperidade antevista. Mágicas novas como o cinema prometiam ultrapassar os limites da imaginação. Ultrapassaram, mas para o território da banalidade espetaculosa. A TV foi prevista, e a energia nuclear intuída, mas a revolução da informática não foi nem sonhada. As revoluções na medicina foram notáveis, certo, mas a prevenção do câncer ainda não foi descoberta. Pensando bem, nem a do resfriado. A comida em pílulas não veio - se bem que a nouvelle cuisine chegou perto. Até a colonização do espaço, como previam os roteiristas do “Flash Gordon”, está atrasada. Mal chegamos a Marte, só para descobrir que é um imenso terreno baldio. E os profetas da felicidade universal não contavam com uma coisa: o lixo produzido pela sua visão. Nenhuma previsão incluía a poluição e o aquecimento global.
3  Mas assim como os videntes otimistas falharam, talvez o pessimismo de hoje divirta nossos bisnetos. Eles certamente falarão da Aids, por exemplo, como nós hoje falamos da gripe espanhola. A ciência e a técnica ainda nos surpreenderão. Estamos na pré-história da energia magnética e por fusão nuclear fria.
4  É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um passo atrás, rumo ao irracional. Quanto mais perto a ciência chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal. E quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes sonhados, mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra do leigo.
(VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/07/2016, p. 15.)

 Imagine, em relação ao 4º parágrafo, um diálogo entre um cientista e um leigo, nos termos abaixo.
“Disse o cientista ao leigo:
˗ Vocês, leigos, representam o atraso, o irracional, pois não evoluem, não abandonam esta cultura de misticismo, desprezando os avanços da ciência.
O leigo respondeu:
- Não é verdade. Nós, leigos, apenas procuramos manter os valores que nos foram passados por nossos ancestrais, mas não impedimos os avanços da ciência.”
Redigindo-se a fala do cientista em discurso indireto, a forma correta é:

Alternativas
Comentários
  • gab E

    O discurso indireto não permite que as personagens se exprimam livremente, uma vez que as falas das personagens são apresentadas pelo narrador, ou seja, é o narrador que fala pela personagem.

    Características do discurso indireto:
    - O narrador utiliza as suas próprias palavras para reproduzir a essência das falas das personagens, atuando como intermediário, reproduzindo também as reações e a personalidade das mesmas.
    - A narração é feita na 3.ª pessoa.
    - É introduzido por verbos de elocução, ou seja, através de verbos que anunciam o discurso, como: dizer, perguntar, responder, comentar, falar, observar, retrucar, replicar, exclamar, aconselhar, gritar, murmurar, entre outros. Esses verbos de elocução aparecem seguidos das conjunções que ou se, separando a fala do narrador da fala da personagem.

  • Todas parecem estar no discurso indireto.

    Alguem consegue identificar os erros?

  • A - ERRADA - O cientista disse ao leigo vocês representam o atraso, o irracional, pois não evoluem, não abandonam a cultura do misticismo, desprezando os avanços da ciência. (o trecho é uma citação da fala do cienteista, caracterizando discurso indireto livre)

     

    B - ERRADA - O leigo ouviu do cientista uma crítica ao fato de eles representarem o atraso, o irracional, pois não evoluem, não abandonam a cultura do misticismo, desprezando os avanços da ciência. (disparidade entre os tempos verbais das formas em negrito)

     

    C - ERRADA - O cientista que disse ao leigo que eles representavam o atraso, o irracional, pois não evoluíam, não abandonavam a cultura do misticismo, acusou-os de desprezar os avanços da ciência. (erro bem evidente)

     

    D - ERRADA - O cientista disse-lhe vocês representam o atraso, o irracional, pois não evoluem, não abandonam a cultura do misticismo, desprezando os avanços da ciência. (o trecho é uma citação da fala do cienteista, caracterizando discurso indireto livre)

     

    E - CERTA - O cientista disse ao leigo que eles representavam o atraso, o irracional, pois não evoluíam, não abandonavam a cultura do misticismo, desprezando os avanços da ciência.

  • GABARITO E

     

    O discurso indireto é introduzido por verbos de elocução que anunciam o discurso. A seguir a esses verbos aparecem conjunções que marcam a separação da fala do narrador da fala da personagem, como as conjunções "que" e "se".

     

    Exemplos de discurso indireto:

    Mariana perguntou se podia fazer algo para ajudar.

    Descartes afirmou que pensava, logo existia.

     

    Assim, para que a passagem do discurso direto do cientista para o indireto seja correta, é necessário que se introduza esse discurso indireto com um verbo de elocução e uma conjunção, como vemos na alternativa E:

    "O cientista disse ao leigo que      eles representavam o atraso."

         Fala do narrador                          Fala da personagem

  • Dicas importantes sobre o Discurso INDIRETO:

    1- O narrador vai utilizar suas próprias palavras para descrever 
    as falas e reações do personagem;

    2- SEMPRE será narrado em 3 pessoa;


    Sobre a questão:

     a) ERRADA: O cientista disse ao leigo vocês representam...
            (2 PESSOA DO PLURAL)

      b)ERRADA: O leigo ouviu do cientista uma crítica ao fato de eles representarem...
        ( erro na escrita)

      c) ERRADA: O cientista que disse ao leigo que eles representavam...
        ( erro na escrita)

    d) ERRADA: O cientista disse-lhe vocês representam ...
         (2 PESSOA DO PLURAL)

      e)CERTA: O cientista disse ao leigo que eles representavam ...

     

    R.: "E"


ID
2117176
Banca
CETRO
Órgão
CREF - 4ª Região (SP)
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Família de Kevin deve receber parte de bilheteria do Corinthians
Lucas Reis, de São Paulo.
A família do garoto Kevin Espada, 14, morto por um sinalizador atirado por torcedores corintianos em Oruro, na Bolívia, deve receber parte da bilheteria de um dos próximos jogos do Corinthians, seja da Libertadores, seja do Campeonato Paulista ou até mesmo um amistoso.
A informação obtida pela Folha foi confirmada nesta segunda-feira pelo próprio clube. A ideia foi sugerida na última sexta-feira durante uma reunião entre os cartolas alvinegros.
O Corinthians informou que pretende encontrar uma solução para o caso até o fim da próxima semana, independentemente do julgamento da Conmebol, que deve ocorrer em até três dias.

A família de Kevin
Uma das possibilidades é que o jogo contra o Tijuana, na semana que vem, no Pacaembu, seja o escolhido. Caso a decisão da Conmebol demore, ou seja desfavorável e o estádio continue com portões fechados, uma partida do Estadual será escolhida.
A ideia, segundo o Corinthians, não consta da defesa jurídica enviada à Conmebol na semana passada. O clube também não decidiu ainda o percentual da renda bruta ou líquida que será repassado.
A iniciativa de indenizar os parentes de Kevin, segundo apurou a reportagem, engloba uma investida para suavizar a imagem corintiana, arranhada internacionalmente após o fatídico episódio.
Dentro do clube, há quem defenda que o Corinthians teve uma atitude jurídica perfeita, mas atabalhoada em relação à atitude e imagem.
Em Oruro, a Folha apurou que parentes de Kevin não concordaram com a atitude dos seus pais, que optaram por não entrar com ação pedindo uma indenização ao Corinthians. Limbert e Carola, os pais de Kevin, justificaram que não queriam ser acusados de utilizar o filho com fins mercantilistas.
“Ninguém [San José ou Corinthians] entrou em contato para dizer que se importa com o que aconteceu”, disse Limbert, há uma semana.
Luiz Felipe Santoro, advogado do clube, aguarda que a Conmebol julgue o clube até sexta -- o que viabilizaria a entrada da torcida no próximo jogo em casa, contra o Tijuana, na semana que vem. “Estou otimista, confio na argumentação jurídica do clube”, disse o advogado.
Fonte: Colaborou Eduardo Ohata, de São Paulo. http://www.folhaonline.com.br/.  

De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e obedecendo às regras de passagem do discurso direto para o discurso indireto, assinale a alternativa correta relativa ao trecho abaixo.
"Estou otimista, confio na argumentação jurídica do clube", disse o advogado.

Alternativas
Comentários
  • discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador. O discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

    Fonte: Normaculta


ID
2118790
Banca
CETRO
Órgão
CREF - 4ª Região (SP)
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia atentamente o texto abaixo para responder à questão.

Dor nas costas e má postura podem causar depressão

    Sentar inadequadamente na cadeira do trabalho, dirigir por horas e horas, e dormir em diversas posições são atos que, além de problemas físicos, podem desencadear outras doenças.

    Segundo pesquisadores da San Francisco State University, nos Estados Unidos, a má postura corporal piora o humor e pode até causar depressão.

    Para melhorar a qualidade de vida, Artur Hashimoto, treinador máster do CORE 360°, explica que exercícios básicos do treinamento funcional são capazes de fortalecer os músculos e ainda melhorar a qualidade de vida dos praticantes. E tudo isso em 30 minutos diários de atividades feitas de maneira bem simples.

    Um alongamento já é capaz de acordar o corpo e mantê-lo fortalecido para aguentar a rotina diária.

     “Além de ser uma forma de corrigir a postura e fortalecer os músculos de forma equilibrada, o alongamento é um ótimo estimulador do cérebro, e o faz liberar hormônios de bem-estar, como a serotonina”, diz, acrescentando que “o alongamento melhora a flexibilidade muscular, proporcionando maior elasticidade e redução de lesões”. Além disso, alguns exercícios específicos de treinamento funcional são ótimos para uma postura melhor. No caso, apostar nas atividades de estabilização no chão, como ponte e prancha, pode ser uma ótima opção. Tanto a ponte quanto a prancha (em decúbito dorsal, ventral e lateral) fazem parte dos exercícios isométricos, posições que ajudam a ganhar força e diminuir a sobrecarga nas articulações. “Tudo é uma combinação de um trabalho de fortalecimento com alongamento”, afirma Artur. Outra recomendação do profissional é apostar na liberação miofascial, que funciona como uma massagem, com o objetivo de acabar com os encurtamentos musculares que causam problemas na postura e na qualidade dos movimentos. Essa terapia corporal é de fácil aplicação, e o melhor, consiste em um resultado imediato e pode ser feita com bolas e rolos de espuma.

http://www.educacaofisica.com.br/index.php/ciencia-ef/canaiscienciaef/fisiologia/24925-dor-nas-costas-e-ma-postura-podemcausar-depressao. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão e obedecendo às regras de passagem do discurso direto para o discurso indireto, assinale a alternativa correta relativa ao trecho abaixo.
“Tudo é uma combinação de um trabalho de fortalecimento com alongamento”, afirma Artur.

Alternativas
Comentários
  • Questão muito fácil: "é" muda para "era".


ID
2189101
Banca
COMPERVE
Órgão
Prefeitura de Ceará-Mirim - RN
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

CONTRA A MERA “TOLERÂNCIA” DAS DIFERENÇAS
Renan Quinalha
“É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem-intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.
“Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.
“Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.
Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegemônica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.
Tolerar não deve ser celebrado e buscado nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.
Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.
Marcuse identificava dois tipos de tolerância: a passiva e a ativa. No primeiro caso, a tolerância é vista como uma resignação e uma omissão diante de uma sociedade marcadamente injusta em suas diversas dimensões. Por sua vez, no segundo caso, ele trata da tolerância como uma disposição efetiva de construção de uma sociedade igualitária. Não é este, no entanto, o discurso mais recorrente da tolerância em nossos tempos.
Assim, quando alguém lhe disser que é preciso “tolerar” a liberdade das mulheres, os direitos das pessoas LGBT, a busca por melhores condições de vida das pessoas pobres, as reivindicações por igualdade material das pessoas negras, dentre outros segmentos vulneráveis, simplesmente não problematize esse discurso.
Admitir a existência do outro não significa aceitá-lo em sua particularidade como integrante da comunidade política. É preciso, ensina Axel Honneth, valorizar os laços mais profundos de reciprocidade e respeito pelas diferenças, o que só o reconhecimento, estágio superior da tolerância, pode ajudar a promover.
Diversidade é um valor em si mesmo e não depende da concordância dos que ocupam posições de privilégios. Direitos e liberdades não se “toleram”. Devem ser respeitados e promovidos, por serem conquistas jurídicas e políticas antecedidas de muitas lutas.
O que não se pode tolerar é o discurso aparentemente “benevolente” e “generoso” – mas na verdade bem perverso – da tolerância das diferenças. Ninguém precisa da licença de ninguém para existir. 
Disponível em: . Acesso em: 12 abr. 2016. [Adaptado]

Glossário
- Axel Honneth (1949): Filósofo e sociólogo alemão, é diretor do Institut für Sozialforschung, da Universidade de Frankfurt, instituição na qual surgiu a chamada Escola de Frankfurt.
- Herbert Marcuse (1898-1979): Sociólogo e filósofo alemão, naturalizado norte-americano, pertenceu à Escola de Frankfurt. 

Nos sétimo, oitavo e nono parágrafos, há citações do discurso alheio que se apresentam sob forma

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: A

     

    Os parágrafos são os seguintes:

     

    Marcuse identificava dois tipos de tolerância: a passiva e a ativa. No primeiro caso, a tolerância é vista como uma resignação e uma omissão diante de uma sociedade marcadamente injusta em suas diversas dimensões. Por sua vez, no segundo caso, ele trata da tolerância como uma disposição efetiva de construção de uma sociedade igualitária. Não é este, no entanto, o discurso mais recorrente da tolerância em nossos tempos.

     

    Assim, quando alguém lhe disser que é preciso “tolerar” a liberdade das mulheres, os direitos das pessoas LGBT, a busca por melhores condições de vida das pessoas pobres, as reivindicações por igualdade material das pessoas negras, dentre outros segmentos vulneráveis, simplesmente não problematize esse discurso.

     

    Admitir a existência do outro não significa aceitá-lo em sua particularidade como integrante da comunidade política. É preciso, ensina Axel Honneth, valorizar os laços mais profundos de reciprocidade e respeito pelas diferenças, o que só o reconhecimento, estágio superior da tolerância, pode ajudar a promover.

     

    Notas:

     

    - Nos três exemplos temos o discurso indireto (o narrador apropria-se das falas dos citados), não há uso de aspas, travessões, etc. O que já elimina as alternativas B e D;

    - Não há a presença de conjunções conformativas (conforme, consoante, segundo, etc.);

    - Há um verbo do dizer: disser

  • Questão easy. Vamos lá.

    Citação direta: mesmas palavras. Normalmente. tais citações vêm entre aspas.

    Citação indireta: ideia alheia com palavras diferentes.

    7º Marcuse (pessoa cujas palavras serão referidas) identificava dois tipos de tolerância: a passiva e a ativa. No primeiro caso, a tolerância é (verbo que endossa o argumento do autor) vista como uma resignação e uma omissão diante de uma sociedade marcadamente injusta em suas diversas dimensões. Por sua vez, no segundo caso, ele trata  (verbo que endossa o argumento do autor) da tolerância como uma disposição efetiva de construção de uma sociedade igualitária. Não é este, no entanto, o discurso mais recorrente da tolerância em nossos tempos.

    8º Assim, quando alguém lhe disser que é preciso “tolerar” a liberdade das mulheres, os direitos das pessoas LGBT, a busca por melhores condições de vida das pessoas pobres, as reivindicações por igualdade material das pessoas negras, dentre outros segmentos vulneráveis, simplesmente não problematize esse (verbo que endossa o argumento do autor) discurso.

    Admitir (verbo que endossa o argumento do autor) a existência do outro não significa aceitá-lo em sua particularidade como integrante da comunidade política. É preciso (verbo que endossa o argumento do autor), ensina Axel Honneth, valorizar os laços mais profundos de reciprocidade e respeito pelas diferenças, o que só o reconhecimento, estágio superior da tolerância, pode ajudar a promover.

  • -
    quanto ao trecho "..auxílio de verbos de dizer.." da assertiva A, eu olhei e pensei:
    " a COMPERVE precisa de umas aulas com a FCC"

  • Características:

    Discurso direto: não conduzido pelo autor, apresenta marcas gráficas ( travessão, aspas), reprodução literal de falas, objetivo, maior vivacidade da cena e não apresenta verbos dicendi ( ele disse, falou, respondeu...)

    ex.: -Não gosto disso

    - Eu sei

    - Sou assim mesmo.

     

    Discurso Indireto: feito a partir de referências do narrador, geralmente se perde ou altera a mensagem, não possui marcas  gráficas ( aspas, travessão...) e HÁ verbos dicendi.

    Ex.: Ele disse que não gostava, eu respondi dizendo que sabia e ele retrucou dizendo que era assim mesmo. 

  • O discurso direto vem introduzido por um verbo que anuncia a fala citada. Tais verbos são denominados de dizer (d izer, responder, retrucar, afirmar, falar, entre outros) e podem ser colocados antes do discurso direto, em oração intercalada, no interior do discurso direto ou no final do discurso direto.
    Ex.: O professor esclarece : “Os jovens levam a sério o mundo dos super-heróis, mas não completamente”.

    Marcas do discurso indireto da mesma forma do discurso direto, vem também introduzido por um verbo de dizer; ao contrário do discurso direto, a fala citada é introduzida por meio de uma partícula introdutória: que ou se.  

    Em um texto narrativo, o narrador pode optar pelo discurso direto, que é a transcrição da fala do interlocutor, ou pelo discurso indireto com a transmissão da essência do pensamento do entrevistado. Em síntese, a função dos verbos dicendi é declarar a mensagem e ainda retratar o comportamento – em determinada circunstância – ou mesmo o caráter das personagens.

    exemplos de verbos de dizer:

    dizer

    afirmar, declarar

    perguntar

    indagar, interrogar

    contestar

    negar, objetar, exortar

    concordar

    assentir, anuir

    exclamar

    gritar, bradar

    pedir

    solicitar, rogar

    exortar

    animar, aconselhar

    ordenar

    mandar, determinar

     

    Analisando a questão, no parágrafo sétimo "Marcuse identificava dois tipos de tolerância:.." Entendi que o verbo sublinhado seria um verbo de dizer, como no parágrafo nono seria o verbo ensinar "É preciso, ensina Axel Honneth..." Pois ambos introduzem o pensamento dos respectivos autores.

    Não sei se está correto, apenas entendi dessa forma e consegui acertar a questão.

     

  • GABARITO: A.

    "..auxílio de verbos de dizer.." 


ID
2189332
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Venda Nova do Imigrante - ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    O coronel, que então morava já na cidade, tinha um compadre sitiante que ele estimava muito. Quando um filho do compadre Zeferino ficava doente, ia para a casa do coronel, ficava morando ali até ficar bom, o coronel é que arranjava médico, remédio, tudo.
    Quase todos os meses o compadre pobre mandava um caixote de ovos para o coronel. Seu sítio era retirado umas duas léguas de uma estaçãozinha da Leopoldina, e compadre Zeferino despachava o caixote de ovos de lá, frete a pagar. Sempre escrevia no caixote: CUIDADO É OVOS – e cada ovo era enrolado em sua palha de milho com todo cuidado para não se quebrar na viagem. Mas, que o quê: a maior parte quebrava com os solavancos do trem.
    Os meninos filhos do coronel morriam de rir abrindo o caixote de presente do compadre Zeferino; a mulher dele abanava a cabeça como quem diz: qual...Os meninos, com as mãos lambuzadas de clara e gema, iam separando os ovos bons. O coronel, na cadeira de balanço, ficava sério; mas, reparando bem, a gente via que ele às vezes sorria das risadas dos meninos e das bobagens que eles diziam: por exemplo, um gritava para o outro – “cuidado, é ovos”!
    Quando os meninos acabavam o serviço, o coronel perguntava:
    – Quantos salvaram?
    Os meninos diziam. Então ele se voltava para a mulher: “Mulher, a quanto está a dúzia de ovos aqui no Cachoeiro?” A mulher dizia. Então ele fazia um cálculo do frete que pagara, mais do carreto da estação até a casa e coçava a cabeça com um ar engraçado:
    – Até que os ovos do compadre Zeferino não estão me saindo muito caros desta vez. [...]
(BRAGA, R. O Compadre Pobre. In. BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 2013. Fragmento.)

A expressão do ponto de vista do narrador pode ser identificada através de alguns recursos, sendo um deles o da adjetivação. Tal fato pode ser identificado no fragmento transcrito em:

Alternativas
Comentários
  • A adjetivação consite na ação ou efeito de adjetivar, de modificar um substantivo com um ou mais adjetivos. Nesse caso, a letra D apresenta adjetivos dado ao coronel.

  • Adjetivos, leitura e produção de textos

       A adjetivação é um dos elementos modalizadores de um texto, ou seja, imprime ao que se fala ou escreve. Quando é excessiva e voltada a obtenção de efeitos retóricos, prejudica a qualidade do texto e evidencia o despreparo ou a má-fé de quem escreve. Quando é feita com sobriedade e sensibilidade, contribui para a eficiência interlocutiva do texto.

       Nos textos dissertativos, os adjetivos normalmente explicitam a posição de quem escreve em relação ao assunto tratado. É muitas vezes por meio de adjetivos que os juízos e avaliações do produtor do texto vêm a tona, transmitindo ao leitor atitudes como aprovação, reprovação, aversão, admiração, indiferença. Analisar a adjetivação de um texto dissertativo é, portanto, um bom caminho para captar com segurança a opinião de quem o produziu. Lembre-se de que é a sua adjetivação que deve cumprir esse papel quando você escreve.

       Nos textos ou passagens descritivas, os adjetivos cumprem uma função mais plástica: é por meio deles que se costuma atribuir formas, cor, peso, sabor e outras dimensões aos seres que estão sendo descritos. É óbvio que, neste caso, o emprego de uma seleção sensível e eficiente de adjetivos conduz a um texto mais bem-sucedido, capaz de transmitir ao leitor uma impressão bastante nítida do ser ou objeto descrito. São nessas passagens descritivas que a adjetivação atua nos textos narrativos

    fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf39.php

  • "O coronel, na cadeira de balanço, ficava sério..."

    O coronel = sujeito

    Ficava  = verbo intransitivo

    Sério = predicativo do sujeito (tem a função de adjetivar, qualificar o sujeito)

    Na cadeira de balanço = adjunto adverbial de lugar

  • Resposta D

    “O coronel, na cadeira de balanço, ficava sério; mas, reparando bem, a gente via que ele às vezes sorria [...]” (3º§) 

    Adjetivação: ação ou efeito de adjetivar, de modificar um substantivo com um ou mais adjetivos.

  • Adjetivação
    Há dois conceitos de adjetivação: 1) presença de muitos adjetivos em um texto ou 2)
    transformação de um substantivo em adjetivo.

     

    PESTANA, FERNANDO.

  • A alternativa "D" está mostrando uma percepção externa, ou seja, uma observação pessoal do narrador.

  • Podemos ver esta presença marcante do narrador nas ações verbais de reparar estas adjetivações através do termo " a gente".

  • “O coronel, na cadeira de balanço, ficava sério; mas, reparando bem, a gente via que ele às vezes sorria [...]” (3º§) 

    Adjetivação: ação ou efeito de adjetivar, de modificar um substantivo com um ou mais adjetivos.

  • Adjetivação – Consiste na utilização de um ou mais adjetivos, de forma a tornar o texto mais expressivo.

    Ex: As ondas do mar eram leves, brancas e espumosas.

    http://segundociclo.webnode.pt/products/recursos-expressivos/


ID
2206312
Banca
MS CONCURSOS
Órgão
Prefeitura de Itapema - SC
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

De acordo com as normas gramaticais, assinale a alternativa onde temos um discurso indireto.

Alternativas
Comentários
  • (D)

    O discurso indireto é definido como o registro da fala da personagem sob influência por parte do narrador. Nesse tipo de discurso, os tempos verbais são modificados para que haja entendimento quanto à pessoa que fala. Além disso, costuma-se citar o nome de quem proferiu a fala ou fazer algum tipo de referência.

  • discurso indireto não permite que as personagens se exprimam livremente, uma vez que as falas das personagens são apresentadas pelo narrador, ou seja, é o narrador que fala pela personagem.

     

    " O discurso indireto faz referência à fala de outro personagem".

  • Discurso Indireto

    No discurso indireto, o narrador da história interfere na fala do personagem donde profere suas palavras. Aqui não encontramos as próprias palavras da personagem.

    Características do Discurso Indireto

    O discurso é narrado em terceira pessoa.

    Algumas vezes são utilizados os verbos de elocução, por exemplo: falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar. Contudo não há utilização do travessão, pois geralmente as orações são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações, o que pode ser marcado através da conjunção “que” (verbo + que).

    Exemplos de Discurso Indireto

    Os formados repetiam que iriam cumprir seus deveres e respeitar seus semelhantes com firmeza e honestidade.

    O réu afirmou que era inocente.

    Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar. Cumprimentou e perguntou quem estava falando. Do outro lado, alguém respondeu ao cumprimento e perguntou com tom de simpatia com quem a pessoa queria falar.

  • Gab.: D.

     

    discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.

    discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

  • DIRETO - Normalmente enunciado em primeira pessoa
    INDIRETO - Normlamente enunciado em terceira pessoa.

  • Discurso indireto : o autor fala pelo personagem

     

    Discurso indireto livre: permite que os acontecimentos sejam narrados em simultêneo

     

    Discurso direto: permite que a personagen se expresse livremente.

     

    Pouco a pouco...

  • discurso indireto não permite que as personagens se exprimam livremente, uma vez que as falas das personagens são apresentadas pelo narrador, ou seja, é o narrador que fala pela personagem.

    Características do discurso indireto

    O narrador utiliza as suas próprias palavras para reproduzir a essência das falas das personagens, atuando como intermediário, reproduzindo também as reações e a personalidade das mesmas.

    A narração é feita na 3.ª pessoa.

    É introduzido por verbos de elocução, ou seja, através de verbos que anunciam o discurso, como: dizer, perguntar, responder, comentar, falar, observar, retrucar, replicar, exclamar, aconselhar, gritar, murmurar, entre outros. Esses verbos de elocução aparecem seguidos das conjunções que ou se, separando a fala do narrador da fala da personagem.

    Exemplos de discurso indireto

    O desconhecido perguntou que horas eram.

    Foi então que ele disse que estava cansado de tanta confusão.

    Todos os dias minha mãe me dizia que ficasse atenta e não fizesse bagunça nas aulas.

    Fonte: https://www.normaculta.com.br/discurso-indireto/

  • Discurso indireto: Narrador que fala pelo personagem (funciona como uma fofoca, informação).

  • a) Preciso sair por alguns instantes. QUEM PRECISA? EU preciso...direto

     b)Sou a pessoa com quem falou há pouco. QUEM? EU sou uma pessoa...direto

     c) Não me ligues mais!  Vc mesmo estão falando : não me ligue..direto

     d) Disse que viviam muito bem lá!  QUEM DISSE? ELE disse...indireto. PQ indireto? Alguém está falando sobre algo/ sobre alguma pessoa e não a pessoa diretamente sobre ela mesma entende? rss..

  • GABARITO D

     

     

    discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.

     

    discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

     

    Exemplos de passagem do discurso direto para o discurso indireto

    Discurso direto: - Eu comecei minha dieta ontem.
    Discurso indireto: Ela disse que começara sua dieta no dia anterior.


ID
2228452
Banca
IFB
Órgão
IFB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia a crônica “A perigosa aventura de escrever” para responder à questão.

      A PERIGOSA AVENTURA DE ESCREVER

    “Minhas intuições se tornam mais claras ao esforço de transpô-las em palavras”. Isso eu escrevi uma vez. Mas está errado, pois que, ao escrever, grudada e colada, está a intuição. É perigoso porque nunca se sabe o que virá — se se for sincero. Pode vir o aviso de uma destruição, de uma autodestruição por meio de palavras. Podem vir lembranças que jamais se queria vê-las à tona. O clima pode se tornar apocalíptico. O coração tem que estar puro para que a intuição venha. E quando, meu Deus, pode-se dizer que o coração está puro? Porque é difícil apurar a pureza: às vezes no amor ilícito está toda a pureza do corpo e alma, não abençoado por um padre, mas abençoado pelo próprio amor. E tudo isso pode-se chegar a ver — e ter visto é irrevogável. Não se brinca com a intuição, não se brinca com o escrever: a caça pode ferir mortalmente o caçador.
(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.)

Quanto ao(s) tipo(s) de discurso(s) que estrutura(m) essa crônica, é possível afirmar:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Letra B

  • Qual a justificativa para o gabarito?

  • Discurso direto: quando narrador descreve textualmente as falas da personagem no modo como ela as diz, caracterizado pela presença de verbos com sentido de perguntar, verbos que demonstram o estado de espírito.

    Discurso indireto: o narrador conta a história e reproduz fala e reações das personagens, sendo escrito em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza das palavras dele para reproduzir aquilo que foi dito pela personagem.


    Discurso indireto-livre: Nesse tipo de discurso, a fala interior da personagem (as emoções, as ideias, os sentimentos, as reflexões) insere-se em meio à fala do narrador de forma sutil, causando certa confusão.

  • Gabarito: Letra B

    Essa crônica é estruturada em um monólogo interior direto, onde a escritora/personagem apresenta o conteúdo de sua consciência sem a interferência de um narrador. Percebem-se fatos e sensações exclusivamente através dos olhos da personagem. Como não há mudança de interlocutor, por se tratar de um monólogo interior direto, os travessões não indicam que há discurso direto, servem apenas para destacar elementos no interior das frases.

  • Discurso indireto-livre: Nesse tipo de discurso, a fala interior da personagem (as emoções, as ideias, os sentimentos, as reflexões) insere-se em meio à fala do narrador de forma sutil, causando certa confusão.

  • LETRA B

    a) Errado. No texto, o travessão não indica discurso direto.

    b) Certo. Os travessões não indicam que há discurso direto nesse texto.

    c) Errado. Há outras marcas.

    d) Errado. Está reproduzindo exatamente o que está pensando.

    e) Errado. O texto não tem discurso indireto livre.

    Questão comentada pela Profª. Tereza Cavalcanti