SóProvas


ID
3922753
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Cananéia - SP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia a crônica de Ivan Angelo para responder à questão.



Janelas e varandas


      Varandas e janelas podem ser um campo interessante para observação nas metrópoles. Contribuições pessoais de moradores para a decoração da cidade. Espaços de expressão. Vitrines individuais.

      É da sacada do prédio que o morador da metrópole confere a paisagem, o tempo e a vida lá fora. Janelas separam o íntimo e o público, mas algumas pessoas não se importam de botar no espaço público um pouco do que é do íntimo.

       Rede estendida já vi mais de uma vez, em exíguas varandas, uma até com um homem em descuidada sesta. Nostalgia do Nordeste? De algum sítio? De uma minivaranda da Bela Vista1 , moça sentada de toalha nos ombros nus sob um secador de cabelos daqueles de pé e capacete, lendo revista. Casa dela ou salão de beleza improvisado? Em uma janela que dá para o Minhocão2 , uma gaiola com passarinho. Ave presidiária, condenada à feiura e ao barulho humanos. Será que canta? 

     Nesses espaços “públicos”, os ricos diferenciam-se principalmente pelas plantas, alguns com verdadeiras florestas. O povão ousa mais no pessoal. Como se fosse um quintal, lá põe rede, casa de cachorro, fogão quebrado, poleiro de papagaio, latão com planta, pendura bicicleta, monta churrasqueira...

    Mas, em certas ocasiões, como Natal e Copa do Mundo, todos se igualam e botam luzes piscantes ou bandeiras.

    É o que basta para pensarmos neles com uma distante camaradagem – oi, oi, estou aqui, sou um ser humano e cuido de um passarinho.



(VEJA SP, 05.10.2005. Adaptado)




1. Bela Vista: bairro paulistano.

2. Minhocão: famoso viaduto na cidade de São Paulo.

Assinale a alternativa que está redigida em conformidade com a concordância verbal e nominal estabelecida pela norma-padrão.

Alternativas
Comentários
  • Assertiva D

    Podem surgir diversas interpretações quando se observam atitudes alheias, uma delas é o anseio por camaradagem entre os seres humanos.

  • ✅ Gabarito: D

     a) Como tema para a crônica, vieram à mente do autor as inúmeras janelas e varandas que desenha uma grande cidade → INCORRETO. O correto é DESENHAM. O verbo concorda com os termos "inúmeras janelas e varandas", os quais são retomados pelo pronome relativo "que".

     b) A privacidade revelada pelos objetos expostos nas varandas variam de morador para morador, mostrando a pluralidade social → INCORRETO. O correto é VARIA. O verbo concorda com o núcleo do sujeito no singular "privacidade".

     c) A metrópole, sempre meia cinzenta, colore-se quando há luzes piscantes e bandeiras espalhadas pelos apartamentos → INCORRETO. O correto é MEIO. Trata-se de um advérbio; deve-se manter invariável.

     d) Podem surgir diversas interpretações quando se observam atitudes alheias, uma delas é o anseio por camaradagem entre os seres humanos → CORRETO. Temos um caso de sujeito posposto. O quê pode surgir? Diversas interpretações PODEM SURGIR. 

     e) Observando o barulho e a degradação, o cronista se indaga se os pássaros, mesmo preso em gaiolas, continuam cantando → INCORRETO. O correto é PRESOS. Concorda com o substantivo "pássaros".

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • D

    - Em (a), está errada: “Como TEMA para a crônica, vieram à mente do autor AS INÚMERAS JANELAS E VARANDAS que DESENHA uma grande cidade”, deveria ser “temas” pois os temas são “as inúmeras janelas e varandas” e ele é o antecedente do relativo “que”, obrigando o verbo “desenhar” estar no plural;

    - Em (b), está errada: “A PRIVACIDADE REVELADA pelos objetos expostos nas varandas VARIAM...” o verbo deveria estar no singular para concordar com seu núcleo;

    - Em (c), está errada: “A metrópole, sempre MEIA cinzenta...” o vocábulo “meio” deveria estar no masculino por se tratar de um advérbio de intensidade, logo invariável;

    - Em (d), está tudo certinho: “PODEM SURGIR diversas interpretações quando SE OBSERVAM atitudes alheias, uma delas é o anseio por camaradagem entre os seres humanos” a locução verbal “pode surgir” possui sujeito posposto “diversas interpretações, logo o auxiliar está no plural. Em “se observam” o “se” é uma apassivadora, logo está no plural para concordar com seu sujeito paciente “atitudes alheias”;

    - Em (e), está errado: “Observando o barulho e a degradação, o cronista se indaga se os pássaros, mesmo PRESO (“presos” – os pássaros) em gaiolas, continuam cantando”.

  • LETRA A - Como tema para a crônica, vieram à mente do autor as inúmeras janelas e varandas que desenha[m] uma grande cidade.

    LETRA B - A privacidade revelada pelos objetos expostos nas varandas variam de morador para morador, mostrando a pluralidade social.

    LETRA C - A metrópole, sempre meia cinzenta, colore-se quando há luzes piscantes e bandeiras espalhadas pelos apartamentos.

    LETRA D - Podem surgir diversas interpretações quando se observam atitudes alheias, uma delas é o anseio por camaradagem entre os seres humanos.

    LETRA E - Observando o barulho e a degradação, o cronista se indaga se os pássaros, mesmo preso[s] em gaiolas, continuam cantando.

  • Na alternativa C, o erro é quase imperceptível! Fiquei um bom tempo entre a C e D, até que percebi o erro de concordância nominal na palavra "meia"

  • A questão requer conhecimento acerca de concordância verbal e nominal.

    ALTERNATIVA (A) INCORRETA – O verbo desenhar - o qual faz parte da oração subordinada adjetiva restritiva - deveria ser flexionado no plural, concordando com seu sujeito composto “janelas e varandas" na oração anterior.

    ALTERNATIVA (B) INCORRETA – O verbo variar deveria estar flexionado no singular, concordando com seu núcleo do sujeito “privacidade".

    ALTERNATIVA (C) INCORRETA – A palavra meia em “meia cinzenta" é advérbio, esta classe gramatical é invariável. O correto é “meio cinzenta".

    ALTERNATIVA (D) CORRETA – Tanto a concordância verbal quanto a nominal estão de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

    ALTERNATIVA (E) INCORRETA – O adjetivo preso deveria estar flexionado no plural, concordando com o substantivo “pássaros".

    GABARITO DA PROFESSORA: Letra D.

  • delícia essa questão , ouuuuw papai

  • O examinador foi sem vergonha na letra B. O cara colocou tudo isso antes do verbo (revelada pelos objetos expostos nas varandas) para pensarmos que o verbo tinha que ficar no plural. Que cidadão ruim. Só ele quer continuar com a boa casa, carro, viagens eternas, por isso faz agente sofrer. Mas não tardará para ficarmos no mesmo conforto que ele, após anos e muito tempo se esforçando, cansando e, às vezes, sem vontade alguma de estudar a mesma matéria, o mesmo assunto, a mesma banca. Ufaaaaa Vamos lá pessoal.

  • complicado !! a luta é constante !

  • advérbio não varia na letra c✍️