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ID
3941563
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Divulgação Científica: Biologia, Tecnologia e Cidadania


Em certas regiões da África, a frequência de um alelo que causa a anemia falciforme (ou siclemia) tornou-se muito alta. Esse alelo produz uma hemoglobina anormal. Os indivíduos homozigotos que possuem esses dois alelos apresentam anemia e problemas circulatórios que podem ser fatais. Os heterozigotos (indivíduos com um alelo que condiciona a anemia e outro alelo normal) ou não tem a doença ou têm em forma branda, sem prejuízos à sobrevivência. Além disso, eles são resistentes à malária, doença comum nessa região da África, provocada pela protozoário plasmódio, que parasita o fígado e as hemácias, causando a destruição dessas células. Os heterozigotos são resistentes porque os parasitas consomem o oxigênio da hemácia infectada, o que facilita a aglutinação da hemoglobina e promove a formação de hemácias em meia – lua, característica da doença. Essas hemácias com má – formação serão destruídas pelo baço antes que o parasita complete seu desenvolvimento. Assim, os indivíduos heterozigotos têm vantagens sobre as pessoas sem alelos para a anemia falciforme, pois estas podem contrair a doença, e sobre os portadores de alelos para a anemia falciforme em homozigose, pois eles morrem cedo. A sobrevivência dos heterozigotos garante, naquelas regiões africanas, uma frequência maior de indivíduos heterozigotos do que em regiões onde não há malária. Dessa forma, poder-se-ia esperar que, uma vez erradicada a malária, a frequência do alelo para a anemia diminuísse. Porém, apesar do uso de inseticidas e de outras medidas, a erradicação total da malária nas regiões endêmicas é muito difícil. Um estudo mostrou que a frequência do alelo para a anemia falciforme na população dos Estados Unidos vinda de regiões malarígenas da África diminuiu para 4,2%. A maioria dessa população emigrou das regiões malarígenas da África ocidental há cerca de trezentos anos, e nessas regiões a frequência do alelo é de 12%. Portanto, a mudança de ambiente exerceu uma influência sobre o alelo para a anemia falciforme e diminuiu sua frequência na população

(LINHARES, S; GEWANDSZNAJDER, H. P. Biologia Hoje. Volume 3. 3 ed. São Paulo: Ática, 2016).


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