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ID
3963526
Banca
VUNESP
Órgão
AVAREPREV-SP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder à questão:

Os resistentes

    Não sucumbi ao telefone celular. Não tenho e nunca terei um telefone celular. Quando preciso usar um, uso o da minha mulher. Mas segurando-o como se fosse um grande inseto, possivelmente venenoso, desconhecido da minha tribo. Sei que alguns celulares ronronam e vibram discretamente, em vez de desandarem a chamar seus donos com música. Infelizmente, os donos nem sempre mostram a mesma discrição. Não é raro você ser obrigado a ouvir alguém tratando de detalhes da sua intimidade ou dos furúnculos da tia Djalmira a céu aberto, por assim dizer.
        Não dá para negar que o celular é útil, mas no caso a própria utilidade é angustiante. O celular reduziu as pessoas a apenas extremos opostos de uma conexão, pontos soltos no ar, sem contato com o chão. Onde você se encontra se tornou irrelevante, o que significa que, em breve, ninguém mais vai se encontrar.
   Não tenho a menor ideia de como funciona o besouro maldito. E chega um momento em que cada nova perplexidade com ele se torna uma ofensa pessoal, ainda mais para quem ainda não entendeu bem como funciona uma torneira.
    Ouvi dizer que o celular destrói o cérebro aos poucos. Vejo a nós – os que não sucumbiram, os últimos resistentes – como os únicos sãos num mundo imbecilizado pelo micro-ondas de ouvido, com o qual as pessoas trocarão grunhidos pré-históricos, incapazes de um raciocínio ou de uma frase completa, mas ainda conectadas. Seremos poucos, mas nos manteremos unidos, e trocaremos informações. Usando sinais de fumaça.

(Luis Fernando Veríssimo [org. Adriana Falcão e Isabel Falcão], “Os resistentes”. Ironias do tempo, 2018. Adaptado.)

Na perspectiva do narrador, o aparelho celular

Alternativas
Comentários
  • Assertiva C

    tende a limitar os contatos presenciais, além de comprometer o desenvolvimento do raciocínio.

    "Oh,Zap"rsrs

  • O celular reduziu as pessoas a apenas extremos opostos de uma conexão, pontos soltos no ar, sem contato com o chão. Onde você se encontra se tornou irrelevante, o que significa que, em breve, ninguém mais vai se encontrar.

    gab: C

    tende a limitar os contatos presenciais, além de comprometer o desenvolvimento do raciocínio.

  • Gabarito C (tende a limitar os contatos presenciais, além de comprometer o desenvolvimento do raciocínio.)

      [...] O celular reduziu as pessoas a apenas extremos opostos de uma conexão, pontos soltos no ar, sem contato com o chão. Onde você se encontra se tornou irrelevante, o que significa que, em breve, ninguém mais vai se encontrar. [...] 

     [...] Ouvi dizer que o celular destrói o cérebro aos poucos. Vejo a nós – os que não sucumbiram, os últimos resistentes – como os únicos sãos num mundo imbecilizado pelo micro-ondas de ouvido, com o qual as pessoas trocarão grunhidos pré-históricos, incapazes de um raciocínio ou de uma frase completa, mas ainda conectadas.[...]

    Tudo posso Naquele que me fortalece!

  • "O celular reduziu as pessoas a apenas extremos opostos de uma conexão, pontos soltos no ar, sem contato com o chão. Onde você se encontra se tornou irrelevante, o que significa que, em breve, ninguém mais vai se encontrar."

    "Ouvi dizer que o celular destrói o cérebro aos poucos."

    GABARITO -> [C]

  • A verdade é que a diminuição da interação face a face, realmente deixou as pessoas mais felizes. Mas, como tem que seguir o raciocínio do autor... kkkk

    gabarito: Letra C

  • Para você que marcou a alternativa B

    não é está alternativa, por este motivo "Não dá para negar que o celular é útil, mas no caso a própria utilidade é angustiante."

    Ele é útil assim como diz o personagem, entretanto na alternativa diz que não tem alguma utilidade.