SóProvas


ID
3970336
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
UFSM
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Crianças que possuem demais Elas já tendem a acumular muita tralha, não comece essa loucura antes mesmo de elas nascerem, pelo bem delas e do planeta

Isabel Clemente

    [...] O excesso que pauta a ideia do que precisamos ter para viver está tirando a noção de muita gente. Desde que os sacos de pipoca quadruplicaram de tamanho passamos a acumular em casa e no corpo os excessos da vida insustentável. Consumimos e comemos demais. A obesidade como epidemia, inclusive entre crianças, é a prova material disso. Está faltando freio. Ostentar virou um modo de vida numa sociedade cheia de peças faltando. E abro um parêntese importante aqui para dizer que mania de acumulação não é privilégio dos ricos, muito menos dos famosos. Pode ser que as celebridades, depois das declarações públicas, promovam uma doação em peso de tudo que ganharam e, para não magoar ninguém, façam segredo disso. Vai saber.

    O apego é um hábito ruim e democrático: assola pessoas das mais variadas classes. E não afetam só o fulano que pode se tornar um consumidor compulsivo eternamente insatisfeito, como até pesquisas mostram. Há males nesse comportamento que prejudicam todos ao redor.

    Pesquisadores da Northwestern University (EUA) encontraram uma forte correlação entre indivíduos materialistas e um comportamento antissocial, egoísta e competitivo. Segundo esse estudo, que foi publicado em 2012, a tendência da pessoa materialista é apresentar um nível maior de ansiedade e insatisfação com a própria vida. São pessoas que costumam dar ênfase demais a si mesmas e não se envolvem de forma profunda e colaborativa com os demais, de acordo com os experimentos conduzidos por psicólogos e médicos.

    O egoísta é aquele que depois vai, no mínimo, estacionar o carro na vaga de cadeirante ou de idoso sem pertencer a nenhuma das duas categorias porque “precisava urgentemente”. A urgência dele é sempre maior do que a do outro.

    A identidade de uma pessoa não depende apenas de sua índole. Sofre influência do ambiente e da interação até circunstancial com os outros. Por um complexo sistema de trocas subjetivas é que o aprendizado acontece enquanto incorpora valores nos quais acredita. Se ela cresce acostumada à ideia de que precisa de muito, jamais saberá o que é lidar com pouco, não entenderá a diferença entre o que é e o que tem, desenvolvendo grandes chances de buscar aceitação social por aquilo que possui.

    Dosar as posses dos nossos filhos é algo que está em nossas mãos durante um certo (e curto) período da vida deles. É uma atitude que, por um lado, ensina um pouco sobre desprendimento e, por outro, auxilia na organização da própria vida. Cabe aos responsáveis estabelecer regras e apresentar propostas sadias para que o quarto do filho - e consequentemente a vida dele - não se torne um depósito infinito de tudo que ele irá ganhar durante a vida.

    Crianças requerem atenção redobrada porque são seres em formação. Estão mais propensas a terem o foco desviado. Presas fáceis dos comerciais na televisão, conhecem todos os brinquedos que não têm. Querem quase tudo porque está para nascer o ser humano imune a tanto apelo. Ensinálas nesse ambiente adverso dá mais trabalho. Passa pelo exemplo e pelo convencimento, ou você ouvirá da sua filha de quatro anos que seu armário também está cheio de roupas, quando a ela for negado um novo brinquedinho no mesmo dia em que você tiver comprado uma blusa.

    Lá em casa, chegada a hora de se desfazer de brinquedos e roupas, sempre rolam discussões e argumentações que aos poucos constroem nas crianças um pouco dos princípios nos quais eu e meu marido acreditamos. É preciso abrir mão enquanto o brinquedo e a roupa forem úteis e bons a quem os herdar. Não podemos ter vergonha daquilo que estamos doando. E se sentir saudade depois daquilo que perdeu, ótimo, faz parte do crescimento também saber lidar com perdas.

    Crianças que possuem demais sofrem do mesmo mal do adulto obrigado a fazer escolhas em demasia todos os dias, não valorizam o que têm, perdem tempo e sentem-se perdidas.

    Essa é a lógica que procuro empregar na minha vida, mas quem ouviu aquele disparate da filha de quatro anos fui eu.

Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/isabel-clemente/ noticia/2014/02/criancas-que-bpossuem-demaisb.html 

Em “...costumam dar ênfase demais a si mesmas...”, o termo destacado

Alternativas
Comentários
  • Pronomes oblíquos Átonos: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes

    Pronomes oblíquos Tônicos: mim, comigo / ti, contigo / si, consigo / nós / conosco / vós / convosco / eles / elas

    Reflexivo: dão a si mesmas

  • Pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos de preposição e exercem função sintática de complemento.

  • Os pronomes reflexivos são utilizados para representar quando uma ação reflete sobre o próprio sujeito.

  • Eles se abraçaram : recíproco. Eu abraço ele e ele me abraça.

    Costumam dar ênfase a si mesmas: reflexivo. Dão a si mesmas.

    Espero ter ajudado, bons estudos.

  • Pronomes reflexivos Se, si, consigo: 

    Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser usados na voz reflexiva ou na voz reflexiva reciproca. 

    Exemplos:

    • Quem não se cuida, acaba ficando doente. 
    • Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho. 
    • Gilberto trouxe consigo os três irmãos.

    Pronomes oblíquos átonos:

    São os chamados átonos os pronomes oblíquos que não são precedidos de preposição possui acentuação tônica fraca.

    1° me, nos 

    2° te, vos 

    3° se, o, a, lhe, se, os, as, lhes

    Eles podem exercer diversas funções sintáticas nas orações. São elas:

    - O "lhe" é sempre objeto indireto 

    - O "se" "me", "nos", "te", "vos" podem ser objeto diretoindireto

    - O "o", "a", "os", "as" são sempre objeto direito.

    - O me, te, lhe, nos, vos, lhes, podem ser adjunto adnominal ou complemento nominal

  • SE A AÇÃO REFLETIR AO PRÓPRIO SUJEITO PRONOME REFLEXIVO

  • Os átonos são pronomes que nunca são precedidos por preposição. Já os pronomes tônicos são sempre precedidos por preposição.

    “...costumam dar ênfase demais a si mesmas..."

    Melhor do que tentar decorar todos igual a um mongolaum