SóProvas


ID
3976846
Banca
Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ
Órgão
Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Costuma-se dizer que o português é uma língua difícil. Logo de início, é preciso esclarecer que não existe língua fácil: até mesmo um idioma artificial como o esperanto, criado para ser simples, tem lá as suas artimanhas. Todas as línguas apresentam dificuldades, sejam gramaticais, fonéticas ou mesmo ortográficas, e isso tanto para o estrangeiro quanto para o falante nativo.

    No entanto, estudos comparativos entre línguas permitem quantificar de forma objetiva o grau de complexidade de um idioma. Por exemplo, a comparação entre as conjugações verbais de várias línguas possibilita identificar qual delas possui mais paradigmas de flexão distintos, qual apresenta mais formas irregulares, e assim por diante.

    Se compararmos o português às demais línguas da Europa Ocidental (não vou tratar aqui do grego ou das línguas eslavas, cuja fama de complicadas já se tornou proverbial), observaremos que ela é mais simples em alguns aspectos e mais complexa em outros.

Aldo Bizzocchi. “O domínio pelo pronome”. In: Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento. Ano II, número19, maio 2007. Adaptado.

“Se compararmos o português às demais línguas da Europa Ocidental...” (3º parágrafo). De acordo com a norma gramatical, nesse fragmento, é necessário o emprego do acento grave indicativo de crase. Também se torna obrigatório o uso do acento grave em:

Alternativas
Comentários
  • Discorrendo em linhas lacônicas, Celso Pedro Luft, no introito de Decifrando a Crase, ensina que se usa o acento grave no "a" em duas circunstâncias apenas:

    1ª) para sinalizar a crase, isto é, para indicar que o "a" vale por dois: à = a + a;

    2ª) para sinalizar preposição "a" em expressões de circunstância com substantivo feminino singular, indicando que não se deve confundir com o artigo "a" (p.ex. escrever à mão, cortar à faca, etc.)

    a) Encontravam-se longe, haviam caminhado até a praia.

    Incorreto. Não há obrigatoriedade mas facultatividade diante da preposição "até". Poder-se-ia ou não marcar o fenômeno;

    b) O olhar do detetive percorreu a sala de ponta a ponta.

    Incorreto. Não se marca o fenômeno, tendo em vista que entre as palavras repetidas existe somente preposição;

    c) O palestrante devolveu a pergunta para seu interlocutor

    Incorreto. O segmento (a pergunta) é objeto direto do verbo "devolver", transitivo direto. Logo, não se marca o fenômeno;

    d) Alguns buscam incutir conceitos duvidosos a força.

    Correto. As duas últimas palavras da frase constituem uma locução adverbial cujo núcleo é um substantivo feminino (força). Desse modo, deve-se marcar o fenômeno: à força;

    e) Alguns linguistas são contrários a essas teorias.

    Incorreto. O adjetivo "contrário" reclama mesmo preposição "a", no entanto o complemento (essas teorias) não está determinado. Sendo assim, está proibida a marcação do fenômeno.

    Letra D

  • GAB ( A )

    Regras de sobrevivência...

    A) Encontravam-se longe, haviam caminhado até a praia.

    Diante de até Indicando distância =facultativo.

    B) O olhar do detetive percorreu a sala de ponta a ponta

    Não usamos crase diante de palavras repetidas.

    cuidado: Declarei guerra à guerra.

    C) O palestrante devolveu a pergunta para seu interlocutor

    Troque a palavra feminina pela masculina...se aparecer "ao" = crase.

    Devolveu o gabarito

    D) Alguns buscam incutir conceitos duvidosos a força.

    Diante de locuções adverbiais = crase obrigatória.

    E) Alguns linguistas são contrários a essas teorias.

    Não use crase se a apalavra posterior é pluralizada e o "a " está sozinho.

  • GABARITO = D