Perry Anderson, em seu trabalho “Linhagens do Estado Absolutista", apresenta uma estrutura quase dual das relações entre senhores e servos durante as diversas vivências de estados absolutistas, tendo como referência a superestrutura dessa forma de Estado e sociedade. Independentemente da simultaneidade, ou não , dos períodos em que os estados estudados por Anderson em seu trabalho conheceram o absolutismo, estes tiveram características semelhantes no que diz respeito às relações sociais, principalmente as de senhorio e servidão.
Essas relações eram pautadas no privilégio do direito feudal à posse das terras devido às tradições das famílias nobiliárquicas, além da permanente isenção de tributos diretos dessa camada social frente às taxações constantes sobre aos setores da população que, consequentemente estavam excluídos desses privilégios. Portanto, quaisquer indivíduos que vivessem nas terras desses senhores nobres, estavam fadados ao pagamento de variados tributos como, por exemplo, a corveia, a talha, e a banalidade.
Para responder essa questão, o aluno deve conhecer sobre essas estruturas sociais do estado absolutista além das redes de privilégios das diferentes classes nobiliárquicas da Europa entre os séculos XVI e XVIII. Uma das alternativas indica o tema do trecho destacada
A) ERRADA – As tributações devidas pelos servos aos seus senhores eram iguais . Poderia haver variação de percentuais na medida em que os senhores determinavam quais seriam as formas das taxas a serem pagas pelos que viviam e/ou trabalhavam em suas posses. Não há semelhanças com a sociedade pós industrial
B) ERRADA – O operariado industrial, ou proletariado surge a partir das transformações sociais em consequência da Revolução Industrial. A migração da mão de obra camponesa expropriada das terras comuns na Inglaterra para os centros industriais, em busca de trabalho, a transforma em mão de obra assalariada e explorada segundo a lógica da estrutura capitalista. Não é típica do absolutismo.
C) CORRETA – A sociedade europeia, sob o advento do Antigo Regime ,era dividida em estamentos bem definidos e com pouquíssima ou nenhuma mobilidade entre elas, mas apenas dentro de cada estamento. A rede de privilégios da nobreza passa desde a sua origem pelo nascimento, passando pela posse vitalícia das terras além da isenção de tributos. Diferentemente deste grupo dominante, praticamente o restante da sociedade europeia daquela época estava sob o crivo das determinações impostas pela nobreza os quais ditavam as leis em suas propriedades.
D) ERRADA – As restrições à participação política nas democracias da antiguidade atingiam os indivíduos não considerados cidadãos daquela sociedade. Isso poderia atingir tanto mulheres, quanto estrangeiros ou escravos, dependendo da cultura e organização política e social de cada comunidade. Na Europa do Antigo Regime o Estado era composto por membros da nobreza , civil e eclesiástica, que determinava as leis e quem deveria cumpri-las.
E) ERRADA – A nobreza, enquanto dona das terras na maior parte do território europeu, era quem determinava as leis dentro de seus domínios de forma descentralizada, sobretudo durante a Idade Média. Passaram a ter poderes políticos na medida em que se uniram num Estado após o período de crise do sistema feudal, unindo-se à figura de um herdeiro real, constituindo uma corte para administrar uma monarquia feudal centralizada.
Gabarito do Professor: Letra C.