O Absolutismo foi um sistema de ordem política e social que predominou na Europa durante os séculos XVI e XIX. Este sistema defendia que os monarcas deveriam ter o poder absoluto sobre todas as instâncias do Estado: política, econômica e religiosa. A sociedade obedecia à ordem estamental. A relação entre o Rei e os súditos era de fidelidade e lealdade, segundo a qual os súditos prestavam obediência e respeito ao monarca. Com relação à ordem religiosa, os reis indicavam nobres para altos cargos da hierarquia eclesiástica. Na economia, as diretrizes do sistema estavam baseadas no mercantilismo. Seu objetivo principal era o acúmulo de riquezas simbolizadas em metais preciosos. Para atingir este objetivo, os monarcas absolutistas privilegiaram a classe burguesa incentivando a exploração marítima para a busca de metais preciosos e ampliação de comércio externo até com o que viesse de fora do seu território.
O absolutismo inglês destacou-se com o Rei Henrique VIII que fundou a Igreja Anglicana e retomou as terras que foram doadas à Igreja Católica instaurando a situação na qual o poder do rei era maior do que o do parlamento. A Rainha Elisabeth I fortaleceu o mercantilismo inglês e consolidou o poder da marinha inglesa. Agiu em consonância com o Parlamento e garantiu a participação de grupos emergentes, como a burguesia comercial. O absolutismo na Inglaterra começou em 1485 e terminou em 1688, quando Guilherme de Orange jurou o Bill of Rights e instaurou a monarquia parlamentarista.
A servidão feudal sobre os camponeses foi intensificada, na Prússia, como uma tentativa da nobreza proprietária de terras para fortalecer o seu poder. Frederico Guilherme, aliado aos proprietários de terra com a política servil, favoreceu o fortalecimento do exército, a burocratização estatal; o que facilitou a centralização do poder de Estado da Dinastia dos Hohenzollern. O monarca Frederico Guilherme investiu na estrutura agrícola, estimulou o desenvolvimento comercial e a criação de companhias comerciais.
A política absolutista prussiana se tornou o país uma potência econômica e militar, com desenvolvimento artístico e cultural além de estabelecidos os fundamentos de um desenvolvimento comercial e manufatureiro. O crescimento da Prússia criou as condições necessárias para que a unificação alemã ocorresse no século XIX.
O Candidato para responder esta questão precisa ter conhecimento das principais características do que se entende por “absolutismo" e, as especificidades de cada Estado Moderno. Além da obra de Perry Anderson, há uma boa quantidade de publicações, em português, sobre o tema. Particular atenção às publicações de Francisco Falcon e Edmilson Rodrigues
A) INCORRETA – Os Estados Absolutistas interviram diretamente na economia e tinham como diretriz econômica o mercantilismo. Um dos grandes objetivos econômicos para a nação mercantil é o acúmulo de riquezas. Parcela da burguesia foi privilegiada pela monarquia com criação de uma moeda única e com o incentivo a ampliação do comércio e a exploração marítima. Não há uma orientação clara para o desenvolvimento industrial , somente manufatureiro e, em alguns Estados.
B) CORRETA – O Absolutismo é um sistema político no qual concentra o poder político, religioso, econômico nas mãos do Rei. As experiências absolutistas ocorreram no continente europeu dos séculos XVI e XIX. Os fatores de formação dos Estados e o crescimento da burguesia mercantil favoreceram o surgimento do Estado Absolutista. Mas, cada território terá condições de instituir o absolutismo em tempos diferentes.
C) INCORRETA – A sociedade absolutista possuía uma estrutura estamental. O Estado era organizado de e para estamentos, como a nobreza e o clero. Parcela da burguesia foi beneficiada por estar relacionada a questões comerciais que propiciavam o acúmulo de riquezas. As classes populares não possuíam espaço para questionamento a ordem dita como natural e suas reivindicações eram reprimidas.
D) INCORRETA - O termo absolutismo se refere a centralidade dos poderes sob a tutela do Rei. Em alguns casos, como na Inglaterra, foi fundada uma nova igreja cujo chefe era o Rei. E outros Estados Modernos o Rei era responsável por “indicar" altos cargos eclesiásticos. O poder político e econômico era centralizado nas mãos do monarca. Reis chegam a fechar assembleias, até mesmo de nobres, em determinados Estados. Na verdade não define as ordens estamentais
E) INCORRETA – O poder real na Monarquia Absolutista era de ordem política, econômica e religiosa. O Rei Henrique VIII, na Inglaterra, fundou a Igreja Anglicana; na Monarquia Portuguesa verificou-se a indicação de altos cargos na hierarquia eclesiástica da Igreja católica, por parte do Rei. Mas, o poder dos reis não era ilimitado. O rei tinha que articular com Igreja e com suas bases sociais. Além de ter que obedecer às tradições de seu povo.
Gabarito do Professor: Letra B.