SóProvas


ID
4091209
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de São José dos Campos - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder à questão.

Desista, menino!
    Numa manhã de 1954, aos 19 anos e cheio de esperança, peguei um bonde na Penha e fui parar na redação da Folha da Manhã. Fui ao chefe de arte, expliquei que estava em busca de uma oportunidade e apresentei uma pasta com meus trabalhos. Com ar displicente, ele passou os olhos em apenas dois ou três desenhos. A única coisa que disse, com ar meio professoral, meio zombeteiro, foi isto:
    – Desista, menino. Desenho não dá dinheiro nem futuro para ninguém. Vá fazer outra coisa da vida.
    Desde muito cedo, eu sonhava em ser desenhista de histórias em quadrinhos, mas tudo jogava contra. O Brasil não tinha tradição nessa área, as tiras de sucesso eram basicamente estrangeiras. Além disso, padres e educadores acreditavam que gibis eram uma ameaça para os jovens. Achavam que as crianças, por lerem histórias de crime e suspense, se tornariam psicopatas e assassinas. Se dependesse dos críticos, os gibis seriam riscados do mapa.
    Mas eu nem desconfiava desse cenário. Só queria desenhar. Então como aquele cara podia decretar o fim do meu sonho dizendo que era impossível viver de desenho?!
    A história do mundo está cheia de “nãos” que podiam fazer sentido para quem os disse, mas que depois se revelaram estupendas bolas fora. A gravadora Decca recusou os Beatles por julgar que eles nunca teriam futuro na música. Criadora do bruxo Harry Potter, J. K. Rowling levou mais de 10 nãos antes de encontrar a editora que publicaria seu primeiro livro. Walt Disney foi demitido de um jornal sob a alegação de ter pouca imaginação e nenhuma ideia original.
    Em 1954, meus sonhos eram feitos basicamente de esperança. Aquele “Desista, menino”, que ouvi há mais de 60 anos, se tornou uma espécie de pedra fundamental que usei como base para construir o futuro. Em vez de derrubar o sonho, aquilo o reforçou. Por índole ou formação, a palavra “impossível” não constava do meu dicionário.

(Mauricio de Sousa. Mauricio – a história que não está no gibi – em depoimento a Luis Colombini. Rio de Janeiro: Primeira Pessoa, 2017. Adaptado)

Considere os seguintes trechos:

•  Achavam que as crianças, por lerem histórias de crime e suspense, se tornariam psicopatas e assassinas.
•  A gravadora Decca recusou os Beatles por julgar que eles nunca teriam futuro na música.
•  Por índole ou formação, a palavra “impossível” não constava do meu dicionário.

Nos três contextos apresentados, o vocábulo “por” estabelece relação de

Alternativas
Comentários
  • Assertiva D

    o vocábulo “por” estabelece relação de causa.

  • Nem sempre estabelece causa, no entanto, quando tem POR + INFINITIVO, daí é outra história.

  • "por" pode ser substituído por "em razão", feita as devidas adapatações, - dá ideia de causa.

    Gabarito letra D!

  • GAB. D)

    POR CAUSA

  • CONCESSÃO

    POR MAIS

  • POR+VERBO=CAUSA

  • Para identificar Adj. Adv. Causa, podemos fazer a seguinte pergunta: POR QUE RAZÃO?

    • por lerem histórias de crime e suspense, se tornariam psicopatas e assassinas.
    • recusou os Beatles por julgar que eles nunca teriam futuro na música. 
    • Por índole ou formação, a palavra “impossível” não constava do meu dicionário.
    • Gab.: D
  • bizu:

    Sentido de Causa ==> pode trocar por "O fato de"

    ex: As pessoas achavam que as crianças se tornariam psicopatas e assassinas, Pelo fato de as crianças lerem histórias de crime e suspense. (causa)