SóProvas


ID
4091215
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de São José dos Campos - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder à questão.

Desista, menino!
    Numa manhã de 1954, aos 19 anos e cheio de esperança, peguei um bonde na Penha e fui parar na redação da Folha da Manhã. Fui ao chefe de arte, expliquei que estava em busca de uma oportunidade e apresentei uma pasta com meus trabalhos. Com ar displicente, ele passou os olhos em apenas dois ou três desenhos. A única coisa que disse, com ar meio professoral, meio zombeteiro, foi isto:
    – Desista, menino. Desenho não dá dinheiro nem futuro para ninguém. Vá fazer outra coisa da vida.
    Desde muito cedo, eu sonhava em ser desenhista de histórias em quadrinhos, mas tudo jogava contra. O Brasil não tinha tradição nessa área, as tiras de sucesso eram basicamente estrangeiras. Além disso, padres e educadores acreditavam que gibis eram uma ameaça para os jovens. Achavam que as crianças, por lerem histórias de crime e suspense, se tornariam psicopatas e assassinas. Se dependesse dos críticos, os gibis seriam riscados do mapa.
    Mas eu nem desconfiava desse cenário. Só queria desenhar. Então como aquele cara podia decretar o fim do meu sonho dizendo que era impossível viver de desenho?!
    A história do mundo está cheia de “nãos” que podiam fazer sentido para quem os disse, mas que depois se revelaram estupendas bolas fora. A gravadora Decca recusou os Beatles por julgar que eles nunca teriam futuro na música. Criadora do bruxo Harry Potter, J. K. Rowling levou mais de 10 nãos antes de encontrar a editora que publicaria seu primeiro livro. Walt Disney foi demitido de um jornal sob a alegação de ter pouca imaginação e nenhuma ideia original.
    Em 1954, meus sonhos eram feitos basicamente de esperança. Aquele “Desista, menino”, que ouvi há mais de 60 anos, se tornou uma espécie de pedra fundamental que usei como base para construir o futuro. Em vez de derrubar o sonho, aquilo o reforçou. Por índole ou formação, a palavra “impossível” não constava do meu dicionário.

(Mauricio de Sousa. Mauricio – a história que não está no gibi – em depoimento a Luis Colombini. Rio de Janeiro: Primeira Pessoa, 2017. Adaptado)

A concordância está de acordo com da norma-padrão da língua na seguinte frase escrita a partir do texto:

Alternativas
Comentários
  • B - Foi entregue ao chefe de arte alguns desenhos do autor, os quais mal foram avaliados.(DOS QUAIS)

    C- Eram comuns entre alguns padres e educadores a crença de que histórias de crime e suspense tornavam as crianças violentas.(ERA COMUM ... A CRENÇA)

    D- É verdade que muitos “nãos” foram dito a celebridades antes de alcançarem o sucesso.(DITOS)

    E- Beatles, J. K. Rowling e Walt Disney tem em comum o fato de haver sido rejeitados no início de suas carreiras.(TÊM)

  • Jaine, na realidade o erro da alternativa B é este:

     Foi entregue ao chefe de arte alguns desenhos do autor, os quais mal foram avaliados

    No caso, alguns desenhos FORAM ENTREGUES.

    Foram entregues ao chefe de arte alguns desenhos do autor, os quais foram avaliados.

  • Gabarito: A.

    Na década de 1950, liam-se basicamente histórias em quadrinhos estrangeiras.

    .

    .

    Pois bem, vamos facilitar o entendimento.

    -> Trata-se de voz passiva sintética. Inicialmente temos um adjunto adverbial temporal LONGO, deslocado, por isso as virgulas. Basicamente é um adjunto adverbial CURTO deslocado, assim, suas vírgulas são facultativas.

    -> Facilitando o entendimento, poderíamos retirar os ADJUNTOS ADVERBIAIS para enxergar o sujeito.

    .

    .

    -> Liam-se histórias em quadrinhos estrangeiras. (O QUE LIAM-SE?) Histórias em quadrinhos estrangeiras.

    Qual o núcleo do sujeito? Histórias, uma vez que é um substantivo não preposicionado.

    Ademais, estamos diante de um sujeito paciente (voz passiva sintética), o qual exige a concordância entre sujeito e verbo. Já que o núcleo é "histórias", o verbo precisa estar no plural LIAM-SE.

  • → Voz passiva sintética: Verbo + Particula "SE" + Sujeito paciente.

    Na década de 1950, liam-se basicamente histórias em quadrinhos estrangeiras.

    Histórias em quadrinhos estrangeiras eram lidas ,basicamente, na década de 1950.

  • A) Na década de 1950, liam-se basicamente histórias... Adjunto adverbial LONGO deslocado por virgula. Liam-se histórias. GABARITO

    B - Foi entregue ao (....) alguns desenhos do autor, os quais mal foram avaliados.(Foram entregues, Dos Quais)

    C- Eram comuns (....) a crença de que histórias.... (Era comum... a Crença)

    D- É verdade que muitos “nãos” foram dito a celebridades antes de alcançarem o sucesso.(Ditos)

    E- Beatles, J. K. Rowling e Walt Disney tem em comum ... (têm, acento diferenciado. Ele tem, Eles têm).

    É preciso ter disciplina, pois nem sempre estaremos motivados.

  • O correto da letra E seria o verbo ter no plural, ou seja, têm

  • Gabarito letra A.

    Dúvida:

    Quanto à letra E, além do erro já apontado pelos colegas, ou seja, "tem" quando o correto seria "têm", não estaria errada também a construção "haver sido rejeitados", de modo que o correto fosse "haverem sido rejeitados"? Nessa situação, o verbo "haver" não está no sentido de "existir", mas sim de "ter".

    Desde já, agradeço a quem puder ajudar.

  • Alguém me explica o ''DOS'' na alternativa B?

  • Histórias estrangeiras é certo. Mas no caso da letra A não deveria ser quadrinhos estrangeiros, por qual motivo não é estrangeiros??