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ID
4125724
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de São Paulo - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto, para responder à questão.


O valor da mentira


      Durante o conclave de 1522, que terminaria por ungir Adriano VI em papa, as estátuas no entorno da Piazza Navona, no centro de Roma, passaram a amanhecer com pequenos pedaços de papel pregados. Eram textos de autoria do escritor e poeta Pietro Aretino (1492-1556), já então uma das mais conhecidas “penas de aluguel” da Itália. Com seu estilo satírico e mordaz, inteligente e ferino, Aretino dedicava-se a atacar um por um dos cardeais que poderiam vir a ser o novo pontífice. Os ataques eram financiados pelo cardeal Giulio de Medici, que acabou se tornando o papa Clemente VII um ano depois, com a morte de Adriano VI. A partir daí, o gênero dos “panfletos difamatórios” ficou conhecido como “pasquim”. Aretino transformou a difamação em negócio e fez fortuna com os jornalecos.

    Em 2016, as mentiras veiculadas com o objetivo de beneficiar um indivíduo ou um grupo – ou simplesmente franquear ao seu disseminador o prazer de manipular multidões – ganharam o nome de fake news. Aquele foi o ano em que o mundo se surpreendeu com a vitória do Brexit no Reino Unido e também o ano em que, nos Estados Unidos, as redes sociais foram infestadas por textos que diziam que a então candidata democrata, Hillary Clinton, havia enviado armas para o Estado Islâmico, ou que o papa Francisco declarara apoio ao rival dela, o hoje presidente Donald Trump.

     Nas fake news não cabem relativismos nem discussões filosóficas sobre o conceito de “verdade” – trata-se, pura e simplesmente, de informações deliberadamente enganosas. São lorotas destinadas a ludibriar os incautos, ou os nem tão incautos assim, ávidos por pendurar seus argumentos em fatos que não podem ser comprovados. O suposto desconhecimento de uns, aliado ao oportunismo de outros, ampliou o significado da expressão de forma a adequá-lo a demandas de ocasião. Em prática recém-inaugurada, a expressão fake news passou a ser usada por poderosos para classificar tudo o que a imprensa profissional publica a respeito deles e que lhes desagrada – apesar de ser invariavelmente verdadeiro. Ajuda no sucesso dessa estratégia maliciosa a popularidade dos novos meios de comunicação nascidos com a internet.

(Anna Carolina Rodrigues, Veja, 26.10.2018. Adaptado)

As expressões destacadas nas passagens – … ou simplesmente franquear ao seu disseminador o prazer de manipular multidões... / São lorotas destinadas a ludibriar os incautos... – têm antônimos, correta e respectivamente, em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO -E

    Ele solicita os antônimos:

    franquear

    Sinônimos - autorizar, conceder, isentar, permitir, transpor, libertar, oferecer, expandir.

    Antônimos - fechar, proibir, encobrir, impedir.

    incautos

    sinônimos -  não tem cautela: 1 descuidado, desacautelado, desprevenido, desprecavido, imprudente, imprevidente, improvidente, irrefletido. Que é ingênuo: 2 ingênuo, inocente, crédulo, crente, puro, simples, simplório, criança, infantil, pueril.

    Antônimos - sensato, advertido, acautelado, precavido, prevenido, ponderado, sagaz, bem-assessorado, atento, vigilante, sisudo, discreto, prudente, comedido, circunspecto, cauteloso, atilado, sengo.

    Fonte: Dicionário.

  • Sua próxima prova da Vunesp terá uma questão de Antônimo.

  • Fiquei entre a letra B e a E.

    Pelo o contexto, dá para eliminar a B ainda que não se saiba o conceito de incauto.

    As fake news não têm como alvo PRINCIPAL as pessoas coerentes (antônimo de incoerente, letra B).

    Elas se destinam muito mais às pessoas que não são precavidas, que não conferem as fontes das notícias e etc. O antônimo destas, então, seria "pessoas devidamente precavidas."

    Se eu estiver errado, corrijam-me, por favor.