Considere o excerto abaixo:
"[...] no convívio com os surdos, o abade L’Epée percebe que os gestos cumpriam as mesmas funções das línguas faladas e, portanto, permitiam uma comunicação efetiva entre eles. E assim inicia-se o processo de reconhecimento da Língua de Sinais. Não apenas em discursos, mas em práticas metodológicas desenvolvidas por ele [...]. Além disso, para o abade, os sons articulados não eram o essencial na educação de surdos, mas sim a possibilidade que tinham de aprender a ler e a escrever através da Língua de Sinais, pois essa era a forma natural que possuíam para expressar suas ideias. A língua utilizada no processo educativo era a de sinais. É interessante realçar que, nessa época, a educação de surdos tinha os mesmos objetivos que a educação dos ouvintes, ou seja, o acesso à leitura. Para o abade, a comunicação em sala de aula se efetivava graças ao domínio que ambos, professores e alunos, tinham da Língua de Sinais. Portanto, não se justificava poucos alunos surdos nesse espaço, mas sim classes com a mesma arquitetura das escolas públicas para ouvintes." (SILVA, 2006, p. 23).
QUADROS, Ronice Müller de. (Org.). Estudos surdos I. Petrópolis: Arara Azul, 2006. p. 14-37. (Série Pesquisas).
Nesse excerto, há descrição de fatos decorrentes da