SóProvas


ID
4165615
Banca
FCC
Órgão
FCRIA-AP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    1. A crônica no Brasil teve alguns autores de grande qualidade literária que também chegaram ao sucesso popular. João do Rio, Rubem Braga e Nelso Rodrigues logo vêm à mente. Depois deles, o grande cronista famoso do país é, claro, Luis Fernando Verissimo. Ele tem grande percepção para o comportamento social e suas mudanças e semelhanças no passar do tempo, revelando mais sobre a atual classe média brasileira em seus textos do que todos os ficcionistas vivos do país, somados. Seu intimismo não é nostálgico, é reflexivo; ele não precisa rir para que se perceba que está contando uma piada; e jamais deixa de dar sua opinião. Sobre suas influências, métodos e assuntos, ele fala na entrevista a seguir.

    2. Ivan Lessa diz que a crônica no Brasil tem uma tradição rica porque “somos bons no pinguepongue”. Você concorda? E por que somos bons no pinguepongue? Lessa diz que é porque “gostamos de falar de nós mesmos, contar a vida (íntima) para os outros... – Acho que a crônica pegou no Brasil pelo acidente de aparecerem bons cronistas, como o Rubem Braga, que conquistaram o público. Não existem tantos cronistas porque existia uma misteriosa predisposição no público pela crônica, acho que foram os bons cronistas que criaram o mercado.

    3. Você, na verdade, talvez seja o menos “confessional” dos cronistas brasileiros. Difícil vê-lo relatar que foi a tal lugar, com tal pessoa, num dia chuvoso etc. e tal. Por quê? – De certa maneira, o cronista é sempre seu assunto. A crônica não é lugar para objetividade, todos escrevem de acordo com seus preconceitos. Ser mais pessoal, mais coloquial, depende do estilo de cada um. Mas a gente está se confessando sempre.

    4. Há uma mescla de artigo e crônica nos seus textos, como se você estivesse interessado nas ideias, na reflexão sobre o comportamento humano, e ao mesmo tempo desconfiasse profundamente de generalizações e filosofices. Você é um pensador que “croniqueia” ou um cronista que filosofa? – Prefiro pensar que sou um cronista que às vezes tem teses, mas nunca vai buscá-las muito fundo. O negócio é pensar sobre as coisas, e tentar pensar bem, mas nunca esquecer que nada vai ficar gravado em pedra, ou fazer muita diferença.

    5. Você diz que o século XX foi o das “boas intenções derrotadas”. Também foi o século de Frank Sinatra, de Pelé... E o século das listas de melhores do século. Você faria uma lista das dez boas intenções vencedoras? – Este foi o século em que as melhores ideias foram derrotadas. Eu só livraria a escada rolante e o controle remoto.

(Adaptado de: PIZA, Daniel. Entrevista com Luís Fernando Verissimo. São Paulo: Contexto, São Paulo, 2004, ed. digital.) 

As normas de concordância encontram-se respeitadas em:

Alternativas
Comentários
  • A) A crônica, além de se prestarem a ser documentos da atualidade, guarda características literárias que a mantém viva. - O verbo prestar deve concordar com "crônica". O Correto seria: "A crônica, além de se prestar (...)

    B)Cada um dos cronistas brasileiros, que chegam a obterem em um sucesso, não tiveram de disputar lugar na imprensa, pois haviam lugares para todos. - Verbo haver no sentido de existir fica na 3ª pessoa do singular (havia).

    C) Embora a crônica tenha recentemente ganhado estatuto semelhante a outros gêneros literários, nem sempre foram assim, pois aqueles que a compunha eram considerados antes jornalistas que escritores. - Foram está se referindo à "crônica", logo deve concordar em número ( nem sempre a crônica foi assim).

    D) Já no fim do século XIX via-se cronistas famosos, como Machado de Assis, de quem grande parte dos textos foi publicado no jornal Gazeta de Notícias. - Partícula Apassivadora: VTD (ver) + SE , mantém a concordância nominal. -> viam-se cronistas, "cronistas eram vistos".

  • GABARITO - E

    A) A crônica, além de se prestarem a ser documentos da atualidade, guarda características literárias que a mantém viva.

    Quem se apresenta a ser documento ....

    A crônica / A crônica se apresenta a ser documento da atualidade

    -----------------------------------------------------------

    B) Cada um dos cronistas brasileiros, que chegam a obterem em um sucesso, não tiveram de disputar lugar na imprensa, pois haviam lugares para todos.

    o verbo fica no singular quando o sujeito é formado por "cada um de" seguido de expressão no plural: "Cada um dos

    Ex; Cada um dos participantes, ao inscrever-se, deverão receber as orientações necessárias

    (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2112200602.htm )

    Haver no sentido de existir = Impessoal

    Havia lugares ( Objeto direto )

    -------------------------------------------------------------------------

    C) Embora a crônica tenha recentemente ganhado estatuto semelhante a outros gêneros literários, nem sempre foram assim, pois aqueles que a compunha eram considerados antes jornalistas que escritores.

    Nem sempre foi assim

    ------------------------------------------------------------------------------

    D) Já no fim do século XIX via-se cronistas famosos, como Machado de Assis, de quem grande parte dos textos foi publicado no jornal Gazeta de Notícias.

    Via-se algo...

    VTD + SE = partícula apassivador

    Viam -se cronistas famosos

    Cronistas famosos eram vistos.

    -------------------------------------------------------

    E) A maioria dos cronistas que se põem a escrever sobre o cotidiano, mesmo que faça referência a questões políticas, costuma acrescentar nuanças pessoais a seus textos.

    A maioria dos cronistas se põe a escrever

    A maioria dos cronistas se põem a escrever

    A maioria dos cronistas costuma acrescentar ...

    A maioria dos cronistas costumam acrescentar ..

    -----------------------------------------------------------------

    Fontes: PASQUALE CIPRO NETO

    P & SPADOTO, FTD.

  • Bem estranha a alternativa E. É verdade que temos a opção de concordar com o partitivo, mas é preciso manter o paralelismo. No caso, o verbo "costuma" deveria estar no plural também.

  • não seria caso de crase na letra E ?? "referência a quê"
  • Quando a expressão de quantidade (maioria, parte) não vier seguida de substantivo no plural (pessoas, funcionários, alunos, professores, etc.), o verbo fica no singular: A maioria é formada! Boa parte não tem estudo!

    Chamamos de sujeito “coletivo partitivo” o termo no plural (pessoas, indivíduos, crianças, condôminos, empresários, funcionários, etc.) em associação com o núcleo do sujeito no singular que expressa quantidade (parte, maioria).

    Quando isso ocorre, a concordância pode ser feita tanto com o núcleo do sujeito e, então, ficará no singular quanto com o substantivo após o núcleo e, portanto, ficará no plural.

    E) A maioria dos cronistas que se põem a escrever sobre o cotidiano, mesmo que faça referência a questões políticas, costuma acrescentar nuanças pessoais a seus textos.

    E) A maioria dos cronistas que se põem a escrever sobre o cotidiano, mesmo que faça referência a questões políticas, costuma acrescentar nuanças pessoais a seus textos.

  • COMO O COLEGA VINÍCIUS DISSE, NA LETRA "E", FALTOU PARALELISMO.

  • Expressão partitiva: "Maioria de" pode concordar com plural ou singular que no caso é: custuma/custumam

  • Assertiva E

    A maioria dos cronistas que se põem a escrever sobre o cotidiano, mesmo que faça referência a questões políticas, costuma acrescentar nuanças pessoais a seus textos.

    Faça ou não faça. A tentativa não existe -mestre yoda.

  • Faltou o paralelismo na letra E, mas é a "menos errada".

  • Para melhor compreensão: paralelismo não é regra.

  • Amigo Vinícius, quanto ao paralelismo, ele não é obrigatório em todas as situações. Podemos abrir mão do paralelismo, por exemplo, para se imprimir um estilo próprio à escrita, deixando o texto com um aspecto mais peculiar do escritor. No entanto, para a norma culta e seu uso em contratos, documentos, artigos e outros, é necessário o uso de paralelismo.

    Com relação ao termo "a maioria de", que é expressão partitiva, pode haver duas concordâncias, por exemplo:

    A maioria dos eleitores vota/votam mal.

    Uma junta de médicos deu/deram alta ao paciente.

    Gabarito: letra E.

  • Letra E é a menos errada.

  • E) A maioria dos cronistas que se põem a escrever sobre o cotidiano, mesmo que faça referência a questões políticas.

    Não teria que ser referência as questões ?

  • A maioria dos cronistas que se põem a escrever sobre o cotidiano, mesmo que faça referência a questões políticas, costuma acrescentar nuanças pessoais a seus textos.

    se põem concorda com cronistas

    costuma concorda com a maioria

  • Alternativa correta é a letra E

    A alternativa D me derrubou, achei que era sujeito indeterminado, mas era voz passiva, não prestei atenção que tratava-se de um VTD, enfim, apesar de não concordar com a forma que foi usada na alternativa E, não há erro nela.

  • Pois é, Zé! A alternativa E está errada também, mas é claro que é a alternativa que a banca quer que marquemos. Não briguemos, pois, com ela. Vez que nosso objetivo é ser nomeado, e não ficar de picuinha com as bancas.

  • (A) A crônica, além de se prestarem (prestar) a ser documentos da atualidade, guarda características literárias que a mantém (mantêm) viva.

    Regra:

    1) Via de regra, o verbo concorda com o núcleo do sujeito, exceto nos casos das concordâncias especiais, o que não é o caso.

    2) O que marca o singular ou plural do verbo "tem" e seus derivados (detém, mantém etc.) é o sinal diferencial (mantém - singular, mantém - plural), o "que" desempenha função de sujeito (pronome relativo) retoma "características literárias" (que está no plural), portanto, o verbo fica no plural.

    (B) Cada um dos cronistas brasileiros, que chegam a obterem em um sucesso, não tiveram (teve) de disputar lugar na imprensa, pois haviam (havia) lugares para todos.

    Regra:

    1) No sujeito "Cada um dos cronistas brasileiros" o núcleo do sujeito é o pronome indefinido "um" (lembre que o núcleo do sujeito é a palavra mais importante e nunca é preposicionada), portanto, o verbo fica no singular.

    2) O verbo "haver", quando for equivalente a existir, é impessoal, isto é, não admite sujeito e fica obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular.

    (C) Embora a crônica tenha recentemente ganhado estatuto semelhante a outros gêneros literários, nem sempre foram (foi) assim, pois aqueles que a compunha eram considerados antes jornalistas que escritores.

    Regra:

    "[Ela] (a crônica) nem sempre foi considerada assim..."

    (D) Já no fim do século XIX via-se cronistas famosos, como Machado de Assis, de quem grande parte dos textos foi publicado (foi publicada) no jornal Gazeta de Notícias.

    Regra:

    1) Concordância especial: quando o sujeito for uma expressão partitiva (a maioria de, grande parte de, uma parte de) o verbo pode concordar com o núcleo (maioria, parte) ficando no singular ou com o especificante do núcleo (ex.: a maioria dos trabalhadores, pode concordar com trabalhadores e ficar no plural).

    (E) A maioria dos cronistas que se põem a escrever sobre o cotidiano, mesmo que faça referência a questões políticas, costuma acrescentar nuanças pessoais a seus textos.

  • A maioria dos cronistas que se põem a escrever sobre o cotidiano, mesmo que faça referência a questões políticas, costuma acrescentar nuanças pessoais a seus textos.

    No caso, concorda com "põem" e o "a escrever é objeto indireto ai n vem em plural?? Alguem tira essa duvida pfv?

  • d) Já no fim do século XIX via-se cronistas famosos, como Machado de Assis, de quem grande parte dos textos foi publicado no jornal Gazeta de Notícias.

    Oi, colegas!

    Só consegui enxergar esse erro dá alternativa D. O correto p mim seria viam -se (os cronistas famosos são vistos) e sobre o Foi acredito que esteja correto pq concorda com grande parte.

    Caso esteja falando besteira, por favor me corrijam.