SóProvas


ID
4183
Banca
FCC
Órgão
TRT - 20ª REGIÃO (SE)
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 11 a 20 referem-se ao texto
seguinte.

Falamos o idioma de Cabral?

Se é que Cabral gritou alguma coisa quando avistou o
monte Pascoal, certamente não foi "terra ã vishta", assim, com
o "a" abafado e o "s" chiado que associamos ao sotaque
português. No século XVI, nossos primos lusos não engoliam
vogais nem chiavam nas consoantes - essas modas surgiram
no século XVII. Cabral teria berrado um "a" bem aberto e dito
"vista" com o "s" sibilante igual ao dos paulistas de hoje. Na
verdade, nós, brasileiros, mantivemos sons que viraram arcaísmos
empoeirados para os portugueses.
Mas, se há semelhanças entre a língua do Brasil de hoje
e o português antigo, há ainda mais diferenças. Boa parte delas
é devida ao tráfico de escravos, que trouxe ao Brasil um número
imenso de negros que não falavam português. "Já no século
XVI, a maioria da população da Bahia era africana", diz Rosa
Virgínia Matos, lingüista da Universidade Federal da Bahia.
"Toda essa gente aprendeu a língua de ouvido, sem escola",
afirma. Na ausência da educação formal, a mistura de idiomas
torna-se comum e traços de um impregnam o outro. "Assim os
negros deixaram marcas definitivas", diz Rosa.
Também no século XVI, começaram a surgir diferenças
regionais no português do Brasil. Num pólo estavam as áreas
costeiras, onde os índios foram dizimados e se multiplicaram os
escravos africanos. No outro, o interior, persistiam as raízes
indígenas. À mistura dessas influências vieram se somar as
imigrações, que geraram diferentes sotaques.
Mas o grande momento de constituição de uma língua
"brasileira" foi o século XVIII, quando se explorou ouro em
Minas Gerais. "Lá surgiu a primeira célula do português brasileiro",
diz Marlos Pessoa, da Universidade Federal de Pernambuco.
A riqueza atraiu gente de toda parte - portugueses,
bandeirantes paulistas, escravos que saíam de moinhos de
cana e nordestinos. Ali, a língua começou a uniformizar-se e a
exportar traços comuns para o Brasil inteiro pelas rotas
comerciais que a exploração do ouro criou.

(Super Interessante. Almanaque de férias 2003. São
Paulo, Abril, 2003, pp. 50-51)

Deve-se concluir, da leitura do texto, que no processo de formação e constituição de uma língua,

Alternativas
Comentários
  • a) o texto não conclui isso, apenas que as rotas comerciais foram relevantes para o começo da uniformização da língua.
    b)o aprendizado informal tem mais peso.
    c) o que foi dito no item a.
    d) fala que contribuiu, não diz se foi muito ou pouco.
    e) a célula foi a exploração comercial na região mineira, que trouxe gente de toda parte.

    espero ter ajudado! 
    se tiver algum erro avisem!
  • a) Errada, observe o último parágrafo, em que um fator econômico trouxe uma uniformização na língua.

    b) Errada, veja o trecho: "Na ausência da educação formal, a mistura de idiomas torna-se comum e traços de um impregnam o outro. Assim os negros deixaram marcas definitivas".

    c) Correta, mesma observação da alternativa a.

    d) Errada, observe o último parágrafo e o trecho: "À mistura dessas influências vieram se somar as imigrações, que geraram diferentes sotaques".

    e) Errada, observe o último parágrafo, não se menciona a escrita,  e sim a uniformização da língua pelas rotas comerciais que a exploração do ouro criou, isso com a comunicação "falada" entre as pessoas.

    Espero ter contribuído!