A industrialização por substituição de importações (ISI) verifica-se empiricamente quando ocorre crescimento da produção industrial com expansão da demanda interna, simultaneamente a uma redução do coeficiente de importações da indústria (participação relativa das importações no produto industrial). De um modo geral, a SI contribuiu positivamente para dinamizar o crescimento da produção interna, principalmente nas fases iniciais da industrialização. No caso do Brasil, foi particularmente importante entre o início da década de 1930 e fim da década de 1970.
Ao final desse período, porém, sua contribuição para o crescimento da produção industrial já era apenas marginal. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) para 1975-80, o crescimento da produção da indústria de transformação nesse período foi explicado principalmente pelo aumento da demanda interna (77,3%), tendo a expansão das exportações contribuído com 14,4% e a substituição de importações com apenas 8,3%. Mas esta última era ainda relativamente importante em indústrias específicas, tais como produtos metalúrgicos, equipamentos mecânicos, elétricos e de comunicações e celulose/papel. Daí por diante, a substituição de importações praticamente deixou de ser relevante como fonte de crescimento da produção industrial.
Isto leva a duas ponderações importantes:
1) que a demanda interna tem papel preponderante como fonte de variação do produto industrial. Seu efeito dinamizador, entretanto, pode ocorrer em presença tanto de uma intensificação da SI (redução do coeficiente de importações) quanto de uma redução da SI (aumento do coeficiente de importações) ou mesmo de um processo neutro de SI (coeficiente de importações constante); e
2) a SI e a expansão das exportações como fontes de crescimento não são processos excludentes, mas sim simultâneos e vinculados, sendo a SI geralmente um esforço prévio de construção de uma base industrial e de aprendizado tecnológico.