SóProvas


ID
425242
Banca
FCC
Órgão
INFRAERO
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 9 a 15 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.

Há um preconceito enraizado contra a livre expressão
das emoções na cultura ocidental. Quem demonstra angústia,
raiva, alegria excessiva ou medo, tanto no trabalho quanto na
vida pessoal, é considerado passional, irracional, frágil e
despreparado para enfrentar a realidade da vida. É aquele que
não aprendeu a dominar seus sentimentos e a desenvolver
aquilo que nos diferencia dos animais: a racionalidade. Hoje,
fala-se muito em inteligência emocional, mas nem todos
entendem seu real significado. Não se trata de adestrar o
comportamento e suprimir os impulsos para atingir objetivos,
mas identificar e aceitar a manifestação das emoções mais
primárias, inclusive as desconfortáveis.

A apologia à racionalidade ignora o poder dos sentimen-
tos. Pesquisas recentes, no entanto, comprovam a importância
do reconhecimento e da expressão das emoções – até as
negativas. Um estudo realizado nos Estados Unidos defende
que as emoções podem ser mais confiáveis do que a razão nos
momentos de decisão. São elas que levam o indivíduo à ação,
permitem sonhar, possibilitam o afeto, a generosidade e
conduzem o mundo às grandes mudanças ideológicas.

Há uma certa unanimidade sobre os benefícios da
expressão de emoções positivas, como felicidade, amor,
alegria, prazer, entusiasmo. Mas, quando se fala em raiva, ódio,
angústia, mágoa, ressentimento, há um consenso explícito de
que essas emoções devem ser escondidas, evitadas. As pes-
quisas estão derrubando essa crença e os psicólogos afirmam
que as emoções negativas têm o seu valor. O local de trabalho
costuma ser visto como o ambiente menos propício para
manifestar sentimentos. "A estratégia das organizações de fixar
metas e objetivos para os funcionários criou uma disciplina de
comportamento que condena a expressão das emoções
individuais", avalia Antônio Valverde, professor de filosofia da
PUC-SP. "Por isso, há tanta monotonia, pouca solidariedade e
escassa criatividade nas empresas."


(Adaptado de Isto é, 25 de março de 2009, p.65-67)

A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase:

Alternativas
Comentários
  • Vejamos:

    a) No trabalho, parece ser mais criativos aqueles que conseguem exprimir seus sentimentos, seja eles bons, seja eles maus.
    Ordem direta: Aqueles que conseguem exprimir seus sentimentos parecem...
    b) Pessoas que se deixam levar pela racionalidade pode perder boas oportunidades, quer na vida pessoal quer no trabalho.
    Pessoas...podem perder
    c) De modo geral, considera-se despreparado as pessoas que demonstram emoções vistas como negativas pela sociedade.
    Ordem direta: As pessoas que demonstram... consideram-se despreparadas (particípio concorda em gênero também)
    d) Os sentimentos positivos são valorizados, enquanto se evitam aqueles que exprimem aspectos negativos.
    Correto
    e) É fundamental para o equilíbrio psicológico as manifestações emocionais tanto no ambiente familiar quanto no trabalho.
    Ordem direta: as manifestações emocionais são fundamentais....


    obs: colocando na ordem direta dificilmente se erra.

    Abraços!
  • d) Os sentimentos positivos são valorizados, enquanto se evitam aqueles que exprimem aspectos negativos. Correto.

    as outras opções corrigidas:

    a) No trabalho, parecem ser mais criativos aqueles que conseguem exprimir seus sentimentos, seja eles bons, seja eles maus.

    b) Pessoas que se deixam levar pela racionalidade podem perder boas oportunidades, quer na vida pessoal quer no trabalho.

    c)De modo geral, considera-se despreparada a pessoa que demonstra emoções vistas como negativas pela sociedade.

    e) É fundamental para o equilíbrio psicológico a manifestaçõe emocional tanto no ambiente familiar quanto no trabalho.
  •  seja (sejam) eles bons, seja (sejam) eles maus. 

    Bom, fiz uma pesquisa sobre o uso de seja e descobri que ele pode ser tanto conjunção quanto verbo. Concluí que tanto faz seja/seja ou sejam/sejam (quando há plural para isso).

    Fontes:

    A denominada conjunção coordenativa alternativa seja...seja, pelo fato de ser constituída por uma forma verbal, concorda com o sujeito e pode variar em tempo, como nestes exemplos:

    . Sejam sócios, sejam visitantes, todos participarão do sorteio.
    . Fossem bons, fossem maus, a instituição lhes daria o apoio necessário.
    . Expressava tudo quanto sentia, fossem tristezas, fossem alegrias.

    http://www.linguabrasil.com.br/mural-consultas-detail.php?id=11063&busca=

     

    Lembremo-nos ainda de que conjunção é classe gramatical invariável. Ratifico: “seja…seja” conjuntivo não irá para o plural.
    No entanto, há quem prefira usar a citada expressão como verbo, conforme exemplo no dicionário de Luiz Sacconi (gigante da Língua!):

    “O maior risco que o Brasil corre é que seus políticos, sejam do governo, sejam da oposição, não estejam à altura dos desafios e problemas do país.”

    Para facilitar, quando for verbal o uso, podemos subentender a expressão “que eles sejam do governo, que eles sejam da oposição”.
    Por fim, quando o uso for conjuntivo, não pode haver mistura de elementos (seja e ou), como percebemos no erro clássico abaixo:

    “Buscamos bons atendentes, seja jovens ou idosos.”

    https://exame.abril.com.br/carreira/as-regras-para-nunca-errar-ao-usar-seja-se-e-si-em-textos/