ID 428299 Banca CESPE / CEBRASPE Órgão TJ-PB Ano 2011 Provas CESPE - 2011 - TJ-PB - Juiz Disciplina Direito Civil Assuntos Ato Jurídico, Fato Jurídico e Teoria Geral do Negócio Jurídico Parte Geral No que se refere aos negócios jurídicos, assinale a opção correta. Alternativas De acordo com o Código Civil, o dolo do representante legal ou convencional de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que tiver. Todo negócio oneroso é bilateral, visto que a prestação de uma das partes pressupõe contraprestação da outra. Todo contrato gratuito pode, por convenção das partes, ser convertido em oneroso. O Código Civil considera nula a declaração de vontade se a denominada reserva mental for conhecida da outra parte. Como o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação nem convalesce pelo decurso do tempo, não se prevê, na ordem jurídica nacional, o instituto da conversão. Responder Comentários Sei que as fontes não são as melhores, mas estava sem livro por perto... Agradeço se alguém puder dar uma "fortalecida" nos comentários futuros.a) Incorreta. Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.b) Correto. Todo contrato oneroso é bilateral, porque a prestação de uma parte envolve a contraprestação da outra parte; mas nem todo contrato bilateral é oneroso, a exemplo da doação e do comodato que são bilaterais e gratuitos. (Fonte: google - caderno UFRGS)c) Incorreto.Nem todo contrato gratuito pode ser convertiddo, sob pena de configurar outra modalidade/instituto contratual. Exemplo: doação sem gratuidade é venda e comodato sem gratuidade, locação. (Fonte: idem)d) IncorretoA reserva mental, regra geral, é irrelevante, subsistindo a validade do negócio jurídico. Mas, se conhecida da outra parte, gera a inexistência do negócio jurídico, em face da ausência de vontade. A reserva mental difere da simulação. O ponto em comum é que em ambas a declaração de vontade é feita com o propósito de enganar. Mas, na simulação nenhuma das partes é enganada, pois elas agem de comum acordo para iludir terceiro ou violar a lei, ao passo que na reserva mental, o reservante visa enganar a outra parte. Assim, a reserva poderá causar a inexistência e a simulação, a nulidade do ato. (Fonte: correioweb - comentários à prova)e) IncorretoArt. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. A letra "A" está incorreta:Dolo de representante legal ou convencional: O dolo de representante legal ou convencional deuma das partes não pode ser considerado de terceiro, pois, nessa qualidade, age como se fosse opróprio representado, sujeitando-o à responsabilidade civil até a importância do proveito que tiroudo ato negocial, com ação regressiva contra o representante. O representado deverá restituir o lucroou vantagem oriunda do ato doloso de seu representante ante o princípio que veda o enriquecimentosem causa, tendo, porém, uma actio de in rem verso. E se o representante for convencional, deveráresponder solidariamente com ele por perdas e danos. b) A bilateralidade, quando referente ao negócio jurídico, diz respeito não ao sinalagma, mas sim ao acordo de vontades. Ou seja, se contrato bilateral é aquele que contém contraprestações equivalentes por ambas as partes, negócio jurídico bilateral é aquele que requer vontade de ambas as partes para se aperfeiçoar.O negócio jurídico oneroso, por sua vez, é aquele que contém equilíbrio entre as contraprestações.O que se pergunta na alternativa b, portanto, é: toda vez que um negócio jurídico contiver equilíbrio econômico entre as contraprestações haverá, necessariamente, acordo de vontades?E a resposta é não. A promessa de recompensa pela recuperação de uma joia, por exemplo, pode até ter ser o preço equivalente do objeto perdido, mas nem por isso caracterizará uma compra e venda. E a promessa de recompensa é negócio jurídico unilateral.Imagino que tenha sido essa a razão de anulação da questão (todas as alternativas são incorretas). A CESPE assim justificou a anulação:Questão: 3Gabarito Preliminar: BSituação: Deferido com anulaçãoNão há opção correta. Apesar de a doutrina destacar que todo negócio oneroso é bilateral, nem todo ato bilateral é oneroso, conforme o entendimento de alguns doutrinadores. Por essa razão pela qual opta-se pela anulação da questão.