Jogou-se fora um patrimônio construído a duras penas por um país de pouco capital. Tudo isso se usando o argumento da modernidade. Que modernidade? Se trens, metrôs e até bondes urbanos são vistos e bem usados nas metrópoles civilizadas do mundo? Tardiamente, enfim, decidiram-se dar vez aos trens urbanos, ao metrô, quando o trânsito em nossas grandes cidades já caminhavam para o engarrafamento final.
Sem dúvida, a opção A apresenta erro de sintaxe de concordância em duas passagens: 1) ao flexionar o verbo DECIDIR no plural, uma vez que possui sujeito oracional (dar vez aos trens...) e, portanto, deveria permanecer no singular: “Tardiamente, enfim, DECIDIU-SE dar vez aos trens...”;
2) na flexão do verbo "caminhar", cujo núcleo do sujeito é TRÂNSITO (o corrreto seria: "... quando o trânsito em nossa cidade já CAMINHAVA para o engarrafamento.").
Contudo, observa-se, também, erro gramatical na opção E, em relação à sintaxe de colocação pronominal.
O pronome relativo “onde”, que retoma o antecedente “Rússia”, inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa. Por se tratar de oração subordinada desenvolvida, iniciada por um pronome relativo, a norma culta exige a próclise pronominal (“onde SE viaja de trem e SE carregam cargas de Moscou ao Extremo Oriente.”).
A seguir, reproduzirei a lição de Celso Cunha:
CELSO CUNHA E LINDLEY CINTRA, in Nova Gramática do Português Contemporâneo (3ª edição revista, pg.315):
“1 – Nas locuções verbais em que o verbo principal está no INFINITIVO ou no GERÚNDIO pode-se dar:
(...)
2º) a PRÓCLISE ao verbo auxiliar, quando ocorrem as condições exigidas para a anteposição do pronome a um só verbo, isto é:]
(...)
d) nas orações subordinadas desenvolvidas, inclusive quando a conjunção está oculta:
(...)
Ega subiu ao seu quarto, onde outro criado lhe estava preparando o banho. (Eça de Queirós)”