Alternativas
As estatísticas estão aí a desafi ar o bom senso e, sobretudo, a honestidade que todos temos de ter para reconhecer que têm faltado indignação e atitude sufi cientes para se exigir e para se construir o fi m dessa barbárie.
Até parece que nunca divulgou-se qualquer coisa à respeito do perigo que se esconde nas curvas mal feitas e no excesso de velocidade nas rodovias, ou sobre a carona para a morte que representa o efeito da bebida sob o motorista.
Como um rotundo e vergonhoso fracasso - é assim que as autoridades e a própria sociedade deveria encarar os números que provam, mais uma vez, a incontrolável capacidade do motorista brasileiro e das estradas que corta o país de transformar o descanso, o lazer e a viagem em tragédias.
Afi nal, tão inaceitável quanto o tamanho da tragédia é o conformismo com a sua macabra repetição. Se os números deste fi m e começo de ano não servirem de combustível para uma reação fi rme e produtiva, então é por que já se perderam até mesmo o compromisso com a vida.
Foi 124 mortes, no período de 20 de dezembro até 4 de janeiro, somente nas estradas que corta o território mineiro. Nas rodovias estaduais, morreram 35 pessoas e 475 fi caram feridas. Na malha rodoviária federal mineira, a tragédia teve dimensão alarmante: 89 mortes, representando aumento de 53% em relação ao ano passado.