SóProvas


ID
4849627
Banca
Exército
Órgão
EsFCEx
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Tudo, menos uma estrela
   
   O velho jazz está sendo ceifado pela Covid-19. Depois do pianista Ellis Marsalis e do guitarrista Bucky Pizzarelli, foi a vez, na semana passada, do saxofonista Lee Konitz, ainda na ativa aos 92 anos. Os jornais deram a sua morte não por ter sido um grande músico, mas por “ter tocado com Miles Davis”, nos discos de um revolucionário noneto1 que, em 1949-50, lançou o cool jazz2 . Era um estilo com raízes na big band3 de Claude Thornhill, de onde tinham saído, além de Lee, o sax-barítono Gerry Mulligan e o arranjador Gil Evans, todos no noneto. Mas só Miles levou a fama.
    Lee foi dos poucos sax-altos nascidos no bebop4 que não tentaram copiar Charlie Parker. Suas frases longas e sem vibrato eram a antítese de Parker. E, desde então, sempre esteve na contramão do jazz, gravando discos em que tocava sozinho, ou com um trio sem piano ou com uma orquestra de 90 figuras.
   Ele era tudo, menos uma estrela do jazz. Nunca teve agente ou assessor de imprensa e, ao morrer, devia ser o único músico do mundo sem email. O incrível é que, avesso a qualquer carreira comercial, tenha gravado tanto. Levantei sua discografia e, de 1949 a 2018, contei 95 álbuns como líder. Somando-se os de que só participou, são mais setenta.

(Ruy Castro, “Tudo, menos uma estrela”. Folha de S.Paulo, 27.04.2020. Adaptado)


1 Conjunto formado por nove músicos.

2 Estilo que se caracteriza por ser, na maioria das vezes, uma música mais lenta e mais melancólica. Há mais espaços na música, ela é mais estendida, e menos notas são tocadas.

3 Indica um grande grupo instrumental associado ao jazz. Constitui-se, basicamente, de 12 a 25 músicos e contém primordialmente 4 tipos de instrumentos.

4 Representa uma das correntes mais influentes do jazz. Seu nome provém da onomatopeia feita ao imitar o som de martelos que batiam no metal na construção das ferrovias americanas, gerando uma “melodia” cheia de pequenas notas.

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de concordância nominal e verbal.

Alternativas
Comentários
  • gab. a

    a)Às vezes, Lee Konitz tocava sozinho; outras, havia 90 figuras de uma orquestra a acompanhá-lo ou um trio sem piano.

    b)Na música de Lee Konitz, era comum frases longas e sem vibrato que podiam ser consideradas a antítese de Parker.

    c)O velho jazz está sendo ceifado: Lee Konitz, Ellis Marsalis e Bucky Pizzarelli foram vítimas da Covid-19.

    d)Embora fossem nove músicos revolucionários no grupo de Miles Davis, apenas ele alcançou a cobiçada fama.

    e)Em geral, quem nascia no bebop e era sax-alto tentava copiar Charlie Parker, mas Lee Konitz foi uma exceção.

  • GABARITO: A

    a) Às vezes, Lee Konitz tocava sozinho; outras, havia 90 figuras de uma orquestra a acompanhá-lo ou um trio sem piano.

    b) Na música de Lee Konitz, era comum frases longas e sem vibrato que podia ser considerado a antítese de Parker.

    Errado. "Eram comuns frases longas", não "era comum"

    c) O velho jazz está sendo ceifado: Lee Konitz, Ellis Marsalis e Bucky Pizzarelli foram vítima da Covid-19.

    Errado. Os três foram vítimas da Covid-19

    d) Embora fosse nove músicos revolucionários no grupo de Miles Davis, apenas ele alcançou a cobiçada fama.

    Errado. Eram nove músicos; o correto é, portanto "Embora fossem nove músicos (...)"

    Quero salientá-lo quanto à última alternativa:

    e) Em geral, quem nascia no bebop e era sax-alto tentavam copiar Charlie Parker, mas Lee Konitz foi uma exceção.

    → Errado. Concordância com quem é no singular. Veja que podemos substituir por "aquele que nascia no bebop (...)"

    Obs.: Quando há o pronome relativo "quem", podemos concordar o verbo com ele ou com o antecedente. Ex.:

    "Fomos nós quem começou/começamos a briga"

    Sim, eu sei que fica estranho dizer "nós quem começou a briga", mas é uma expressão gramaticalmente correta.

    Caso encontre erros, por favor, notifique-me.

    Bons estudos! :)

  • Nao precisei nem ler as demais.

  • Havia no sentido de existir : sempre no singular.