SóProvas


ID
4871923
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Câmara de Amparo - SP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você prefere seu açaí com granola, banana ou trabalho infantil?


         A árvore da fruta, de tronco fino e flexível, passa com frequência dos 20 metros de altura e faz parte da paisagem e dos quintais de boa parte dos ribeirinhos do Pará. É difícil encontrar quem não saiba fazer uma peconha, como é chamado o laço usado para subir nas palmeiras e que batiza quem ganha a vida colhendo açaí, os peconheiros. O trabalho exige destreza, e o aprendizado começa na infância.

        O Pará é o maior produtor de açaí do mundo. Vendemos, principalmente, para os EUA, Europa, Austrália e Japão. E grande parte da colheita é feita por menores de idade como Alessandro, em alguns casos em situações de trabalho análogo à escravidão.

        As crianças são especialmente valorizadas nesse mercado. Elas são leves, o que reduz acidentes com a quebra dos galhos. Para otimizar o trabalho, muitos peconheiros se arriscam pulando de uma palmeira para a outra. Assim não precisam perder tempo descendo e subindo de árvore em árvore. Quanto mais frutas colhidas no menor tempo, maior o lucro. [...]

       A participação de crianças e adolescentes na colheita do açaí prejudica outro ponto fundamental do desenvolvimento dos jovens: o desempenho escolar. Conversei com nove crianças e adolescentes entre nove e 14 anos que começaram a trabalhar subindo nos açaizais ainda com 11 ou 12 anos. Em comum: todas estão atrasadas na escola, e a maioria tem dificuldade para ler e escrever. Quem estuda de manhã falta às aulas devido ao horário da colheita, que se confunde com o da escola. As que estudam à tarde, devido ao cansaço, tem um rendimento menor ou até mesmo dormem em sala de aula. De acordo com o último Censo do IBGE, Abaetetuba, um dos centros de produção da fruta, está entre as cidades do Pará com maior número de crianças com até 10 anos fora da escola.

         Com 14 anos, Emerson, já um peconheiro experiente, repete pela quinta vez a terceira série. Pedi para olhar o seu caderno. O que deveriam ser palavras eram apenas riscos, que ele faz para fingir que está copiando as atividades que a professora passa no quadro. Emerson não sabe ler e escrever. Professora aposentada e coordenadora local da Cáritas, instituição de caridade da Igreja Católica, na região, Isabel Silva Ferreira explica que é comum encontrar professores que ignoram as faltas dos alunos. Muitos deles, diz, são, assim como Emerson e a família de Jacira, beneficiários do Bolsa Família e, se não comprovarem frequência escolar, acabam excluídos do programa.

[...]

      Apesar de já existir uma versão da fruta desenvolvida pela Embrapa que pode ser plantada em terra firme e cresce no máximo até três metros, um bom pedaço da produção de açaí paraense ainda depende dos peconheiros e seus facões nas alturas.

       Em novembro de 2018, uma força-tarefa do Ministério do Trabalho em conjunto com o Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União e Polícia Rodoviária Federal resgatou 18 trabalhadores em condições análogas à escravidão, entre eles dois adolescentes de 15 anos, na Ilha do Marajó, outro ponto de produção de açaí. Eles dormiam numa estrutura de madeira, sem paredes e com um teto improvisado com lona preta e folhas das palmeiras de açaí, não tinham água potável, banheiros e nenhum equipamento de proteção. Fiscalizações do tipo, infelizmente, são raras. A última havia acontecido em 2011, quando sete trabalhadores foram resgatados.

       No fim de 2018, um trabalho de conscientização começou a ser feito pelo Ministério Público do Trabalho do Pará e Amapá a fim de prevenir tragédias na colheita do açaí. O projeto pretende mapear as grandes empresas do Brasil que utilizam açaí e seus derivados, extraídos nos estados, e tentar negociar medidas que possam prevenir e sanear o trabalho infantil e o trabalho escravo na colheita da fruta.

(BARBOSA, Leandro. Você prefere seu açaí com granola, banana

ou trabalho infantil? Disponível em http://abet-trabalho.org.br/

voce-prefere-seu-acai-com-granola-banana-ou-trabalho-infantil/

Acesso em: 08/01/2020. Com adaptações.)

Considerando o substantivo “força-tarefa” (7º§), analise as afirmativas.

I. “Quanto ao processo de formação, é classificado como _____________. Trata-se de um processo de composição por _____________________.”
II. “Quanto ao gênero, é classificado como _________________.”

Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente as afirmativas anteriores.

Alternativas
Comentários
  • Composto = mais de uma palavra

    justaposição= Não há perda de elementos. Apenas juntou duas palavras

    de houvesse perda seria aglutinação como acontece em PLANALTO ( plano +alto)

    sobrecomum = tanto faz ser masculino ou feminino

  • GABARITO-D

    Nós contamos pelos radicais!

    força-tarefa =

    1 só radical = Derivação

    2 ou mais radicais = Composição.

    ____________________________

    A composição pode ser :

    Aglutinação- União de dois radicais com perda.

    Planalto

    Composição - União de radicais sem perda.

    Passatempo.

  • Gabarito: D

  • Gabarito D

    Composto = +2 radicais. (Força e Tarefa)

    Justaposição = quando não há perda de palavras. (Força+Tarefa= força-tarefa)

    Sobrecomum/unissex = para ambos. (força-tarefa feminina/masculina)

  • GABARITO ALTERNATIVA "D".

    sobrecomum

    adjetivo de dois gêneros e substantivo masculino

    gramática

    diz-se de ou substantivo (designativo de pessoa) que possui apenas um gênero gramatical, podendo ser empregado tanto para o sexo masculino como para o feminino (p.ex.: a criança, a testemunha, o cônjuge ) [Para se discriminar o sexo, diz-se, por ex., o cônjuge feminino ; uma criança do sexo masculino. ].

    epiceno

    adjetivo substantivo masculino

    gramática

    diz-se de ou substantivo (designativo de animais) com apenas um gênero (p.ex.: a onça, o jacaré ) [Quando necessário especificar o sexo do animal, juntam-se ao substantivo as palavras macho ou fêmea : gavião-macho, gavião-fêmea ; o macho / a fêmea do jacaré. ].

    Diferença entre substantivos sobrecomuns e epicenos

    Tanto os substantivos sobrecomuns como os substantivos epicenos apresentam um só gênero para o masculino e para o feminino, não havendo marca de distinção de gênero. Os substantivos sobrecomuns nomeias pessoas; os substantivos epicenos nomeiam animais.

  • Gabarito - D

    Composição : É o processo pelo qual uma palavra é formada de pelo dois radicais.

    Justaposição : Os radicais não sofrem alterações fonéticas, podendo haver hifen ou não.

    Sobrecomum: é quando o substantivo da certo com 1 gênero. Ex: A vitama, voce não fala '' O vitima '' . (Da certo com um, sobrecomum, da certo com dois, comum de dois)

    Ex de comum de dois : o dentista / a dentista.

    Ex de sobrecomum : A força-tarefa

  • Epicenos nomeiam animais,logo elimina letra A e B

    Justaposicao Nao tem perda

    Aglutinacao tem perda

  • Além do comum de dois gêneros, os substantivos uniformes podem ser:

    • : relacionado com pessoas, por exemplo, a palavra "anjo", utilizada para os dois gêneros: Mariana é um anjo de pessoa; Ricardo é um anjo que apareceu na minha vida.
    • : relacionado com animais, é utilizado com os termos "macho" e "fêmea" para identificar: cobra macho; cobra fêmea.

  • AGLUTINAÇÃO

     Quando na união dos radicais há Alteração de, pelo menos, um deles: fidalgo (filho

    + de + alguém), embora (em + boa + hora), planalto (plano + alto).

    JUSTAPOSIÇÃO

    Quando os radicais se unem Sem alterações: passatempo, girassol, guarda-comida,