- ID
- 4884412
- Banca
- ADM&TEC
- Órgão
- Prefeitura de Cupira - PE
- Ano
- 2018
- Provas
-
- ADM&TEC - 2018 - Prefeitura de Cupira - PE - Enfermeiro Plantonista
- ADM&TEC - 2018 - Prefeitura de Cupira - PE - Médico Clínico Geral
- ADM&TEC - 2018 - Prefeitura de Cupira - PE - Nutricionista
- ADM&TEC - 2018 - Prefeitura de Cupira - PE - Professor - Inglês
- ADM&TEC - 2018 - Prefeitura de Cupira - PE - Professor - Matemática
- ADM&TEC - 2018 - Prefeitura de Cupira - PE - Professor - Português
- Disciplina
- Português
- Assuntos
A SÚBITA MUDANÇA DE PERCEPÇÃO SOBRE O
ASSÉDIO SEXUAL
“Aquelas que rompem o silêncio”. Sob esse título, a
revista Time destacou em sua capa de dezembro
cinco mulheres que tiveram a coragem de denunciar
haver sido vítimas de assédio ou abuso sexual. A
revista decidiu escolher como personalidade do ano
aquelas que protagonizaram a campanha #MeToo
(#EuTambém), um movimento social que surpreendeu
pela velocidade com que se espalhou e pelos efeitos
fulminantes que teve. Desde o caso Weinstein, a
denúncia ganhou uma força incontrolável e muitos
homens com poder tiveram que deixar seus cargos
depois de terem sido identificados como assediadores.
A campanha teve tanto efeito que agora muitos outros
homens temem ser atingidos por esse vendaval. E
muitos perguntam o que mudou para que a mera
acusação de ter passado dos limites possa provocar
agora destituições e demissões fulminantes. Para que
comportamentos do passado que consideravam
normais possam agora acabar custando caro a eles. O
fenômeno é complexo, mas podemos supor vários
fatores. O primeiro é uma mudança súbita de
percepção social. Isso não é novo. Já ocorreu com a
violência doméstica. O caso de Ana Orantes,
assassinada pelo marido depois de ter denunciado na
televisão uma vida de espancamentos e humilhações,
marcou um ponto de inflexão na percepção social. A
violência machista deixou de ser um assunto particular
e passou a ser considerada uma realidade lacerante
que era mantida oculta porque fazia parte das regras
do jogo do poder machista.
O mesmo acontece com o assédio sexual. As
pesquisas revelam que é um fenômeno muito
difundido, mas dificilmente vem à luz porque faz parte
das relações de poder. Aqueles que assediam ou abusam são homens que usam o poder para
conseguir favores sexuais. No entanto, acontece que
agora existem muitas mulheres com formação,
autoestima e também poder suficiente para dizer
basta. Algumas romperam a barreira do silêncio e
muitas outras as seguiram, cansadas de uma
humilhação que consideram insuportável. Não é por
acaso que o ponto de inflexão tenha sido a queda do
poderoso produtor de Hollywood. O fato de que as
denunciantes sejam atrizes famosas e com grande
projeção pública conferiu reconhecimento ao
fenômeno: se elas sofreram assédio, o que não
acontecerá com outras mulheres que não têm nenhum
poder? [...].
(Milagros Pérez Oliva. Adaptado (disponível em:
https://brasil.elpais.com/).
Com base no texto 'A SÚBITA MUDANÇA DE
PERCEPÇÃO SOBRE O ASSÉDIO SEXUAL', leia as
afirmativas a seguir:
I. No fragmento “Algumas romperam a barreira do
silêncio e muitas outras as seguiram...”, o pronome
indefinido (algumas) tem sentido de totalidade, levando
em consideração o campo semântico gerado pela
expressão “mulheres do mundo ocidental”.
II. O trecho “O caso de Ana Orantes, assassinada pelo
marido depois de ter denunciado na televisão uma vida
de espancamentos e humilhações, marcou um ponto de
inflexão na percepção social” sintetiza a ideia global do
texto.
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