SóProvas


ID
4895743
Banca
CONSESP
Órgão
Prefeitura de Santa Fé do Sul - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Com relação à colocação pronominal, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D

  • Advérbio de negação ("não") atrai próclise. Letra D

  • GABARITO: LETRA D, PORÉM NO MEU VER TEM MAIS DE UMA ALTERNATIVA.

    COMPLEMENTANDO:

    ► O pronome oblíquo átono pode ocupar três posições em relação ao verbo com o qual se relaciona: a ênclise (depois do verbo); próclise (antes do verbo); e a mesóclise (dentro do verbo). Por ser uma partícula átona, não inicia oração e, entre os verbos de uma locução, liga-se a um deles por hífen.

    PRONOMES ATÓNOS: - me, nos, te, vos, se, o(s), a(s), lhe(s);

    PRÓCLISE

    Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem o pronome:

    1. Palavras que expressam negação tais como “não, ninguém, nunca”:

    Não o quero aqui. / Nunca o vi assim.

    2. Pronomes relativos (que, quem, quando...), indefinidos (alguém, ninguém, tudo…) e demonstrativos (este, esse, isto…):

    Foi ela que o fez. / Alguns lhes deram maus conselhos. / Isso me lembra algo.

    3. Advérbios ou locuções adverbiais:

    Ontem me disseram que havia greve hoje. / Às vezes nos deixa falando sozinhos.

    4. Palavras que expressam desejo e também orações exclamativas:

    Oxalá me dês a boa notícia. / Deus nos dê forças.

    5. Conjunções subordinativas:

    Embora se sentisse melhor, saiu. / Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo.

    6. Palavras interrogativas no início das orações:

    Quando te deram a notícia? / Quem te presenteou?

    MESÓCLISE

    Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Isso acontece com verbos do futuro do presente ou do futuro do pretérito, a não ser que haja palavras que atraiam a próclise:

    Orgulhar-me-ei dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do presente: orgulharei);

    Orgulhar-me-ia dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do pretérito: orgulharia).

    ÊNCLISE

    Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem esse tipo de colocação pronominal:

    1. Verbos no imperativo afirmativo:

    Depois de terminar, chamem-nos. / Para começar, joguem-lhes a bola!

    2. Verbos no infinitivo impessoal:

    Gostaria de pentear-te a minha maneira. / O seu maior sonho é casar-se.

    3. Verbos no início das orações:

    Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo. / Surpreendi-me com o café da manhã.

    TODA MATÉRIA.

  • GABARITO: LETRA D

    A duvida é entre a A e D.

    a) Eu não devo lhe enviar os resultados.

    Correto. Há um advérbio (não) e uma locução verbal (devo enviar). Nesse caso em particular, há quatro formas de posicionar o pronome:

    1) Antes do advérbio "não":

    Ex.: Eu lhe não devo enviar os resultados;

    2) Proclítico em relação ao verbo principal, embora a gramática tradicional desabone tal construção:

    Ex.: Eu não devo lhe enviar os resultados;

    3) Próclise em relação ao verbo auxiliar:

    Ex.: Eu não lhe devo enviar os resultados;

    4) Após o verbo principal:

    Ex.: Eu não devo enviar-lhe os resultados.

    Eis as opções disponíveis ao escritor, embora a segunda, consoante dito, seja cravejada de críticas pela gramática mais tradicional.

    b) Havia me informado o ocorrido.

    Correto. A despeito da gramática clássica desaconselhar tal construção, ou seja, um pronome oblíquo alojado, sem hífen, entre o verbo auxiliar e o principal.

    c) Parece a mim que ela não vem.

    Correto. "A mim" equivale ao pronome "me".

    d) Eu não devo-lhe encaminhar os relatórios.

    Incorreto. Caso idêntico ao da alternativa A, no entanto a ênclise em relação ao verbo auxiliar, marcada por hífen, é proibida em virtude da presença do advérbio "não". Eis as possíveis colocações do pronome:

    1) Eu lhe não devo encaminhar os relatórios;

    2) Eu não lhe devo encaminhar os relatórios;

    3) Eu não devo lhe encaminhar os relatórios (sem hífen);

    4) Eu não devo encaminhar-lhe os relatórios.

  • A COPESE discorda da B: Q1113921.

    O Instituto Excelência também: Q1313131.

  • CUIDADO

    A questão possui múltiplo gabarito. O enunciado solicita a construção com colocação pronominal incorreta.

    A)Eu não devo lhe enviar os resultados.

    Incorreta. Embora a banca tenha considerado a presente construção como correta, não o faz a gramática normativa.

    Temos uma locução verbal composta por verbo em forma nominal de infinitivo, de modo que três são as opções de colocação do pronome obliquo:

    Proclítico ao verbo auxiliar: "lhe devo enviar"

    Enclítico ao verbo auxiliar: "devo-lhe enviar"

    Enclítico ao verbo principal: "devo enviar-lhe"

    Havendo termo atrativo, como ocorre no caso em tela, elimina-se a possibilidade de ênclise ao verbo auxiliar, devendo o pronome ficar proclítico ao verbo auxiliar ou enclítico ao principal. A colocação apresentada pela banca, com o pronome proclítico ao verbo principal, não é forma reconhecida pela gramatica normativa, sendo possível apenas quando o verbo em sua forma infinitiva estiver precedido de preposição.

    B)Havia me informado o ocorrido.

    Incorreta. .

    Temos uma locução verbal com verbo principal na forma nominal de particípio, "havia informado", posta no inicio da oração, de modo que por impossibilidade de colocação enclítica a verbo em forma de particípio, apenas a colocação enclítica ao verbo auxiliar é possível. Consoante assertiva anterior, a colocação proclítica ao verbo principal não é abonada pela norma culta.

    C)Parece a mim que ela não vem.

    Correta. Não há problemas de colocação pronominal na presente alternativa.

    D)Eu não devo-lhe encaminhar os relatórios.

    Incorreta. Similar a primeira construção, encontramos aqui forma de colocação do pronome obliquo aceita pela norma culta, mas incorreta devido a presença de termo atrativo que obriga o uso de próclise ao auxiliar ou ênclise ao principal.

    Gabarito da banca na alternativa D

    Gabaritos corretos nas alternativas A, B e D

  • A questão em tela aborda o assunto colocação dos pronomes oblíquos. Vejamos o conceito:

    → COLOCAÇÃO PRONOMINAL 

    Os pronomes pessoais oblíquos átonos me, te. se, lhe(s), o(s). a(s), nos e vos podem estar em três posições em relação ao verbo ao qual se ligam.

    O pronome colocado depois do verbo. Nesse caso, dizemos que há ênclise. Se estiver colocado antes do verbo, será um caso de próclise. O pronome oblíquo átono pode estar também no meio do verbo, colocação que é denominada mesóclise

    Após vermos do que se trata, iremos perseguir a alternativa incorreta. Analisemos:

    a) Correta. 

    Eu não devo lhe enviar os resultados.

    Segundo Cegalla, o pronome pode estar em 3 posições em se tratando de locução verbal formado por infinitivo com fator atrativo ( no caso o advérbio de negação é um atrativo de próclise).

    Eu não devo lhe enviar... (próclise ao principal)

    Eu devo enviar- lhe... (ênclise ao principal)

    Eu não lhe devo enviar...( próclise ao auxiliar)

    Bechara ainda diz que não aceitar essa colocação é um certo exagero.

    Em algumas gramáticas ainda verão a forma (eu lhe não devo enviar).

    b) Correta. 

    Havia me informado o ocorrido.

    Segundo Bechara, entre brasileiros também ocorre a próclise ao particípio formando locução verbal.

    c) Correta. 

    Parece a mim que ela não vem.

     Não há problema nesta construção, pois diante de preposição substitui o 'me' pelo 'mim'.

    d) Incorreta.

    Eu não devo-lhe encaminhar os relatórios.

     Parece com a formação da alternativa A, mas aqui o termo está em ênclise ao auxiliar que tem um atrativo antes dele ( advérbio de negação "não"). Essa formação não é possível.

    O correto seria tirar o hífen para ficar ( eu não devo lhe encaminhar) ou antepor ao auxiliar ( eu não lhe devo encaminhar)

    É importante dizer que a questão se baseou em métodos amplos de colocação pronominal, fugindo dos padrões aceitos pela gramática tradicional. Como diz Cegalla, "as normas de tipologia pronominal não devem ser vistas como preceitos intocáveis, ficando em muitos casos, subordinados às exigências da ênfase, da harmonia e espontaneidade da expressão."

    Referências bibliográficas:

    CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 46ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007

    BECHARA, Evanildo, Moderna gramática portuguesa – 37. ed. Rev, ampl. e atual. conforme o novo Acordo Ortográfico. – Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2009.

    GABARITO: D