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ID
4895893
Banca
CONSESP
Órgão
Prefeitura de Santa Fé do Sul - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Com relação à colocação pronominal, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas
Comentários
  • Com infinitivos, a colocação será sempre facultativa (mesmo se houver palavra atrativa).

    A melhor maneira de me ajudar é essa. OU (de ajudar-me)

    Pediu para não se envolver no caso. OU (não envolver-se)

  • GABARITO: LETRA D

    A duvida é entre a A e D.

    a) Eu não devo lhe enviar os resultados.

    Correto. Há um advérbio (não) e uma locução verbal (devo enviar). Nesse caso em particular, há quatro formas de posicionar o pronome:

    1) Antes do advérbio "não":

    Ex.: Eu lhe não devo enviar os resultados;

    2) Proclítico em relação ao verbo principal, embora a gramática tradicional desabone tal construção:

    Ex.: Eu não devo lhe enviar os resultados;

    3) Próclise em relação ao verbo auxiliar:

    Ex.: Eu não lhe devo enviar os resultados;

    4) Após o verbo principal:

    Ex.: Eu não devo enviar-lhe os resultados.

    Eis as opções disponíveis ao escritor, embora a segunda, consoante dito, seja cravejada de críticas pela gramática mais tradicional.

    b) Havia me informado o ocorrido.

    Correto. A despeito da gramática clássica desaconselhar tal construção, ou seja, um pronome oblíquo alojado, sem hífen, entre o verbo auxiliar e o principal.

    c) Parece a mim que ela não vem.

    Correto. "A mim" equivale ao pronome "me".

    d) Eu não devo-lhe encaminhar os relatórios.

    Incorreto. Caso idêntico ao da alternativa A, no entanto a ênclise em relação ao verbo auxiliar, marcada por hífen, é proibida em virtude da presença do advérbio "não". Eis as possíveis colocações do pronome:

    1) Eu lhe não devo encaminhar os relatórios;

    2) Eu não lhe devo encaminhar os relatórios;

    3) Eu não devo lhe encaminhar os relatórios (sem hífen);

    4) Eu não devo encaminhar-lhe os relatórios.

  • A questão em tela aborda o assunto colocação dos pronomes oblíquos. Vejamos o conceito:

    → COLOCAÇÃO PRONOMINAL 

    Os pronomes pessoais oblíquos átonos me, te. se, lhe(s), o(s). a(s), nos e vos podem estar em três posições em relação ao verbo ao qual se ligam.

    O pronome colocado depois do verbo. Nesse caso, dizemos que há ênclise. Se estiver colocado antes do verbo, será um caso de próclise. O pronome oblíquo átono pode estar também no meio do verbo, colocação que é denominada mesóclise

    Após vermos do que se trata, iremos perseguir a alternativa incorreta. Analisemos:

    a) Correta. 

    Eu não devo lhe enviar os resultados.

    Segundo Cegalla, o pronome pode estar em 3 posições em se tratando de locução verbal formado por infinitivo com fator atrativo ( no caso o advérbio de negação é um atrativo de próclise).

    Eu não devo lhe enviar... (próclise ao principal)

    Eu devo enviar- lhe... (ênclise ao principal)

    Eu não lhe devo enviar...( próclise ao auxiliar)

    Bechara ainda diz que não aceitar essa colocação é um certo exagero.

    Em algumas gramáticas ainda verão a forma (eu lhe não devo enviar).

    b) Correta. 

    Havia me informado o ocorrido.

    Segundo Bechara, entre brasileiros também ocorre a próclise ao particípio formando locução verbal.

    c) Correta. 

    Parece a mim que ela não vem.

     Não há problema nesta construção, pois diante de preposição substitui o 'me' pelo 'mim'.

    d) Incorreta.

    Eu não devo-lhe encaminhar os relatórios.

     Parece com a formação da alternativa A, mas aqui o termo está em ênclise ao auxiliar que tem um atrativo antes dele ( advérbio de negação "não"). Essa formação não é possível.

    O correto seria tirar o hífen para ficar ( eu não devo lhe encaminhar) ou antepor ao auxiliar ( eu não lhe devo encaminhar)

    É importante dizer que a questão se baseou em métodos amplos de colocação pronominal, fugindo dos padrões aceitos pela gramática tradicional. Como diz Cegalla, "as normas de tipologia pronominal não devem ser vistas como preceitos intocáveis, ficando em muitos casos, subordinados às exigências da ênfase, da harmonia e espontaneidade da expressão."

    Referências bibliográficas:

    CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 46ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007

    BECHARA, Evanildo, Moderna gramática portuguesa – 37. ed. Rev, ampl. e atual. conforme o novo Acordo Ortográfico. – Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2009.

    GABARITO: D