A questão em comento fala em
crise ética.
A crise ética é marca da
contemporaneidade.
Vivemos tempos fluídos, voláteis,
da impermanência, da constante mutação, da insegurança, da imprevisibilidade.
Não sabemos se amanhã teremos saúde,
emprego, felicidade, vida.
Os sonhos de certeza e
estabilidade da Modernidade se tornaram líquidos, se esvaíram.
Em um cenário destes, onde até o
futuro como espécie é ameaçado, e nossa existência é colocada em debate, a
pergunta que mais emerge é: POR QUE OBEDECER NORMAS? QUAL O SENTIDO DE OBEDECER
NORMAS SE NÃO SABEMOS SE ESTAS NORMAS VÃO NOS GARANTIR O AMANHÃ? NORMAS REGULAM
VIDA ESTÁVEIS E PREVISÍVEIS, E COMO OBEDECER NORMAS SE NÃO TEMOS SEQUER CERTEZA
PERENE DA PERSISTÊNCIA DA ESPÉCIE?
Feitas estas ponderações, cabe
comentar as alternativas da questão.
LETRA A- CORRETA. Com base em um
imperativo lógico, se o futuro da espécie humana é colocado em dúvida, é
natural que a obediência à normas que regulam a vida humana seja questionada.
LETRA B- INCORRETA. Normas para
convivência humana já estão estabelecidas e a crise ética, levada ao extremo,
quando fica em evidência a inexistência de garantias do futuro da espécie, nos
chama atenção, em verdade, para a obediência da norma em si.
LETRA C- INCORRETA. A crise ética
não perpassa a lógica dos direitos humanos e sua pretensão de universalidade,
mas sim a garantia do futuro da espécie e, por conseguinte, a necessidade de
obedecer normas como um todo.
LETRA D- INCORRETA. A crise ética
não está limitada apenas ao questionamento de obedecer leis, mas sim evoca o
sentido de obedecer toda e qualquer norma tendo por base a inexistência de
garantias seguras de futuro da espécie.
GABARITO DO PROFESSOR: LETRA A