SóProvas


ID
4917397
Banca
FCC
Órgão
MPC - MT
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

O preço da virtude

    Nossas qualidades naturais são, já por si, virtuosas? Pessoas de temperamento calmo e índole generosa, por exemplo, podem ser vistas como gente indiscutivelmente meritória? Mulheres e homens bem intencionados devem ser julgados apenas com base em suas boas intenções? Tais perguntas nos levam a um complicado centro de discussão: haverá algum valor moral nas ações que se executam com naturalidade, sem o enfrentamento de qualquer obstáculo, ou o que é natural não encerra virtude alguma, já que não encontra qualquer adversidade?
    Há quem defenda a tese de que somente há virtude numa ação benigna cujo desempenho implica algum sacrifício do sujeito. A virtude estaria, assim, não na natureza do indivíduo, mas na sua firme disposição para sacrificar-se em benefício de um outro ser ou de um ideal. O sacrifício indicaria o desprendimento moral, o ato desinteressado, a disposição para pagar um preço pela escolha feita: eu me disponho a passar fome para que essa criança se alimente; eu deixo de usufruir um prazer para que o outro possa experimentá-lo.
    Nessa questão, valores éticos e valores religiosos podem até mesmo se confundir. A palavra sacrifício tem o sagrado na raiz; mas não é preciso ser religioso para se provar a capacidade de renúncia. Quanto ao preço a pagar, não há dúvida: sempre reconheceremos mais mérito em quem foi capaz de agir passando por cima de seu próprio interesse do que naquele que agiu sem ter que enfrentar qualquer ônus em sua decisão.

(TRANCOSO, Doroteu. Inédito)

Está inteiramente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • E) Disponha-se a pagar o preço da virtude, cobrado na forma de um sacrifício, quem almeja ser virtuoso.

  • GABARITO - E

    A) O autor do texto não considera de que nas qualidades atribuídas pela natureza nosso caráter mereça a pecha de virtuosismo.

    1º Não há solicitação da preposição " de " ou Nas

    ATENÇÃO!

    Pecha :

    defeito moral; vício, falha, imperfeição.

    Virtuosismo

    Virtuosidade, habilidade técnica em interpretação artística.

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    B) Conforme diz o velho acsioma, de boas intenções até o inferno se replete, assegurando assim toda a sua inocuidade.

    Axioma

    Reflete

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    C) Não haveria porque se considerar benigna uma ação aonde lhe faltasse qualquer indício mínimo de sacrifício.

    Onde / Donde/ Aonde =  são vocábulos muito parecidos e são utilizadas para indicar lugares. 

    " Melhor escrita = Permutar por " em que ".

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    D) Quando há desprendimento moral, apesar do sacrifício, cuja virtude se patenteia exatamente em função disto.

    Cujo indica posse. Segundo os ensinamentos gramaticais :

    Cujo — expressa posse e concorda sempre em gênero e número com o substantivo que o sucede: Esta senhora, cujo nome desconheço, tem uma reclamação a fazer.

    Curiosidades: 1) Depois do pronome cujo só pode aparecer substantivo. Estão erradas as frases: Ela é a mulher cuja ninguém conhece. Ela é a mulher cuja não devemos desobedecer. Ela é a mulher cuja jamais deixarei de amar. Ela é a mulher cuja ela odeia. 2) Pode aparecer um adjetivo antes do substantivo: Esta é a fazenda cujo enorme pasto secou. 

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    FONTES:

    Agnaldo Martino, 268.

    https://www.estudopratico.com.br/o-emprego-correto-de-onde-aonde-donde-no-qual-do-qual-e-em-que/

  • Assertiva E

    Disponha-se a pagar o preço da virtude, cobrado na forma de um sacrifício, quem almeja ser virtuoso.

    S.V.c.A

  • Ao meu ver, o erro da alternativa "D" é o emprego equivocado do pronome demonstrativo

    Quando há desprendimento moral, apesar do sacrifício, cuja virtude se patenteia exatamente em função disto.

    Quando há desprendimento moral, apesar do sacrifício, cuja virtude se patenteia exatamente em função disso.

  • Alguém poderia me dizer qual o erro da D?

  • A letra D não tem nenhuma clareza. Não há, sequer, nela uma oração principal. Há somente uma oração subordinada adverbial, seguida locução prepositiva sem valor sintático, e uma oração subordinada adjetiva.