SóProvas


ID
4922284
Banca
FCC
Órgão
TCE-RS
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: A questão de refere-se ao texto seguinte.

Nosso jeitinho

    Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil, lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade − entre várias − de se adaptar aos nossos costumes. “Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”, explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em tudo, desde fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir que o primo do amigo do chefe da seção regional da Secretaria de Alimentos convença este último a influenciar o Diretor no despacho de um processo”.
    Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa “informalidade” − que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema – também batizado pelos sociólogos como o do “favor” − não deixa de ser simpático, embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que jamais foram morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta Drummond tratou da questão no poema “Explicação”, em que diz a certa altura: “E no fim dá certo”. Essa conclusão aponta para uma espécie de providencialismo místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando com nosso modo tão jeitoso de viver.
    É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a solução do jeitinho: a informatização de tudo, a rapidez da mídia, a divulgação instantânea nas redes sociais, tudo se encaminha para alguma transparência, que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se formaliza de algum modo − e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado, comprometido o seu anonimato e perdendo força aquela simpática clandestinidade que sempre o protegeu. Mas há ainda muita gente que acha que nós, os brasileiros, com nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito de contornar esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu a esperança.

(Abelardo Trabulsi, inédito

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o termo sublinhado na frase:

Alternativas
Comentários
  • NESSE TIPO DE QUESTÃO, QUER SABER SE O TERMO SUBLINHADO É O SUJEITO (NÚCLEO DO SUJEITO). LOGO, PARA SE DESCOBRIR, DEVE SER FEITA A PERGUNTA AO VERBO.

  • beleza, e qual seria o erro da C? os avanços não conspiram?
  • Caro amigo a letra c está errada por causa da preposição antes de informática.... Não existe núcleo do sujeito preposicionado ou seja ele não e núcleo, então não e com ele q o verbo tem q concordar

  • Procure quem é o sujeito!

    Se o que está sublinhado for o sujeito = Resposta!

    Acredita-se que a transparência dos meios de comunicação (tender) a se converter numa espécie de inimiga mortal da informalidade.

    Quem tende a se converter?

    A transparência ....

    Na letra c) Os avanços da tecnologia, sobretudo os da informática, (conspirar) contra a prática tradicional do jeitinho brasileiro.

    Os avanços conspiram ....

  • Boa dica, Matheus!

  • Ele quer saber se o termo sublinhado é Sujeito.

  • Letra D está errada. A expressão pode concordar tanto com "A TRANSPARENCIA" ou "DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO"

    Na letra B, Gabarito correto, há a expressa concordância solicitada na questão e portanto o gabarito

  • Letra D

    A) As soluções postas em prática pelo jeitinho brasileiro não (deixar) de intrigar os estrangeiros, que não entendem tamanha informalidade.

    Quem não deixa de intrigar? As soluções.

    B) Mesmo os brasileiros a quem que não (ocorrer) valer-se do jeitinho sabem reconhecê-lo como uma prática social até certo ponto legítima.

    Não sei bem o erro dessa, acredito que o "ocorrer" deve-se a "a quem".

    C) Os avanços da tecnologia, sobretudo os da informática, (conspirar) contra a prática tradicional do jeitinho brasileiro.

    Quem conspira? Os avanços.

    D) Acredita-se que a transparência dos meios de comunicação (tender) a se converter numa espécie de inimiga mortal da informalidade.

    Quem tende? A transferência.

    E) Informalidade, sistema de favor, jeitinho, muitas são as denominações que se (aplicar) a um mesmo fenômeno social.

    O que se aplica? As denominações, retomada pelo pronome relativo "que".

    Cansado de ficar tentando decorar prazos de lei, teclas de atalho ou classificações de doutrinadores usando mnemônicos malucos que apenas quem os inventou entende?

    Use Anki, um programa de flashcards totalmente gratuito e open-source (Código Aberto), disponível para Windows, Mac, Linux, iOS e Android.

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  • Gente, qual é o erro da B?

  • Acredito que o errado da B seja que o sujeito sintático da frase, na verdade, é o "que".

  • Qual erro da B?

  • A alternativa (B) está errada, pois o termo "os brasileiros" é o sujeito do

    verbo "sabem". Já o verbo "ocorrer" tem como sujeito a oração subordinada

    substantiva subjetiva "valer-se do jeitinho".

    Vale lembrar que a palavra "que" está excedente por equívoco da

    banca, a qual será excluída abaixo.

    Mesmo os brasileiros a quem não ocorre valer-se do jeitinho sabem

    reconhecê-lo como uma prática social até certo ponto legítima.

  • Acredito que a alternativa B o "quem" tem função sintática de objeto indireto do verbo ocorrer ( no sentido de lembrar), e o sujeito é a oração "veler-se do jeitinho" , logo não concorda com "brasileiros" e sim com "valer-se do jeitinho", que por sinal deve estar na 3° pessoa do singular.