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ID
4951069
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Vitória - ES
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o TEXTO 1 para responder à questão.

Estrutura da oração

O estudo da análise sintática é um dos pontos fundamentais na formação de quem se pretende um usuário competente de sua língua. Duas das habilidades principais de pessoa culta repousam nas atividades de ler e de escrever, ações que podem caracterizar não só nossas carreiras profissionais, mas também nossa vida como cidadãos.
Ler ou escrever um texto é muito mais do que apenas compreender ou organizar palavras em frases e parágrafos. É algo que envolve um amplo mecanismo a partir do qual o pensamento e as pretensões comunicativas do autor se apresentam para reflexão e avaliação do leitor. Como se constroem esses textos? Com palavras, sintagmas, termos e orações — elementos que mantêm entre si um relacionamento interno de concordância, de regência, de atribuição.
A análise sintática é a análise das relações. Na estrutura da oração, estudamos as relações que as palavras mantêm entre si na frase. Essas relações são binárias: sujeito & verbo; verbo & complemento; núcleo & adjunto... A tradicional prática de exercícios voltados para o reconhecimento da função sintática de um termo nem sempre garante o real objetivo de sua aplicação. Não se pode dizer qual é a função sintática de um termo se não se encontrar o outro termo com o qual ele se relaciona. Ou seja, não se pode reconhecer que existe um objeto direto sem apresentar a "prova" (o verbo transitivo direto); não se pode afirmar que determinado termo é o agente da passiva sem que seu "parceiro" sintático seja revelado (o verbo na voz passiva). E assim sucessivamente com todos os termos da oração, pois cada um deles só tem a classificação que tem porque possui uma relação com outro termo — e cada uma dessas relações é única, e por isso são dez os termos da oração (onze se contarmos com o vocativo). 
A sintaxe tem duas parceiras especiais. Uma é a semântica, a ciência do significado. Afinal o entendimento de uma frase depende da sua estrutura e das sutilezas que envolvem a construção do sentido. Outra é a estilística (a ciência da expressividade), pois compete ao autor da frase fazer as escolhas sobre como será sua organização, a partir do repertório que a língua oferece.
Entretanto, para o estudo da sintaxe do português, há um pré-requisito. Sintaxe e morfologia são assuntos interligados. Ter um bom conhecimento acerca das classes de palavras é fundamental para entender a estrutura de uma oração e de um período. Lembremo-nos, por exemplo, que estudamos verbos, substantivos, adjetivos e advérbios nos livros e aulas de morfologia — suas flexões, significações, desempenhos — e que, agora, estudaremos o verbo como elemento central da oração; o substantivo como núcleo de um termo; o adjetivo como um elemento periférico ou atributivo de outro; o advérbio como um determinante sobretudo dos verbos. 
Com isso, queremos enfatizar que o conteúdo aprendido nos estudos de morfologia precisa estar sedimentado para o que se coloca diante do estudante de sintaxe. Reiteramos, enfim, a convicção de que é a competência discursiva ou textual que caracteriza o saber expressivo de que fala Eugenio Coseriu.
Um texto deve ter uma adequação gramatical compatível com as pretensões e intuitos de seu autor, que — se assim julgar pertinente — procurará atingir o nível de exigência da linguagem padrão praticada por escrito pela comunidade culta em que se insere.
(HENRIQUES, C. Cezar. Sintaxe: estudos descritivos da frase para o texto. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, 2ª reimpressão, p. 15-16.) 

Ainda sobre os verbos, considerando-os agora na construção do discurso, é preciso levar em conta a correlação entre os tempos verbais para que na frase haja coerência.

Nesse sentido, pode-se afirmar que, dos períodos abaixo, o único com coerência, por ter sido observada a correlação entre os tempos verbais, é:

Alternativas
Comentários
  • por que nao seria a A se fut do subj + fut do presente é permitido?

  • GABARITO LETRA D, mas a Letra B não está errada:

    Futuro do subjuntivo + futuro do presente do modo indicativo

    puderem ..... deverão

    a) Se professores e alunos se dispusessem a encontrar uma solução para o problema, aumentará aumentaria o clima de confiança.

    b) Se os alunos puderem vir à escola, certamente deverão ser recebidos com toda a atenção.

    c) Caso haja aula na próxima semana, todos viriam vêm com prazer.

    d) O aluno refazia a tarefa sempre que o professor lhe pedira.

    e) O problema certamente levará a um enfrentamento perigoso, caso não fosse for solucionado.

  • Para mim, é a letra B. Dá até um desânimo...

  • Peçam comentário do professores. Gabarito desgraçado

  • O gabarito está errado. O gabarito certo é a letra B.

    Abram a prova e o gabarito, nos formatos pdf. Vocês verão.

  • GABARITO: B

    Dica:

    Se eu pudesse, faria → esse é muito importante!! Lembre-se: "Se essa rua fosse minha, eu mandaria ladrilhar..."

    Se eu puder, farei

    Caso eu possa, farei

    .........................................

    a) Se professores e alunos se dispusessem a encontrar uma solução para o problema, aumentará o clima de confiança.

    → Errado. É a história do SSE + RIA (a FCC ama essa correlação): Se eu pudesse, faria. O correto é:

    "Se professores e alunos se dispusessem a encontrar uma solução para o problema, aumentariam o clima de confiança."

    .........................................

    b) Se os alunos puderem vir à escola, certamente deverão ser recebidos com toda a atenção.

    → Correto. Temos a ideia de futuro provável. Se eles puderam, deverão... é a correlação Futuro do subjuntivo e futuro do presente do indicativo → Se eu puder, farei

    .........................................

    c) Caso haja aula na próxima semana, todos viriam com prazer.

    → Errado. Temos a ideia de possibilidade, é algo possível de acontecer futuramente, mas depende de uma condição. Devemos seguir com ela. Caso haja... todos virão

    .........................................

    d) O aluno refazia a tarefa sempre que o professor lhe pedira.

    → Errado. Temos a ideia de passado não terminado (o aluno refazia), chamado também de pretérito imperfeito. Vejam que se trata de ações habituais no passado. Quando o professor pedia, o aluno refazia a tarefa. 

    .........................................

    e) O problema certamente levará a um enfrentamento perigoso, caso não fosse solucionado.

    → Errado. Temos a ideia de futuro (levará a...), devemos mantê-la no verbo auxiliar da locução verbal. Correção: O problema certamente levará a um enfrentamento perigoso, caso não seja solucionado.

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)