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ID
4995820
Banca
UFPR
Órgão
CBM-PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

Considere a passagem abaixo:


A substituição do reino do dever ser, que marca a filosofia anterior, pelo reino do ser, da realidade, leva Maquiavel a se perguntar: como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado estável? O problema central de sua análise política é descobrir como pode ser resolvido o inevitável ciclo de estabilidade e caos. Ao formular e buscar resolver esta questão, Maquiavel provoca uma ruptura com o saber repetido pelos séculos. Trata-se de uma indagação radical e de uma nova articulação sobre o pensar e fazer política, que põe fim à ideia de uma ordem natural eterna. A ordem, produto necessário da política, não é natural, nem a materialização de uma vontade extraterrena, e tampouco resulta do jogo de dados do acaso. Ao contrário, a ordem tem um imperativo: deve ser construída pelos homens para se evitar o caos e a barbárie, e, uma vez alcançada, ela não será definitiva, pois há sempre, em germe, o seu trabalho em negativo, isto é, a ameaça de que seja desfeita.

(SADEK, Maria Tereza. Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù. In: WEFFORT, Francisco (org.). Clássicos da política, vol. 01. São Paulo: Ática, 2001. p. 17-18.)


Considerando o argumento de Maria Tereza Sadek, em seu texto intitulado Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù, é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • Objetivismo político. Política como ela é, e não como deveria ser.

    Vale destacar que o "deveria ser" foi pautado, durante o longo período medieval e antigo, nas concepções éticas e morais, o que, para Maquiavel, não era factual. Maquiavel separa a esfera moral da política, sendo esta última superior e independente. Assim, realizar o mau em certas ocasiões é se moldar diante das circunstâncias, é a famosa Virtú.