- ID
- 5039047
- Banca
- IDCAP
- Órgão
- Prefeitura de Santa Leopoldina - ES
- Ano
- 2021
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
TEXTO
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.
A EDUCAÇÃO POSSÍVEL
(1º§) Educação é algo bem mais amplo do que
escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas
as primeiras informações sobre o mundo (com
criança também se conversa!), noções de postura e
compostura, respeito, limites. Continua na vida
pública, nem sempre um espetáculo muito edificante,
na qual vemos políticos concedendo-se um bom
aumento em cima dos seus já polpudos ganhos,
enquanto professores recebem salários
escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo
propaganda de bebida num momento em que
médicos, pais e responsáveis lutam com a
dependência química de milhares de jovens. Quem é
público, mesmo que não queira, é modelo: artistas,
líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem
bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de
que seus atos repercutem, e muito.
(2º§) Estamos tristemente carentes de bons
modelos, e o sucesso da visita do papa também fala
disso: além do fator religião, milhares foram em
busca de uma figura paternal admirável, que lhes
desse esperança de que retidão, dignidade,
incorruptibilidade, ainda existem.
(3º§) Mas vamos à educação nas escolas: o que é
educar? Como deveria ser uma boa escola? Como
se forma e se mantém um professor eficiente, como
se preparam crianças e adolescentes para este
mundo competitivo onde todos têm direito de
construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
(4º§) É bem mais simples do que todas as teorias
confusas e projetos inúteis que se nos apresentam.
Não sou contra colocarem um computador em cada
sala de aula neste reino das utopias, desde que,
muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos
alunos o mais elementar, que independe de
computadores: nasce dos professores, seus
métodos, sua autoridade, seu entusiasmo e seus
objetivos claros. A educação benevolente e frouxa
que hoje predomina nas casas e escolas prejudica
mais do que uma sala de aula com teto e chão
furados e livros aos frangalhos. Estudar não é
brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o
bar da escola, a casa.
(5º§) Sair do primeiro grau tendo alguma consciência
de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não
dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade,
para se informar e expor seu pensamento, é um
objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as
artísticas, só terão valor se o aluno souber
raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro
dos limites de sua idade.
(6º§) No segundo grau, que encaminha para a
universidade ou para algum curso técnico superior, o
leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não
adianta saber história ou geografia americana,
africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa,
nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos
o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos
colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber
o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar
em nosso próprio benefício, realizando todas as
coisas que constituem o termo tão em voga e tão
mal aplicado: "cidadania".
(7º§) O chamado terceiro grau, a universidade,
incluindo conhecimentos especializados, tem seu
fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo
acabará no que vemos: universitários que não
sabem ler e compreender um texto simples, muito
menos escrever de forma coerente. Universitários,
portanto, incapazes de ter um pensamento
independente e de aprender qualquer matéria, sem
sequer saber se conduzir. Profissionais competindo
por trabalho, inseguros e atordoados, logo,
frustrados.
(...)
(8º§) Em tudo isso, estamos melancolicamente
atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas
a cultura, senhores, que inclui a educação (ou
vice-versa, como queiram...), anda mirrada e
murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito
simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso
depende dos políticos, depende dos governos.
Depende de cada um de nós, que os escolhemos e
sustentamos.
(Lya Luft é escritora. Texto da VEJA - Edição 2009) - (Adaptado)
Analise as características que constroem os textos
seguintes:
I - A ajuda internacional para a educação no atual
estágio da expansão capitalista: sua funcionalidade -
Um dos aspectos que atualmente mais avultam nas
redefinições dos rumos e das estratégias de
desenvolvimento das sociedades periféricas é o tipo
de atuação que sobre estas vêm exercendo as
agências internacionais de ajuda e cooperação,
pertençam ou não à Organização das Nações
Unidas. É possível identificar, na maioria dessas
agências capitalistas, não só aspectos ideológicos,
mas também objetivos e formas de atuação
semelhantes nos países do Terceiro Mundo. As
diferenças neste último caso decorrem muito do
estágio de integração desses países na esfera de
influência do capitalismo, do que propriamente de
diferenças de objetivos ou ideologias.
(ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da
educação no Brasil (1930-1973). Editora Vozes.
2003. Petrópolis.p.198).
II - Apostas na educação, como instrumento de
diminuição da pobreza, encontram respaldo em
pesquisas que mostram a correlação entre o
aumento do tempo de estudo e a melhoria dos
indicadores sociais (Menezes, 2006, Soares, 2006.
In: Educação e desempenho escolar. Em Aberto,
Brasília, v. 22, n. 80, p. 65-81, abr. 2009.) -
(Adaptado)
III - Todos sabemos que os estudos sobre a
educação brasileira revelam que a superação da
pobreza e da desigualdade exige uma escolaridade
mínima de 12 anos, embora se saiba que a pobreza
e a exclusão social apresentem complexidades que
exigem a conjugação de esforços de todas as
políticas públicas e não apenas da área educacional.
(Educação e desempenho escolar. Em Aberto,
Brasília, v. 22, n. 80, p. 65-81, abr. 2009.) -
(Adaptado)
Marque a alternativa com correta identificação do
gênero de cada texto.