SóProvas


ID
5069143
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
SEED-PR
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 5A1-II


    Agradar os filhos com smartphones, tablets e videogames pode, na verdade, contribuir para a infelicidade dos adolescentes, sugere estudo liderado por Jean Twenge, professora de psicologia da Universidade Estadual de San Diego, na Califórnia. Os resultados publicados no periódico Emotions, da Associação Americana de Psicologia, mostram que jovens que passam muito tempo com os olhos fixos nas telas de aparelhos eletrônicos são menos felizes que colegas que preferem outras atividades.
     “A chave para o uso de mídias digitais e a felicidade é a limitação”, comentou Jean. “Gastar no máximo não mais que duas horas por dia nessas mídias, e tentar aumentar o tempo despendido com amigos e exercícios, duas atividades relacionadas com o aumento da felicidade”.
     A equipe de Twenge analisou dados de uma pesquisa longitudinal, que anualmente entrevista cerca de 50 mil estudantes com idade entre 12 e 17 anos de todos os estados norte-americanos. Os adolescentes respondem a questões sobre quanto tempo passam em smartphones, tablets e computadores e em atividades com interações sociais, além de questões sobre a felicidade como um todo.
     Os resultados mostram que, em geral, adolescentes que passam mais tempo na frente de telas — jogando videogames, usando redes sociais e conversando por aplicativos de texto e vídeo — são menos felizes que aqueles que investem mais tempo em outras atividades, como praticando esportes, lendo jornais e revistas e se encontrando com amigos.
     Segundo a pesquisadora, existem duas leituras possíveis. A primeira é que os jovens buscam os dispositivos eletrônicos porque estão tristes. Mas Jean aposta na segunda tese, de que o uso em excesso desses aparelhos deixa os jovens tristes. “Apesar de o estudo não demonstrar causalidade, muitos outros mostraram que o maior uso de redes sociais leva à tristeza, mas a tristeza não leva ao uso de redes sociais”, ponderou a psicóloga.
     Por outro lado, a abstinência total também não leva à felicidade. Os adolescentes mais felizes passam pouco menos de uma hora diária nas redes sociais, mas, após uma hora de uso, a infelicidade aumenta de maneira consistente, acompanhando o aumento no uso de telas.
     Olhando os dados históricos de grupos da mesma faixa etária desde os anos 90 do século XX, os pesquisadores descobriram que a proliferação de dispositivos eletrônicos com tela coincidiu com uma queda geral da felicidade entre os jovens. Especificamente, os índices de satisfação com a vida, autoestima e felicidade despencaram após 2012. Foi nesse ano que o percentual de norte-americanos com smartphones superou a marca de 50%.
     “De longe, a maior mudança na vida dos adolescentes entre 2012 e 2016 foi o aumento na quantidade de tempo gasto em redes sociais e o consequente declínio das atividades sociais e do sono”, apontou Jean. “O advento do smartphone é a explicação mais plausível para a diminuição repentina no bemestar psicológico dos adolescentes”. 

Internet: <epocanegocios.globo.com> (com adaptações).

No texto 5A1-II, há trechos que revelam fatos e outros que apresentam opiniões/conjecturas. Assinale a opção na qual o trecho extraído do texto expressa um fato.

Alternativas
Comentários
  • Alternativa D)

    Os adolescentes respondem a questões sobre quanto tempo passam em smartphones, tablets e computadores e em atividades com interações sociais, além de questões sobre a felicidade como um todo.

    As demais alternativas apresentam opiniões de algumas pessoas citadas no texto. Há uma carga "subjetiva"...A única que realmente apresenta um fato é a alternativa D) .

  • Minha opinião:

    Na letra C, “adolescentes que passam mais tempo na frente de telas — jogando videogames, usando redes sociais e conversando por aplicativos de texto e vídeo — são menos felizes que aqueles que investem mais tempo em outras atividades”

    • Acredito que isso seja um dado científico, que demonstra um fato e não uma opinião.

    Dados científicos são considerados apenas como opinião agora ?

  • A pesquisa que analisa dados colhidos em uma amostra do tipo que foi apresentada no texto apresenta resultados com base no grupo que foi analisado. O resultado não pode ser dado como fato de forma generalizada, mas permite fazer uma presunção com base no levantamento realizado, é um forte indicativo, uma inferência, uma hipótese, uma "conjectura" etc. Daí, a meu ver, a incorreção da letra C.

    A única assertiva que apresenta um fato é que os 50 mil estudantes "respondem a questões sobre quanto tempo passam em smartphones, tablets e computadores e em atividades com interações sociais, além de questões sobre a felicidade como um todo".

    *Fato : "algo cuja existência pode ser constatada de modo indiscutível" (https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/)

    Assertiva correta: Letra D

  • Macete: insira a frase "eu penso que..." no trecho, se couber, é opinião, se não couber é um fato ou foi utilizado outro meio de argumentação.

    a) EU PENSO QUE agradar os filhos com smartphones, tablets e videogames pode, na verdade, contribuir para a infelicidade dos adolescentes. OPINIÃO.

    b) Por outro lado, EU PENSO QUE a abstinência total também não leva à felicidade. OPINIÃO.

    c) Adolescentes que passam mais tempo na frente de telas — jogando videogames, usando redes sociais e conversando por aplicativos de texto e vídeo — EU PENSO QUE são menos felizes que aqueles que investem mais tempo em outras atividades. OPINIÃO.

    d) EU PENSO QUE os adolescentes respondem a questões sobre quanto tempo passam em smartphones, tablets e computadores e em atividades com interações sociais, além de questões sobre a felicidade como um todo. Perceba que não coube o "EU PENSO QUE" nesse trecho, logo trata-se de algo que ocorreu na realidade. NÃO É OPINIÃO, É FATO.

    e) EU PENSO QUE os adolescentes mais felizes passam pouco menos de uma hora diária nas redes sociais. OPINIÃO.

    Essa técnica (técnica do "eu penso que" implícito) também serve para utilizar na confecção de redações, no momento de escrever seu ponto de vista (redações dissertativas argumentativas, tipo as do ENEM... cuidado que as redações Cespe são dissertativas EXPOSITIVAS e não argumentativas).

    RESPOSTA: D

  • Achei que era a letra C, pois no texto ele faz parte de um dados auferido pela pesquisa, alguém poderia esclarecer ?

  • único fato é que eles respondem a pesquisa, tanto que conseguem os dados. Entretanto, pode haver uma falsidade na pesquisa, que leva à incerteza e não gera um fato consistente.

  • Assertiva D

    Os adolescentes respondem a questões sobre quanto tempo passam em smartphones, tablets e computadores e em atividades com interações sociais, além de questões sobre a felicidade como um todo” L7: L12

  • (3º§) A equipe de Twenge analisou dados de uma pesquisa longitudinal, que anualmente entrevista cerca de 50 mil estudantes com idade entre 12 e 17 anos de todos os estados norte-americanos. Os adolescentes respondem a questões sobre quanto tempo passam em smartphones, tablets e computadores e em atividades com interações sociais, além de questões sobre a felicidade como um todo.

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  • A letra D apresenta um fato. As demais são conjecturas.

    Em relação a letra C. Parte dela é um fato, entretanto a parte: "(...) são menos felizes..." é uma opinião.

  • Fato: Coisa cuja realidade pode ser comprovada

  • Esta questão avalia a capacidade de o candidato interpretar as informações lidas no texto. O enunciado é bastante direto e pede que o candidato separe o que é fato daquilo que é conjectura (hipótese, suposição) ou opinião do redator.

    Dito isto, vamos analisar cada alternativa.

    A)    Incorreta. Aqui é relativamente fácil saber que se trata de uma suposição de quem escreveu o texto. Isso fica evidente no uso do verbo poder. Ora, agradar os filhos com os itens mencionados pode gerar infelicidade. Mas é fato, isto é, é certeza de que isso realmente acontece? Não. O trecho do texto fala em possibilidade. Portanto, não temos, aqui, um fato.

    B)    Incorreta. A frase trazida pela alternativa retoma as suposições e elaborações que vinham sendo feitas até então, introduzindo uma relação de oposição. Só que esta oposição é construída com base numa conjectura, isto é, numa hipótese. E a relação colocada é bem hipotética mesmo. Afinal, se, por um lado, certas práticas (uso exagerado de dispositivos eletrônicos) não deixam os jovens felizes, por outro, o abandono total desses aparelhos também não contribui, em tese, para a felicidade. A relação é bem sutil, mas trabalha com duas hipóteses. Logo, não temos fato.

    C)    Incorreta. Inicio o comentário com uma pergunta: é verdade que todos os adolescentes que passam mais tempo na frente das telas são menos felizes, em comparação com aqueles que não passam? Notem como destaquei o pronome indefinido todos. A resposta é não. Afinal, a pesquisa da qual trata o texto associado à questão foi realizada com um número limitado de jovens e não com todos. Portanto, o estudo aponta hipóteses, da mesma forma que a frase trazida pela alternativa.

    D)    Correta. É fácil saber que esta é a resposta correta, pois, aqui, a própria construção textual nos ajuda. Ora, de fato os adolescentes envolvidos no estudo responderam a algumas perguntas. O texto está constatando isso, ou seja, está apontando para um fato.

    E)     Incorreta. De novo trago o raciocínio de que a pesquisa envolveu determinado número de adolescentes e não todos eles. Portanto, aqui temos mais uma conjectura.

    Gabarito do Professor: Letra D. 

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  • Letra C.

    • Os resultados mostram que, em geral, 
    • O texto apresenta um FATO em geral
    • ja a assertiva “C” apresenta um um fragmento que dá a entender que é algo absoluto, mas que na verdade é apenas uma suposição.

    1) UMA SUPOSIÇÃO:

    “adolescentes que passam mais tempo na frente de telas são menos felizes que aqueles que investem mais tempo em outras atividades”

    • Nao da pra afiram então não é um fato, mas sim uma suposição.

    2) UM FATO:

    • Os resultados mostram que, em geral, “adolescentes que passam mais tempo na frente de telas são menos felizes que aqueles que investem mais tempo em outras atividades”