A comunicação visual acontece por meio de mensagens visuais, as quais fazem parte da grande família das mensagens que atingem os nossos sentidos, sonoras, térmicas, dinâmicas, etc. Nao se trata da via mais adequada para se interagir. Explico porque:
Geralmente o receptor pode estar imerso num ambiente cheio de perturbações, as quais podem alterar ou mesmo anular certas mensagens. Por exemplo, um sinal vermelho num ambiente em que seja predominante uma luz vermelha ficara quase anulado; ou então, um sinal de trânsito de cores banais, afixado em conjunto com outras indicações igualmente banais, misturar-se-á com elas desaparecendo nessa uniformidade.
Mesmo que a mensagem visual seja bem projetada, de modo a evitar qualquer deformação durante a emissão: ela chegara ao receptor, mas aqui encontrara outros obstáculos. Cada receptor, e cada um de modo diferente, possui algo que podemos definir como filtros, através dos quais a mensagem terá de passar para ser recebida. Um destes filtros e de caracter sensorial. Exemplo: um daltónico não vê certas cores e assim, as mensagens, baseadas exclusivamente na linguagem cromática, são alteradas, quando não anuladas. Outro filtro, podemos defini-lo como operativo, dependente das características psicofisiológicas constitutivas do receptor. Exemplo: e evidente que uma criança de três anos analisara uma determinada mensagem de maneira muito diferente da de um indivíduo mais maduro. Um terceiro filtro, que se poderia definir como cultural, deixara passar só aquelas mensagens que o receptor reconhece, isto e, as que fazem parte do seu universo cultural. Exemplo: muitos ocidentais não reconhecem a música oriental como música, porque não corresponde as suas normas culturais; para eles, a música «deve ser» a que sempre conheceram desde criança e não outra coisa.
Estes três filtros não são rigorosamente distintos e subsequentes como na ordem descrita; podem dar-se inversões ou contaminações reciprocas. Suponhamos, ainda, que a mensagem, atravessada a zona das perturbações e dos filtros, chegue a uma zona interior do receptor a que damos o nome de emissor do receptor. Esta zona pode emitir dois tipos de resposta a mensagem recebida: uma interior e uma exterior. Exemplo: se a mensagem visual diz ·«aqui é um bar», a resposta exterior manda o indivíduo beber; a resposta interior diz: não tenho sede.