SóProvas


ID
5080882
Banca
IBADE
Órgão
SEE-AC
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 2

Licença poética

De acordo com o dicionário Houaiss, o termo “Licença Poética” é definido como a “liberdade de o escritor utilizar construções, prosódias, ortografias, sintaxes não conformes às regras, ao uso habitual, para atingir seus objetivos de expressão”. Está presente na literatura, música e também nas propagandas.
Por meio da licença poética, o artista ganha liberdade de expressão e se desprende da normatividade das regras gramaticais e/ou métricas, utilizando, entre outros recursos, versos irregulares, erros ortográficos e/ou gramaticais e rimas falsas. Assim, observa-se uma espécie de erro proposital, empregado para destacar determinado ponto da obra.
Entre os exemplos de uso de licença poética, podemos destacar o poema Indivisíveis, de Mário Quintana, que apresenta a seguinte frase: “Meu primeiro amor sentávamos…”.
Segundo a norma culta da língua portuguesa, observa-se um erro de concordância verbal, uma vez que o verbo (sentar) deve concordar com o sujeito (Meu primeiro amor). Assim, a forma correta da flexão do verbo deveria ser “sentava” em vez de “sentávamos”, no entanto, o poeta optou em utilizar a primeira pessoa do plural para demarcar simbolicamente a fusão entre o casal de amantes.
O poeta Manoel de Barros também utiliza o recurso no trecho: “Gostaria agora de escrever um livro. Usaria o idioma das larvas incendiadas […]”. Nesse caso, ele utiliza a licença poética para criticar a forma como as pessoas costumam usar a linguagem, comparando-a às larvas. 
Na letra da música Socorro, de Arnaldo Antunes, percebe-se a presença da licença poética no trecho a seguir: “Meu coração já não bate, só apanha…”. Sabe-se que o coração não é capaz de bater ou apanhar, no entanto, com a utilização do recurso, o autor reforça que em sua vida afetiva está mais acostumado a sofrer do que a ter alegrias.
Também encontramos a licença poética em romances, roteiros de novela, textos publicitários, jornalísticos, assim como em todas as outras áreas que envolvam um trabalho direto com a língua. 
Além de ser utilizada como recurso estético, a licença poética pode ser utilizada para objetivos mais práticos. Por exemplo, quando há uma novela ambientada ou com núcleo formado por personagens estrangeiros, como ocorreu em Caminho da Índias (Rede Globo, 2009), de Glória Perez, surpreendentemente, observa-se que os mesmos falam português perfeitamente. Isso ocorre devido ao pacto ficcional estabelecido entre o público e o autor da obra. Pelo fato dos telespectadores serem muito variados, seria difícil que todos conseguissem acompanhar o ritmo da trama, caso a mesma fosse legendada, o que resultaria, consequentemente, em uma perda de público. Uma vez que as telenovelas visam, em primeiro lugar, a obtenção da audiência, não seria um bom negócio em termos econômicos. Sem falar do tempo, esforço e investimento que devem ser aplicados para ensinar uma língua estrangeira aos atores, que, no momento da veiculação da obra, precisariam apresentar fluência na mesma.
Assim, pode-se considerar a licença poética como uma manobra linguística válida para diversos gêneros textuais, que permite aos autores expressarem o que desejam do modo que considerem mais adequado.

Fonte: https://www.infoescola.com/literatura/licenca-poetica, acesso em fevereiro de 2020

Texto 3

“Era profundamente derrotado pelo mundo em que vivia. E separara-se das pessoas pela sua derrota e por sentir que os outros também eram derrotados. Ele não queria fazer parte de um mundo onde, por exemplo, o rico devorava o pobre. Como parecia-lhe um movimento apenas romântico, o seu, se se agregasse aos que lutavam contra o esmagamento da vida como esta era, então fechou-se numa individualização que, se não tomasse cuidado, podia se transformar em solidão histérica ou meramente contemplativa. Enquanto não viesse algo melhor, procurava relacionar-se com os outros derrotados por intermédio de uma espécie de amor torto, que atingia tanto os outros como, de algum modo, a si próprio.”

Fonte: http://notaterapia.com.br/2019/02/28/vender-alma-no-cotidiano-13- cronicas-curtas-de-clarice-lispector/, acesso em fevereiro de 2020 

Somando-se as leituras dos textos 2 e 3, o período “Como parecia-lhe um movimento apenas romântico,...” exemplifica licença poética da autora ao não associar devidamente o pronome ‘lhe’ ao uso proclítico, assinale a alternativa que apresenta colocação pronominal adequada à norma-culta:

Alternativas
Comentários
  • Isso atrativo , aproximação

  • Gab. B.

    a) Paula, me dá uma ajuda aqui! (errado. Depois de pontuação não se usa próclise, e sim ênclise).

    b) Isso me lembra algo. (correto! Pronomes Demonstrativos atraem a próclise, isto é, POA antes do verbo).

    c) Embora sentisse-se melhor, saiu. (errado. A conjunção subordinada atrai a próclise, logo não podemos usar a ênclise).

    d) Quando deram-te a notícia? (errado. justificativa igual a da alternativa C).

    e) Eu me orgulharei dos meus alunos. (errado. Os verbos no Futuro do Presente ou futuro do pretérito atrairão a mesóclise, ou seja, POA no meio do verbo, devendo ficar da seguinte forma = Eu orgulhar-me-ei dos meus alunos).

    Algum erro? notifique-me!

    Bons estudos!

  • Somente eu q acho não haver resposta? Posso estar enganado, mas o verbo lembrar quando pronominal rege preposição de, logo ficaria “isso me lembra de .....”
  • Considero que a alternativa E (Eu me orgulharei dos meus alunos.) também esta correta, pois a próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome reto ou sujeito expresso, exemplo:

    Eu lhe entregarei o material amanha.

    A Mesóclise é utilizada quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contando que esses verbos não estejam precedidos de palavras que exijam próclise, como é o caso da alternativa E.

  • Existe uma hierarquia.

    Primeiro próclise, depois mesóclise e por último ênclise.

    Passivs de anulação.

  • Somente eu q acho não haver resposta? Posso estar enganado, mas o verbo lembrar quando pronominal rege preposição de, logo ficaria “isso me lembra de .....”

    Concordo com o comentário de alguns, que a questão seja sobre pronome e não sobre regência, porém a alternativa está errada quando aponta uma alternativa "correta" estando redigida de forma irregular, podendo levar o candidato ao erro, pois ambas situações estão relacionadas, ou seja, colocando o pronome precisamos também de preposição.

    Enfim......

  • letra é tem regra da mesoclise

  • O verbo "orgulharei" está no futuro do presente, portanto é obrigatório o uso da mesóclise.

  • gab.B✔

    foi a primeira que descartei (ódio)

    Lembrar QUANDO verbo pronominal exige preposição "de" ,porém a questão não pediu isso, pediu colocação pronominal adequada,Enfim....vida que segue

  • Com o devido respeito, vou utilizar como base o comentário do colega Rogesson para comentar a alterna E.

    Gab. B.

    a) Paula, me dá uma ajuda aqui! (errado. Depois de pontuação não se usa próclise, e sim ênclise).

    b) Isso me lembra algo. (correto! Pronomes Demonstrativos atraem a próclise, isto é, POA antes do verbo).

    c) Embora sentisse-se melhor, saiu. (errado. A conjunção subordinada atrai a próclise, logo não podemos usar a ênclise).

    d) Quando deram-te a notícia? (errado. justificativa igual a da alternativa C).

    e) Eu me orgulharei dos meus alunos. (CERTO. Os verbos no Futuro do Presente ou futuro do pretérito atrairão a mesóclise, ou seja, POA no meio do verbo, devendo ficar da seguinte forma = Eu orgulhar-me-ei dos meus alunos). ENTRETANTO A GRAMÁTICA AFIRMA QUE A MESÓCLISE SÓ SERÁ OBRIGATÓRIA QUANDO O VERBO NO FUTURO INICIAR O PERÍODO:

    CONCLUIR-SE-Á A VIDA EM CICLOS.

    FAR-ME-IA UM FAVOR.

    No caso da alternativa E, existe a possibilidade tanto da próclise quanto da mesóclise.

    Eu me orgulharei dos meus alunos.

    ou

    Eu orgulhar-me-ei dos meus alunos.

    d. Verbo no futuro do presente ou do pretérito. “Os infiéis... contentarse-ão, talvez, com as riquezas...” (Alexandre Herculano) Proscrição Mesóclise ou próclise. MODERNA GRAMPATICA PORTUGUESA de Evanildo Bechara

  • Com o devido respeito, vou utilizar como base o comentário do colega Rogesson para comentar a alterna E.

    Gab. B.

    a) Paula, me dá uma ajuda aqui! (errado. Depois de pontuação não se usa próclise, e sim ênclise).

    b) Isso me lembra algo. (correto! Pronomes Demonstrativos atraem a próclise, isto é, POA antes do verbo).

    c) Embora sentisse-se melhor, saiu. (errado. A conjunção subordinada atrai a próclise, logo não podemos usar a ênclise).

    d) Quando deram-te a notícia? (errado. justificativa igual a da alternativa C).

    e) Eu me orgulharei dos meus alunos. (CERTO. Os verbos no Futuro do Presente ou futuro do pretérito atrairão a mesóclise, ou seja, POA no meio do verbo, devendo ficar da seguinte forma = Eu orgulhar-me-ei dos meus alunos). ENTRETANTO A GRAMÁTICA AFIRMA QUE A MESÓCLISE SÓ SERÁ OBRIGATÓRIA QUANDO O VERBO NO FUTURO INICIAR O PERÍODO:

    CONCLUIR-SE-Á A VIDA EM CICLOS.

    FAR-ME-IA UM FAVOR.

    No caso da alternativa E, existe a possibilidade tanto da próclise quanto da mesóclise.

    Eu me orgulharei dos meus alunos.

    ou

    Eu orgulhar-me-ei dos meus alunos.

    d. Verbo no futuro do presente ou do pretérito. “Os infiéis... contentarse-ão, talvez, com as riquezas...” (Alexandre Herculano) Proscrição Mesóclise ou próclise. MODERNA GRAMPATICA PORTUGUESA de Evanildo Bechara

  • Com o devido respeito, vou utilizar como base o comentário do colega Rogesson para comentar a alterna E.

    Gab. B.

    a) Paula, me dá uma ajuda aqui! (errado. Depois de pontuação não se usa próclise, e sim ênclise).

    b) Isso me lembra algo. (correto! Pronomes Demonstrativos atraem a próclise, isto é, POA antes do verbo).

    c) Embora sentisse-se melhor, saiu. (errado. A conjunção subordinada atrai a próclise, logo não podemos usar a ênclise).

    d) Quando deram-te a notícia? (errado. justificativa igual a da alternativa C).

    e) Eu me orgulharei dos meus alunos. (CERTO. Os verbos no Futuro do Presente ou futuro do pretérito atrairão a mesóclise, ou seja, POA no meio do verbo, devendo ficar da seguinte forma = Eu orgulhar-me-ei dos meus alunos). ENTRETANTO A GRAMÁTICA AFIRMA QUE A MESÓCLISE SÓ SERÁ OBRIGATÓRIA QUANDO O VERBO NO FUTURO INICIAR O PERÍODO:

    CONCLUIR-SE-Á A VIDA EM CICLOS.

    FAR-ME-IA UM FAVOR.

    No caso da alternativa E, existe a possibilidade tanto da próclise quanto da mesóclise.

    Eu me orgulharei dos meus alunos.

    ou

    Eu orgulhar-me-ei dos meus alunos.

    d. Verbo no futuro do presente ou do pretérito. “Os infiéis... contentarse-ão, talvez, com as riquezas...” (Alexandre Herculano) Proscrição Mesóclise ou próclise. MODERNA GRAMPATICA PORTUGUESA de Evanildo Bechara