SóProvas


ID
5090032
Banca
CS-UFG
Órgão
Câmara de Goiânia - GO
Ano
2018
Provas
Disciplina
Administração Pública
Assuntos

O governo empreendedor foi muito difundido na década de 1990, principalmente pelas ideias de Osborne e Gaebler no livro Reinventando o Governo, de 1995. Quais são as características de um governo empreendedor?

Alternativas
Comentários
  • gab: D

    alguns pontos sobre o Governo empreendedor:

    • competitividade na prestação de serviços
    • orientação para resultados
    • prevenção de problemas, e não tratamento
    • descentralização de decisões
    • prioridade por geração de receitas
    • transferência de responsabilidades para sociedade civil
    • cidadão visto como cliente dos serviços públicos

    fonte: colegas QC

  • Vamos analisar as alternativas sobre o governo empreendedor:

    Alternativa A. Errado. O governo empreendedor busca dar poder aos cidadãos, transferindo o controle das atividades à comunidade;

    Alternativa B. Errado. O governo empreendedor busca parceria com a sociedade civil.

    Alternativa C. Errado. A alternativa descreve os modelos de Administração Pública.

    Alternativa D. Certo. A alternativa descreve corretamente os objetivos do governo empreendedor (reinventando o governo).

    Gabarito: D

  • Gab D: Ideia de que para tornar um serviço público melhor, a comunidade deve participar da sua gestão. Compromisso com a cidadania e accountability (TRANSPARÊNCIA E PRESTAÇÃO DE CONTAS POR PARTE DO ESTADO)

  • Para resolução da questão em análise, faz-se necessário o conhecimento do Empreendedorismo.

    Diante disso, vamos a uma breve explicação.

    Segundo Dornelas (2003), o empreendedorismo significa fazer algo novo, diferente, mudar a situação atual e buscar novas oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor.

    O autor versa que, apesar da multiplicidade de conceitos para o empreendedorismo, é possível sintetizar os conceitos nas características descritas abaixo.

    - Fazer diferente;
    - Empregar recursos disponíveis de forma criativa;
    - Aceitar assumir riscos calculados e a possibilidade de fracassar;
    - Buscar oportunidade e inovar, sendo sempre um processo de criação de valor.

    Já na administração pública, a obra de David Osborne e Ted Gaebler, Reinventando o Governo (1994), é o marco na nova discussão da administração pública baseada na ideia do Empreendedorismo Governamental, ou seja, para os autores é necessário redefinir a atividade do governo, dando mais flexibilidade para atuar contra as situações complexas do ambiente que muda cada vez mais rápido.

    Segundo a citada teoria, o governo interveria na ordem econômica do Estado, mas migrando de uma ideia burocrática focada nos meios para uma organização mais eficaz, focada no resultado e inclusão dos cidadãos.

    Osborne e Gaebler (1992) organizaram uma lista com 10 conceitos para a mudança do governo, citados abaixo:

    1. Governo catalisador - os governos não devem assumir o papel de implementador de políticas públicas sozinhos, mas sim harmonizar a ação de diferentes agentes sociais na solução de problemas coletivos;

    2. Governo que pertence à comunidade - os governos devem abrir-se à participação dos cidadãos no momento de tomada de decisão;

    3. Governo competitivo - os governos devem criar mecanismos de competição dentro das organizações públicas e entre organizações públicas e privadas, buscando fomentar a melhora da qualidade dos serviços prestados. Essa prescrição vai contra os monopólios governamentais na prestação de certos serviços públicos;

    4. Governo orientado por missões - os governos devem deixar de lado a obsessão pelo seguimento de normativas formais e migrar a atenção na direção da sua verdadeira missão;

    5. Governo de resultados - os governos devem substituir o foco no controle de inputs para o controle de  outputs e impactos de suas ações, e para isso adotar a administração por objetivos;

    6. Governo orientado ao cliente - os governos devem substituir a autorreferencialidade pela lógica de atenção às necessidades dos clientes/cidadãos;

    7. Governo empreendedor - os governos devem esforçar-se a aumentar seus ganhos por meio de aplicações financeiras e ampliação da prestação de serviços;

    8. Governo preventivo - os governos devem abandonar comportamentos reativos na solução de problemas pela ação proativa, elaborando planejamento estratégico de modo a antever problemas potenciais;

    9. Governo descentralizado - os governos devem envolver os funcionários nos processos deliberativos, aproveitando o seu conhecimento e capacidade inovadora. Além de melhorar a capacidade de inovação e resolução de problemas, a descentralização também é apresentada como forma de aumentar a motivação e autoestima dos funcionários públicos;

    10. Governo orientado para o mercado - os governos devem promover e adentrar na lógica competitiva de mercado, investindo dinheiro em aplicações de risco, agindo como intermediário na prestação de certos serviços, criando agências regulatórias e institutos para prestação de informação relevante e, assim, abatendo custos transacionais.

    Ante ao exposto, a única alternativa que estabelece corretamente uma característica de um governo empreendedor é a letra D, pois retrata a transferência do controle de atividade da burocracia para a comunidade, dando responsabilidade ao cidadão ao invés de servi-lo.

    Ademais, a letra D retrata a característica do Governo orientado ao cliente. Deste modo, os governos devem substituir a autorreferencialidade pela lógica de atenção às necessidades dos clientes/cidadãos.


    Fontes:

    DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo Corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

    Reinventando o Governo - Devid Osborne e Ted Gaebler - 5ª Edição - Editora Comunicação.


    Gabarito do Professor: Letra D.
  • Uma das características do Governo Empreendedor : o Governo pertence a comunidade:

    Os cidadãos são chamados a participarem das decisões que afetam sua

    comunidade,

    bem como a colaborarem com a fiscalização/controle dos

    serviços públicos. Ou seja, ao invés de apenas “servir” ao cidadão, deve-se

    dar responsabilidade a ele.

    Osborne e Gaebler

  • Em 1994, tivemos a publicação do livro “Reinventando o Governo” de Osborne e Gaebler, principal referência do empreendedorismo governamental. O livro traz diversos exemplos práticos de como organizações públicas nos Estados Unidos adotaram medidas empreendedoras para gerar maior valor público.

    Dentre os princípios do empreendedorismo governamental, temos o de um governo empreendedor, que significa gerar receitas ao invés de despesas. Nas palavras de Osborne e Gaebler, governos empreendedores criam novas fontes de recursos (taxas por serviços específicos, multas a infratores etc.) e economizam recursos orçamentários para utilizá-los de maneira mais eficiente no ano seguinte.

    Note que a preocupação é criar receitas para aumentar a capacidade de entregar serviços para sociedade. Não é objetivo de um governo empreendedor aumentar o patrimônio do Tesouro Nacional, tampouco se almeja dentro de um modelo empreendedor um Estado intervencionista e que atue de forma empresarial.

    FONTE: https://www.direcaoconcursos.com.br