SóProvas


ID
5091121
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Precisamos falar sobre fake news

    Minha mãe tem 74 anos e, como milhões de pessoas no mundo, faz uso frequente do celular. É com ele que. conversando por voz ou por vídeo. diariamente. vence a distância e a saudade dos netos e netas.
    Mas, para ela, assim como para milhares e milhares de pessoas, o celular pode ser também uma fonte de engano. De vez em quando, por acreditar no que chega por meio de amigos no seu WhatsApp, me envia uma ou outra mensagem contendo uma fake news. A última foi sobre um suposto problema com a vacina da gripe que, por um momento, diferente de anos anteriores, a fez desistir de se vacinar.
    Eu e minha mãe, como boa parte dos brasileiros, não nascemos na era digital. Nesta sociedade somos os chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e até constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida.
    Sejamos sinceros. Nada nem ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a comunicação. Pior: é difícil destrinchar o que é verdade em tempo de fake news.
    Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado ano passado na revista "Science", foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, e concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e alcançam muito mais gente.
    Isso porque as fake news se valem de textos alarmistas, polêmicos, sensacionalistas, com destaque para notícias atreladas a temas de saúde, seguidas de informações mentirosas sobre tudo. Até pouco tempo atrás, a imprensa era a detentora do que chamamos de produção de notícias. E os fatos obedeciam a critérios de apuração e checagem.
    O problema é que hoje mantemos essa mesma crença, quase que religiosa, junto a mensagens das quais não identificamos sequer a origem, boa parte delas disseminada em redes sociais. Confia-se a ponto de compartilhar, sem questionar. O impacto disso é preocupante. Partindo de pesquisas que mostram que notícias e seus enquadramentos influenciam opiniões e constroem leituras da realidade. a disseminação das notícias falsas tem criado versões alternativas do mundo, da História, das Ciências "ao gosto do cliente", como dizem por ar.
    Os problemas gerados estão em todos os campos. No âmbito familiar, por exemplo, vai de pais que deixam de vacinar seus filhos a ponto de criar um grave problema de saúde pública de impacto mundial. E passa por jovens vítimas de violência virtual e física.
    No mundo corporativo, estabelecimentos comerciais fecham portas, profissionais perdem suas reputações e produtos são desacreditados como resultado de uma foto descontextualizada, uma imagem alterada ou uma legenda falsa.
    A democracia também se fragiliza. O processo democrático corre o risco de ter sua força e credibilidade afetadas por boatos. Não há um estudo capaz de mensurar os danos causados, mas iniciativas fragmentadas já sinalizam que ela está em risco.
    Estamos em um novo momento cultural e social, que deve ser entendido para encontrarmos um caminho seguro de convivência com as novas formas e ferramentas de comunicação.
    No Congresso Nacional, tramitam várias iniciativas nesse sentido, que precisam ser amplamente debatidas, com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil.
    O problema das fake news certamente passa pelo domínio das novas tecnologias, com instrumentos de combate ao crime, mas, também, pela pedagogia do esclarecimento.
    O que posso afirmar, é que, embora não saibamos ainda o antídoto que usaremos contra a disseminação de notícias falsas em escala industrial, não passa pela cabeça de ninguém aceitar a utilização de qualquer tipo de controle que não seja democrático.
    
O.A., O Globo, em 10 de julho de 2019

Em qual opção a colocação do pronome oblíquo NÃO está de acordo com a modalidade padrão da língua?

Alternativas
Comentários
  • Mesóclise. Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.

    Se o mundo corporativo despreocupar-se com as fake news, fechará as portas para o mercado. (errado)

    Se o mundo corporativo despreocupar-se com as fake news, fechar-se-á as portas para o mercado. (correto)

  • Acredito que o erro está na ênclise e não na suposta mesóclise, pois apesar do verbo "fechar" se encontrar no futuro do presente ele não exige o pronome, já na primeira oração temos o "se" como conjunção subordinativa iniciando uma oração subordinada adverbial condicional ou seja é uma palavra atrativa e nesse caso o correto seria o uso da próclise e não ênclise.

  • Essa questão foi baseada no ensino do Prof. Evanildo Bechara.

    • Não se pospõe, em geral, pronome átono a verbo flexionado em oração subordinada:

    “Confesso que tudo aquilo me pareceu obscuro “

    Moderna gramática portuguesa. Bechara, Evanildo. – 37. ed.

    Assim, para ele, numa oração subordinada, há preferência pela próclise.

  • GABA-B

    A)Já me enviaram uma ou outra mensagem contendo notícias falsas ou mentirosas.(Correta)

    O advérbio de tempo "JÁ" atrai o pronome para frente.(Próclise)

    B)Se o mundo corporativo despreocupar-se com as fake news, fechará as portas para o mercado.(Errado)

    Mesóclise. Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise.(lucas henrique)

    C)Confia-se nas mensagens a ponto de compartilhá-las, sem questionar suas origens.(Correto)

    Verbos no inicio da oração usa ênclise.Para quem não sabe,ênclise e pronome depois dos verbos

    Dicas: Verbos terminado r,s ou z---> Lo(s),La(s)

    D)Atualmente, convivemos com uma tecnologia que nos fascina e facilita muito a vida.(Correto)

    O pronome relativo "QUE" atrai o pronome para frente.(Próclise)

    E)Nada nem ninguém nos preparou para as mudanças tecnológicas que vivemos hoje.(Correto)

    Palavras negativas "Ninguém" atrai o pronome para frente.(Próclise)

  • Se o mundo corporativo despreocupar-se com as fake news, fechará as portas para o mercado.

    "Se o mundo corporativo" é uma ideia adverbial, ou seja, "atrai" o pronome. Portanto, utiliza-se próclise.

    Correto: Se o mundo corporativo se despreocupar com as fake news, fechará as portas para o mercado.

  • Os caras "enfeitam o pavão" com essas explicações kkk.
  • conjunção subordinada atrai, mesmo com o sujeito depois, simples.

  • Essa questão aí derruba até professor de português.

  • Mas ja não é conjunção?

    kkkk

  • correto seria DESPREOCUPA-LO, DESPREOCUPAR-SE esta deixando a questao errada

  • REGRAS DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL (AS QUE EU LEMBRO)

    1) NÃO PODE HAVER ÊNCLISE APÓS PALAVRAS NO PARTICÍPIO (despreocupar-se)

    2) USA-SE MESÔCLISE PARA EXPRESSAR FUTURO (TER-SE-Á PASSADO NA PREP)

    3) NÃO SE INICIA PERÍODO COM PRÓCLISE (CONFIA-SE NO MANÉ GALINHA)

    4) PALAVRAS ATRATIVAS COMO ADVÉRBIOS EM GERAL ATRAEM O PRONOME

    5) PRONOMES INDEFINIDOS TAMBÉM SÃO ATRATIVIS

    6) CONSTRUÇÕES CONCRETAS (EM SE TRATANDO DE TAL ASSUNTO)

  • Conjunção Subordinada Condicional atrai o pronome.

    PERTENCEREMOS

  • Conjunção Subordinada Condicional atrai o pronome.

    PERTENCEREMOS

  • Regra de pronome oblíquo:

    - não se pode iniciar frase com pronome oblíquo átono (me,te,se...)