Questão 5105161

• Banca: FCC
• Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal
• Ano: 2018
• Provas: FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Psicólogo Organizacional
• Disciplina: Português
• Assuntos: Coesão e coerência; Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Atenção: Para responder à questão de número, baseie-se no texto abaixo.

Juventude de hoje, de ontem e de amanhã

   A juventude é estranha porque é a velhice do mundo passada indefinidamente a limpo. Uma geração lega à outra um magma de erros e sabedoria, de vícios e virtudes, de esperanças e desilusões. O jovem é o mais velho exemplar da humanidade. Pesa-lhe a herança dos conhecimentos acumulados; pesa-lhe o desafio do que não foi conquistado; a inadequação entre o idealismo e o egoísmo prático; pesa-lhe o inconsciente da raça, esta sessão espírita permanente, através da qual cada homem se comunica com os mortos. 

   No encontro de duas gerações, a que murcha e a que floresce, há uma irrisão dramática, um momento de culpas, apreensões e incertezas. As duas figuras se contemplam: o jovem é o passado do velho, e este é o futuro que o jovem contempla com horror. Assim, o momento desse encontro é um espelho cujas imagens o tempo deforma, sem que se desfaça, para o moço e para o velho, a sinistra impressão de que as duas figuras são uma coisa só, um homem só, uma tragédia só. 

   O poeta romântico inglês Shelley poderia ser o padrão do adolescente de todas as épocas: nasceu de família respeitável e rica, foi bonito, sincero, revoltado, idealista, violento, amoroso, apaixonado pela vida e pela morte, inteligente, confuso e, sobretudo, de uma sensibilidade crispada. Não era um monstro: seus atos eram a consequência lógica de suas ideias, da lealdade às suas crenças. E enquanto escrevia versos musicais, fecundados de amor cósmico, esperança e idealismo social, atirava-se feroz contra o conformismo do clero, a monarquia, as leis vigentes, o farisaísmo universal. 

(Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. O amor acaba. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 135-136)

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

• A. Não parece ao autor do texto, que os mais jovens omitam experiências antigas, de sorte que as carregam nos valores aonde elas se embutem.
• B. Ao buscar entender os jovens – Paulo Mendes Campos, poeta e cronista, acredita que lhes caracteriza sobretudo o peso dos antecedentes.
• C. O cronista encontrou no poeta Shelley, uma espécie de paradigma da juventude, conquanto a representa tanto nos erros como nos acertos.
• D. O autor não postula a convicção de que os jovens sejam tão criativos, a ponto de se deixarem denegar das experiências mais antigas.
• E. O autor do texto – cronista e poeta dos bons – acredita que cada nova geração absorve as experiências das que a antecederam.

Gabarito: E

Comentários

• (A) Não parece ao autor do texto, (não se separa o complemento verbal do verbo) que os mais jovens omitam experiências antigas, de sorte que as carregam nos valores aonde (não há regência da preposição "a") elas se embutem. (ERRADO)

  (B) Ao buscar entender os jovens – Paulo Mendes Campos, poeta e cronista, (iniciou o isolamento de um suposto aposto explicativo com hífen, mas não o findou. Todavia, acredito que apenas os adjetivos "poeta e cronista" seriam as palavras a serem isoladas com a tal característica sintática, visto que "Paulo Mendes Campos seria o sujeito do verbo "acredita") acredita que lhes caracteriza sobretudo o peso dos antecedentes. (ERRADO)

  (C) O cronista encontrou no poeta Shelley, uma espécie de paradigma da juventude (não se separa o complemento verbal do verbo), conquanto a representa tanto nos erros como nos acertos. (ERRADO)

  (D) O autor não postula a convicção de que os jovens sejam tão criativos, a ponto de se deixarem denegar das experiências mais antigas (não se separa o nome do complemento nominal o qual completa seu sentid; e conforme o colega Rodrigo Ribeiro, denegar é um VTD e por isso não rege preposição). (ERRADO)

  (E) O autor do texto – cronista e poeta dos bons – acredita que cada nova geração absorve as experiências das que a antecederam. (GABARITO)

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  Equivoco(s)? Avise-me para que possa corrigir e não prejudicar os colegas.

  Boa sorte e bons estudos.

• e eu pensando que fcc só estava cobrando interpretação do texto kkkcring