A Covid-19 e a desigualdade
Conforme o coronavírus se espalha, vemos
mais diferenças ressaltadas. Em grande parte
dos EUA, outro grupo de risco surgiu. Morrem
proporcionalmente bem mais negros e latinos. O que
não parece ser obra do vírus, mas sim das pessoas.
Alguns índices de saúde dos EUA sempre foram os
piores dos países de primeiro mundo, como a maior
mortalidade infantil de filhos de mães jovens. Isso é
uma média entre famílias brancas com números
próximos dos outros países mais desenvolvidos e
famílias negras e latinas que ficam próximas de
países bem mais pobres.
Além disso, negros e latinos exercem mais
trabalhos essenciais, têm menos condições
financeiras de ficar em casa, vivem em densidades
maiores, têm mais diabetes, hipertensão, obesidade
e outros complicadores da Covid-19.
O mesmo deve acontecer no Brasil.
Pesquisadores do grupo M ave, da Fiocruz,
calcularam o índice de vulnerabilidade de brasileiros
considerando acesso à saúde, esgoto tratado,
eletricidade, IDH e outros indicadores de qualidade
de vida. Todos são fatores necessários para as
medidas mais importantes para barrar a pandemia e
promover o distanciamento e higiene constante.
Difícil ficar em casa quando é preciso andar
quilômetros para ter água para lavar as mãos. E as
regiões onde já vemos os sinais vermelhos, como
partes do Amazonas e do Ceará, em que o sistema de
saúde já está entrando em colapso, estão entre as
regiões mais vulneráveis que observaram.
Atila lamarino
(Trecho extraído e adaptado de: Folha de São Paulo, 19/04/2020)
Em “estão entre as regiões mais vulneráveis que
observaram” (4° parágrafo), o verbo observaram
encontra-se no plural por concordar com a seguinte
expressão mencionada no texto: