Animais também podem ser terapeutas e ajudar no tratamento de
doenças
Na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença. O
juramento dos matrimônios se encaixa muito bem na
fidelidade dos animais de estimação. Inclusive, hoje a
última parte pode ser levada ao pé da letra: está se
tornando cada vez mais comum que os pets colaborem
para a recuperação de pacientes dos mais variados casos
clínicos. "A Terapia Assistida por Animais (TAA) consiste
em tratamentos na área da saúde, onde um animal é co-terapeuta e auxilia o paciente a atingir os objetivos
propostos para o tratamento", ensina Laís Milani,
psicóloga e membro da diretoria da área de Terapia
Assistida por Animais do Instituto Nacional de Ações e
Terapias Assistidas por Animais (Inataa).
No Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, a
entrada de bichos de estimação é liberada desde o ano de
2009, desde que autorizado pelo médico responsável de
cada paciente. "Na verdade sempre existiu essa solicitação,
que partia de pacientes e familiares. Como existia
demanda e isso até encurta a permanência das pessoas no
hospital, de acordo com diversos estudos, criamos esse
fluxo e o transformamos em uma rotina, com
procedimentos claramente definidos e
institucionalizados", explica Rita Grotto, gerente de
atendimento ao cliente do hospital.
Qual o animal certo para a pet terapia?
Nem todo animal nasceu para ser um terapeuta, por
assim dizer. "Ele precisa ser tranquilo, ter uma
personalidade que as pessoas possam abraçar, beijar e
apertar, sem que ele reaja", explica o adestrador José Luis
Doroci, fundador do Projeto Novo Guia. Os animais mais
comuns são os cães e os cavalos, que no geral tem um
temperamento mais dócil. Mas gatos, jabutis, peixes,
coelhos e aves também podem e são usados nesse tipo de
projeto.
Não há uma recomendação específica de quem pode
ser ajudado pela pet terapia. "Qualquer paciente pode ser
beneficiado, desde que não haja alguma contraindicação,
como por exemplo, medo de animais, alergia ou
problemas de respiração, entre outros", observa a
psicóloga Fabiana Oliveira, do Instituto para Atividades,
Terapias e Educação Assistida por Animais de Campinas
(Ateac). Porém, alguns tipos de pacientes e alguns quadros
clínicos têm um resultado já atestado, dentre os quais se
destacam:
Estimula crianças
Diversos problemas infantis podem ser melhorados
com o convívio com animais. Um exemplo é a melhora do
quadro de portadores de autismo. "Elas têm muita
dificuldade no contato social e a simples presença de um
animal treinado associada a atividades adequadas para
eles auxiliam nesse desenvolvimento", relata Paula Lopes,
neuropsicóloga da Associação Brasileira de Hippoterapia e
Pet Terapia (Abrahipe) e do Centro de Reabilitação Gessy
Evaristo de Souza. Estudos mostram que as crianças
autistas apresentam diminuição nos comportamentos
negativos, como agressividade, alienação, isolamento,
entre outros com a presença de cães nas sessões, por
exemplo.
Benefícios para os idosos
Os animais são usados principalmente em idosos que
apresentam o mal de Alzheimer, mas não existem ainda
muitas pesquisas corroborando essa relação.
"Observamos, porém, que o contato com o animal
proporciona alguns benefícios que podem ajudar na
diminuição do impacto emocional desta patologia",
descreve a psicóloga Laís Milani, membro da diretoria da
área de Inataa. Entre os benefícios estão a melhora do
humor, relaxamento e diminuição da agressividade e
do estresse, proporcionados pela doença.
Reduz o estresse
É comprovado que o contato com os animais ajuda a
liberar diversos hormônios do bem: endorfinas beta,
prolactina e oxitocina. Eles todos atuam regulando as taxas
de cortisol, hormônio relacionado ao estado de alerta, o
que reduz o estresse. A psicóloga Laís Milani, da Inataa,
relembra outros benefícios: "Estudos indicam que a
interação homem-animal traz uma sensação de bem-estar
e conforto, resultando na diminuição dos níveis de
adrenalina, relacionado ao aumento da pressão arterial".
Além disso, essa convivência libera outro hormônio, a
acetilcolina, que está relacionada ao estado de
tranquilidade, diminuição da pressão arterial, frequência
cardíaca e respiratória, todos sintomas do estresse.
Melhora o quadro de depressão
É um consenso entre os especialistas que estar com um
animal de estimação aumenta a autoestima, senso de valor
próprio, o estabelecimento de hábitos positivos e o
interesse pelo outro. Tudo isso pode beneficiar pacientes
depressivos, que apresentam problemas nessas áreas.
"Estudos verificaram um aumento da produção e liberação
da serotonina e dopamina, hormônios responsáveis pela
sensação de prazer e alegria, após 15 a 20 minutos de
interação com o cão", reitera a psicóloga Cristiane Blanco.
(Fonte: texto adaptado de https://www.minhavida.com.br/bemstar/galerias/16239-animais-tambem-podem-ser-terapeutas-e-ajudar-notratamento-de-doencas, acesso em fevereiro de 2020.)
No fragmento “entre outros com a presença de cães nas
sessões,...”, a palavra destacada é flexão no plural de
‘sessão’, essa, por sua vez, é confundida comumente com
‘seção’ e ‘cessão’. Considerando as formas exemplificadas
(em destaque para melhor leitura), são empregos de: