“Maldito, maldito criador! Por que eu vivo? Por que não
extingui, naquele instante, a centelha de vida que você tão
desumanamente me concedeu? Não sei! O desespero
ainda não se apoderara de mim. Meus sentimentos eram
de raiva e vingança. Quando a noite caiu, deixei meu
abrigo e vagueei pelos bosques. (...) Oh! Que noite
miserável passei eu! Sentia um inferno devorar-me, e
desejava despedaçar as árvores, devastar e assolar tudo o
que me cercava, para depois sentar-me e contemplar
satisfeito a destruição. Declarei uma guerra sem quartel à
espécie humana e, acima de tudo, contra aquele que me
havia criado e me lançara a esta insuportável desgraça!”
Mary Shelley. Frankenstein. 2ª ed. Porto Alegre: LPM, 1985.
A Obra de Mary Shelley, Frankenstein, de 1818, faz alusão
ao contexto da Primeira Revolução Industrial e seus efeitos
sobre a sociedade e a condição humana. Sobre o período e
a obra, podemos afirmar que: