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ID
513490
Banca
FMP Concursos
Órgão
TCE-RS
Ano
2011
Provas
Disciplina
Administração Pública
Assuntos

No campo das políticas públicas alguns modelos explicativos foram desenvolvidos para se entender melhor como e por que o governo faz ou deixa de fazer alguma ação que repercutirá na vida dos cidadãos. Sobre esses modelos, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • O Chiavenato afirma categoricamente que o principal objetivo das políticas públicas é a efetividade. Não entendi porque a E está certa...
  • Concordo plenamente que a Efetividade deve ser o principal objetivo.

    Por exemplo, o que é mais importante pra um governo: 

    1) construir uma escola, fazendo mais com menos, maximizando/otimizando a utilização de recursos e gestão do tempo da obra?

    ou

    2) que alunos efetivamente se matriculem, frequentem as aulas, aprendam o conteúdo e se tornem pessoas melhores, com mais conhecimento?

    Ou seja, totalmente sem nexo a alternativa E. 

    Porém,

    Concurseiros são, muitas vezes, reféns de autores/bibliografias... e esses conceitos são preceituados pela escritora Celina Souza:

    Fonte: http://www.scielo.br/pdf/soc/n16/a03n16.pdf

    Abs,

    SH.
  • Ou seja, conforme a autora o erro está em afirmar que essa descrição seja referente ao modelo de arenas sociais sendo que é do  modelo da coalizão de defesa (advocacy coalition)

    Assim fica fácil fazer prova sem referência bibliográfica, aqui no Brasil temos pelo menos uns 500 autores sobre Políticas Públicas com várias opiniões divergentes.
  • Outro detalhe a se destacar na letra E é que a autora destaca a influência do novo gerencialismo público, cujo foco está na eficiência.
  • Chiavenato é aquele típico autor clínico geral, que se mete a escrever sobre tudo, mas acaba não escrevendo sobre nada.
    De qualquer modo, a alternativa "e" está correta, pois a vinculação à eficiência não é de modo amplo, pois a assertiva cita muito claramente que a partir do novo gerencialismo público as políticas públicas passaram a ter a eficiência como objetivo. Ou seja, o marco temporal é a reforma gerencial. A partir dela, qual é o objetivo das políticas públicas? A eficiência.
    Vejam que aqui, além de sermos obrigados a saber sobre teoria política, deveríamos discernir sobre a reforma administrativa gerencial, que tem a eficiência como um dos seus pilares. Então, plenamente correta a alternativa.
  • Incrementalismo: as políticas (assim como seus recursos) não partem do zero e sim, de decisões marginais e incrementais que desconsideram mudanças políticas ou mudanças substantivas nos programas públicos.

    Ciclo de políticas públicas: políticas é formado por vários estágios em processo dinâmico e de aprendizado: definição de agenda, identificação de alternativas, avaliação das opções, seleção das opções, implementação e avaliação.

    Coalização de defesa:  política pública é concebida como um conjunto de subsistemas relativamente estáveis (tem coalizões de defesa que se distinguem pelos seus valores, crenças e idéias), que se articulam com os acontecimentos externos, os quais dão os parâmetros para os constrangimentos e  os recursos de cada política pública.

     Modelo do “equilibrio interrompido”:  política pública se caracteriza por longos períodos de estabilidade, interrompidos por períodos de instabilidade que geram mudanças nas políticas anteriores. (baseado em noções da biologia e na computação)

     Modelos influenciados pelo “novo gerencialismo público” e pelo ajuste fiscal:

    a eficiência passou a ser vista como o principal objetivo de qualquer política pública, aliada à importância do fator credibilidade e à delegação das políticas públicas para instituições com “independência” política. Eficiência/racionalidade das políticas públicas, que seria alcançada por novas políticas voltadas, por exemplo, para a desregulamentação, privatização e para reformas no sistema social, as quais, afirma-se, poderiam diminuiriam os riscos da ação coletiva. Credibilidade baseia-se na existência de regras claras em contraposição à discricionariedade dos decisores públicos e burocratas, a qual levaria à inconsistência. Delegação de poder a instituições bem desenhadas e “independentes” do jogo político e fora da influência dos ciclos eleitorais.
     

     
  • Coalizão de defesa

    O modelo da coalizão de defesa (advocacy coalition) defende que a política pública deveria ser concebida como um conjunto de subsistemas relativamente estáveis, que se articulam com os acontecimentos externos, os quais dão os parâmetros para os constrangimentos e os recursos de cada política pública. Além disso, também defende que crenças, valores e idéias são importantes dimensões do processo de formulação de políticas públicas, em geral ignorados pelos modelos anteriores. Assim, cada subsistema que integra uma política pública é composto por um número de coalizões de defesa que se distinguem pelos seus valores, crenças e idéias e pelos recursos de que dispõem.

    Arenas sociais

    O modelo de arenas sociais vê a política pública como uma iniciativa dos chamados empreendedores políticos ou de políticas públicas. Isto porque, para que uma determinada circunstância ou evento se transforme em um problema, é preciso que as pessoas se convençam de que algo precisa ser feito. É quando os policy makers do governo passam a prestar atenção em algumas questões e a ignorar outras. Existiriam três principais mecanismos para chamar a atenção dos decisores e formuladores de políticas públicas: (a) divulgação de indicadores que desnudam a dimensão do problema; (b) eventos tais como desastres ou repetição continuada do mesmo problema; e (c) feedback, ou informações que mostram as falhas da política atual ou seus resultados medíocres. Esses empreendedores constituem a policy community, comunidade de especialistas, pessoas que estão dispostas a investir recursos variados esperando um retorno futuro, dado por uma política pública que favoreça suas demandas. Eles são cruciais para a sobrevivência e o sucesso de uma idéia e para colocar o problema na agenda pública.

    Esses empreendedores podem constituir, e em geral constituem, redes sociais.8 Redes envolvem contatos, vínculos e conexões que relacionam os agentes entre si e não se reduzem às propriedades dos agentes individuais. As instituições, a estrutura social e as características de indivíduos e grupos são cristalizações dos movimentos, trocas e "encontros" entre as entidades nas múltiplas e intercambiantes redes que se ligam ou que se superpõem. O foco está no conjunto de relações, vínculos e trocas entre entidades e indivíduos e não, nas suas características. Este método e referencial teórico partem do estudo de situações concretas para investigar a integração entre as estruturas presentes e as ações, estratégias, constrangimentos, identidades e valores. As redes constrangem as ações e as estratégias, mas também as constroem e reconstroem continuamente. A força deste modelo está na possibilidade de investigação dos padrões das relações entre indivíduos e grupos.

    FONTE: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-45222006000200003&script=sci_arttext


  • estudar! muito importante!

  • C

  • Exatamente. A "E" é cópia do texto clássico da Celina Souza sobre Políticas Públicas:

    "A partir da influência do que se convencionou chamar de “novo gerencialismo público” e da política fiscal restritiva de gasto, adotada por vários governos, novos formatos foram introduzidos nas políticas públicas, todos voltados para a busca de eficiência. Assim, a eficiência passou a ser vista como o principal objetivo de qualquer política pública, aliada à importância do fator credibilidade e à delegação das políticas públicas para instituições com “independência” política. Estes novos formatos, que guiam hoje o desenho das políticas públicas mais recentes, ainda são pouco incorporados nas pesquisas empíricas. A ênfase na eficiência nasceu da premissa de que as políticas públicas e suas instituições estavam fortemente influenciadas por visões redistributivas ou distributivas, na linguagem de Lowi, desprezando-se a questão da sua eficiência. As razões para tal reconhecimento estão na crise fiscal e ideológica do Estado, aliadas ao declínio do sonho pluralista que caracterizou a visão norte-americana sobre políticas públicas em décadas passadas." (p. 34)