Leia o texto a seguir e responda à questão:
A humanidade sonha com a possibilidade de voar
desde que pela primeira vez viu uma ave a singrar
o céu. Está aí o mito grego antigo de Dédalo e Ícaro
que não nos deixa mentir. Mas torná-lo realidade
não foi fácil e passou primeiro pelos balões, antes
de finalmente chegar à sua expressão consagrada,
na forma do avião.
O sonho começou a avançar concretamente em
1709, quando o padre Bartolomeu de Gusmão,
brasileiro nascido em Santos, demonstrou à
corte portuguesa o primeiro balão de ar quente. A
tecnologia só seria levada a um estágio prático pelos
irmãos Montgolfier, na França, que em 1783 fizeram
o primeiro voo tripulado num veículo mais leve que
o ar.
Foi também num balão que o jovem Alberto
Santos-Dumont, filho de uma abastada família de
cafeicultores, realizou seu sonho de voar. Em 1898,
ele saiu da experiência com duas impressões: o
encantamento de flutuar pelo ar e a frustração de não
poder controlar a direção do balão, voando ao sabor
dos ventos. Em nenhum momento, contudo, lhe
ocorreu pensar no voo de um aparelho mais pesado
que o ar. Aliás, a sabedoria científica do fim do século
19 julgava tal aparelho impossível. Lorde Kelvin, pai
da termodinâmica e um dos físicos mais prestigiados
da época, proclamou: “Eu afirmo categoricamente
que máquinas voadoras mais pesadas que o ar são
impossíveis.”
Trecho da reportagem de Salvador Nogueira, na
revista Super Interessante: Quem, afinal, inventou o
avião?, em agosto de 2016.
O termo “lhe”, presente na frase “lhe ocorreu pensar no voo”, corresponde no texto: