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Lembremos aqui o célebre estudo de Pierce sobre a estrutura da linguagem: a) semântica; b) sintaxe; c) pragmática – é a chamada semiótica em filosofia da linguagem. Os signos estariam na semântica, no seu “indicar” os objetos. A sintaxe se compõe pela relação entre os signos entre si e a pragmática é o uso – assim, segundo o texto acima, o sentido de um símbolo se dá através da pragmática, do uso e não de modo isolado na semântica e na sintaxe. Assim, podemos dizer que
A alternativa (a) está errada, porque não indica indícios, quer pela semântica e menos ainda pelo uso na pragmática.
A alternativa (b) está correta, pois ao vermos uma pegada, transmite-nos a ideia de que alguém passou por ali. Aprendemos isso no uso, na pragmática. Se fosse somente pela semântica, seria apenas a marcar de um pé, se fosse pela sintaxe, apenas a relação entre solo arenoso e marcas de pés – mas é a pragmática, o uso, que nos leva a creditar o sentido de “alguém passou” a uma pegada na areia.
A alternativa (c) está errada, pois é um signo semântico, símbolo nacional. O sentido está nele mesmo.
A alternativa (d) está errada, todavia poderia confundir o candidato ao pensar que seria indícios de que o homem pratica esportes. Em caso de dúvidas como essa, vale a pena eleger a alternativa mais óbvia e nunca ir além do enunciado da questão.
A alternativa (e) está errada, pois não é um indício propriamente dito, mas algo já posto, no caso, um vaso de plantas sobre a mesa. Há aqui uma relação semântica (vaso de plantas) e uma sintática (sobre a mesa).
A pomba branca indica paz sim, mas ela não se encaixa em "origem em formas ou situações naturais ou casuais, as quais, devido à ocorrência em circunstâncias idênticas, muitas vezes repetidas, indicam algo e adquirem significado "
A pomba indica paz, de fato de termos criado esse significado para ela. Logo, não é um indício construído ao acaso, sem querer, com repetições...
A (A) não é uma pomba branca. Você associou a imagem a uma pomba branca devido ao fenômeno da pareidolia, que é a capacidade de o homem atribuir padrões a estímulos visuais difusos. Da mesma forma que você viu uma pomba branca, outra pessoa pode ver um trevo, ou um coqueiro, ou uma peça de quebra-cabeça. Diz mais sobre a sua formação cultural que a imagem em si. Mesmo que fosse uma pomba branca, a associação pomba branca e paz não é automática; é uma informação cultural. Para um aborígene australiano, por exemplo, pomba branca pode não ser paz.
Por sua vez, a (B) é inconfundivelmente uma pegada. É um indício porque estabelece a seguinte relação causal universal: se há ali uma pegada, alguém passou por ali.