A posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, lhe, vos, o[s], a[s], etc.) pode ser distintamente três: próclise (antes do verbo. p.ex. não se realiza trabalho voluntário), mesóclise (entre o radical e a desinência verbal, p.ex. realizar-se-á trabalho voluntário) e ênclise (após o verbo, p.ex. realiza-se trabalho voluntário).
Inspecionemos item a item:
a) Lúcia me quer bem, mas nada a faz gostar de meu irmão.
Correto. Os pronomes "me" e "a" estão corretamente posicionados na estrutura;
b) Só pediram que eu abrigasse-me para me proteger da chuva.
Incorreto. Em que pese a presença manifesta do sujeito da oração subordinada, a partícula "que" atrai para perto de si o pronome "me". Correção: "Só pediram que eu me abrigasse (...)";
c) Ele não deu-lhes tudo o que elas precisavam, por isso recorreram ao cofrinho comum.
Incorreto. O pronome "lhes" é atraído para perto do advérbio "não", fator atrativo de próclise. Também seria possível recorrer ao caso da apossínclise, ou seja, alojar o pronome antes da palavra negativa (ele lhes não deu tudo...). Correção: "Ele não lhes deu tudo o que elas precisavam (...)";
d) Apesar do tempo estar instável, encontrarei-os depois do jantar para irmos ao cinema.
Incorreto. O verbo "encontrarei" está no futuro do presente e o pronome "os" não pode encetar a frase, de sorte que ele, o pronome, deve alojar-se entre a desinência e o radical, em mesóclise. Correção: "(...) encontrá-los-ei depois do jantar para irmos ao cinema".
Letras A