Sinteticamente, na definição de Napoleão Mendes de Almeida, os vícios de linguagem constituem palavras ou construções que deturpam, desvirtuam ou dificultam a manifestação do pensamento, seja pelo desconhecimento da norma culta, seja pelo descuido do emissor. Os principais são estes: barbarismo, anfibologia, cacofonia, eco, arcaísmo, vulgarismo, estrangeirismo, solecismo, obscuridade, hiato, colisão, neologismo, preciosismo, pleonasmo vicioso.
I. Ronaldo deu ao irmão sua bola.
Consta ambiguidade (ou anfibologia). Não há como precisar a quem pertence a bola: a Ronaldo ou a seu irmão;
II. Os gestores participaram do encontro íberoamericano.
Consta silabada, erro de pronúncia ou acentuação de uma palavra. Note que o adjetivo "iberoamericano" deve ser grafado sem o acento agudo;
III. No evento estiveram os professores os mais renomados.
Consta galicismo (ou francesismo), uso de palavras ou expressões provenientes do francês. No caso em tela, o vício de linguagem se aloja na estrutura "os professores os mais renomados". A presença do segundo artigo "os" caracteriza o vício. Para dissipá-lo, basta que se suprima o artigo: "No evento estiveram os professores mais renomados";
IV. “Eu lhe amo muito”, disse Nestor à noiva.
Consta solecismo regencial, especialmente de regência verbal. O verbo "amar" é transitivo direto e seu complemento verbal, no contexto em tela, deve ser o pronome "a", e não "lhe". Correção: "Eu a amo muito".
Letra B