SóProvas


ID
5200876
Banca
CONTEMAX
Órgão
Câmara de Flores - PE
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sexo e temperamento em três sociedades primitivas

  Nos anos 30, Margareth Mead comparou três sociedades primitivas da Nova Guiné, visando observar como as atitudes sociais se relacionavam com as diferenças sexuais. A partir dos resultados obtidos na pesquisa, concluiu que a crença, então compartilhada na sociedade americana, em um temperamento inato ligado ao sexo não era universal. Segundo ela, toda cultura determina de algum modo os papéis dos homens e das mulheres, mas não o faz necessariamente em termos de contraste entre as personalidades prescritas para os dois sexos nem em termos de dominação ou submissão.
  Entre os povos estudados por Mead, os montanheses Arapesh, agricultores e criadores de porcos, eram (homens e mulheres) maternais, cooperativos, sociáveis, pouco individualistas e orientados para as necessidades da geração seguinte. Em síntese, um povo com características “femininas”.
  Já os ferozes caçadores de cabeça Mundugumor, agricultores e pescadores, eram o extremo oposto. De acordo com a autora, desprezando o sexo como base para o estabelecimento de diferenças de personalidade, padronizaram o comportamento de homens e mulheres como “ativamente masculino, viril e sem quaisquer das características edulcoradas que estamos acostumados a considerar indiscutivelmente femininas”. Esse povo era formado por indivíduos implacáveis que se aproximavam de um tipo de personalidade que, na cultura americana, só se encontraria em homens indisciplinados e extremamente violentos.
  Nos Tchambuli, por sua vez, pescadores lacustres e amantes das artes, havia uma inversão das atitudes sexuais: a mulher seria o parceiro dirigente, dominador e impessoal, e o homem, menos responsável e emocionalmente dependente.
  Para Mead, o fato de que traços de temperamento tradicionalmente considerados femininos fossem, em uma tribo, erigidos como padrão masculino e, em outra, prescritos para a maioria das mulheres e dos homens demonstra não haver base para considerar tais aspectos comportamentais vinculados ao sexo. Essa conclusão seria reforçada pela inversão da posição de dominância entre os sexos no terceiro povo estudado.
(PISCITELLI, Adriana. Uma questão de gênero – Mente cérebro. São Paulo: Duetto Editorial, 2008. p. 24)

Os termos destacados nas passagens abaixo retiradas do texto desempenham o mesmo papel morfológico, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • O O da C é pronome e o restante é artigo.

  • LETRA C

    mas não o ( PRONOME) faz necessariamente em termos de contraste(...)” (1º parágrafo) O NÃO ATRAI O PRONOME.

    AS OUTRAS ALTERNATIVAS SÃO ARTIGOS.

  • A questão é de morfologia e quer saber qual dos termos destacados nas passagens abaixo retiradas do texto NÃO desempenha o mesmo papel morfológico das demais. Vejamos:

     .

    A) “(...) as atitudes sociais se relacionavam com as diferenças sexuais.” (1º parágrafo)

    Errado. "As", nesse caso, é artigo definido.

    Artigo: é uma palavra que antepomos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado ou indeterminado. Dividem-se os artigos em definidos e indefinidos.

    Artigos definidos: determinam de forma precisa os substantivos. São eles: o, a, os, as.

    Artigos indefinidos: indeterminam os substantivos, caracterizando-os de forma vaga, imprecisa e generalizada, sem particularizar e individualizar pessoas, objetos ou lugares. São eles: um, uma, uns, umas.

     .

    B) “(...) em um temperamento inato ligado ao sexo não era universal.” (1º parágrafo)

    Errado. "O", nesse caso, é artigo definido.

     .

    C) “(...) mas não o faz necessariamente em termos de contraste(...)” (1º parágrafo)

    Certo. Diferente das demais alternativas, "o", nesse caso, é pronome pessoal do caso oblíquo.

    Pronome: palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui o substantivo, determina ou o acompanha, indicando-o como pessoa do discurso ou situando-o no espaço e no tempo. São classificados em pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, relativos e indefinidos e também podem ser classificados em pronomes adjetivos e pronomes substantivos.

    Pronomes pessoais: substituem os substantivos, indicando as pessoas do discurso (1ª pessoa: aquele que fala; 2ª pessoa: aquele com quem se fala; 3ª pessoa: aquele de quem se fala).

    Pronomes pessoais do caso reto: exercem a função sintática de sujeito da oração. São eles: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Ex.: Eu tenho estudado muito.

    Pronomes pessoais do caso oblíquo: exercem a função sintática de complemento nominal, complemento verbal (objeto direto ou indireto), agente da passiva, adjunto adnominal ou adverbial, sujeito de uma oração reduzida. Podem ser átonos (não antecedidos de preposição): me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes; ou tônicos (precedidos por preposição): mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas. Ex.: Entregou-me a encomenda. (complemento do verbo "entregar")

     .

    D) “Entre os povos estudados por Mead, (...)” (2º parágrafo)

    Errado. "Os", nesse caso, é artigo definido.

     .

    E) “(...) eram o extremo oposto.” (3º parágrafo)

    Errado. "O", nesse caso, é artigo definido.

     .

    Gabarito: Letra C