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ID
520384
Banca
COPEVE-UFAL
Órgão
UFAL
Ano
2011
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

De acordo com Carlos Montaño (2009), existem duas teses opostas sobre a gênese do Serviço Social, a perspectiva endogenista e a perspectiva histórico-crítica. Sobre elas, pode-se afirmar:

Alternativas
Comentários
  • Para Montaño, torna-se assim necessária a clara caracterização e
    construção de um projeto profissional crítico e progressista
    a partir de “tendências histórico-críticas”, fundado
    em princípios e valores tais como: a liberdade (não só
    formal, negativa, mas que considere a potencialidade), a
    democracia substantiva (e a democratização); a cidadania
    e sua expansão, ampliando os direitos humanos,
    civis, políticos e sociais; a justiça social (e a igualdade
    social, que não se confundem com a identidade); as políticas
    sociais universais, não-contributivas, de qualidade
    e constitutivas de direito de cidadania; a ampliação da esfera
    pública; a eliminação de toda forma de exploração,
    dominação e submissão como sistema de convivência
    social e de desenvolvimento de uma essencial cidadania
    e da emancipação humana.
    KATÁLYSIS v. 9 n. 2 jul./dez. 2006 Florianópolis SC (pg. 144)
  • As endências “endogenistas” valorizam a filantropia, a benemerência, assim como valores abstratos como o “bem-comum” e a “conciliação entre classes” (a exemplo das Encíclicas Rerun Novarum e Quadragesimo Anno), que aceitam como inalterável o sistema social imperante (perspectivas antimarxistas, tocquevillianas, neoliberais, pós-modernas, etc.).

    KATÁLYSIS v. 9 n. 2 jul./dez. 2006 Florianópolis SC (pg. 148)
  • Para Montaño (2003) a primeira tese sustenta a origem do
    Serviço Social na evolução, organização e profissionalização das formas “anteriores”
    de ajuda, da caridade e da filantropia, vinculada agora à intervenção na “questão
    Social”.
    Montaño (2003) aborda também uma análise histórico crítica que é uma ação analítica histórica do Serviço Social, pois subtende a gênese
    da profissão segundo avanços de projetos políticos e econômicos que favorecem o
    desenvolvimento histórico, ou seja, a hegemonia do Capitalismo e devido à
    concentração dos meios de produção nas mãos de uma classe representada por uma
    minoria na sociedade, e do outro lado à existência de quem não tinham nada a não ser
    a sua força de trabalho para vender.
    http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2011/CdVjornada/JORNADA_EIXO_2011/DESIGUALDADES_SOCIAIS_E_POBREZA/POBREZA_E_POLITICAS_PUBLICAS.pdf
  • Existem duas teses opostas que tratam da gênese do Serviço Social, a perspectiva endogenista e a perspectiva histórico-crítica. A primeira, a endogenista, caracteriza o Serviço Social como uma profissão evoluída das primeiras formas de ajuda, isto é, como se essa fosse uma evolução, tecnificação e profissionalização da filantropia, da caridade e da benemerência. Essa tese não considera a historicidade da profissão, a influência de cada contexto histórico, político, social e econômico que rebateram na profissão, inclusive, fomentando sua origem. Segundo a tese endogenista, a profissão de Serviço Social basicamente se constitui como uma continuidade das ações de caridade e a organização e sistematização dessas práticas. Como oposição a essa tese, tem-se a perspectiva histórico-crítica que compreende a profissionalização do Serviço Social como a ruptura com as práticas anteriores de ajuda, filantropia e caridade. Além disso, essa tese aponta a relação intrínseca entre o desenvolvimento capitalista e a profissionalização do Serviço Social, ao ingresso no cenário político da classe trabalhadora e o necessário reconhecimento por parte do Estado de intervir na questão social via políticas sociais (lócus privilegiado de atuação do assistente social). Pode-se afirmar que na atualidade apesar do Serviço Social ter rompido com o conservadorismo na profissão, com as práticas filantrópicas e moralizantes, os profissionais são ainda requisitados por seus empregadores para desenvolver ações educativas, no sentido de enquadramento dos trabalhadores, minimização de conflitos entre classes, contribuindo para o aumento da produção, dentre outras. No entanto, o assistente social com sua formação crítica pode construir alternativas e favorecer o outro pólo, o dos trabalhadores.


    RESPOSTA: E
  • Existem duas teses opostas que tratam da gênese do Serviço Social:

    I - a perspectiva endogenista => caracteriza o Serviço Social como uma profissão evoluída das primeiras formas de ajuda, isto é, como se essa fosse uma evolução, tecnificação e profissionalização da filantropia, da caridade e da benemerência. Essa tese não considera a historicidade da profissão, a influência de cada contexto histórico, político, social e econômico que rebateram na profissão, inclusive, fomentando sua origem. Segundo a tese endogenista, a profissão de Serviço Social basicamente se constitui como uma continuidade das ações de caridade e a organização e sistematização dessas práticas.

    II - a perspectiva histórico-crítica => compreende a profissionalização do Serviço Social como a ruptura com as práticas anteriores de ajuda, filantropia e caridade. Além disso, essa tese aponta a relação intrínseca entre o desenvolvimento capitalista e a profissionalização do Serviço Social, ao ingresso no cenário político da classe trabalhadora e o necessário reconhecimento por parte do Estado de intervir na questão social via políticas sociais (lócus privilegiado de atuação do assistente social). Pode-se afirmar que na atualidade apesar do Serviço Social ter rompido com o conservadorismo na profissão, com as práticas filantrópicas e moralizantes, os profissionais são ainda requisitados por seus empregadores para desenvolver ações educativas, no sentido de enquadramento dos trabalhadores, minimização de conflitos entre classes, contribuindo para o aumento da produção, dentre outras. No entanto, o assistente social com sua formação crítica pode construir alternativas e favorecer o outro pólo, o dos trabalhadores.

  •  a) INCORRETA - a perspectiva endogenista considera que as bases da profissão do assistente social não estão relacionadas às primeiras formas de ajuda.

     

     b) INCORRETA -  a perspectiva histórico-crítica entende que há uma continuidade entre a natureza do Serviço Social e as práticas de filantropia, com características diferentes.

     

     c) INCORRETA -  a perspectiva histórico-crítica entende que há uma continuidade entre a natureza do Serviço Social e as práticas de filantropia, com características diferentes.

     

     d) INCORRETA -  na perspectiva endogenista, a origem do Serviço Social não está relacionada com a evolução, organização e profissionalização das formas anteriores de ajuda, vinculadas à caridade e à filantropia.

     

     e) CORRETA - na perspectiva histórico-crítica a natureza do Serviço Social é distinta das formas anteriores de ajuda, com características semelhantes.

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    Outra questão acerca dessa temática.

     

    Ano: 2018  Banca: UFMG  Órgão: UFMG   Prova: Assistente Social

     

    Carlos Montaño no livro “A natureza do Serviço Social”, apresenta duas teses sobre a natureza do Serviço Social: a perspectiva endogenista e a perspectiva histórico-crítica. Com base nessas tendências, relacione a primeira coluna com a segunda.

     

    1- PERSPECTIVA ENDOGENISTA 

    2-  PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA

     

    Na PERSPECTIVA ENDOGENISTA a relação do Serviço Social com a história e a sociedade é adjetiva, circunstancial, acidental. Há uma clara visão de externalidade, de exterioridade, na consideração do social para a análise da história profissional.

    Na PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA entende o surgimento da profissão do assistente social como um produto da síntese dos projetos político-econômicos que operam no desenvolvimento histórico, onde se reproduz material e ideologicamente a fração de classe hegemônica, quando, no contexto do capitalismo na sua idade monopolista, o Estado toma para si as respostas à “questão social”.

    Na PERSPECTIVA ENDOGENISTA o surgimento do Serviço Social está diretamente vinculado às opções particulares, mesmo que pessoais ou coletivas, dos sujeitos filantropo-profissionais, em fazer evoluir as ações que já desenvolviam de forma assistemática, desorganizada e voluntariamente.

    Na PERSPECTIVA ENDOGENISTA numa visão mais estrutural, essa perspectiva identifica a origem do Serviço Social ainda na Idade Média, distinguindo dois tipos de ações assistenciais que convergem para o terreno de gênese da profissão: a caridade e a filantropia.

    PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA o Serviço Social tem um papel a cumprir dentro da ordem social e econômica, na prestação de serviços: ao assistente social lhe é demandado participar da reprodução tanto da força de trabalho, das relações sociais, quanto da ideologia dominante.

     

    Assinale a opção que apresenta a sequência CORRETA:

     

     a)1, 2, 1, 1, 2.

     b)2, 1, 1, 1, 2.

     c)1, 2, 2, 2, 1.

     d)2, 2, 2, 1, 2.

     

     

  • Questão tranquila, apenas para te ajudar a fixar o conteúdo.

    (A) a perspectiva endogenista considera que as bases da profissão do assistente social não estão relacionadas às primeiras formas de ajuda.

    Errado. Como nós vimos é exatamente isso que ela pensa, que as origens do Serviço Social está ligadas as primeiras formas de ajuda.

    (B) a perspectiva histórico-crítica entende que há uma continuidade entre a natureza do Serviço Social e as práticas de filantropia, com características diferentes.

    Errado. Não mesmo. O marxismo inscreve a leitura do Serviço Social no contexto da sociedade capitalista. Nada de filantropia.

    (c) na perspectiva endogenista, a origem do Serviço Social não está relacionada com a evolução, organização e profissionalização das formas anteriores de ajuda, vinculadas à caridade e à filantropia.

    Errado. A justificava é a mesma da letra “a”. Aliás, o item fez um copiar colar e adicionou mais um sinônimo.

    (D) na perspectiva histórico-crítica a natureza do Serviço Social é distinta das formas anteriores de ajuda, com características semelhantes.

    Certo. É isso mesmo, no entendimento na perspectiva histórico-crítica o Serviço Social não é entendido como uma evolução da ajuda.

    RESPOSTA: LETRA D