Também errei a questão, porém, lendo com mais calma e vendo os comentários, creio que a explicação seja a seguinte.
a)“É que, ao agirmos mal e nos darmos conta disso, (...)” (1º parágrafo)
O que pode estar gerando a confusão é a palavra 'mal', que de acordo com a regra de colocação pronominal obriga a próclise, no entanto, temos o conectivo 'e' iniciando uma nova oração. E como o verbo subsequente é uma oração reduzida de infinitivo, ele pode também ser reescrito "ao agirmos mal e darmo-nos conta disso".
e) “(...) mas preferimos confessar-nos “escravos das circunstâncias” (...)” (2º parágrafo)
Aqui temos a mesma situação que ocorre acima, mas ficaria incorreto o pronome vir entre a locução 'preferimos confessar', ela teria que vir ou antes (mas nos preferimos confessar) [obviamente incorreto] ou após a locução, que é como já está escrito.
Portanto, Gab. A mesmo.
A)“É que, ao agirmos mal e nos darmos conta disso, (...)” (1º parágrafo)
Neste caso, pode haver a colocar enclítica ou proclítica. Ao meu ver, não se deve levar em consideração o advérbio "mal", antes dele temos a conjunção "e", ou seja, não é caso de atração, não é caso de ênclise obrigatória.
E)“(...) mas preferimos confessar-nos “escravos das circunstâncias” (...)” (2º parágrafo)
Aqui temos a recomendação para a ênclise, oração reduzida de infinitivo.
Em orações reduzidas do infinitivo
- Convém dar-me uma resposta agora.
- Convém contar-lhe a verdade antes que seja tarde demais.
NÃO HÁ INCORREÇÃO NA PRESENTE QUESTÃO
Incorretos os comentários afirmando, de forma totalmente inconsequente, ser a letra E o gabarito correto.
A banca solicita a alternativa na qual seja possível a mudança de posição do pronome obliquo átono
A) “É que, ao agirmos mal e nos darmos conta disso, (...)” (1º parágrafo)
Correta. Temos período composto por coordenação, estando o pronome em posição proclítica na segunda oração, de natureza sindética aditiva. Por estarmos diante de conjunção coordenada e forma verbal infinitiva pessoal não precedida de preposição, não há que se falar em obrigatoriedade de uma ou outra colocação.
Importante frisar que, diferente de muitos comentários, não há atratividade ou obrigatoriedade de colocação pronominal diante de conjunções coordenativas ou orações coordenadas. Embora existam gramáticos que falem em "facultatividade" de colocação, não há regra na norma culta que assim convencione.
B) “(...) não nos poderíamos sentir culpados (...)” (2º parágrafo)
Incorreta. Há termo atrativo, adverbio de negação, obrigando a colocação proclítica.
C) “(...) se não fosse assim, nem se daria ao trabalho de dizer nada, (...) (2º parágrafo)
Incorreto. Há termo atrativo, adverbio de negação, obrigando a colocação proclítica.
D) “(...) ninguém me ajudou!” (2º parágrafo)
Incorreto. Há termo atrativo, pronome indefinido, obrigando a colocação proclítica.
E) “(...) mas preferimos confessar-nos “escravos das circunstâncias” (...)” (2º parágrafo)
Incorreta. Aqui cabem ressalvas. A banca leva a redação do enunciado ao pé da letra, considerando a colocação em relação apenas ao verbo principal em forma infinitiva, e não a locução verbal integralmente.
Por estarmos diante de locução, e em relação apenas ao verbo principal, a ênclise é a única possibilidade de colocação.
Se levássemos em conta a locução, três seriam nossas possibilidades de colocação: proclítico ao verbo auxiliar, enclítico ao verbo auxiliar ou enclítico ao verbo principal. A colocação proclítica ao verbo principal, em locuções verbais, não é aceita pela norma culta.
Ciente da possibilidade, já levantada aqui, de vermos a presente construção como oração reduzida e não locução verbal, não acredito ser posição mais acertada. Não vejo a independência semântica necessária para que se caracterize tal construção como reduzida, resultando sua aceitação, "mas preferimos que nos confessemos" em construção desprovida de apelo semântico e repetição desnecessária de sujeito.
De qualquer sorte, se oração reduzida fosse, igual impossibilidade de outra colocação pronominal existiria.
Gabarito correto na alternativa A