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ID
5208073
Banca
PS Concursos
Órgão
Prefeitura de Ermo - SC
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Analise o texto abaixo para responder a questão:

A bola

    O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar sua primeira bola do pai. Uma número 5 oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola. O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “legal”, ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.

- Como é que liga? – Perguntou.
- Como, como é que liga? Não se liga.

O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
- Não tem manual de instrução?

    O pai começou a desanimar e pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.
- Não precisa manual de instrução.
- O que é que ela faz?
- Ela não faz nada, você é que faz coisas com ela.
- O quê?
- Controla, chuta...
- Ah, então é uma bola.
- Uma bola, bola. Uma bola mesmo. Você pensou que fosse o quê?
- Nada não.

    O garoto agradeceu, disse “legal” de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da TV, com a bola do seu lado, manejando os controles do vídeo game. Algo chamado Monster Ball, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de Blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio. Estava ganhando da máquina.

    O pai pegou a bola nova e ensinou algumas embaixadinhas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.

- Filho, olha.

    O garoto disse “legal”, mas não desviou os olhos da tela.
O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro do couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês pra garotada se interessar.

Veríssimo, Luis Fernando. A bola. Comédias da vida privada;
edição especial para as escolas. Porto Alegre: L&PM, 1996.

O texto de Veríssimo é uma narrativa. A sucessão de fatos narrados apresenta uma predominância de verbos em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

    Geralmente, um texto narrativo é construído com verbos no passado, porém, verifica-se no texto muitos verbos no pretérito perfeito do indicativo: deu, perguntou, procurou, começou, pensou.

  • Por que estão repetindo as questões?

  • Pra mim, estão aparecendo as questões que já fiz... muito estranho... apesar de filtrar para aparecer apenas aquelas que NÃO FIZ AINDA.

  • Para responder corretamente à questão o candidato deve demonstrar que conhece as particularidades dos tempos e modos verbais. Sabemos que os verbos sofrem flexão de tempo, modo, número e pessoa. Em se tratando dos tempos, os verbos podem expressar circunstancias relacionadas ao presente, ao passado e ao futuro, bem como podem ser empregados para se referir a possibilidades.

     

    Em relação aos modos verbais eles se dividem em indicativo, subjuntivo e imperativo. O modo indicativo é um dos mais cobrados em provas e, agora, veremos os tempos verbais desse modo:

     

    Indicativo

     

    ·         Presente: indica uma ação que ocorre no momento da fala. Ex.: Agora Vitor descansa. Aqui a ação ocorre no momento presente.

     

    ·         Pretérito imperfeito: indica uma ação que começou em um momento anterior ao da fala e ficou sem conclusão. Ex.: João fazia sua caminhada. Aqui, a ação de caminhar não foi concluída.

     

     

    ·         Pretérito perfeito: indica uma ação que começou num momento anterior ao da fala e que foi totalmente concluída. Ex.: Fabiano trouxe as camisas. Aqui, o ato de trazer as camisas foi totalmente concluído.

     

    ·         Pretérito mais-que-perfeito: indica uma ação do passado que ocorreu num momento anterior ao de outra ação também no passado. Ex.: Quando notei, a água já transbordara da banheira. Aqui, a ação de transbordamento ocorre antes que o sujeito a note.

     

     

    ·         Futuro do presente: indica a certeza de que algo será realizado no futuro. Ex.: Comprarei a bolsa amanhã. Nessa frase existe a certeza de que a compra será feita.

     

    ·         Futuro do pretérito: indica algo que poderia ter acontecido posteriormente a uma situação passada. Ex.: Eu poderia ter ido à festa ontem. Esse tempo indica a possibilidade de algo ter ocorrido.

     

    Agora que vimos as características dos tempos verbais é hora de analisar o enunciado da questão:

     

    O texto de Veríssimo é uma narrativa. A sucessão de fatos narrados apresenta uma predominância de verbos em:

     

    Como o texto associado é curto vale a pena transcrevê-lo na íntegra:

     

    A bola





    O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar sua primeira bola do pai. Uma número 5 oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola. O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “legal", ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa".

     

    As formas verbais destacadas indicam ações que começaram num momento anterior ao da fala e que foram totalmente concluídas. E esse tempo verbal é o pretérito perfeito do indicativo.

     

    Portanto, a resposta correta é a alternativa A.

     

    Gabarito do professor: Letra A