SóProvas


ID
5212258
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Boituva - SP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.

Noite de autógrafos

    Escritores, principalmente de ficção, mentem muito – ou não seriam escritores de ficção. Mas ninguém mente mais que escritores em campanha de lançamento de um livro, não importa o gênero. A noite de autógrafos, por exemplo, é um terreno fértil para tal autor delirar e sair dizendo, no dia seguinte, que assinou muito mais livros do que os modestos 15 ou 20 que autografou na vida real.

    Minha história favorita é a da bela romancista bissexta que, há anos, teria autografado 2000 livros de uma sentada, numa livraria em São Paulo. Já com uma certa prática na matéria, fiz os cálculos. Dois mil livros? Vamos supor que a autora tenha recebido cada leitor à mesa, aceitado o seu beijo, trocado com ele uma única e simpática frase, deixado fotografar-se abraçada ao dito, escrito algo bem simples, assinado, devolvido o livro, aceitado outro beijo e dito tchau – e tudo isso em 1 minuto cravado.

    Significa que os 2000 livros lhe terão tomado 2000 minutos. Ou seja, ela ficou sentada por 33 horas e 20 minutos, assinando sem parar. Nem os megassellers* americanos que aportam aqui e carimbam os livros em vez de assiná-los conseguiriam tal proeza.

    Já o autor mais consciencioso, em meio à sessão, dá uma espiada na fila, constata que ela está muito comprida e tenta apressar o processo. Mas nem sempre é possível, porque quem vai a tais eventos quer mais que um autógrafo – quer também trocar uma palavra com o autor e sentir, ao vivo, se ele se parece com o que escreve.

    É um momento bonito esse encontro do escritor com seus leitores. E não importa que tenha sido uma noite de 15 ou 20 autógrafos – ou de imaginários 2000.

(Ruy Castro. A arte de querer bem.
Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2018, p. 59-60)

* megassellers: escritores que atingem a marca de milhões de exemplares vendidos.

A colocação do pronome atende à norma-padrão da língua portuguesa na seguinte alternativa:

Alternativas
Comentários
  • Assertiva D

    As obras de ficção permanecem interessantes mesmo que se constate a irrealidade dos eventos narrados

  • A alternativa A pode causar dúvidas. Mas a palavra ninguém é negativa, portanto atrativa de pronome.

  • A posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, lhe, vos, o[s], a[s], etc.) pode ser distintamente três: próclise (antes do verbo. p.ex. não se realiza trabalho voluntário), mesóclise (entre o radical e a desinência verbal, p.ex. realizar-se-á trabalho voluntário) e ênclise (após o verbo, p.ex. realiza-se trabalho voluntário). 

    Avaliemos:

    a) Entre os leitores, ninguém contenta-se em receber um autógrafo sem a devida atenção do escritor.

    Incorreto. Os pronomes indefinidos (nenhum, algum, outro, ninguém, etc.) atraem para perto de si o pronome oblíquo átono. Correção: "Entre leitores, ninguém se contenta (...)";

    b) Se disseminou a crença de que a mentira é frequentemente empregada entre os escritores de ficção.

    Incorreto. Não se encetam períodos com pronome oblíquo átono, devendo este estar enclítico ou mesoclítico (quando houver verbos no futuro do presente ou do pretérito). Correção: "Disseminou-se a crença (...)";

    c) Caso preocupe-se apenas com o retorno financeiro, o autor deixará de buscar o encontro com o seu leitor.

    Incorreto. As conjunções subordinativas, a exemplo da condicional "caso", atraem para perto de si o pronome oblíquo átono. Correção: "Caso se preocupe (...)";

    d) As obras de ficção permanecem interessantes mesmo que se constate a irrealidade dos eventos narrados

    Correto. A locução conjuntiva subordinativa concessiva "mesmo que" atrai para perto de si o pronome "se";

    e) Alguns escritores americanos já não ocupam-se mais em usar caneta, e sim carimbos, ao conceder autógrafos.

    Incorreto. O advérbio "não" atrai para perto de si o pronome "se", em próclise. Correção: "Alguns escritores americanos já não se ocupam mais (...)".

    Letra D

  • PALAVRAS ATRATIVAS

    • Conjunções Subordinativas: caso, assim que, embora, consoante...
    • Palavras Negativas: não, nunca, jamais, tampouco...
    • Advérbios: sempre, já, somente, talvez, também...
    • Pronome Relativo: que, o qual, cujo, como, quem...
    • Pronome Indefinido: alguns, todos, alguém, ninguém...
    • Pronome Interrogativo: que, quem, qual, quanto...
  • ✅Letra D.

    A) Pronome indefinido é fator de atração. Nesse caso, devemos utilizar a PRÓCLISE.

    B) Aqui é caso de ÊNCLISE. Não devemos utilizar a próclise em início de frase.

    C) CASO é uma conjunção subordinada condicional e rejeita ênclise. O correto seria PRÓCLISE.

    E) O NÃO é um fator de atração. O correto seria PRÓCLISE.

    Bons estudos!!! RESISTA NO TREINO!!! RUMO À POSSE!✍✌

  • Alternativa D

    A) Entre os leitores, ninguém contenta-se em receber um autógrafo sem a devida atenção do escritor.

    • O pronome indefinido "ninguém" atrai o pronome "se" para antes do verbo (próclise obrigatória)
    • Entre os leitores, ninguém se contenta em receber um autógrafo sem a devida atenção do escritor.

    B) Se disseminou a crença de que a mentira é frequentemente empregada entre os escritores de ficção.

    • É proibido o emprego do pronome no início da oração. A ênclise é obrigatória
    • Disseminou-se a crença de que a mentira é frequentemente empregada entre os escritores de ficção.

    C) Caso preocupe-se apenas com o retorno financeiro, o autor deixará de buscar o encontro com o seu leitor.

    • A conjunção condicional "caso" atrai o pronome "se" para antes do verbo (próclise obrigatória)
    • Caso se preocupe apenas com o retorno financeiro, o autor deixará de buscar o encontro com o seu leitor.

    D) As obras de ficção permanecem interessantes mesmo que se constate a irrealidade dos eventos narrados

    • O "mesmo que" é uma locução conjuntiva subordinativa concessiva e atrai o pronome "se" para antes do verbo (próclise obrigatória)

    E) Alguns escritores americanos já não ocupam-se mais em usar caneta, e sim carimbos, ao conceder autógrafos.

    • O "não" atrai o pronome "se" para antes do verbo (próclise obrigatória)
    • Alguns escritores americanos já não se ocupam mais em usar caneta, e sim carimbos, ao conceder autógrafos.
  • Eu respondo esse tipo de questão por intuição, 95% das vezes dá certo kkkk

  • muito bom quando acertamos! da um alivio.

  • Gabarito D

    Próclise : Pronome oblíquo antes do verbo. 

     

    Regras : 1° Antes de palavras negativas ou advérbios. 

            2°  Antes de pronomes indefinidos,

            3°pronomes demonstrativos, pronomes relativos.

            4° No caso de preposição seguida de gerúndio,

            5° E oração subordinada.  

           

    Exemplos: 1° [Nada é uma palavra negativa] --> [Nada me tira dessa cama hoje.]   

              2° [Sempre é advérbio] -->    [ Sempre que  falavam em guerra, eu pensava em livros.]

              3° [Todos é P.indefinido] --> [Todos se comoveram,né?]

              4° [Isso é P. Demonstrativo] --> [Isso me deixou perpléxo]

              5° [Em se tratando]   Preposição pronome  verbo no gerúndio.

              6°E oração subordinada.   [Vamos estabelecer critério, conforme-lhe avisaram]

             

    _______________________________________________________________________________________________

    Ênclise : Pronome obliquo depois do verbo.

     

    OBS: [Nunca se usa com verbos no futuro do pretérito ou futuro do presente, porque para tais casos o uso correto é mesóclise.]

     

    Regras : 1°Sempre quando o verbo iniciar a frase.   [Amaram-me]

            2°No caso de preposição seguido de verbo infinitivo [Os dois passaram a odiar-se]

            3°E no caso de gerúndio. [ Será mais nobre aos nossos espíritos vivenciando-se o mais possível breve(...) 

     

     

    _______________________________________________________________________________________________

    Mesóclise : O pronome no meio do verbo. Sim, que coisa louca! 

    Regras : Verbo no futuro do pretérito e no futuro do presente :Observe ---->    Diria  = futuro do pretérito = Dir-te-ia.

                                                                    Direi = futuro do presente = Dir-te-ei

    • MINHA CONTRIBUIÇÃO

    PRÓCLISE OBRIGATÓRIA:

    COM PALAVRAS DE SENTIDO NEGATIVO (NÃO, NINGUÉM, JAMAIS): NADA ME PERTURBA/ NÃO ME ACORDOU.

    COM PRONOMES INDEFINIDOS (ALGUÉM, TODOS, POUCOS): TUDO ME ALEGRA / TODOS SE COMUNICARAM

    COM ADVÉRBIOS EM GERAL: HOJE ME PROMOVERAM / AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA

    COM CONECTORES SUBORDINATIVOS (QUANDO, QUE, CONFORME, PORQUE, SE): O GERENTE QUE ME CHAMOU É AQUELE / QUANDO A VI, CHOREI / DESEJO QUE ME CONVIDE

    COM A EXPRESSÃO “EM + POA+GERÚNDIO”: EM SE TRATANDO DE POLÍTICA, NADA DECLARO.

    COM EXPRESSÕES INTERROGATIVAS: QUEM ME CHAMOU?

    PRONOMES DEMONSTRATIVOS (ISTO, ISSO, AQUILO), FRASES EXCLAMATIVAS E OPTATIVAS

    • Os itens marcados de VERDE, informam que a atração é forte. Contudo, torna-se obrigatória.
    • Já os itens marcados de AMARELO, informam que a atração é fraca. Contudo, pode ser facultativo

    LEMBRE-SE (FACULTATIVIDADE): COM O VERBO NO INFINITIVO (AR, ER, IR), PODE-SE USAR PRÔCLISE OU ÊNCLISE, MESMO QUE HAJA PALAVRAS ATRATIVAS.

     PRONOMES RETOS ou SUJEITOS EXPLÍCITOS admitem PRÓCLISE OU ÊNCLISE

    FONTE: COLEGAS DO QC.

  • A

    Entre os leitores, ninguém contenta-se em receber um autógrafo sem a devida atenção do escritor. (ninguém, pronome indefinido" puxa o "se" para antes do verbo)

    B

    Se disseminou a crença de que a mentira é frequentemente empregada entre os escritores de ficção. (Não se começa frase com pronome oblíquo)

    C

    Caso preocupe-se apenas com o retorno financeiro, o autor deixará de buscar o encontro com o seu leitor. (Caso, conjunção, puxa o "se" para antes do verbo)

    D

    As obras de ficção permanecem interessantes mesmo que se constate a irrealidade dos eventos narrados ("que" puxa o "se" para antes do verbo)

    E

    Alguns escritores americanos já não ocupam-se mais em usar caneta, e sim carimbos, ao conceder autógrafos. (advérbio de negação puxa o "se" para antes do verbo)

  • GAB. D

    PALAVRAS ATRATIVAS: QUE, TUDO, NÃO, SEMPRE; QUANDO

  • Errei pelo simples fato de negligenciar uma frase "Não se inicia uma frase com pronome oblíquo".

  • Letra D

    Mato esse assunto sem ler!

    Primeiro penso nas palavras atrativas!

    C i p a e palavras de negação

    CONJUNÇÃO

    Interjeição

    Pronomes

    Advérbio

    Eliminando todas onde o se ñ pode começar a frase.

    Depois aplico CIPA.

    PRONTO!

  • 15 questões na prova e acertei as 15! Vc que acha que nunca vai aprender, saiba que eu tbm já pensei assim, mas segui firme e evoluindo a cada dia!

  • Bom dia !

    um macete muito bom para próclise é usar o ENEAS4P.

    caso na frase tem o ENEAS 4P o pronome vem perto delas (são palavras atrativas).

    Em +verbo no gerúndio

    Negativas

    Exclamativas

    Advérbio

    Subordinadas

    Pronome relativo

    Pronome indefinido

    Pronome demonstrativo

    Pronome interrogativo

    Fonte:ciencia exata (youtube)

  • Gabarito: D

    Principais Regras de Colocação Pronominal:

    1- Início de frase usa-se a próclise. Ex: Dar me um garfo.

    2- Verbo no particípio usa-se a próclise. Ex: Tenho te procurado sempre.

    3- Verbo no futuro usa-se a mesóclise. Ex: Dar-te-ia um garfo.

    4- Palavra atrativa como "que, nunca, não, jamais, sempre etc" atrai para a próclise. Ex: Não se achar.

    5- Verbo no gerúndio usa-se a ênclise. Ex: Estou fazendo me de bonito.

    6- Sujeito expresso e próximo ao verbo poderá usar a ênclise ou próclise (facultado)

    FICA A DICA PESSOAL: Estão precisando de planejamento para concursos? Aulas de RLM SEM ENROLAÇÃO? Entre em contato comigo e acessem tinyurl.com/DuarteRLM .Lá vocês encontraram materiais produzidos por mim para auxiliar nos seus estudos. Inclusive, acessem meu perfil e me sigam pois tem diversos cadernos de questões para outras matérias, como português e direito constitucional. Vamos em busca da nossa aprovação juntos !!

  • Lucas, cadê você nesta questão!