Segundo Manual de segurança da Agência Nacional de águas - ANA (2002), o galgamento ou overtopping ocorre quando o nível d'água no reservatório ultrapassa a cota da crista da barragem. No caso das barragens de terra, o galgamento produz uma erosão intensa de materiais, o que leva a barragem à ruptura (ver figura). No caso das barragens de concreto, um galgamento não produz necessariamente uma ruptura, porém, as sobrecargas a que a barragem pode ser submetida podem conduzi-la à ruptura.
FONTE: Pereira (2019).
Jónatas (2013) cita que, normalmente, o fenômeno está associado a cheias ou eventos sísmicos que produzem ondas no reservatório da barragem. Uma outra causa de ruptura, apontada pela ANA (2012), é aquela desencadeada por uma ruptura a montante de outra barragem, de tal modo que a barragem de jusante é incapaz de laminar e verter todo volume advindo da barragem de montante.
Pensando nas causas do galgamento, as ações adotadas para a sua prevenção passam por:
- Monitoramento do reservatório e de possíveis cheias;
- Estruturas para o amortecimento de ondas no reservatório;
- Execução de estruturas auxiliares como vertedores;
- Cálculo de uma borda livre para a crista da barragem.
Note que a questão fala de plantio de árvores nos taludes a jusante. Lembre-se que o crescimento de árvores e arbustos, tanto nos taludes de montante e jusante, deve ser evitado. Em especial, pelo fato das raízes criarem caminhos preferenciais para a percolação e de atraírem animais que fazem tocas no corpo da barragem, o que favorece em especial a ocorrência do piping (erosão interna).
Portanto, a questão está INCORRETA.
Gabarito do Professor: ERRADO.
FONTES:
JÓNATAS, R. J. L. Rotura de barragens de aterro por galgamento: Ensaios
experimentais com aterros homogêneos. 2013. 96p. Dissertação (Mestrado) –
Universidade de Lisboa. 2013.
PEREIRA, Frank Marcos da Silva. Gestão de riscos e plano de ações emergenciais aplicado à barragem de contenção de rejeitos Casa de Pedra /CSN - 2009.
ANA, Manual de Segurança e Inspeção de Barragens – Brasília: Ministério
da Integração Nacional, 2002. 148p.